Fast And Furious- Miami escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 19
Given Up


Notas iniciais do capítulo

Peninha do Justin nesse capítulo :'(
Enjoy (e comentem, pelamordeDeus) :)



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19- Desistência.

Eu era um fardo para todos. Para a família Knight, mais ainda. E eu comecei a descobrir aquilo. Numa noite normal daquelas que você reserva para fazer toda a lição de casa acumulada, eu percebi que eu não era mais o mesmo garoto para eles. Eu estava fazendo a lição de Matemática, aquele inferno para todos os estudantes do mundo, e, com aqueles negócios de números misturados com letras e fórmulas, eu decidi pedir ajuda a Steve, ele era bom com números. Má idéia. Eu caminhei timidamente até a sala, aonde Steve estava, fazendo algum projeto na mesa, e o chamei.

- O que foi? – Ele me perguntou, ríspido.

- E-eu... Estou precisando de ajuda com...  O dever. – Falei. Steve nem sequer me fitou.

- Eu estou ocupado aqui, Justin. – Ele respondeu.

- Mas... Você não pode... – Gaguejei.

- Justin, eu tenho coisa mais importante para fazer do que me importar com isso!! – Ele gritou, me fazendo dar um passo atrás. Eu assenti, conformado por fora, mas, desabando por dentro.

- Tá... Tá bem. – Falei. – Eu... E-eu... Vou, é... Tentar fazer sozinho. – Gaguejei, me virando.

- Ótimo. – Steve respondeu. Quando eu dei dois passos, ele me parou. Eu me virei de novo, torcendo para que ele me desse atenção daquela vez. Steve me chamou para mais perto, e eu vi o projeto dele. – Você acha que o Kendall vai gostar?

Eu abri a boca, sem saber o que responder.

- Claro. – Falei, sem emoção. – Ele vai amar. – Completei, num tom com uma fraca ironia.

- Muito bom... – Steve disse. – Agora, me dê licença, por favor, Justin? Eu tenho coisas mais importantes a fazer!

Eu assenti, e saí, de cabeça baixa. Quando cheguei no meu quarto, eu nem soube o que fazer. Ele não gostava mais de mim mesmo. Eu não era mesmo importante. Steve me enxotou só por que eu pedi ajuda! E ainda tem a coragem de me perguntar se Kendall iria gostar da droga do projeto dele! Mais uma prova de que eu era um inútil, meu próprio pai (adotivo, mas um pai) nem sequer se importava comigo.

Quase um mês depois, com os cidadãos nova-iorquinos ainda presos na nevasca, com aquela droga de incomunicação, uma certa noite, eu desisti de tudo o que estava vivendo. Eu não queria mais ser um fardo para ninguém. Eu comecei a planejar como eu iria embora de lá. Dois dias depois, meu plano estava feito. Enquanto meus pais dormiam, eu arrumei uma mochila com roupas e coisas pessoais, peguei meu dinheiro e simplesmente saí. Desisti. De tudo que havia passado durante sete anos da minha vida. Quando abri a porta e senti o vento frio, junto com a neve, eu engoli em seco. Olhei para trás, mas saí e fechei a porta. Abracei meu próprio corpo, e fui caminhando, com a mochila nas costas. Eu estava sozinho. De novo. Eu ia voltar para o orfanato que eu fui levado, assim que me tiraram do meu pai, pelo menos, era isso o que eu planejava. Uma maré enorme de lembranças, boas e ruins, entraram na minha mente. Mas, a que me fez desabar foi quando eu lembrei do dia que conheci Kate, com seis anos.

Flashback On:

-Qual é seu nome, garotinho? – Uma mulher me perguntou. Eu tinha seis anos de idade, estava sentado à frente dela. Num orfanato, a minha esperança era de que eu fosse adotado por aquela mulher, ela parecia simpática.

-Justin.

-Eu sou Kate. – Ela disse, apertando minha mão. – Você é muito fofo, sabia?

Eu sorri de orelha a orelha.

Flashback Off;

Suspirei. Ela não é mais sua mãe, eu tentei me convencer. Siga em frente. Uma lágrima desceu meu rosto. Eu suspirei de novo, e vi minha respiração virar uma fumaça densa. E percebi que minha respiração tremulava um pouco. Comecei a caminhar um pouco mais rápido quando eu ouvi alguns barulhos sinistros. Não vou mentir, eu fiquei com medo. Tinha 13 anos, estava um pouco traumatizado com pessoas me seqüestrando do nada. Eu passei perto de um carro negro, e, para minha total surpresa, a porta se abriu á minha frente. E um homem mascarado saiu dela, e me segurou pelos braços.

- Me solte!! – Gritei, e consegui, tirar sua máscara. E vi o homem do cassetete. Aquele que estava morto quando eu fui resgatado.

- Olá. – Ele disse, ainda segurando meus braços. – Acredita em fantasmas?

Eu abri a boca, sem saber o que fazer, sem reação. Estava apavorado. Ele não havia morrido? Ele estava caído no chão, sangrando de um tiro! Ele havia morrido!

- Vo... Você... – Gaguejei.

- Buh. – Ele murmurou para mim, que ainda estava em choque. Um outro homem apareceu por trás de mim, e colocou um pano úmido em minha boca. Eu perdi os sentidos totalmente, e desabei nos braços dele.

Quando eu abri os olhos, estava deitado de bruços num colchão. Levantei o olhar, e passei a visão pelo quarto em que eu estava. Quando me dei conta sobre o que estava acontecendo, eu deixei a cabeça cair nos braços de novo.

- Nãão... – Murmurei. – Não, Deus, por favor...

Eu fiquei ali, pedindo a Deus para que fosse um pesadelo, mas, infelizmente, não era. Alguns minutos depois, Royalton entrou naquele quarto, e se ajoelhou ao meu lado.

- O que você quer, dessa vez?! – Perguntei, me erguendo.

- O que você acha? – Royalton perguntou.

- Eu não sei! – Falei. – Eu voltei para Nova York, não o vi mais!

- Então, me dê uma pista, e eu libero você.

- Não. – Falei. – Já caí nessa uma vez. Não vou cair de novo.

Vi Royalton erguer a mão, e me encolhi.

- Não me machuque!! – Gritei. – Não me machuque, por favor!!

- Não vou fazer isso. – Ele disse, num sorriso, e ele tocou meu cabelo delicadamente, remexeu a minha franja. Sinistro. – Não agora. Pelo menos, me dê algum meio de contato, e você fica livre. – Royalton falava numa voz calma, parecia que se preocupava comigo. Ele estava quase conseguindo me enganar. Eu ergui o olhar. – Não quero ser violento. Só quero os chips de volta, não quero ferir você, filho.

- Chips? – Eu perguntei. – Eles... Conseguiram pegar todos?

- Conseguiram. – Royalton respondeu. – Eu só quero pegá-los. Eu só quero os chips de volta. Só isso. E você pode me ajudar.

- Não... Eu não quero te ajudar! – Falei. – Fique longe de mim! Faça qualquer coisa, mas não me peça ajuda!!

- Tudo bem, – Royalton respondeu. – sabia que você não cederia agora.

Royalton se levantou e saiu. Eu me deitei novamente, e comecei a pedir ajuda mentalmente para Deus. Socorro, eu mentalizava, como se alguém ouvisse meus pensamentos. Socorro, Deus, me ajude. Não me faça sofrer de novo. Um dia se passou, e, cada vez mais, eu ficava mais agonizado. Não me tocaram, mas continuavam me pedindo, de um jeito calmo, para que eu desse uma pista. E eu quase caí na deles. No segundo dia de cárcere, o homem do cassetete veio falar comigo. E eu apanhei dele. Ele disse que estava cansado do meu jeito relutante, e me deu um soco. E um tapa. Em alguns segundos, ele estava em cima de mim, me dando socos e tapas na cara. Quando ele se cansou de me bater, se levantou, me deu um pisão na barriga e saiu. Eu abracei minhas pernas, e fiquei em posição fetal, no chão frio. Alguém me ajude, murmurei, antes de fechar os olhos.

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Kendall P.O.V.:

Era de noite. Não deviam passar das oito da noite, eu estava com Selena vendo televisão, e, no intervalo de um programa, meu celular tocou. Quase pulei da cadeira que estava sentado ao ver que a ligação era da minha mãe.

- Quem é? – Selena perguntou.

- Minha mãe! – Falei. – Mãe? – Perguntei, atendendo o telefone.

- Kendall! – Ela disse. – Como vai o Chile?

- Ótimo. – Respondi. – Muito snowboard. Como Justin está?

- Era disso que eu queria saber. – Ela respondeu. Meu rosto perdeu a cor logo ao ouvir aquilo. – Ele fugiu de casa.

Me endireitei na cadeira.

- F-fugiu? – Perguntei. Selena ergueu uma sobrancelha. – Como assim?

- Ele desapareceu. O armário dele está com menos roupas, algumas coisas dele sumiram... Ele fugiu de casa!

- Você tem certeza disso, mãe? – Perguntei.

- Sim. Filho, eu estou preocupada! – Ela respondeu.

- Tá tudo bem, eu... Eu... Eu vou tentar encontrá-lo, de alguma forma. – Respondi. E, a linha caiu, talvez pela falta de sinal. Selena olhou para mim com um olhar de dúvida.

- O que aconteceu? – Ela perguntou. – O que aconteceu com Justin?

- Ele fugiu. – Eu respondi. – Fugiu de casa.

- P-por quê? – Selena me perguntou. – Por que ele fez isso? Você sabe? Ele deixou algum recado?

- Não, não deixou nada... – Eu respondi. – Por quê? Eu acho que... Que ele não agüentou mais.

- Aguentou o quê? – Ela indagou. Eu suspirei.

- Meus pais. – Eu respondi. – Eles... Estavam meio que deixando ele de lado, por causa... Por causa de mim.

- Como assim? Por quê?

- Eu resolvi seguir o caminho do meu pai, ser piloto de T-180, e eu virei o xodó da família. – Respondi. – Eles ficavam cada vez mais distantes de Justin.

Selena abriu a boca.

- Por que você acha que ele passou a ficar no computador o dia todo? – Eu perguntei. – Ele procurou alguma coisa para afogar as mágoas.

Ela jogou seu corpo para trás, e colocou a mão na testa.

- Como você sabe disso? – Ela perguntou.

- Eu li. Ele tem uma espécie de diário no computador. – Eu respondi. – Uma noite, eu abri esse arquivo, e li tudo. Tudo o que ele dizia, que as coisas estavam péssimas, que ele sentia falta do meu pai e da minha mãe, por minha causa.

- Você tem mesmo essa péssima mania de ver as coisas dos outros, não é mesmo? – Selena perguntou. Eu dei um riso.

- Ele estava mal naquela época. – Eu me defendi. – Precisava saber o que estava acontecendo com ele. Justin ainda é uma caixinha de segredos para mim, mas, pelo menos eu descobri o que o atormentava.

- Mas... Não o ajudou. – Selena rebateu.

- É. – Falei, suspirando. – E, me arrependo disso.

Bem, tínhamos um assunto mais importante a discutir do que o abandono de Justin pela parte dos meus pais, como, por exemplo, aonde ele poderia estar. Eu liguei para seu celular, mas não surtiu efeito algum. Ele havia sumido do radar novamente. E, particularmente, aquele era o meu maior medo.


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Notas finais do capítulo

Comentem! Fanfic chegando ao final!



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