17- Uma nova amiga.

Eu estava “feliz” por voltar para casa. Estava mal, por causa dos exames que havia feito, coisas assim, mas eu passei a tarde ligeiramente bem. E, eu ganhei uma nova amiga aquele dia. Mirage não saiu do meu lado, desde o hospital até quando eu adormeci, no avião. Ela parecia mesmo se preocupar comigo. Quando eu abri os olhos, no dia seguinte, depois de um longo sono, sono que eu precisava ter tido fazia bastante tempo, que o sono que tive quando adormeci chorando depois da briga com Kendall não supriu, o avião havia acabado de pousar em Nova York. Mirage abriu seus olhos, e, quando seus olhos se encontraram com os meus, ela abriu um sorriso.

- Bom dia. – Ela disse. Eu lhe sorri de resposta, mesmo com sono. Nos levantamos para sair do avião, e, depois de pegar nossas bagagens, ela pagou um café da manhã para mim, antes de me levar para casa, e pudemos conversar um pouco mais. Mirage me comprou um suco e um croissant, e um café para ela, e, na van que nos aguardava, nós comemos e conversamos.

- De onde você veio? – Ela me perguntou. – Você é adotado, certo?

- Sou do Canadá, vim pros Estados Unidos com quase dois anos, com meu pai. – Respondi. – Sim, eu sou adotado. Meu pai me tirou da minha mãe quando eu era pequeno, me trouxe para Nova York, e um tempo depois, ele foi preso e o Conselho Tutelar me tirou dele. – Falei. Diferente de quando eu falei disso para Selena, eu não chorei. Eu continuei forte.

- Uau... – Ela murmurou, um pouco em transe. – Você... A sua história é parecida com... Com...

- Com o quê? – Perguntei, abocanhando o croissant. Mirage sacudiu a cabeça.

- Nada. Não é nada. – Ela disse. Depois repetiu a frase, como se tentasse convencer a si mesma de que não era nada. Eu dei de ombros, e terminei de comer. Estava com fome.

- Mirage, – Falei. – Desculpa por ter... Te chamado de velha, no dia que a gente se conheceu. – Continuei, rindo um pouco, lembrando do episódio.

Flashback On:

Assim que chegamos no prédio do FBI, eu vi uma mulher alta e morena, que se surpreendeu ao me ver.

-Ele não é um pouco novo demais? – Ela disse a Kendall.

-Sim, pode parecer estranho, mas ele tem a mesma capacidade mental que os fundadores da Apple e da Microsoft juntos! – Ele explicou.

-Senhora, eu tenho 13 anos! Tecnicamente eu não sou mais um menino! – Eu protestei, me pondo á frente dele, com a pose de maioral que eu havia adquirido com a experiência de brigar com Kendall quando eu tinha razão, ou seja, quase sempre.

-Senhora? Eu tenho 30 anos! – A mulher protestou, perdendo a pose de séria.

-Mesmo? Eu pensava que... – Comecei a dizer.

-Justin, Justin, quieto... – Kendall disse, colocando a mão em meu rosto e me jogando para trás dele.

Flashback Off;

Mirage riu.

- Tudo bem. – Ela disse. – Está tudo bem.

Eu suspirei.

- Mas foi engraçado. – Mirage completou, rindo. Eu a fitei, com um sorriso no rosto. – Cena de filme de comédia, não?

- É... – Tive de concordar. Depois, lembrei de Steve e Kate Knight, meus pais adotivos. Eles deviam estar sabendo de alguma coisa. – Mirage, – Falei. Ela me fitou. – Meus pais... Eles sabem do que aconteceu?

Mirage suspirou.

- Uma parte.

- Que parte? – Eu perguntei.

- Que você está bem ferido. Não contamos sobre o FBI, nem sobre o abuso que você sofreu. – Ela explicou. – Fizemos tudo parecer como se você tivesse caído enquanto andava de snowboard. Então, Maria de Assunção, a coordenadora de atividades do acampamento de ski, – Ela apontou para si mesma, num riso. – Achou melhor você voltar para casa.

- Ah... – Murmurei. – Snowboard... Legal. Eu sofri um acidente de snowboard, é?

- Sim, no Chile, em Lima. – Mirage disse, rindo. Legal, eu nunca havia ido a Lima antes. – Você tentou descer uma das montanhas da cordilheira e acabou capotando por quase um quilômetro. – Ela disse.

- Nossa, até em álibis eu sou desastrado! – Eu disse, e ri com Mirage, e ficamos brincando sobre minha “viagem” ao Chile até chegarmos na minha casa.

- Chegamos, Sra. Hudson. – O motorista disse. Então Mirage se chamava Mirage Hudson. Legal.

- Ok, obrigada. – Ela disse, depois me fitou. – Vamos?

- Vamos. – Respondi, pegando minha mala. Ela abriu a porta e saiu da van. – Ei, – Falei. Mirage me fitou. – Não esquece do sotaque espanhol, Maria.

Ela riu, e me ajudou com a bagagem. Eu desci da van, e nós caminhamos até a porta da minha casa, e eu toquei a campainha. Em alguns segundos, Kate abriu a porta, e me deu um longo abraço. Mirage (Maria de Assunção) deu uma explicação básica sobre o que, dizendo ela, já havia conversado por telefone com minha mãe, falando do acidente, da decisão de voltar, e tal, e eu achei que Mirage era uma ótima sotaquista espanhola. Steve apareceu, me cumprimentou, se surpreendeu ao ver os curativos em minha face, e pegou minha bagagem. Kate agradeceu á Mirage, e eu entrei. Me despedi rasamente de Mirage e ela me deu seu cartão. Eu o escondi em meu bolso, e então ela se foi. Eu fechei a porta, e mamãe me abraçou novamente.

- Como é bom te ter de volta! – Ela disse. – O que aconteceu com o rosto? Foi o acidente?

- Sim. – Respondi.

- Como foi a viagem? – Steve perguntou.

- Foi... Legal. – Respondi. Disse que estava cansado, e fui para o meu quarto. Me deitei na minha cama, ainda sentindo as dores por todo meu corpo, pelas agressões com o cassetete, dos tapas, socos e chutes. Fechei os olhos, e virei para o lado. Lembrei de tudo de bom que passei em Miami.

Flashback 1 On:

Dois minutos depois, eu e Selena estávamos nos beijando com toda voracidade e energia. Minha língua pedia permissão e ela dava. Minhas mãos percorriam toda a sua cintura, mesmo eu estando com uma das mãos engessada. As mãos dela acariciavam meu rosto e cabelo. Eu nos conduzia para aonde ela não podia ver, Selena estava de frente, e eu que dominava, apesar de meu tamanho.

Ela me empurrou contra a parede, e abriu minha camisa. Iríamos para o meu quarto, o mais perto, quando ela me parou. Foi doloroso separar meus lábios dos dela, mas ela o fiz, e sussurrou em meu ouvido:

-Não podemos. Não podemos continuar.

Eu suspirei.

-Você está certa. Mas... Eu ainda amo você.

Flashback 1 Off;

Meu primeiro beijo, com uma garota linda... E, provavelmente eu nunca a veria mais.

 Flashback 2 On:

Chegamos no lugar, e eu fiquei distante da multidão, mas não tanto, tanto que eu fui cantado por duas mulheres, chamado de gracinha e tendo minhas bochechas apertadas por várias mulheres, uma outra até colocou a mão na minha bunda, e até que eu conseguisse me esconder em um lugar perto da tenda, demorou um pouco.

Selena Hayley atacou os seguranças. Pelo visto, conheciam Hayley Williams, claro, todos tinham seus 18, 19 anos, era óbvio que conheciam, e ela ficou lá, conversando com os caras. Logo, vi Kendall Taylor e Royalton saindo da tenda, e vi que era a minha deixa.

Fui caminhando sorrateiramente pelo lugar, e entrei na tensa sem dificuldades. Não demorei a achar os chips, em uma caixa fechada em uma mesa. Não foi difícil decifrar o segredo do cofre com meu celular relógio, e logo eu estava com o primeiro chip nas mãos. Na caixa só estava o que eu queria pegar. Ele era esperto. Um chip por cofre. Bem engenhoso. Mais difícil de tê-los juntos.

Guardei-o no bolso, e saí. Missão cumprida em tempo recorde.

Bem, quase.

Flashback 2 Off;

Minha primeira realização importante... Bem, o fato de eu ter sido pego quase que no flagra não tirou o gostinho de vitória da boca. Continuou sendo incrível.

É, Justin, hora de voltar a ser o fracassado.