Agora a minha cara de poker face depois daquela cena deve ter sido a coisa mais hilário do mundo. Se eu tivesse me vendo no espelho, e se tudo fosse apenas uma miragem estava ótimo. Puta que pariu! Quando acho que vou está aqui em casa segura sem nenhuma presença daqueles seres, eis estão que resurgem das cinzas. 

Subi às escadas e fui rapidamente ao quarto do Jake. Abri a porta e vi o ser jogado na cama olhando para o teto. O "ninho" dele estava pior que o meu, o quarto estava escuro por contas da cortina preta fechada e das paredes de cor chumbo - que eu amo, mas ele não precisa saber - as roupas que ele não levou para a turnê estavam jogadas no chão, a escrivaninha cheias de folhas e cd's. Resumindo, tava um lugar deprimente e além de tudo bagunçado. Meu paraíso!

- Levanta animal - adentrei no quarto e joguei-me em cima dele e ouvi um muxoxo de reclamação.

- Porra! Sai de cima de mim.

Ele está estressadinho. Ui!

- Que foi meu bebê lindo? - deitei-me ao seu lado e fiz um bico.

- O que foi que eu te fiz? 

- Oi?

Ele suspirou e se sentou na cama e fiz o mesmo. Acho que agora o negocio vai ser sério.

- Você vai embora sem me avisa, está cheia de secredos e além de tudo está totalmente diferente.

Ele falou tudo com um tom de voz triste. Merda! 

- Você sabe que eu sou de lua, eu estou normal. Só preciso de descanço de tudo.

- Tudo bem - ele sorriu. - Agora vai trocar de roupa que os meninos veem aqui.

- Como? - alterei meu tom de voz assustada.

- Os meninos, agente vai jogar um pouco - ele abriu um enorme sorriso.

- Mas, mas, mas...

- Vai logo! Não quero ver aqueles tarados te secando por causa desse seu pijama ai.

- Okay, estou indo. 

Sai do quarto e suspirei assim que fechei a porta. Porque eu não poderia falar logo tudo? Isso está começando a me deixar mais estressada do que eu costumo ser.

[...]

Realmente quatro marmanjos na sua sala gritando e berrando que nem uns idiotas não era a definição de um dia tranquilo em casa.

- Vamos Hanna animo - Ash pulava em cima de mim por querer espaço no sofá.

- Sai daqui - empurrei ele.

- A nossa pequena tá estressada? 

Oi? Pequena? Nossa? Andy meu querido acho que você bateu a cabeça antes de sair de casa não?

- Que saber fiquem aí se matando que eu vou comer algo - levantei-me do sofá e fui para cozinha, só não esperava que Jinxx estaria me seguindo.

Encostei-me na bancada da cozinha e respirei fundo.

- Não sabia que você agora estava vivendo de oxigênio.

- Eu não sabia que você era tão idiota. - respondi me virando para ele.

- Desculpe foi a melhor coisa que consegui inventar na hora.

Ele abaixou a cabeça e segurou minhas mãos.

- Tudo bem, minha mãe já sabe. Agora preciso contar para Thomas e Jack...

- E Coma. - completou, agora me olhando nos olhos.

- Eu não quero contar que estou grávida dele. Não quero nada dele. 

- Mas ele é o pai tem todo o direito.

- Não quero Jinxx. Eu posso contar mais não quero que ele se sinta obrigado a ficar comigo por isso.

- Eu sei que você ainda gosta dele - ele sorriu de lado.

Eu desviei o olhar, sabia que era verdade, mas não podia admitir.

- Acabou de confirmar só com essa atitude - o tom de voz do idiota era como se estivesse se divertindo. Filho da puta.

- Você vai me ajudar ou ficar falando merda? 

Ele riu e apertou mais minha mão.

- Eu vou te ajudar com tudo que você quiser.

- Perfeito - sorri.

Voltamos para a zona da morte - sala - e esbarrei com um posto gigante. Vulgo Andy Biersack.

- Hanna posso falar com você? 

Ele estava sério e... Bomba.

- Vamos logo - puxei ele para a porta de vidro que dava na piscina. 

O dia estava particularmente bonito, não estava quente demais, nem frio demais. Tempo agradável.

Andy estava inquieto mexia nas mãos freneticamente. Aquilo estava me dando nos nervos.

- Então o que você quer falar?

Ele foi em minha direção parando a poucos centimentros do meu rosto.

- Porque não falou que estava grávida?

Eu arregalei os olhos e dei um passo para trás, mas Andy foi mais rápido e segurou meu braço. 

Podem me matar agora!

- Eu..Eu...Eu

- Porque não disse a ninguém? - ele insistia em ficar perguntando as coisas.

- Deve ser porque eu não queria que ninguém soubesse né?

- Mas Hanna, você está grávida daquele filho da puta do Coma. 

- Não, estou grávida de você, claro que tinha que ser dele né! Por favor se me dá licença preciso ver se a casa não está sendo destruida. - puxei meu braço, mas ele segurou o outro.

- Se fosse meu eu nunca ia querer vê-la novamente - aquilo doeu, mesmo não sabendo o porque.

- Deve ser porque você é pior que o Coma. - sorri irônica e ele fechou a cara.

- E se não for dele? - filho da puta.

- Do que você está me acusando? Você mesmo tem provas, aquela fita maldita. 

- Aquilo não prova nada, não quero que você acabe com a minha banda. 

- Acabar com a sua banda? Se enxerga Andy eu não quero nada do Coma, nem de ninguém. Agora me deixa em paz. - desvencilhei dele e voltei para dentro de casa.

Agora é questão de orgulho. 

Não vou realmente contar ao Coma, prefiro sofrer sozinha do que ser acusada de coisas que não tinha intenção. Como se eu quisesse ficar grávida.

Como se eu quisesse um dia ter me apaixonado por ele.

Fui direto para o meu quarto e me joguei na cama. As minhas malditas inimigas estavam querendo sair novamente. Dessa vez eu podia me dá ao luxo de deixar elas saírem. 

Ouvi o som do meu Iphone tocar ao meu lado e atendi sem ao menos ver quem estava ligando.

- Hanna? 

A voz do Coma me fez levantar rapidamente e enxugar as lágrimas como se ele pudesse vê-las.

- Coma? Porque está me ligando? - perguntei com a voz meio embargada.

- Eu preciso conversar com você.

- Não temos mais nada pra conversar. 

- Temos sim, e pará de ser cabeça-dura e me encontre naquele bar que agente se encontrou pela primeira vez.

- Mas...

- Te espero daqui à uma hora. 

E então o filho da puta desligou.

Teria que ver o que ele quer, e diria umas boas para ver se ele me esquece.

Porém, eu não consigo esquecer o mesmo.