P.O.V Bill

Eu estava arrasado, completamente sem chão, a volta da Karol fez reviver algo em mim que pensei não existir mais, meu amor por ela. Em todos os esses anos toda a culpa que eu sentia não chegava nem perto do que eu estou sentindo agora. Eu a magoei tanto, magoei a garota que eu mais amei na minha vida, a fiz sofrer durante anos. Por que eu desisti dela? Se eu a amava, e continuo amando, por que eu a abandonei? Que tipo de amor é esse?

Agora ela voltou, está trabalhando com a banda como psicóloga. Ela mudou tanto, está tão linda... Dói ver que ela já não me pertence mais, e dói mais ainda saber que ela já não me ama mais e nunca mais vai voltar para mim, eu perdi, a perdi para sempre... Tudo bem está parecendo que ela está morta para eu estar falando desse jeito. Talvez seja assim... Talvez seja assim que estou para ela, como alguém que já morreu, que passou e ficou para trás esquecido no passado.

Sabe, eu largaria tudo por ela... Mas agora talvez seja tarde demais para tentar consertar as coisas. Estou noivo e perto de marcar a data de meu casamento, mas se ela quisesse, eu desistiria e ficaria com ela. Tentaria de tudo para dessa vez dar tudo certo, sair tudo perfeito.

Eu ainda me lembro do que ela disse naquele dia, lembro do dia que nos mudaríamos para cá no aeroporto, ela apenas se despediu de mim com um pequeno aceno. Eu estava indo realizar meu sonho, mas também estava deixando outro para trás.

Explicando melhor o que aconteceu, Jost disse que como nos mudaríamos para L.A, seria melhor eu dar um tempo no meu namoro com a Karol, mas eu preferi terminar. Ela poderia pensar que eu tinha outra ou algo do tipo, e um relacionamento a distância é um tanto quanto doloroso e eu achei que terminando seria melhor. Confesso que foi uma atitude absurda e idiota, mas naquela época eu pensei que seria a melhor opção, e como eu fui burro em pensar que terminar seria melhor do que dar um tempo...

Mas se eu tiver ao menos uma chance de consertar tudo, eu vou agarrá-la com unhas e dentes. E eu juro que nunca mais a deixarei.

P.O.V Karol

Voltei para minha casa o mais rápido que pude, minha mãe não estava lá, então subi para o meu quarto e me tranquei dentro do mesmo. Eu jurei para mim mesma que nunca mais choraria por ele outra vez, mas aqui estou eu, derramando lágrimas por alguém que não merece, que só me fez, e ainda me faz sofrer.

Espero que ele entenda e não volte a falar desse assunto comigo. Eu só queria poder arrancá-lo de meu coração de uma vez por todas, nunca mais pensar ou chorar por ele. Mas não é tão fácil assim, o que é uma pena... Confesso que eu queria aceitar aquela proposta, mas eu estaria sendo muito masoquista, e como eu havia dito, eu tenho certeza de que ele me faria sofrer outra vez.

Fui tirada de meus pensamentos por batidas em minha porta.

– Filha, está aí? – perguntou minha mãe

– S-sim mãe! – respondi

– Filha... Está chorando? – perguntou ela

– E-eu? Não... Eu estou bem! – menti me enrolando nas palavras

– Karolina, abra essa porta agora! – disse ela em um tom de voz sério

– Mãe... – falei

– Abra! – ordenou ela

– Ok... Ok! – falei

Abri a porta e ela se espantou ao ver o meu estado.

– O que aconteceu com você minha filha? – perguntou ela

– Mãããe... – choraminguei abraçando-a fortemente

– Shhh... Calma, me conta o que houve... – disse ela alisando meus cabelos

– Uhm rum... – murmurei

Contei tudo o que aconteceu, em seus mínimos detalhes.

– Esse Bill... Já não basta tudo o que ele te fez sofrer? Eu sei que gosto muito dos gêmeos, mas o que ele fez foi horrível! Juro que se ele aparecesse em minha frente agora, eu dava uma voadora nele... – disse ela séria, que me fez dar risada

– Mãe... Só a senhora mesmo para me fazer rir numa situação dessas... – falei rindo mais uma vez

– Olha Karol, chega de choro. Chega de chorar por uma pessoa que não merece uma única lágrima sua... Você ainda é jovem e precisa se divertir... E eu também! Então, vamos sair hoje à noite? – perguntou ela abrindo um enorme sorriso, tinha algumas vezes que minha mãe parecia que voltava a ser adolescente, sério mesmo...

– Mãe... Eu não estou a fim... Sem contar que a minha aparência está deplorável... – falei

– Anda Karol... Vai ser legal! E você vai se distrair, o que é melhor do que ficar aqui em casa, trancada no seu quarto e chorando oceanos... – insistiu ela

– Tudo bem, tudo bem! Eu vou! – falei e sorri em seguida

– Ótimo! Então vá se arrumar logo, eu já estou indo também... – disse ela enquanto seguia em direção a porta de meu quarto

– Ok... Mas mãe, para onde iremos? – perguntei antes que ela saísse

– Vamos a uma festa de aniversário, de um amigo meu. – respondeu ela e logo em seguida se retirou dali indo para seu quarto.

– Ok! – respondi

Pronto, agora era só achar alguma roupa legal para ir e fazer alguma mágica para melhorar a minha aparência, que estava horrível... Espero que realmente essa festa me anime, não estou a fim de ficar deprimida novamente.