"...When my heart was never open
(and my spirit never free)
To the world that you have shown me
But my eyes could not envision
All the colours of love and of life evermore
Evermore
(I see me through your eyes)
I see me through your eyes
(Breathing new life flying high)
Flying high..."

A garota tinha um sorriso enorme no rosto, case não cabia no mesmo. Sua alegria era tanta, que ela mal podia explicar, seus olhos tinham um brilho diferente, seu coração batia aceleradamente, e seu corpo estava mole. Ela se sentia mais viva, ela sentia coisas inexplicaveis. Foi apenas um olhar, mal chegaram perto um do outro, mas foram os melhores momentos de sua vida, foi tudo... Perfeito. Ela jamais havia sentido isso, por algum garoto. O amor que ela sentia era maior que muita coisa, o amor que ela sentia era inexplicavel. Era tão bom sentir aquilo, que qualquer risco para ela, era normal. É loucura tudo isso. Eles mal se conhecem e quase transaram, e ambos estão apaixonados um pelo outro. Era tudo tão louco, tão novo para eles, era tudo estranho. Mas o que tem de normal na história dos dois? Nada. Os dois tem poderes sobrenaturais, ninguém mais na face da terra tem. Toda essa história dos poderes, ao mesmo tempo que é boa, é ruim. A parte boa é que ambos se conheceram, através desses poderes, dessa história, ambos estão apaixonados e felizes. A parte ruim é que ambos correm perigo de vida, pois três pessoas estão querendo seus poderem. É tudo muito complicado, tudo muito confuso. Mas apesar da parte ruim dessa história, ambos se sentem bem por terem sido 'os escolhidos' da vez. Mas mal sabem eles, que eles são muito mais do que simples escolhidos, eles são o ponto final dessa história, e cada vez mais suas vidas irão ficar complicadas. Eles não irão desistir do que querem. E eles não terão piedade. Quando o que eles querem está em jogo, eles fazem de tudo só para terem o que querem.

Melanie estava distraída assistindo a um programa qualquer. Estava entediada, sem nada a fazer. Então desligou a TV, e foi para o andar de baixo. Lá encontrou a casa totalmente organizada, e impecável. A garota foi até o sofá e sentou-se.

– Como vocês conseguiram? - Ela perguntou, esqueçendo um pequeno detalhe: Elas tem poderes sobrenaturais.

– Esqueçeu o pequeno detalhe? - Naomi perguntou estalando os dedos. A garota se tocou soltando um "Ah, é mesmo." - Já terminei agora, vou para meu belo quarto, dormir, estou muito cansada. Por quê uma pessoa me fez de escrava, não é Esmée? - Naomi perguntou com as mãos na cintura.

– É Naomi, mas uma pessoa fez os nossos queridinhos se encontrarem, e quase explodiu a casa inteira, não é? - Esmée respondeu em um tom muito irônico. Naomi apenas revirou os olhos, deu um beijo em Melanie e teletransportou-se para o hotel. - Então querida, você está bem? Seu braço está doendo? - Esmée perguntou sentando-se ao lado de Melanie.

– Não, eu estou bem. - Melanie deitou no colo de Esmée. - Sabe... Você é tão protetora, parece a minha mãe. - Ela disse rindo um pouco.

– É que eu me apego muito com meus protegidos... E falando na sua mãe, faz dois dias que vocês não se falam, não vai ligar para ela não?

– É mesmo.. - Melanie levantou-se do colo de Esmée, sentou, e pegou seu celular. - Ele não explodiu. Que legal! - A garota comemorou, fazendo Esmée rir. Ela discou os números do celular de sua mãe, e esperou. Ao segundo toque ela atendeu. - Mãe?

– Oi filhinha! Pensei que tinha se esqueçido de mim! - Kylie disse brincando.

– Que isso mãe. Como a senhora está? O Canadá é um país legal?

– Eu estou ótima meu amor, e você? O Canadá é um país incrivel, da próxima eu te trago. - Kylie disse com a voz um pouco abafada.

– Eu estou muito bem... Por quê está com essa voz de choro?

– Estou com saudades de você filha. - Kylie disse com a voz entrecortada. - Eu ainda vou ficar mais duas, ou três semanas longe de você. Mas eu prometo que vou levar mil e um presentes para você.

– Eba! - Melanie comemorou fazendo voz de criançinha. - E não se esqueça do mais importante.

– Tá bem, não vou esqueçer de levar o Teddy. Fique tranqüila. Agora tenho que ir, o trabalho me chama. Amo você, amo muito, viu? Se comporte.

– Também amo muito você, tchau. - Ela desligou a ligação, e levantou-se do sofá.

– Quem é Teddy? - Esmée perguntou curiosa.

– Meu ursinho de pelúcia. Ela esqueçeu ele na casa da minha vó.

– Você ainda dorme com ursinho de pelúcia? - Esmée perguntou rindo. Melanie deu-lhe lingua.

– Durmo sim. Eu tenho ele desde pequena. E falando nisso vou dormir, estou bem cansada. Tchau. - Ela subiu para seu quarto, e pulou na cama. Se cobriu, e logo adormeceu.

Ela corria e se teletransportava o mais rápido que podia. Suas pernas latejavam. Suas forças estavam sumindo. Ela só queria acordar, e ver que aquilo não passava de um simples pesadelo. (...)

Era possivel ver o desespero nos olhos de Esmée. Ela a segurava com cuidado, com medo de machucá-la. O sangue escorria pelo chão, enquanto ela gemia e gritava de dor. Ela tentava não fechar os olhos mas suas forças estavam sumindo aos poucos.(...)

Esmée chorava muito, sentindo um dor inexplicavel lhe invadir, mas a raiva a dominou, e ela levantou-se, decidida. Ela não deixaria que eles saissem dessa bem. Ela iria matar um a um, iria fazê-los pagar, iria fazê-los sentir a pior das dores, por terem machucado sua menina. E agora ela estava ali, prestes a morrer. Mas isso não ficaria impune. (...)

A garota agarrou o lençol da cama, se remexendo na mesma. As imagens ficavam cada vez mais assustadoras, cada vez mais seu corpo esquentava. Ela se rexemia na cama, enquanto mais e mais imagens a atormentavam-a, sua respiração ficou descontrolada, e algumas lágrimas escorriam por seu rosto, ela conseguia sentir todo aquele medo. Ela agarrava ainda mais o lençol da cama, enquanto tinha a pior de todas as visões: sua morte.