- Passe a arma! - ela ordenou. 

A morena deu alguns passos na direção do pai e pegou a arma postada em cima da escrivaninha dele. Megan pegou as duas armas, segurando uma em cada mão e se distanciou outra vez. Apontou uma para a cabeça do pai e a outra para onde Brianna e Ben estavam, sendo quase imperceptivel para Lucius a diferença, ja que só diferenciava com uma mão um pouco mais alta que a outra. 

Ela fez um simples movimento de negativa com a cabeça, pedindo para que nenhum dos dois se aproximasse, aquele assunto era somente dela. 

- Agora diga-me, Lucius. - a morena começou, sentindo nojo ao pronunciar nome do pai. - Por que a matou? Por que matou todos eles? Por que acabou com nossa vida? 

- Acabar com sua vida? - o homem perguntou, a voz divertida, como se ja soubesse como tudo aquilo terminaria. - Eu a salvei, querida. Lembra-se de como era infeliz? 

- Infeliz?! Você me deixou infeliz! Me mandando para um internato onde a unica coisa que fizeram foi abusar de mim! - ela usou o tom mais alto que pode para responder. E ele riu. 

- Sim, isso é verdade. - ele respondeu. - Mas até que foi para o seu bem, pelo menos te ensinei como ser forte. 

- Sean me ensinou como ser forte! Você só me ensinou como é não ter uma familia! - ela tentou a todo custo forçar seu dedo a não puxar o gatilho e matá-lo, mas Sean precisava ouvir o que ele diria. Por isso ligou o comunicador que carregava consigo, deixando na frequência dos amigos que ja estavam a caminho. - Por que a matou? 

Lucius suspirou alto, dando de ombros.

- Você já deveria saber como trabalhamos Megan. Usamos o ódio das pessoas como motivação para que nossos agentes possam ser bem sucedidos em qualquer missão que passemos. Por isso matei os pais do seu namoradinho e de Leah, e da maioria dos agentes que pertencem a organização, para sintetizar os agentes e incentivá-los a matar as pessoas ruins que existem nesse país. Você pode achar isso uma coisa ruim, querida, mas no final eu estava apenas ajudando a cidade. - Lucius disse. 

Megan considerou as palavras dele, abaixando um pouco a mira, e ficando mais expostas as palavras que faziam tanto sentido ao seu ver. 

- Não abaixe a guarda, Megan! - uma voz gritou atras de si. 

De repente ela estava cercada, Leah e Ryan ao seu lado e Sean mais perto de seu pai. As armas apontadas para o peito ou a cabeça dele. Qualquer movimento em falso e ele morreria por 6 miras e balas diferentes. 

- Você pode ter explicado seu ponto de vista, Lucius. Mas seus motivos ainda não são claros. - Leah disse. 

- Entendo que você tenha matado todos eles. Mas por que matar nossa mãe e Karen? - Megan perguntou desafiando a todos ao levantar a voz de novo. 

- Eu tinha que convencê-los a entrar na organização de algum jeito, certo? Tinha que mostrar a todos vocês o quão dura é uma perda, isso se aplica a você também, Meg, afinal porque acha que Owen ficou com você? Sua beleza não era tão grande para chamar a atenção dele, um pouquinho de dinheiro fez com que ele a engravidasse e um pouquinho de sorte fez com que você perdesse a criança. 

O rosto de Megan não era facil de se ler, estava escuro, frio, indescritível. Ryan percebendo a expressão da namorada se aproximou dela, e com a mão livre tentou tocá-la. No entanto a garota o afastou, a morena andou até o homem, e deu a volta na mesa. 

Não se segurou ao bater o cano da arma no rosto de Lucius, repetindo o movimento diversas vezes. Abrindo varios ferimentos no rosto do homem. Nenhum dos outros tentou impedi-la, nem mesmo o homem tentou pará-la, ja que sabia que qualquer movimento que fizesse em direção a ela faria com que morresse mais rapido. 

- Você destruiu minha vida! - Megan gritou.  Ryan se precipitou, indo até a garota e a segurando pelos ombros, a tirando de cima do pai.  - Destruiu a vida de todos nós. - Leah disse, a voz rouca. 

- E o que vão fazer? Me matar? - Lucius perguntou, colocando os olhos no filho. - Você sabe as consequências da minha morte, Sean. Esta pronto para isso? 

- Do que ele esta falando? - Leah perguntou. 

- Se ele morrer eu assumo a organização. - disse Sean. - É assim desde a criação dessa agência.  A loira não olhou para o namorado, apertando ainda mais a arma nas mãos.

- Sim, mas também qual o problema? Você se dará muito bem nisso Sean. - continuou Lucius. - Posso até ver o futuro de vocês, Sean casado com Leah e a matando depois de alguns anos. E você, querida, casando com esse garoto que pensa que pode faze-la feliz, mas que vai te deixar pior do que Owen a deixou, já que você nunca mais deixará alguém te tocar de novo. 

O primeiro tiro soou alto, saindo da arma de Ryan. Logo depois Leah atirou, seguida de Sean e Megan. As balas acertaram em cheio o peito de Lucius e ele sangrou com os machucados abertos em seu rosto e no corpo. Tiros fatais, certeiros, que acertaram seu alvos sem margem para erros. 

Nenhum deles abriu a boca. A mente quieta, calada em paz. O peso de seus ombros se esvaindo rapidamente, era como terminar algo que a muito tempo estava em aberto. 

Sean foi o primeiro a se mover, andando até a escrivaninha do pai e pegando o telefone de cima da mesa. Ele discou o numero e esperou alguns segundos para atenderem. 

- Ele esta morto. - Sean disse, falando com Dianna a chefe da sede da organização no Texas. Ele tinha se comunicado com a mulher, a deixando ciente do que iriam fazer, ja que só a sede da Califórnia fazia coisas horriveis com a família de seus agentes, afinal era comandada por Lucius. - A organização é sua. Estamos fora.

Ele desligou o telefone, não esperando que ela respondesse as coisas que dissera. O silêncio dominou mais uma vez o lugar. 

- Acabou. - disse a loira. - É tão dificil pensar que estamos finalmente em paz. 

- Vingamos a morte de nossas famílias, fizemos o que nos ensinaram. - disse Ryan. 

- O que faremos agora? - perguntou Megan. 

- O que acham de viajar para Londres? - perguntou Sean.