Amigo Imaginário escrita por tsuki, Sumire Haruka


Capítulo 4
Real e Imaginário


Notas iniciais do capítulo

S-H: Novamente a mesma explicação que a gente deu em Yuiitsu No Kokoro, mas resumida: Fudeu tudo lá no computador da Gii.
Esse foi o motivo da demora.
Enfim, esperamos que gostem do capitulo XD
Gii: Carai, eu sei que agente passou muito tempo sem postar e talz, mas que se foda! LOL
O cap tá aqui não tá? u.u Fiquem felizes U.U
e já estamos escrevendo o próximo XD
S-H - P.S: A Comida da minha cantina é ótima
Gii - P.S: Da minha é um lixo ¬¬'



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[POV LEN]


Acordei ainda abraçado com Rin, aquela figura, que tanto me encantara, desde que eu havia sido criado pela mesma, será que ela sabe que eu gosto dela?


– Ohayo... - Ela falou de uma forma muito linda, corei.


– Ohayo - Falei dando um sorriso, ela corou...


– V-vamos fazer compras?


– Claro! Mas antes nós temos que comer né? Estou morrendo de fome! - Ela riu, saiu do quarto e voltou com umas roupas que nós tínhamos comprado.


– Aqui, pegue algo bem bonito, vamos ao shopping de ricos - Falou me entregando a sacola, sério, ela realmente tem algum problema com gente rica.


Nos trocamos e fomos para o “Shopping de rico". Chegamos lá, de táxi, para não ter risco de nos perdemos de novo...


– Ei, Rin o que vamos comer? - Perguntei para ela com cara de extrema fome, afinal já eram 12 horas.


– Ali! - Ela apontou para um restaurante, depois pegou na minha mão e saiu correndo.


– Rin, espera, eu acho que nós atropelamos uns velhos ali atrás - Falei olhando para trás, preocupado com os velhos que estavam gritando atrás de nós coisas como "Essas crianças de hoje em dia" ou "Esses namorados sem educação, se não tão se pegando, tão atropelando gente”.


Finalmente paramos em frente ao restaurante, que por sua vez, estava cheio de coisas gostosas, entramos nele, pegamos tudo o que tínhamos direito e fomos para uma mesa, comemos tudo. Rodamos um pouco mais o shopping e fomos embora...


– Oh não! Parece que vai chover! - A Rin falou na saída do shopping enquanto estávamos à espera do táxi que nós tínhamos chamado.


– Pois é... Acho que vai ser bem forte dessa vez né? - Merda! Falei muita merda! Eu me esqueci totalmente que a Rin tem um certo medo de chuvas fortes, desde que seu pai saiu de casa, deixando-a sozinha, no escuro com apenas 4 anos.


– S-sim... - Ela abaixou a cabeça.


Ficamos em silencio profundo... Constrangedor! Então lembrei-me de uma das primeiras vezes que conversei com ela...

Rin estava encolhida no canto do quarto chorando. Havia trovões e chovia fortemente.

– Nee... Daijobu? – Len disse sentando do lado dela.

– V-você... É o menino de ontem...

– Sou sim...

– V-você não devia estar em casa? Sua mamãe não esta preocupada?

– Está é a minha casa...

– M-mas...

– Eu vou cuidar de você – Len sorriu, Rin soltou um sorriso também deixando algumas lagrimas caírem e abraçou o garoto com força. Os dois deitaram na cama abraçados um ao outro com os cobertores lhes cobrindo.


– Ah! Olha, o táxi acabou de chegar! - Ela disse abrindo um sorriso


Entramos no táxi, falamos para onde ele deveria ir e acabamos por adormecer abraçados...


– Ei, mocinhos! - Senti alguém me cutucar - Vamos, vocês já estão em casa! - Fui acordando aos pouco, estava caindo o mundo praticamente! Estava muita chuva! Com muito trovão também.


– Ah! Ok... Obrigado senhor! - Disse para o taxista, em seguida pagando-o, me virei para a Rin e ela não estava acordada e eu que não ia acorda-la né?


Peguei-a no colo e levei para dentro de casa. Ouve o barulho de trovões e Rin imediatamente pulou do meu colo.


– Rin? - Ela me olhou assustada e pulou em meus braços, me abraçando fortemente, corei de imediato - Está tudo bem...


De repente, a luz apaga, deixando toda a nossa casa escura, levantei a cabeça e olho pela janela e vejo que toda a rua ficou sem luz.


– AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH! - Ouvi a Rin gritar no meu ouvido e começar a chorar.


– Rin, se acalma eu estou aqui com você - Senti ela me agarrar cada vez mais forte

– Eu definitivamente vou te proteger ok?


– L-Len...


– Lembra quando você era menor e você estava sozinha em casa e estava chovendo muito... Eu disse que ia cuidar de você não era?

– S-sim...

– Isso não mudou – Abracei Rin mais forte – Eu ainda vou cuidar de você pra sempre... Então não precisa ficar com medo...

– A-arigato... – Ela estava quase chorando. Rin me abraçou com força... Eu realmente estava adorando aquela chuva, eu podia ficar abraçado com Rin sem precisar inventar nenhum motivo e ficamos assim deitados na cama por um longo tempo.

As lembranças que eu tenho deixam minha cabeça confusa, antes... Antes quando era só uma criação, não consigo lembrar de meus sentimentos, não consigo sentir nenhuma emoção, deve ser por que eu era parte de Rin, somente de Rin, agora eu sou... Eu sou uma pessoa, tenho minhas próprias emoções e sentimentos...

Mas as lembranças de quando éramos pequenos, parece que foram fabricas...

– Len... – Rin brincava com os botões de minha blusa

– O que?

– Por que quando eu fui ficando mais velha... Eu deixei de te sentir? - Ela levantou o rosto e eu fitei seus lindos olhos azuis...

– N-não entendi...

– Quando éramos menores...Eu podia te abraçar, podia... Tocar em você... E quando eu fui ficando maior, você ficou como um fantasma... Quase transparente... – Abracei Rin com força.

– Mas agora eu estou aqui certo? ‘Solido’? – Brinquei

– Sim, mas e se você... Se você voltar a ser só minha imaginação hein? E-eu... Eu só quero poder te tocar – Fiquei vermelho imediatamente e ela afundou o rosto em meu tórax... E acho que acabamos por dormir...

Acordei no sofá, sem Rin ao meu lado, levantei e olhei na cozinha, ela também não estava. Ouvi uns barulhos vindos do andar de cima, vinha do banheiro, subi as escadas correndo.


O que será que poderia ter acontecido com a minha princesa?


Cheguei perto da porta do banheiro e bati na mesma, sem resposta. Resolvi arrombar e assim eu vi uma das melhores cenas em toda a minha vida, a Rin estava se trocando, ou seja, ela estava só de calcinha e sutiã, corei violentamente e coloquei a mão no meu nariz, tentando evitar uma hemorragia nasal.


– LEEEEEN! - Ela gritou ficando da cor de um tomate e me deu um soco, me chutando logo em seguida para fora e bateu a porta na minha cara.


– R-Rin, por que você está s-se trocando tão cedo? - Perguntei do lado de fora, encostando as minhas costas na porta.


– H-hoje nós temos aula se esqueceu? - Aula? Que aula? E... Espera... NÓS?


– NÓS?! – Perguntei sentando no chão, ainda encostado na porta.


–Sim, nós... - Ela abriu a porta e eu caí para trás, ficando deitado. Rin estava já trocada para a escola, ela usava uma saia e uma blusa típica de ensino médio - Você também vai!


Ela andou um pouco mais e parou de repente, ela levou a mão ao queixo, o que me fez achar que ela estava pensando. Ei, espera...


– Daqui da para ver a sua calcinha... - Falei para mim mesmo, enquanto ainda deslumbrava aquela imagem, o que eu acho que me faz parecer um pervertido assim...


– KYAHHHHHH! - Ela gritou ficando pior que um tomate e chutou meu rosto novamente! Ótimo, outro olho roxo pra coleção.


– Só brincando - Falei corado, eu realmente fiz merda dessa vez... Eu posso não saber o que isso significa, mas a Rin sempre fala quando faz algo errado...


– Vai se trocar, sim? - Ela falou corada


– Ok - Disse me levantando logo em seguida


Fui para o quarto de Rin me trocar, escolhi colocar um short ao invés da calça, coloquei a camiseta normal, tênis. Sai do quarto e lá estava Rin me esperando comendo uma torrada. Assim que acabou, pegou na minha mão e desceu as escadas correndo, parando em frente à porta.


– Onde estão as chaves? - Ela me olhou esperando uma resposta.


Eu apenas fiquei em silêncio tentando lembrar onde eu tinha colocado as chaves, mas não me ocorreu nada... Então, resolvemos entrar em pânico total. Nós gritávamos e fazíamos maior bagunça na casa pra procurar as chaves, afinal, sem elas, o que nós poderíamos fazer?


Passamos no mínimo 20 minutos para encontrar a chave, já havíamos perdido a primeira aula, que ainda tinha uns 10 minutos, então, apenas saímos de casa e fomos andando calmamente até a escola conversando coisas como: "Nossa, eu não acredito que a chave estava na mesa esse tempo todo" entre outras coisas.


Chegamos rapidamente na escola e ficamos esperando até o sinal da segunda aula. Entramos discretamente na sala.

Varias meninas ficaram me olhando, eu não dei à mínima, mas Rin ficou incrivelmente enciumada, o que me fez querer agradecer aquelas garotas. Tive de me apresentar e depois disso sentei do lado de Rin.


Eu sabia basicamente tudo que ela sabia sobre as matérias, então eu... Lembro-me... De dormir todas as aulas e conversar.


Por que a Rin conversava a aula toda com a Luka e a Gumi. Que lindo Kagamine Rin!


O tempo da aula passou rapidamente e pela primeira vez, eu entendi o porquê a Rin sempre ficava reclamando de dores na bunda, sono e fome.


– Finalmente lanche! - Rin falou enquanto dava pulinhos de alegria.


– Onde estão nossos obentos Rin?


– O-obento...?


– Sim, onde eles estão?


– Eu pensei que você tivesse pegue...


–... - Eu fiquei pálido e em silêncio, como nós conseguimos esquecer nossos obentos?!


– Vamos, não é tão ruim! Vocês podem vir comigo para a cantina da escola! - Falou a garota de cabelos róseos enquanto segurava o riso.


– Cantina? - Indaguei


– Sim! - Rin abriu um belo sorriso novamente - É o lugar onde as pessoas da escola nos vendem comidas estragadas e queimadas enquanto nos fazem pagar um preço absurdo!


A Rin falava como eu posso dizer... De uma forma tão brilhante e natural. Parecia que nem se tocava do tamanho peso que aquelas palavras tinham...


Esperamos um tempão na fila, mas finalmente conseguimos pegar a tão desejada comida! Procuramos pela Gumi, acho que estava sentada em uma das mesas do refeitório, com um olhar do demônio, extremamente brava.


– Que demora foi essa?! - A garota de cabelos verdes soltava fogo pelo nariz...


– FOI CULPA DELE! - Rin e Luka apontaram para mim e falaram em uníssono.


– M-minha? Como minha?


– Bom você demorou uma eternidade para escolher seu lanche! - Enquanto Rin falava eu podia jurar que havia chifres na cabeça dela...


Após o meu susto, examinei meu lanche de cabo a rabo, percebendo então, que tudo que a Rin havia falado antes era a pura verdade. O arroz era pasta e estava totalmente queimado e os outros ingredientes que havia naquele prato simplesmente eram irreconhecíveis...


– Me da isso ai... - Disse Luka pegando a bandeja, Rin deu a dela então eu dei a minha, ela jogou tudo no lixo.


– Eu mereço! - Gumi revirou os olhos dando um obento pra Luka e pra Rin.


– Eu achei que a comida hoje estaria melhor - Rin comentou sentando no banco, sentei do lado dela.


– Eu sempre tenho que trazer os obentos! Suas avoadas! - Reclamou começando a comer.


– Eu só escuto "bla, bla, bla" - Disse Luka dando língua pra Gumi, logo as duas começaram uma discursão.


– Prova isso - Disse Rin sorrindo sem nem ligar para as amigas e colocou algo estranho na minha boca, mas tinha um gosto muito bom.


– É bom? - Ela perguntou


– É ótimo!


– A mãe da Gumi que faz! - Rin comentou meio triste... Eu fiquei triste no mesmo instante.


– O que é isso? - Perguntei mudando de assunto.


– É oniguiri! É só o que vai comer daqui pra frente, pois os da mãe da Gumi são deliciosos e eu amo - Disse rindo.


– Eu acho que gosto de tudo que você gosta - Falei enquanto comia mais daquilo


– Verdade - Ela disse pensativa. - Seria estranho se não gostasse. - E eu me peguei pensando...


Eu deveria ter algo de diferente? Seria chato se eu gostasse de tudo que ela gostava? Queria ser o bastante pra ela, mas não adiantava se eu era só uma copia.


– Len? Tudo bem? - Olhei Rin confuso.


– Tudo - Agarrei sua mão e sorri sem querer preocupa-la. Ela ficou incrivelmente vermelha e eu ri ainda mais.


Ficamos conversando e rindo de como a Rin era desastrada enquanto comia. Até que o sinal tocou.


– O QUE? - A Rin começou a gritar no meio do refeitório e todos ficaram nos olhando – EU VOU FUGIR DAQUI E VIRAR GARI!


Aí, começou... A Rin corria por todo colégio tentando achar uma saída, enquanto eu, Gumi e Luka corríamos para tentar alcança-la.


– Você nunca vão me pegaaar! - Gritava Rin enquanto mostrava a língua - Aí!


Que alívio! Ela finalmente parou! Olhei para trás para comemorar com Gumi e Luka, mas a cara delas era de terror.


– Senhorita Kagamine? - Uma voz grossa vinda de uma sombra gigante, bem na frente da Rin.


– E os senhores também!


Gelei, ele estava apontando para nós. Olhei para a cara da Rin e ela estava branca, com os lábios roxos e tremendo.


– Poderiam me acompanhar? - Ele falou de uma forma autoritária e nervosa.


Abaixamos nossas cabeças e o seguimos até a sua sala. Na porta estava escrito: "Sala do diretor Gakupo". Entramos devagar. A sala tinha roupas e acessórios de samurais em todos os lugares, muito bem decorada, além de espaçosa.


Sentamos cada um em uma cadeira e permanecemos em um silêncio profundo e assustador, enquanto víamos o diretor pegar um copo e colocar uma bebida suspeita nele.


– Quem vai começar?- Ficamos em silêncio – Bom, eu tenho mais 3 horas...


– Fui eu! - Rin tomou frente e finalmente quebrou o silêncio


– Isso eu já sei senhorita Kagamine, o que eu quero dizer, por que você fez isso, não quem foi...


Ficamos calados, nem um suspiro. Eu ia começar a dar uma desculpa esfarrapada, quando a porta abriu e uma moça de cabelos castanhos apareceu. Olhamos para ela e depois para o Gakupo, que fez apenas um aceno com a cabeça, indicando que ela poderia sair da sala.


– Terei que dar medidas rápidas a vocês, hum? - Ele falou e pegou seu casaco em cima da mesa.


– Quê? Mas você ainda tinha 3 horas! - Rin começou a gritar novamente, mas parou depois que ele a olhou de forma rude.


Ele riu enquanto pegava 4 papéis de sua gaveta.


– Eu menti! - Falou sutilmente e começou a escrever – Aqui, este é o castigo de vocês!


Ele nos estendeu o papel que estava escrito em negrito: SUSPENSOS POR 7 DIAS (uma semana)


– O QUÊ? COMO PODE? - Rin começou novamente.


– Isso não! Nós ne...- Disse Gumi, que foi logo cortada pelo Gakupo


– E vocês terão de trazer isso assinado pelos pais daqui a uma semana para voltarem para a escola!


Ele falou com um tom mais alto e uma voz mais áspera, declarando assim, o fim da discussão. Saímos da sala de cabeça baixa e avistamos nossas mochilas na frente da mesma.


Pegamos as mochilas e começamos a andar em silêncio.


– Querem carona? Eu já vou levar a Gumi mesmo... – Perguntou Luka, com a voz um pouco baixa, imagino que não deve ser nada fácil dizer aos pais que estava suspensa.


–Sim, nó-...


– Não, Luka acho que não será necessário! - Interrompi a Rin antes que ela terminasse a frase.


Demos tchau e vimos elas se afastarem, até sumirem completamente de nossa vista.


– Por quê? - Indagou Rin, com um tom indignado.


– Você não acha que nós já causamos problemas demais para as duas?! - Deixei uma pontada de raiva transparecer em minha voz


– Digo... Se você não tivesse gritado como louca, não estaríamos nessa situação...


– Então agora a culpa é toda minha?! - Acertou na mosca! SIM!


Por mais que a verdade seja que a culpa é toda dela, resolvi ficar calado. Eu não ira arriscar falar a verdade e ela ficar chateada e brava, nem falar alguma mentira, o silêncio me pareceu a melhor opção...


– Vamos pra casa, sim? - Ela falou e começou a andar, me deixando um pouco para trás.


Comecei a andar atrás dela. Ficamos em silêncio e não trocamos nem olhares. A fala do "vamos para casa, sim?", representou o fim de qualquer chance de uma possível conversa sobre esse assunto.


Não que tenha muita coisa para conversar. Afinal, as suas palavras indicavam que ela tinha entendido e ficado chateada e que provavelmente ela ficaria com muita raiva mais tarde.


Ficamos nesse jogo de 'quem quebra o gelo primeiro' o resto do caminho.


Chegando em casa, Rin foi direto pro quarto sem nem me olhar. Suspirei, qual seria a coisa certa a se fazer?


Eu estava pronto pra dizer que a culpa dela e dar um belo esporro na Rin, mas... No momento que ela me olhou, era como se eu ainda fizesse parte dela, então fiquei calado. Eu falava para Rin o que ela queria escutar... Bem, não lembro se era assim, mas se eu era parte dela então deveria ser, afinal era ela conversando com seu subconsciente...


No entanto eu quero ser o suficiente pra ela, mas se eu abaixar a cabeça pra Rin o tempo todo pelo simples medo de não querer que ela fique brava comigo, isso nunca irá dar certo.


Decidido, fui em direção ao quarto, abrindo a porta e me deparando com Rin segurando uma toalha, deveria estar indo tomar banho.


– O que? – Perguntou ainda com um pouco de raiva.


– Me desculpe, eu fiquei com um pouco de raiva! – Admiti, mas antes que ela falasse algo continuei.


– Mesmo assim, eu meio que quis por a culpa em você, mas acho que não deveria ser suspensa só por ter gritado... Só levado uma bronca! - Murmurei. Ela veio até mim e deixou a tolha cair no chão me abraçando.


– Se você não fala comigo, eu me desespero, começando a achar que você está sumindo, mas... Eu esqueci que agora você é uma pessoa, que tem o direito de se enfurecer com algo importante que é a escola, me desculpe também... – Rin murmurou. Sorri abraçando ela de volta.


– Ei Len...


– O que?


– Posso te dar banho hoje? – Perguntou animada. Corei.


– Erh...


– Por favor? – Perguntou manhosa. Assenti ainda corado. Rin me guiou até o banheiro, eu só tirei a blusa, sabendo que não ia passar disso, ela me empurrou ainda mais animada pra banheira, entrei sem problemas, já que a água estava quente.


Rin molhou minha cabeça. Muito obrigado, eu quase me afoguei!


Depois ela começou a passar o shampoo, sentir as mãos dela massageando minha cabeça era tão bom que eu quase dormi. Então me encostei-me à banheira, descansando, não chegando ao ponto de dormir, mas acho que Rin pensou que eu adormeci. Ela passou os braços pelo meu pescoço e me abraçou com força.


– Não fica sem falar comigo! – Pediu com uma voz chorosa. Corei sem saber o que fazer. Queria que ela contiguasse a me abraçar daquele jeito pra sempre.


– Rin... Você não vai se molhar? – Perguntei constrangido. Claro que eu tinha que abrir minha enorme boca, pra que ela levantasse corada falando “você estava acordado?” e corresse pra fora do banheiro.


Levantei com raiva de mim mesmo e peguei a toalha. Quando Rin pedia que eu não ficasse sem falar com ela, acho que se referia ao gelo que ficamos hoje cedo. Quando Rin tinha brigado com o pai ou estava triste não tinha como conversar com ninguém, eu era sua válvula de escape, mas agora... Se eu fico sem falar com ela, a quem ela iria recorrer?!


Depois de me trocar fui até a sala, Rin estava um pouco vermelha assistindo tv. Ela se levantou fingindo que nada aconteceu, mas mesmo assim constrangida, perguntando se eu estava com fome.


Sem pensar duas vezes a abracei com força, não querendo solta-la nunca.


– Eu nunca vou ficar sem falar com você! Você é tudo pra mim! – Disse vermelho, Rin corou também me abraçando de volta.


Eu quero ser o suficiente pra ela, eu quero que Rin sorria pra mim, quero que seja eternamente feliz, eu não ligo se por acaso acabar sumindo, afinal, era apenas a criação de uma criança desesperada, então se ela estiver feliz, eu posso desaparecer sem problemas.


Mas eu a amo demais, amo tanto que só a morte é capaz de me manter longe dela, antes mesmo de virar essa pessoa normal, que todos veem, acho que já estava me apaixonando por ela, está é a prova que existo! Que sou uma pessoa de verdade e nada mais!


Então, enquanto não sou capaz de dizer todos esses pensamentos em voz alta, para ela, eu quero apenas por enquanto, apenas por este curto tempo que crio coragem, que Rin sorria da forma mais bela que ela pode e me abrace.


Então, eu e ela, seremos felizes, neste mundo que ela criou e eu enfeitei. Só nos dois, o real e o imaginário, andando eternamente juntos...


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews senão NADA DE APROXIMO CAPITULO! Afinal a gente não escreve pro vento U_U
Le~beijo na bunda =*