Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 19
Reencontro...? Do que eu poderia chamar isso?


Notas iniciais do capítulo

Sim, esse capítulo é muito importante. Talvez tenha alguns erros, mas peço que me desculpem por isso. Pretendo revisar assim que der. Boa leitura!!! ;)



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Ah, como essa escola é grande! Eu e Akita conseguimos nos perder em direção à primeira aula. Foi problemático ter de explicar à professora que não estávamos matando aula. Enfim, nossa turma é razoável, com trinta pessoas. São todos simpáticos e ninguém se incomoda quando fica comentando que nós — eu e Akita — somos namorados. O que, surpreendentemente, não me incomoda também. Mas não conte isso para ele, sim? Ainda preciso dos meus olhos, e não quero que ele os arranque por causa da língua solta de certas pessoas.

Os dias eram tranquilos até demais naquela escola. Hayato murmurara algumas vezes que encontrara o perseguidor deles perambulando pelo pátio na hora do intervalo, mas que ainda não sabia quem era. Ambos tinham colegas de quarto diferentes. O de Hayato era tão quieto que não falava absolutamente nada além de bom dia e boa noite. O de Akita era exatamente o contrário: festeiro e enérgico.

Eles adquiriram um hábito de passearem pela cidade após o turno de aulas ter acabado. Por vezes, Suuji ia junto. Paravam em uma deliciosa lanchonete ali perto. Por perto havia uma linda praça, com familiares flores de cerejeira brancas que Akita tanto gostava. Por isso, sempre gastavam uma hora ou outra relaxando ali. Por sorte, ali não passava muita gente, o que incentivava cada vez mais o pequeno a ficar mais tempo lá, porque recebia cantadas cada vez mais indiscretas na escola pelos senpais do primeiro ano e oitava série.

Se não fosse Hayato, ele nem sabia o que já teria lhe acontecido.

Ah, sim! O albino também estava sendo "caçado" por algumas pessoas, mas não que se importasse. Na verdade, não lhe fazia a menor diferença.

Akita tinha sonhos perturbados toda noite, os quais envolviam olhos cítricos intensos espiando pela fenda de uma caverna. Ele não era absolutamente nada no sonho, a não ser uma rosa negra manchada de sangue. Era horrível a sensação do líquido vermelho lhe queimando tudo. E sentia que a cada vez, a caverna chegava mais e mais perto. Mas não chegou a comentar absolutamente nada com Hayato.

Apesar de tudo, era preciso admitir que estavam incorporando uma vida escolar comum perfeitamente bem.

Não se esqueça de que temos que fazer um trabalho antes de sairmos — disse Hayato ao fim da aula, parando em frente à sala do pequeno.

Temos? — perguntou Akita, interrompendo a leitura do livro recém-comprado e levantando a cabeça. — Qual?

Aquele de ciências. Juntaram as duas séries para fazer um. Não me diga que esqueceu de ler o livro que iríamos usar?

Depende, qual era?

Aquele que emprestamos ontem da biblioteca.

Akita pensou um pouco, sem nenhum interesse.

Ah, li sim — disse por fim. — Ontem eu estava sem sono, e como meu colega de quarto não havia chegado ainda, decidi ler a primeira coisa que encontrei. Acho que era esse.

E assim se seguiu a conversa até a sala de estudos, onde realizariam o trabalho.

Como não estavam muito dispostos a nada, foram acabar a primeira parte só perto de 17h. Foi problemático mesmo levar o que fizeram até o quarto de Hayato, mas quando desceram novamente para o pátio tiveram uma sensação maravilhosa. Estavam livres de obrigações até o fim do dia.

As mochilas estavam nos dormitórios, então andavam com as mãos nos bolsos. Como fazia, inconscientemente, quando não tinha mais ninguém por perto, Akita desanuviou completamente a expressão e pulou para cima do muro baixinho, andando sobre ele e cantarolando de boca fechada uma melodia de porta jóias musical.

Quer algo em particular hoje? — indagou Hayato.

Sorvete! — respondeu o pequeno animadamente. — Vamos àquela sorveteria perto da lanchonete!

O albino riu.

Certo, certo.

Akita se distraiu na caminhada do muro quando respondeu, perdendo o equilíbrio e escorregando. Se foi por sorte ou por azar, ele caiu para o lado de Hayato, que correu a ampará-lo antes que se esborrachasse na calçada.

Ai... — murmurou Hayato, que se jogara à frente para segurar o menor a tempo. — Sugiro tomar mais cuidado na próxima vez.

Akita, que estava em meio a um quase abraço deveras embaraçoso, corou violentamente, mas respondeu com a voz baixando a cada letra:

A-acho que aceito a sugestão...

Hayato deu um sorriso antes de se levantar e ajudar o pequeno a se colocar de pé.

Acho que o dinheiro que trouxe pode comprar dois sundaes grandes — comentou o albino, verificando o bolso.

Os olhos de Akita brilharam.

Eba! Vamos logo antes que forme fila!

Segurando o pulso de Hayato, Akita saiu correndo, puxando o albino junto. Sua animação era quase palpável.


• • •


Os dois saíam da alegre sorveteria com grandes taças em mãos, de sabores variados de sorvetes. O de Akita tinha uma deliciosa calda de morango por cima.

Ambos sentaram no banco da praça, conversando animadamente sobre assuntos triviais. Naquele dia, um colega de Akita quebrara a janela da sala de aula tentando abrí-la. Na hora o pequeno ficara impassível, fingindo que dormia. Mas, contando ao albino, não parava de rir até as bochechas ficarem coradas.

O primeiro a terminar o sundae foi Akita, que estava com os dedos melados de calda e a boca vermelhinha por causa do sorvete de frutas vermelhas. Hayato previra isso e pegara montes de guardanapos antes de saírem do estabelecimento.

Quando o pequeno terminava de se limpar, Hayato terminou o seu e disse:

Vou levar as taças de volta. Me espere aqui, viu? Não sou radar para te achar caso saia correndo.

Ok! — respondeu Akita, jogando perfeitamente os guardanapos usados na lixeira ao longe.

Assentindo de volta, o albino segurou as taças e voltou à sorveteria do outro lado da rua. Akita encolheu-se ligeiramente quando ele se afastou, fixando os olhos na árvore mais próxima. O chão estava infestado de pétalas brancas, e mesmo assim haviam muitas nas árvores ao redor.

De repente, com um sobressalto, Akita sentiu uma respiração desconhecida na nuca. Levantando-se com um pulo, enrijecendo a expressão, olhou quem era. Nunca tinha o visto na vida, nem mais magro ou mais gordo.

Era um daqueles adolescentes problemáticos, delinquentes, encrenqueiros e pervertidos que se encontra em qualquer lugar. Ele tinha um sorrisinho malicioso no rosto, e estava apoiado no bando onde Akita estava segundos antes.

— Parece que o seu namoradinho te deixou sozinha aqui — disse ele. — Não quer ir comigo para outro lugar?

— Não quer calar a boca e ir embora? — retrucou Akita. — Sua voz desagradável está arruinando o meu fim de tarde.

Essa com certeza não era a resposta que ele esperava, pois arregalou um pouco os olhos antes de dizer:

— Ora, parece que encontrei uma gatinha difícil... — Pulando o banco vulgarmente, passou o braço grande em volta da cintura fina de Akita e aproximou a boca de seu ouvido, sussurrando: — Acha que é fácil ser tão teimosa assim?

Akita sentiu um arrepio desagradável e, cerrando os dentes, puxou uma caneta do bolso — atualmente sem tinta — e encostou-a no pescoço do outro, dizendo ameaçadoramente:

— Sabia que é possível rasgar a garganta de alguém com uma caneta?

O delinquente congelou mediante aquela frase, soltando devagar a cintura de Akita.

— Espero que esse incidente não ocorra novamente — completou Akita.

Ele assentiu várias vezes, como se tivesse uma mola no lugar do pescoço, e saiu correndo em disparada para fora da praça. Nesse momento Hayato chegou, já sem as taças. Havia visto o ocorrido ao longe, e estava aliviado de não ter precisado fazer nada perigoso para o delinquente — afinal, nada de fato havia acontecido. Chegou ao lado de Akita e pousou a mão em sua cabeça, dizendo:

— Está tudo bem?

Os orbes cor de ouro que se viraram estavam inundados de lágrimas prestes a saírem. Akita pulou no pescoço do albino, desabando em um choro baixinho.

— Eu... me assustei muito... — disse o pequeno com a voz embargada, afundando o rosto no ombro de Hayato. — Kyuu...

O albino deu um sorriso tranquilizador, afagando os cabelos negros com a mão livre.

— Eu... estou sentindo uma presença forte atrás de mim — murmurou Akita no tom mais inaudível possível.

— Estou sabendo — respondeu Hayato no mesmo tom de voz. — É semelhante à sua, embora ainda seja claramente diferente.

Akita se surpreendeu muito.

— Quê? — falou. — Sério?

Hayato assentiu, soltando o menor, que enxugou as lágrimas restantes com a manga da blusa. Lentamente, virou-se para ver quem era.

Havia apenas mais uma pessoa ali na praça: um rapaz com a mesma idade de Hayato, provavelmente, e cerca de cinco centímetros mais alto. Era de uma beleza descontraída, mas rara, assim como os outros dois rapazes naquele lugar. Tinha cabelos escarlates bem rubros e olhos de um tom pendente ao verde-limão. Sua pele era bem clara. Os fios lisos e soltos esvoaçavam com o vento que soprava, quase junto com as pétalas brancas. E... espere um minuto, essa descrição era familiar... Aqueles olhos...

Akita arregalou os olhos, soltando uma exclamação audível de surpresa. O rapaz obviamente ouviu, virando o rosto para os dois.

Ele abriu um sorrisinho de lado ao mirar os olhos de Akita. Com uma voz extremamente agradável, mas com uma nota travessa, disse:

— Achei vocês.


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Notas finais do capítulo

Ah, acabei! Finalmente consegui colocar um capítulo mais cedo!! ^^
Espero que não hajam muitos erros e que não esteja confuso. Qualquer dúvida, é só colocar no review, sim? Respondo com certeza. Até o próximo capítulo!! Kissuss!!! ♥.♥



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