RESTAURANTE CHINES E JAPONES, CINCO HORAS DA TARDE.

Toc. Toc. Toc. Toc.

-Niichan?- Lenalee bateu na porta, de leve.

-Ele saiu?- Perguntou Allen, arrumou a mochila nas costas, Timcanpy já tinha saído de lá faz tempo, e agora estava voando sobre a cabeça de Allen.

-Não, ele teria avisado... NIICHAN!- Lenalee chamou outra vez.

-Que tal entrar?- Allen abriu a porta devagar.

-Niichan, você está aqui?- nenhuma resposta.

Allen se assustou quando Lenalee acendeu a luz: Tinha tantos, mas tantos papeis no chão, que ele mal pude ver a cor do chão (na verdade, Allen não conseguiu ver a cor do chão). Vários armários estavam colados um ao lado do outro, um pequeno sofá, uns estantes, mas parecia ter nenhum livro. Não, não tinha nenhum livro, todos estavam espalhados pela pequena sala.

-Niichan! Quando é que você vai arrumar a sua sala?- Perguntou Lenalee e foi em direção á uma pequena mesa, onde provavelmente seu irmão mais velho estava dormindo debaixo de um monte de contas e mais e mais e mais papeis.

-olha só isso, Niichan! Vamos, arrume um pouco que temos que conversar...- Lenalee falou sacudindo o irmão, mas foi aí que Allen não conseguiu acompanhar Lenalee. Não, tinha coisas muito suspeitas na sala.

Foi quando o albino achou um pequeno álbum de fotos. Não era grande coisa, simples, de couro marrom escuro, a letra dourada quase apagada. Olhou para Lenalee que estava conversando com seu irmão, que ainda estava debaixo dos papeis. Allen abriu o álbum e o que ele viu foi algo muito estranho. Por que seu mestre estava vestido dessa forma? Allen pegou a imagem do álbum e observou ela:

Seu mestre usava uma máscara que tampava metade do seu rosto. O cabelo estava solto, Allen tinha se acostumado com o cabelo do mestre prendido. Usava um casaco longo, preto e dourado. Um chapéu um tanto estranho, Timcanpy estava pousado sobre ele.

Mas Cross não era a única coisa estranha na foto. (Aliás, Cross era estranho desde que adotara Allen) Allen passou a mão de leve nas outras pessoas ao lado dele.

Uma mulher, de cabelo loiro escuro, um homem alto que usava uma máscara assustadora, um outro homem de cabelo castanho e pincel na mão e por fim um homem sentado, em uma cadeira ao lado da mulher, ele tinha cabelo cinza escuro e longo. Todos usavam a mesma roupa de Cross.

Uma roupa preta. Longa. Dourada. Allen olhou para Lenalee. Não sabia quanto tempo tinha observado a foto, mas tinha que ser muito tempo, viu o irmão da Lenalee, Komui, em pé á frente da garota.

Ele era bem alto, cabelos roxos escuros, olhos verde escuros (Pelo o que eu li nas fanfics, ninguém parece perceber que Komui tem cabelo roxo escuro e Lenalee olhos roxos escuros, Komui tem olhos verde escuros e Lenalee cabelo verde escuro).

Usava aquele boné tão fofo que costumamos ver no mangá e anime, estava com uma camisa branca, calça preta e, inacreditavelmente, de pantufas.

-... Entendeu, Niichan? Só para podermos ver Anita-san e Chomesuke-san!- foi o que Lenalee disse e Allen “capturou”. Dobrou a imagem e guardou na calça. Foi aí que ele sentiu a carta do seu mestre e a puxou, ao mesmo tempo guardou a foto.

-Então, você é pupilo do Cross?- perguntou Komui a Allen.

-Ah? Ah! Ah, sim!- Allen acordou do seu “transe” e abriu a carta.

-Ele até assinou a carta de instruções...- Allen esticou a carta até Komui, ele a pegou e leu.

-Niichan, eu não sabia que conhece Marian Cross-san- Falou Lenalee e olhou sem entender para Allen.

-Sim, essa carta com certeza foi do Cross. Não sabia que um dia eu te conheceria pessoalmente, Allen Walker-Kun- Komui sorriu e devolveu a carta –Aliás, Marian te falou algo sobre uma organização chamada “Kuro no Kyodan”?

Allen olhou atentamente para Komui.

-... Você está segurando risos?!- berrou Allen sem acreditar e Komui não pude mais se segurar e começou a cair na gargalhada.

-HAHAHAHAHA! CROSS DEVE TE AMAR TANTO! HAHAHAHAHA!- Komui tirou os óculos e limpou uma lágrima, antes de tentar voltar a ser sério.

-Lenalee-chan, Walker-san, vocês sabiam que isso aqui não é um restaurante normal?- Perguntou Komui, agora sério.

-Niichan? Como assim? Você me disse que herdamos o restaurante de uma tia-avó falecida, não é? Isso não é verdade, Niichan?- Lenalee não sabia se deveria ficar triste ou feliz com isso. Triste por seu irmão mentir para ela, feliz por ela provavelmente ficar algum tempo a mais com esse albino estranho, Lenalee gostava da presença dele.

-Komui-san, do que está falando? Meu mestre apenas...!- Allen tentou explicar mas Komui interrompeu rapidamente.

-“mestre”. Porque chama uma pessoa que o adotou de “mestre”? Não deveria chama-lo apenas por seu nome, Allen? Bem, eu poderia explicar, mas não posso. Lenalee-chan, lembra quando eu falei sobre um homem chamado “Conde do Milênio”?

-Sim. Ele cria máquinas, monstros, a partir de almas de pessoas falecidas, certo?- Perguntou Lenalee e Komui fez sim com a cabeça.

-Certo- Komui mandou Lenalee e Allen se sentarem no chão, Komui fez o mesmo –Vou explicar uma coisinha, sobre esse tal “Conde do Milênio”.

-Antes de começar, Komui-san, esse tal de conde não é uma lenda?- perguntou Allen –A lenda diz que se você realmente gostava de uma pessoa, e se ela morrer, um conde irá aparecer. Ele iria te confortar até que caia no papo dele e ele irá perguntar “Quer que eu traga sua pessoa amada de volta?” e então, chamando a pessoa, um esqueleto com o nome da pessoa iria aparecer no lugar e o Conde mandaria matar a pessoa que o chamou, certo?

-essa é a lenda que todos conhecem- Komui sorriu de jeito triste –mas voc~es realmente acreditam na lenda?

-Eu acredito, Niichan. Parece muito real para ser apenas mentira- Lenalee respondeu pensativa.

-Meu mestre ficava me contando algumas coisinhas toscas sobre o Conde, mas nunca levei a sério.

-Os “esqueletos” iriam se tornar “akumas”, do japonês “demônio”. Os “akumas” tem que matar para evoluir de nível...

-O mestre falava sobre algo parecido- Allen abaixou o olhar –Não vai me dizer que essa lenda é real?! Mas se bem, aquela imagem do mestre com o uniforme, aquilo realmente me assustou...

-Allen-kun- Komui chamou sua atenção.

-talvez tudo seja mais difícil do que o esperado- Komui sorriu e se levantou.

-Niichan?- Lenalee olhou para seu irmão mais velho.

-como pretendem achar Chomesuke-chan e Anita-chan?- perguntou Komui.

-Ah, lembrei! Lenalee-san falou algo sobre duas pessoas que sabiam de tudo e todos!- Allen se animou.

-Ah, falei sim. Niichan, você me disse que tem pessoas a quem você sempre pede ajuda quando está com problemas, que eles são muito inteligentes. Quem são?- Lenalee e Allen levantaram.

-na verdade não tem nome. Mas as pessoas as conhecem como Bookman e seu aprendiz e sucessor, Bookman Junior. Aliás, ele sempre fica mudando de nome, acho que desta vez ele se chama “Lavi”- Komui respondeu do seu jeito positivo de sempre.

-Lavi e Bookman? Onde eles moram, Komui-san?- Perguntou Allen arrumando a mochila. Tim decidiu dormir na cabeça do Allen.

-em Glasgow. Fica aqui perto de Londres. Não se preocupem. Eles com certeza vão ajudar vocês dois a compreender melhor o que está acontecendo. E não se preocupe especialmente você, Allen. Vai entender muita coisa depois de “tudo”

-tudo?- Allen não compreendeu bem.

-certo! Boa sorte, Allen-kun!- Lenalee sorriu para o garoto.

-Como assim? Você também *snif* vai, Lenalee-chan- Komui estava chorando sem parar ao disser isso.

-Que?!- Lenalee não acreditava no que ouvia. Komui a deixava ir sair sem ele?! E ainda com uma pessoa desconhecida?!

-Lenalee, cuide bem do Allen, certo?- Komui beijou a testa da irmã.

-Ahm, tá... Vamos, Allen-kun?- Lenalee sorriu sem graça.

-vamos, sim- Allen sorriu igualmente.

-boa sorte, a vocês dois- Komui se despediu.