Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 21
Deixe queimar sob a minha pele


Notas iniciais do capítulo

Gente eu to atualizando muito rapido ultimamente mas é pq eu descobri que levando o PC pra facul eu trabalho mais nas fanfics, além disso minha outra fic vai acabar e essa aqui vai ter prioridade total.
Então, nosso dia chegou, eu sei que eu dei um nó na cabeça de umas de voces no capitulo passado, algumas acho que até se desanimaram com a Joy grávida, mas tudo tem uma razão e eu juro q n tem mimimimi.
ai eu sou muito azarada q eu recuperei meu PC e minha internet no mesmo dia deu pau, novamente estou na clandestinidade da UFT. Espero que gostem.
Boa Leitura
Beeijos



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– Hey man, o que está fazendo tão cedo aqui? – Syn entrou na sala do estúdio enquanto eu me mantinha de cabeça baixa sobre um piano.

Ele fechou o zíper do casaco e puxou uma cadeira.

– Estou compondo

– Compondo? E desde quando você toca o piano com a cara?

– Vai pro inferno Gates

– Jimmy que caralhos está acontecendo com você?

– Tudo, tudo está acontecendo comigo.

– Você está um caco – ele deu um leve peteleco na minha orelha ferida

– Ai filho da puta, isso dói – suspirei enquanto tentava proteger os pontos da minha orelha – Eu sei que estou um caco, agora conta uma novidade.

Brian se calou e ficou me encarando em silêncio, levantei o rosto e o examinei. O cabelo estava grande, armado, parecia um herói japonês, como estava frio ele também estava um pouco pálido, acho que a cara de bêbado já tinha nascido com ele, mas ele me pareceu um tanto preocupado. Tentei imaginar qual era a minha fisionomia, mas eu realmente não conseguia imaginar nada assustador o suficiente.

– Quer ajuda com a música?

– Acho que não

Ele arqueou uma das sobrancelhas

– James, vai me dizer o que está acontecendo ou eu vou ter que arrancar isso de você?

Não conseguia esconder muita coisa dele, eu me sentia quase obrigado a dar satisfação a ele.

– Parece que tudo ta dando errado pra mim Brian, eu me sinto cada vez mais sei lá, furioso, descrente, tudo ao meu redor parece me machucar. Eu queria fugir, sei lá, pra Atlantis.

– Atlantis? Vai pra Ibiza man, tem muitos peitos lá – Gargalhadas. Ficar mais de alguns minutos com Brian sem soltar ao menos uma risada era algo impossível – Ai que fossa Sullivan, não dá pra ouvir isso a seco, café ou whisky?

– Café

– Sério?

– Eu vou ficar sóbrio pra terminar de escrever

– Graças a deus não vou escrever nada hoje – ele entrou rápido na copa e voltou com dois copos, um de café e um de whisky – Vamos lá Barbie, me conte seus problemas.

– É muita coisa, nem sei nem como por em palavras. A porra do coração, Allie, a porra da promessa que ela me obrigou a fazer, desgraçada mentirosa, não sei como me controlei para não matá-la

– Opa! O que?

– Ela brincou comigo Gates, você estava certo desde o começo, devia ter acreditado em você. Allie só fez mal pra mim. Ela se envolveu comigo, achei que ela gostava de mim, mas quando ela viu que eu ia morrer quis pular fora, só não pulou por que naquela vez eu tive aquele problema com o ecstasy, mas tenho certeza que ela já estava enrolada com aquele filho da puta do Sam. Eu não devia ter implorado tanto pra ela ficar comigo, olha só no que deu.

– Tem certeza Jimmy? Eu podia estar errado sobre ela, uma vez nós conversamos e ela me pareceu bem sincera. E essa promessa, o que era?

Dei um gole no café e olhei para os pés

– Ela realmente devia estar sendo sincera, mas isso até se dar conta que eu não podia ser o príncipe encantado dela. Quanto à promessa, ah, era besteira – ele deu um gole no whisky e brincou com uma das teclas do piano – Ela pediu pra que eu prometesse ficar vivo

Ele demorou um pouco pra falar, permaneceu brincando com a tecla

– Se eu pudesse também te faria prometer

– Ta falando sério?

– Sim, todo mundo está com medo Jimmy, não sei se você já percebeu isso. Não quero ver meu melhor amigo morrer, nenhum de nós quer.

– Eu não vou morrer

– Eu sei que está falando da boca pra fora, dentro dessa sua cabeça diabólica eu sei que você já até previu como vai morrer. Mas eu não quero isso man, você é meu irmão, nem meus irmãos de sangue são tão próximos de mim quanto você. Se você morrer, acho que uma parte de mim morre junto.

– Claro que não Gates, para de falar besteira – Ele deu outro gole no copo provavelmente par disfarçar a tristeza – Se eu morrer... uma parte de mim vai continuar viva em você.

Permanecemos calados terminando nossas bebidas. O ar me pareceu mais pesado, gerar teorias da minha própria morte na minha cabeça, imaginando o pensamento dos meus amigos era bem mais simples do que ouvir isso direto da boca de um deles. Era pior, era muito pior, era assustador, doloroso, era horrível. Eu e Brian éramos inseparáveis a tanto tempo que eu já nem sei mais como é viver sem a companhia dele, eu nunca tive certeza de que se eu envelhecesse eu teria filhos, uma esposa, ou dignidade, mas se tem uma coisa que eu sempre tive certeza era de que Brian estaria comigo

– Anda, me mostra a porra que já saiu dessa sua cabeça

Sorri pra ele e me sentei direito no banco do piano, fechei os olhos e deixei aquilo sair de mim, a melodia triste e intensa fluía pelos meus dedos quase que automaticamente, sem esforço algum.

Now I think I understand

How this world can overcome a man.

Like a friend we saw it through

In the end I gave my life for you

Agora eu acho que entendo

Como este mundo pode superar um homem.

Como um amigo nós vimos isso

No final, eu dei minha vida por você.

Brian cruzou os braços e deixou o olhar viajar por uns instantes, minha mente estava inundada por aquela melodia, o piano é um instrumento maravilhoso, o som dele é algo que perfura a mais insensível das almas, talvez por que aquele som seja uma alma, desde criança eu sempre gostei de pianos, apesar de serem mil vezes mais difíceis de transportar do que uma bateria. Eu queria cantar naquela música, por mais foda que a voz de Matt fosse eu só conseguia imaginar aquela música com a minha voz, aquela música era só minha.


Not that I could

Or that I would

Let it burn

Under my skin,

Let it burn.

Não é que eu poderia

Ou que eu iria

Deixar queimar

Sob a minha pele,

Deixe queimar.

– É uma ótima canção Jimmy, mas... – ele engoliu seco – Os fãs vão achar que sei lá, você é um doido suicida

Eu achei aquilo engraçado e soltei uma leve risada, mas ele parecia tenso.

– Deixe eles pensarem – dei de ombros – Vamos lá Haner, falou a mesma coisa de Brompton Cocktail e eu continuo vivo. Vai mesmo ficar me olhando com essa cara de cu? Eu não vou morrer.

Ele deu um meio sorriso

– Você até me convenceria se eu não tivesse passado esses seis meses com você e acabado de ouvir essa música

– Por favor Brian, todo mundo ta me tratando como uma aberração suicida, que fosse pular da ponte na primeira oportunidade, pelo menos você eu preciso que continue do mesmo jeito.

Syn se levantou e caminhou até mim, em seguida colocou a mão na minha cabeça e bagunçou meu cabelo

– Vamos sair daqui cara, é domingo, só deve ter nós dois aqui na porra desse prédio e você já ta fedendo a formol do tanto que fala em morrer.

– Ir pra onde?

– Central Park, faz um tempinho que a gente nem pisa lá

– Mas ta frio pra caralho

– E desde quando se preocupa com isso James? Ta ficando velho e molenga agora?

– Molenga é o seu pau!

Gargalhamos um pouco e depois descemos estava bem frio, mas ao menos não estava chovendo. Entrei no carro dele e logo em seguida partimos, o jeito dele dirigir era o oposto do meu, como Matt ele gostava de dirigir a uma velocidade razoável para olhar a paisagem. Passamos rapidamente em um bar da região e compramos algumas cervejas e depois seguimos até o nosso bom e velho Central Park.

Não estava nem um pouco bonito, boa parte das árvores estavam quase sem folhas, não tinha nem uma alma viva lá, nem os patos estavam lá. Nós costumávamos ir para dentro dos arbustos e ficar por lá fumando, bebendo e falando merda, mas acabamos em um dos bancos em torno da lagoa.

– Acho que Michelle está querendo que eu a peça em casamento

Meus olhos se abriram surpresos

– Sério? Como sabe disso?

– Ela manda indiretas o tempo todo, é meio difícil não notar.

– E você?

– Eu sei lá, estou confortável do jeito que a gente está.

– Bom, Matt se casou e ainda está vivinho da silva

– Está do lado dela? Isso por acaso é um complô contra mim? – Brian sacudiu a cabeça de um lado para o outro um pouco indignado

Abaixei a cabeça, eu já havia pensado sobre isso algumas vezes, na verdade acho mesmo que estou ficando velho, ou sei lá, estou mais exigente comigo mesmo. Casamento. Não era exatamente naquela coisa de amor incondicional que vinha a minha mente quando eu pensava nessa palavra, na verdade casamento me lembrava família, alguma coisa pra cuidar, alguém pra voltar pra casa depois de uma turnê extensa. Na ultima turnê que acabamos, percebi Matt um tanto feliz por isso, era bonita a aliança que ele e Val formaram, era algo além de tudo que eu conhecia, era algo eterno. Aquilo martelou fundo dentro de mim e eu senti vontade de provar daquilo, mas acho que isso não é algo mais possível pra mim.

– Não é um complô Gates, mas eu não quero que nenhum de vocês passem o resto da vida na solidão. Não me refiro a se prender a outra pessoa, me refiro a ter algo sólido, uma família. Até o maluco do seu pai tem uma família, por que você não pode ter também?

– Não sabia que queria se casar James – ele falou com um riso nos lábios – Ai cara você tá mesmo ficando velho!

– Isso não é algo que eu ache que seja possível pra mim, mas acho que pra vocês seria uma experiência que acho que não deveriam deixar de experimentar.

– Acho que vou pensar a respeito disso

– Ótimo – eu disse e logo em seguida dei um longo gole na cerveja

Internamente eu já havia tomado uma decisão sobre Allie, ela havia aparecido em um momento de fraqueza e me pareceu um refúgio perfeito, mas eu não podia me esconder atrás dela o tempo todo como se eu fosse seu bebezinho. Mas e o que eu ia fazer agora? Não estou bem certo de que posso cuidar de mim mesmo, minhas dores fortes parecem que as vezes me tomam o controle da razão. Eu tenho que parar com isso, estou tão preocupado em morrer e por a culpa em algo que não me dou conta de que isso não afeta só a mim. Olha só pra Brian, ele está bebendo sem nem fazer pausa, está com muito mais medo do que eu. Isso por que ele disfarçava muito bem, mas ele era como uma copo de água pra mim, claro demais, não havia nada que ele conseguisse esconder de mim.

Eu estava bem confuso agora, por que apesar de não acreditar muito que sobreviveria por muito tempo, eu não queria morrer. No fim das contas eu já tinha feito tudo que eu podia, alcancei o meu sonho ao lado dos melhores caras do mundo, a banda estava no auge, estava rico e teoricamente feliz, se a morte quisesse me pegar exatamente agora não haveria nenhuma queixa da minha parte, não havia nada inacabado.

Mas havia uma faísca dentro de mim, bem pequena, minúscula, que falava “Hey man, vai desistir tão fácil? Você ainda nem escalou o everest”. Sacudi a cabeça, acho que eu estou passando muito tempo pensando em morrer.

Allie

– Achei que a missão fosse se manter acordada! – Eu abri os olhos um pouco assustada, eu havia cochilado

– Que horas são? – Me ajeitei no banco do carro e esfreguei os olhos, ele estendeu um copo de café já um pouco frio

– Uma da manhã

– Algum sinal dele?

– Não, Já estamos aqui há umas seis horas e até agora nada

– Acho que talvez devêssemos ir atrás dele

– Acho que isso não é necessário, você disse que ele morreu de overdose em casa e levando em consideração de quem ele é, não creio que se preocupe tanto com os horários dos medicamentos a ponto de levá-los consigo.

Meu coração batia em ritmo acelerado, eu estava suando, apesar de estar um pouco frio, Sam me encarou, ele parecia um pouco cansado.

– Você está um caco Alison, tirando esse cochilo que acabou de dar, que aliás foi bem turbulento pelos seus murmúrios, quando foi a ultima vez que dormiu de verdade?

Dei um gole no café, estava bem amargo, mas acho que aquilo ajudaria a me despertar.

– Eu não sei, estou perturbada demais pra dormir – Encostei o rosto no vidro da janela do carro e fitei olhando a rua vazia, uma chuva fina caia – Eu preciso ajudá-lo Sam, não sei se vou suportar vê-lo morrer outra vez.

– Abaixa – ele sussurrou me puxando para baixo e eu imediatamente obedeci, o carro de Brian parou ao lado do prédio, mas quem saiu do banco do motorista foi o próprio Jimmy, Brian saiu do banco do carona gargalhando muito, provavelmente bem bêbado. Mas se Jimmy veio dirigindo então ele estava sóbrio? Isso era novidade pra mim.

Aquilo me deixou um pouco mais tranqüila, afinal ele estando sóbrio, a chance dele cometer alguma idiotice era bem menor, ou talvez não.

– Eu tenho que ir lá – eu tentei afobada abrir a porta, mas Samuel colocou a mão sobre a minha impedindo que eu saísse do carro.

– Ainda não

– O que?

– Se você for lá agora não passa nem da porta, ele está com raiva de você, lembra?

– Claro que não, ao menos me ouvir eu sei que ele vai

– Ele está bêbado e com raiva, não creio que queira te ouvir, além disso acho que pode ser perigoso.

– Ele não está bêbado! Não viu que ele veio dirigindo? Além disso, é perigoso pra quem? – Minha voz se alterou um pouco, será que ele não via que eu estava em desespero? – Ele vai morrer Sam!

Ele soltou ar tentando manter a calma

– Você está muito nervosa Allie, corre o risco de, sei lá, de estragar tudo.

– Você não entende Sam! Ele não pode morrer! Eu dei muito duro pra chegar até aqui e além disso... – tinha outra coisa que estava me tirando do sério, Sam não sabia. Antes de viajar no tempo a coisa que Max mais insistiu foi para que eu não alterasse mais do que o necessário e olha só a bagunça que eu fiz. Eu estava grávida, e o pior, era a minha eu do passado, como ela ia cuidar de uma vida se não conseguia nem ter juízo o suficiente pra cuidar da própria? Eu estava muita assustada, eu estava surtando, pra falar a verdade.

– Além disso o que Allie?

– Além disso estamos sem tempo – eu o cortei

Abri a porta, dessa vez ele não me impediu, sai correndo na chuva fina até a porta do condomínio, em poucos segundos notei que Sam já estava logo atrás de mim. Falei brevemente com o porteiro.

– Olá Srta. Wade

– Oi Billy, ahm será que pode abrir pra mim e meu amigo aqui? – apontei para Sam com a cabeça – Jimmy me pediu pra ajudar com o Brian, viu só como ele estava chapado?

Abri um sorriso suave, e ele não pareceu duvidar de mim pois retribuiu o sorriso e destravou o portão

– Ah claro, o garoto Haner passou da conta mesmo hoje, acho que os dois vão precisar de ajuda. Pode entrar, e boa noite pra vocês!

Entramos caminhando calmamente mas ao sair do campo de visão do porteiro disparamos a correr, meu coração estava na minha garganta, meu estomago parecia se retorcer de nervosismo, estava com um pouco de vontade de vomitar. Essas adrenalinas faziam isso comigo, mas vomitar agora seria totalmente inapropriado. No pé da escada paramos de correr

– Me espere aqui, qualquer coisa eu grito e você corre até lá – Ele confirmou com a cabeça, já que ainda estava ofegante e então eu comecei a subir os degraus, tão conhecidos meus.

Eram apenas dois vãos de escadas até o andar dele. Ao parar diante da porta, notei que saía luz da fresta abaixo dela, ainda estavam acordados, mas não havia som algum sendo produzido ali dentro, senti um pavor instantâneo percorrer o meu corpo. Vamos lá Allie, tente manter a calma. Bati na porta e prendi a respiração.

– O que veio fazer aqui?

Soltei o ar aliviada, na verdade eu queria muito chorar, o tom dele foi muito áspero comigo, mas eu não dei a mínima, ele ainda estava de pé.

– E-eu vim falar com você

Olhei pra ele, ah meu deus, era possível que um ser fosse tão lindo? Ele estava sem camisa, um pouco suado, com o cabelo escondido em um gorro preto e os olhos mais claros do que eu não via a muito tempo. Eu queria pular em seu colo e enche-lo de beijos, respirar o hálito dele, sentir a pele dele colar na minha, mas ele mantinha uma distância razoável para que eu me contivesse.

– Não podia esperar até o amanhecer?

– Não

Ele ficou parado na minha frente alguns instantes, acho que ele estava em dúvida se me deixava entrar ou não. Mas então ele abriu passagem para que eu entrasse.

Olhei em volta em busca de algo que indicasse que ele morreria naquela noite, comprimidos, drogas, ou qualquer coisa, mas não havia nada.

– Brian está dormindo, não faça muito barulho – ele não se importava que o barulho acordasse Brian, mas ele não estava querendo ser informal demais comigo.

– Me desculpe – ele riu um pouco sádico, e mantinha um dos punhos fechados, mas eu continuei – Eu sei que eu te decepcionei e que olhando do jeito que você viu as coisas realmente parece bem pior, mas Jimmy a promessa que eu pedi que fizesse não tem nada a ver com o fato de eu ir embora, e eu e o Sam...

– Não estou afim de saber da sua relação com o garoto, não me diz respeito. Olha Allie, eu pensei um pouco e acho que entendo tudo que aconteceu entre a gente até aqui. No seu lugar acho que faria a mesma coisa, não vale a pena se prender a um cara como eu

– Jimmy não...

– Não diga que é mentira. Tudo ao meu redor está desmoronando e você só ficou aqui por que eu insisti.

– Eu fiquei porque eu quis

Ele caminhou com calma até a geladeira e pegou uma 40’

– Vou simplificar as coisas pra você Alison – Ele abriu a tampa da garrafa na quina do balcão – Eu não quero que você fique aqui. Eu quero que vá embora.

– Jimmy me escuta, eu não vou embora por que eu quero, eu não tenho opção, se eu pudesse eu juro que ficava aqui com você pra sempre – Ele revirou os olhos impaciente – As coisas não precisam ser assim. Eu amo você.

– Não se preocupe, eu ainda mantenho a promessa que fiz. Agora eu preciso que suma daqui o mais rápido que puder, nós dois morreremos se você ficar.

Naquela fração de segundo eu percebi um pequeno detalhe que me escapou aos olhos. A mão dele não se mantinha fechada por que ele estava com raiva ou querendo esmurrar algo, estava fechada por que havia algo nela. Não levou mais do um segundo e meio para que ele jogasse as pequenas peças na boca e as engolisse com um largo gole da cerveja.

– NÃO! NÃO NÃO NÃO! – Corri até ele já com os olhos cheios de lágrimas e esmurrei seu peito – COSPE! AGORA PELO AMOR DE DEUS

– Ficou maluca?

– Vem comigo, agora James – eu puxei seu braço tentando levá-lo para longe dali, mas ele não moveu um músculo sequer. Caí de joelhos no chão ainda segurando sua mão e chorando com todas as forças dos meus pulmões – Por favor, vem!

Ele ajoelhou também, ficando na mesma altura que eu

– O que aconteceu?

O abracei com força e dei um beijo desesperado em seus lábios, enquanto isso levantei e tentei arrastá-lo para fora do apartamento ele tinha que ir ao médico o quanto antes. Quanto tempo levaria para que os remédios fizessem efeito?

Eu tive a resposta dessa ultima pergunta em poucos segundos.

Ele fez uma careta de dor e aos poucos o corpo dele amoleceu no meu colo, teria caído no chão se eu não o segurasse, e então eu gritei, gritei com toda a força dos meus pulmões enquanto chorava desesperada, meu peito doía, eu não fazia idéia do que fazer. Gritei por Sam e logo ele apareceu na porta com o celular já no ouvido chamando por socorro. Brian também acordou e correu trôpego até a sala, ao ver Jimmy caído sobre o meu colo ele automaticamente deve ter imaginado o que acontecera, pois correu até mim e me afastou de Jimmy.

– Deixe ele respirar – a voz dele saiu trêmula, seu rosto estava repleto de medo – Oh meu deus, hey bro, acorda, levanta por favor. Ah caralho!

Eu não consegui mexer um músculo sequer, continuava chamando pelo nome dele enquanto soluçava e tremia de tanto chorar. Um par de braços gentis me afastou do corpo inerte de Jimmy

– Fique calma, a ambulância está vindo

– Ele não pode morrer, não pode! Eu morro se ele morrer outra vez!

O corpo de Jimmy então foi tomado por uma série de intensos espasmos, estava tendo uma convulsão por causa dos remédios, aquilo era demais pra mim. Sam viu que eu estava abalada demais e virou meu rosto para que eu não visse Jimmy naquele estado.

– Ele vai ficar bem, fique calma.

Foi a ultima coisa que eu ouvi antes de também desfalecer.

Let it burn, under my skin, let it burn


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Notas finais do capítulo

Allie q burra vc, volta no tempo pra slvar o carinha e desmaia na hora H