Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 1
Viagem


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de dizer apenas umas poucas palavras, não é nada demais, só algumas explicações.
Essa fanfic é totalmente dedicada ao grande amor da minha vida, Jimmy meu lindo, essa é mais uma pra você. Eu ia postar ela só dia 28, tenho sonhado com ela ha dois meses atras, mas por causa de um imprevisto vou ter que postar agora, então ela já é a minha homenagem aos 2 anos do falecimento dele.
No genero da fic tem 'Ficção Cientifica' apenas por um pequeno detalhe que infelizmente nossa tecnologia ainda não foi capaz de realizar, só por isso.
Espero que gostem e Feliz natal pra vocês.



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O dia 28 de dezembro de 2009 foi o dia em que todo o sentido da minha vida foi jogado ao vento. O falecimento de James Owen Sullivan, baterista da banda de metalcore Avenged Sevenfold, pegou de surpresa todos os fãs, aliás, pegou de surpresa todo o mundo do rock.

Lembro exatamente de estar jogada no sofá comendo um Taco recheado com muito chilli quando a notícia interrompeu o clipe que passava na MTV. Morto. O melhor baterista do universo, pelo menos na minha humilde opinião, estava morto.

O que você faz quando o seu integrante preferido, da sua banda preferida, aquele com que você estava acostumada a sonhar todos os dias em ao menos aproximar-se alguns centímetros e vê-lo de perto, abraçá-lo, ouvir sua voz ou até mesmo sentir seu toque pelo menos uma única vez, aquele em quem você cansou de usar como inspiração para fazer algo que você sozinha jamais teria coragem, que você brinca imitando tentando absorver nem que seja um pouco de sua essência numa tentativa de ser especial através dele, o que você faz quando ele morre?

O que você faz quando uma noticia de 5 minutos cai feito uma bomba dentro do seu coração, jogando na sua cara a mais triste realidade da vida, jogando na sua cara a morte. Você se pega pensando que nunca mais terá a oportunidade de vê-lo, ou no meu caso sequer conhecê-lo pessoalmente. Sim, eu nunca consegui me aproximar, era sempre atropelada pelos fãs mais atléticos, mais rápidos, mais influentes, ou mais ricos que conseguiam acesso aos camarins e tinham a sorte de ter contato pessoal com ele. Em palavras bem chulas, foi como ser atropelada pelo vagão de um trem, ou arder na chama mais incandescente que queima aos poucos e ferozmente, foi como a mais perversa das torturas, agonizante. Haviam roubado todo o meu chão, toda a minha esperança.

Sou Alison Wade, natural de Madison, capital do estado de Wisconsin, carrego 25 anos de idade nas costas e tenho um deathbat batendo suas asas no lugar do meu coração. Sou uma pobre fã lunática, apaixonada, compulsiva e retardada da banda californiana de metalcore Avenged Sevenfold, como você já deve ter constatado lendo o começo da história. Depois que The Reverend Tholomew Plague faleceu dois pensamentos se passaram pela minha cabeça. O primeiro e mais dramático foi o “EU VOU JUNTO!”, que é claro que não deu certo, eu tenho medo de morrer cara e jamais levaria um suicídio a diante. Mas como eu faria para conter esse vazio tão grande que o falecimento dele estava causando dentro do meu peito? Foi ai que o segundo pensamento surgiu, o totalmente sem nexo, louco, imbecil e estúpido “EU VOU TRAZÊ-LO DE VOLTA”.

Eu não sabia como eu faria isso, só sabia que eu daria um jeito de trazê-lo de volta a vida. Idiota? É claro que é idiota. Nenhuma pessoa em sã consciência acredita em ressuscitar os mortos, mas eu nunca disse que regulava bem. Antes que você comece a se perguntar, não, eu não fiz nenhuma bruxaria, não costurei boca de sapo e nem arranquei os olhos de uma cabra, na verdade eu usei a ciência. A mais pura e genuína ciência aquela lá que faz você tomar bomba no boletim, aquela de Einsten, Newton, Galileu e companhia.

Cheguei à conclusão de que ressuscitá-lo era totalmente impossível, a não ser para Jesus Cristo, não sei se você é cristão, ou se você acredita em milagres, na verdade não me importa, até porque isso não tem nada a ver com o que eu estou tentando dizer.

Como eu não podia trazê-lo de volta a vida, decidi que teria que impedi-lo de morrer - eu disse que era loucura, não faça essa cara – e para isso eu teria que construir algo que fosse capaz de realizar isso.

Meu melhor amigo, Maximillian Turner, ou simplesmente Max, pra minha sorte, além de um avenger do caralho, também tinha em seu currículo o peso de um diploma da faculdade de Yale e é um dos maiores cientistas que eu já tive o prazer de conhecer.

A princípio, ele riu na minha cara, aliás, ele riu durante várias semanas, disse que minha ideia era absurda, impossível e totalmente doentia, no fundo ela realmente era, mas com um pouco de insistência da minha parte e algumas pesquisas que eu julguei que pudesse interessá-lo ele começou a considerar minha ideia um pouco menos absurda.

E então estávamos jogando nossas fichas no impossível, desafiando os céticos, as leis da física, da lógica e de toda a realidade para que eu pudesse voltar no tempo e salvá-lo.

Hoje, dia 12 de setembro de 2013, Max terminou o que a princípio não passava de uma ideia maluca, enfim estava pronto o nosso mecanismo de transposição de ondas temporais, e eu é quem irei testá-lo.

– Está pronta Allie?

Eu encarava o espelho perdida em meus pensamentos, olhando meus cabelos negros e ondulados caindo sobre a minha testa desbotada, quando Max me chamou, olhei para ele, tinha os olhos azuis rodeados de olheiras escurecidas e a expressão abatida mostrava que ele se mantinha em pé graças aos litros de café que ele tomara nas últimas duas noites em claro. O cabelo castanho claro desgrenhado para todas as direções também insinuavam sua inquietação para que tudo estivesse realmente dando certo, mas eu sabia que atrás daquele cansaço ele estava radiante de felicidade.

– Acho que sim Max, mas estou um pouco nervosa

– Todos nós estamos Allie, mas essa é a nossa chance de entrar para a história

– E de salvar o melhor baterista do mundo, não esqueça

– É claro, essa é a nossa causa número um – ele deu uma piscadela para mim – Agora vamos garota, tenho muitas instruções para lhe dar

Max me empurrou pelos ombros fazendo com que eu andasse em direção à sala em que a máquina estava. Minhas pernas tremiam mais que vibrador de sex shop, mas meu desejo de poder salvar o Jimmy vencia isso.

– Allie, antes de qualquer coisa quero que você me ouça – balancei a cabeça sinalizando pra que ele prosseguisse – Você se lembra bem do que o Avenged Sevenfold estava fazendo no ano de 2009, certo?

– Lembro

– Pode me dizer do que você se lembra do segundo semestre?

Comecei a pescar na memória, no segundo semestre acho que os caras estavam de férias, provavelmente trabalhando nas letras do Nightmare, ou pelo menos em algumas poucas, já que a maioria foi escrita depois da morte do Jimmy. Por um instante pensei no que aconteceria se o Jimmy sobrevivesse, o que aconteceria com o álbum que emplacou na Billboard? Deixei pra pensar nisso depois, contei a maioria das coisas que eu sabia a Max, que ouviu pacientemente e até incluiu algumas das memórias dele, por fim ele chegou ao ponto em que queria.

– Allie, eu sei o quanto você gosta do Rev, acho que você é fã número um dele, lembra de quando você QUASE conseguiu chegar perto dele? Meus ombros doeram por duas semanas pra te levantar até a multidão em que ele estava, foi por pouco que você não conseguiu né? – Ele pegou minhas mãos, meus olhos já estavam cheios de lágrimas, o Jimmy era o meu ídolo, e Max sabia o quanto eu o amava, se ele não soubesse disso talvez nunca tivesse levado toda essa loucura de voltar no tempo a diante – Mas o caso é que você vai ser uma intrusa na vida dele, na história original você não participa

– Aonde você quer chegar?

– Em 2009 o Jimmy está namorando a Leana, você se lembra dela?

Franzi o cenho, eu como uma boa tiete ciumenta, detestava a Leana, ainda mais por que depois da morte dele ela arranjou outro namorado em pouquíssimo tempo, eu tinha quase certeza de que ela o traia, vê se pode? Ela não o merecia, se eu fosse a viúva do Jimmy teria passado o resto da minha vida de luto, com um véu preto escondendo meu olhos da sociedade, exagero? Um pouco.

– É, tenho uma vaga lembrança sim – eu falei um pouco emburrada, ele sorriu

– Pelo amor de deus Alison – ele carregou na pronuncia do meu nome – Não coloque seus interesses pessoais na frente disso ok? Não interfira mais do que o necessário!

Eu revirei os olhos

– Okay, mas pra que isso tudo?

Ele apertou um pouco mais a minha mão e me olhou nos olhos

– Eu não sei ao certo o que pode acontecer se as coisas se alterarem demais Allie, tente se conter, okay?

– Tudo bem Max, já entendi. E como eu faço pra voltar?

– Eu já ia chegar aí – ele puxou algo do bolso, semelhante a um pequeno controle e me entregou – quando quiser voltar, se deite, aperte isso e feche os olhos, você vai cair em um sono profundo enquanto volta pra cá, mas preste atenção, porque vai ter uma hora exata pra você fazer isso.

– Que hora?

Ele abriu um sorriso

– Quanto tempo pretende passar lá?

– Não sei, sempre quis ter a oportunidade de vê-lo de perto, será que cinco meses é muito?

– Não para uma fã obcecada com saudade. Posso programar a sua volta para a meia noite do dia 31 de dezembro?

– Por mim tudo bem

– Okay, acho que agora chegou a hora de você ir, vai chegar lá dia 31 de julho, no aniversário do...

– SHADOWS! – Eu soltei um grito eufórico

– Exatamente, mas ainda temos um problema, você vai ter que descobrir onde eles estão nesse dia, fiz um mapa de Huntington Beach pra você com alguns lugares circulados, a maioria eu tirei do All Excess, eles falam bastante sobre o bar do Johnny e o velho lugar no Central Park de Huntington Beach

– Eu sei

– Ótimo. Leve isso com você, agora vem aqui – ele me abraçou e depositou um beijo em minha testa – Cuidado viu sua marrenta? Sem se meter em confusões e vamos torcer pra você não chegar fatiada em presuntos lá

Senti um frio na espinha

– Oh meu deus!

– Estou brincando, não vai acontecer nada demais com você, um mal estar da viagem talvez, só isso

Ele apertou no abraço mais uma vez e depois me soltou, indicando um local para deitar, semelhante a uma cabine de tomografia. Eu deitei e abracei a mochila junto a mim. Dei um aceno rápido para Max e toda a equipe, logo uma nuvem turva tomou conta da cabine e então senti meu corpo desfalecer.



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