A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 31
Capítulo 30 - Paraíso


Notas iniciais do capítulo

Adoradoras do Elijah, vão começar a adorar menos. Ou não. kkkk



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Pisquei os olhos. O ônibus estava claro. O sol atravessava a película, aquecendo o ambiente. Olhei em volta. O ônibus estava vazio.

-Olá? – Chamei assustada. – Alguém?

Ouvi passos na escada de metal. A cabeça de Elijah espreitou pelo buraco.

-Nessie! Você PRECISA ver ISSO!

Disse, mais animado do que eu já o tinha visto em toda a minha vida na Casa de Klaus. Levantei e corri na direção dos degraus, estendendo a mão para ele. Ele me guiou pela mão e tapou meus olhos por trás quando chegamos perto da porta.

-Pronta? Um, dois, três!

Ele tirou as mãos do meu rosto, pousando-as em meu ombro e eu não acreditei no que via.

O lugar mais lindo, ensolarado, verdejante e azul se abria a minha frente. As coníferas se abriam por colinas e mais colinas de grama e flores coloridas. Rochas abrigavam um córrego que se abria e afundava por quilômetros e quilômetros de água doce. O Sol fazia a água brilhar.

-É... É inacreditável!

Eu disse, maravilhada.

-É, não é?

Concordou Elijah, sorrindo e cruzando os braços sobre meus ombros.

-Crianças, bem vindos ao Platoro Reservoir!

Todos olhamos para a figura que vinha na nossa direção. Klaus vinha logo atrás dele, brilhando ao sol. O homem a sua frente era um militar, de uma patente mediana. Ele tirou o quepe, exibindo os escuros cabelos encaracolados.

-Aproveitem nosso recanto do paraíso. O Parque Nacional do Rio Grande está sob o cuidado dos militares. Qualquer problema, nosso quartel é daquele lado.

Disse, apontando. “Compelido?”, Perguntei a Elijah através do contato. Ele fez que sim. O homem bateu continência e se foi. O silêncio foi mortal. Ninguém sabia o que fazer. Não sabíamos o que estávamos fazendo ali e o que Klaus planejava para nós ali.

-O que estão esperando? – Perguntou Klaus, sorrindo. – Vão se divertir!


-Não estou muito certa sobre isso...

Eu disse, olhando para todo mundo lá embaixo, na água. A corda jazia, áspera, em minhas mãos.

-Vamos Nessie! – Chamou Elijah da margem. Ele se recusava a entrar na água, por alguma razão desconhecida. – Você vai gostar!

-Porque você não pula comigo?

Pedi, desesperada. Ele só fez que não. Não entendi se ele queria dizer que não, ou se tinha pena de mim. Ok, eu estava apreensiva. Apesar de ver todos os meus amigos pularem de cima daquela rocha de 15 metros de altura e ver que era perfeitamente seguro, ainda estava temerosa. Troquei a corda de mãos, desconfortável com o jeito que ela fazia-as pinicar. Elijah encorajou os outros a chamarem meu nome, me encorajando a pular. Engoli em seco e dei um passo atrás, pronta para pular. Estava no meio de uma respiração funda, quando fui empurrada.

-Demorou demais!

Gritou Vicki Donovan, me empurrando para o lado e roubando a corda das minhas mãos e pulando. Tentei me recuperar do empurrão, mas não consegui. Escorreguei na água que pingara do corpo de Vicki na pedra. E quando vi estava em queda livre em direção à água. Todo o ar escapou do me corpo. Fechei os olhos e apertei meu corpo em uma bola. O contato com a água foi inesperado e doloroso, arrancando um gemido que me fez engolir água. Milhares de bolhinhas explodiram ao meu redor. Tentei subir a superfície, mas tudo o que encontrava eram pedras e mais pedras. Onde ficava o lado de cima mesmo?

Finalmente subi a tona, tateando as cegas até a margem, cuspindo água e tentando ficar de pé nas pedras.

-Nessie! – Chamou Elijah, surgindo a minha frente e meu puxando para a margem. Ele segurou meus ombros e me ajudou a me firmar sentada na margem lamacenta. Ele tirou o cabelo molhado da frente dos meus olhos com os polegares. – Você está bem? Se machucou?

Observei-o por um segundo, curiosa por ele não ter simplesmente se jogado na água ao resgate. Isso soava como algo que ele faria.

-Se um ataque cardíaco conta...

Brinquei. Ele riu.

-E foi divertido?

Sorri.

-Foi MUITO divertido!


-Bata as pernas, Liz.

Disse a ela, segurando suas costas.

-Não me solte!

Disse, apavorada, cravando as unhas em meu ombro. Ainda sustentando seu tronco, soltei suas pernas e tirei-lhe o cabelo dos olhos com a mão livre.

-Eu não vou te soltar. Confie em mim.

Ela fez que sim e relaxou um pouco a pressão das unhas.

-Levante o quadril... Isso, agora relaxe. Você foi feita para boiar. – Ela soltou o ar e fechou os olhos. Lancei um olhar a Elijah, na margem. Quando percebeu que eu estava olhando, desviou o olhar da água e sorriu, fazendo um sinal de positivo com o polegar. Sorri de volta. – Posso te soltar? – As unhas pequenas de Lizzie voltaram a apertar meu ombro em resposta. – Ai, ai, entendi, não vou soltar... Ai!

O tempo passou. O Sol começou a descer do topo do céu. Ele iluminou as feições angelicais de Lizzie e seus cabelos dourados abaixo d’água, e ela finalmente pareceu começar a se divertir e foi lentamente se soltando do meu ombro. Tirei os braços lentamente de baixo dela e fui andando para trás. Saí da água e sentei ao lado de Elijah. Ele passou uma toalha quente do Sol por cima dos meus ombros.

-Lizzie!

Chamei. Ela piscou os olhos e olhou em volta atrás de mim.

-Nessie! Eu estou... Boiando!

-Muito bem Flor-de-Liz!

Elogiou Elijah.

-Estou boiando!

Gritou, sorrindo, exultante.


-Você está tão linda agora...

Disse Elijah, sorrindo. Estávamos aninhados na grama, sob o pôr-do-sol avermelhados sob nossas cabeças. Nossas peles reluziam levemente, e estávamos exaustos. Todos estávamos nos divertindo às forras. Elijah jogara vôlei o dia todo com os garotos, e eu nadara o dia todo com Lizzie nas costas. Brincamos de Marco-Polo, de pega-pega aquático, briga de galo e todas as outras coisas que ela nunca tinha a chance de brincar na casa. Era quase impossível de acreditar que Klaus tivesse nos trazido ali... Aquele lugar era como um sonho louco.

-Eu queria que esse dia nunca acabasse... O sol, o lago...

-Você... Realmente perfeito.

Ele concordou. E com minha experiência, eu devia saber que aquilo não ia durar. Não para mim.


O dia seguinte tornou a amanhecer claro e ensolarado como o anterior. O Sol tornava quase impossível permanecer na barraca por muito tempo. Levantei-me, saindo da barraca, me espreguiçando. Lizzie já estava lá fora, quase roxa, tentando ao máximo encher uma bóia colorida.

-Que bóia é essa?

-O moço militar me deu.

Disse, voltando a soprar na abertura.

-Ele te deu é?

Ela fez que sim, soprando até ficar sem ar, não fazendo a menor alteração no volume do plástico. Sentei-me ao lado dela no tronco em que sentamos na noite passada ao redor da fogueira – que agora não passava de restos mortais. Peguei delicadamente a boia de suas mãos e soltei o lacre de silicone que impedia o ar de entrar. Ela escondeu o rosto entre a mãos, rindo, envergonhada.

-Eu pedi e ele me deu.

Explicou entre risinhos, enquanto eu limpava sua saliva e enchia o brinquedo para ela. Suspirei.

-Você o compeliu? – Ela abriu a boca em um perfeito ‘O’ como se sentisse ultrajada por ser acusada de tal coisa. Ela pousou a mão sobre o peito, perguntando se era com ela, e fez que não efusivamente. Revirei os olhos – Lizzie... Você nem ao menos precisa mais dessa boia.

-Mas não é para mim! É para Elijah...

-Elijah? – Ri – Eu acho que ele é bem grandinho para usar boias.

Ela fez que não efusivamente.

-Ele tem medo de água. Acho que não sabe nadar. Eu só queria ajudar...

Eu terminei de encher a boia e a tampei, pensativa. Pensando bem, Elijah não parecia mesmo ter a menor intenção de chegar perto da água. Mesmo quando caí ele não se atreveu a se molhar. Muito estranho...

-Vá brincar Lizzie. – Disse, entregando a boia a ela. – Eu falo com ele.


-Ei, achei que estivesse no lago.

Disse Elijah, quando entrei em sua tenda aberta. Ela realmente vinha a calhar em um calo daqueles.

-Pensei em te esperar.

Ele sorriu e fez que não, desviando os olhos para algo que procurava dentro da mochila.

-Ah não... Não vou entrar na água hoje.

Disse, mexendo em sua mochila distraidamente. Ele não levantou os olhos. Respirei fundo. Lizzie tinha razão. Tinha medo de água.

-Você sabia que até Lizzie percebeu? Ela foi até o quartel buscar uma boia colorida para você.

Ele respirou fundo e finalmente desviou os olhos da mochila e olhou nos meus olhos.

-Eu não... Eu não posso.

-Por quê? - Ele desviou o olhar para as mãos, deixando a mochila de lado. – Você não precisa ter vergonha de mim Elijah. Sou só eu.

Ele suspirou, torturado. Peguei a mão dele e ele brincou com meus dedos, distraindo-se como se fosse conseguir evitar a conversa apenas trazendo minha atenção a outro lugar.

-Quando... Quando eu era pequeno... Klaus... Ele gostava ainda menos de mim do que agora. Ele... – Ele respirou fundo. – Ele tentou me afogar. E desde então não consigo entrar na água. Quero dizer... Posso tomar banho no chuveiro. Mas se a água começa a subir dos meus tornozelos... Eu não... Eu não posso, eu não consigo... É como se... Eu tivesse corrido uma maratona... Meu coração acelera, não consigo respirar, começo a tremer e não posso mexer meus dedos... Sou um medroso completo.

-Isso não é medo Elijah. É uma fobia. Não é algo que você pode controlar.

Ele deu de ombros.

-Não importa do que é chamado. Eu nunca vou me livrar disso. É uma parte de mim.

-Auto piedade não combina com você. E eu não vou deixar você se submeter a Klaus assim. Ele não pode mudar quem você é!

-E se eu for assim?! Quebrado desse jeito?! Já pensou nisso?!

-Eu só... Queria ajudar...

-Mas eu não quero sua ajuda! Não vou entrar naquela água, de jeito nenhum!

Disse, antes de trovejar para fora da barraca. Pisquei os olhos atônita. Como ele mudara tão rápido? Um segundo estávamos tendo uma conversa, e no outro, eu estava sozinha e ofendida como o cão. Ah, mas aquela história não ia acabar daquele jeito....


Quando a noite caiu, Luka e Bonnie acenderam a fogueira novamente. Greta não estava a vista. O fogo atraiu a todos, secos e molhados. Logan e sua fiel caneta voando pelo caderno, ao lado de Nahuel, Tyler, Luka, Matt, Caroline, Elena, Bonnie, Jenna, Alaric, Isobel – Que olhava o ex-namorado com tristeza -, John – que parecia bem incomodado com isso – Miles, Meredith, Stefan, Damon, Katherine, Jeremy, Vicki, eu e Lizzie. Éramos uma grande família quase feliz.

Scott jogou um pacote de salsichas em frente de cada um, um pacote de salsichas e um pacote tamanho família de palitos de churrasco. Ele logo voltou com os dentes cravados em um saco de sangue e deixou uma caixa térmica azul cheia deles entre Damon e Katherine.

-Se esbaldem.

Enquanto Lizzie e eu espetávamos nossas salsichas nos palitos, famintas, Elijah sentou ao meu lado, entre eu e ela.

-Hei.

Ele disse baixinho, como uma criança que havia feito algo errado.

-Hei. Você sumiu.

Sussurrei, magoada.

-Eu sei. – Ele responde desviando os olhos. Ele espetou uma salsicha em um palito distraidamente e a colocou no fogo. O silêncio ficou desconfortável entre nós. Nem Lizzie disse nada. Mas surpreendentemente, decidimos quebrar o silêncio ao mesmo tempo. – Me desc...

-Ulpe. O que?

-O que?

Nós trocamos um olhar e rimos.

-Fala primeiro.

Eu disse, reprimindo o riso. Ele suspirou, reprimindo um sorriso, aliviado que o clima mudara.

-Desculpe por mais cedo. Eu só... Não queria falar nisso.

-Não, me desculpe também. Eu devia saber que era algo complicado para você.

Ele deu de ombros.

-Tudo bem.

Sorri.

-Tudo bem.


-Ei – Chamei-o. Ele desviou o olhar assustado da água – Estou com você, certo?

Ele fez que sim, fechando os olhos. Estávamos no pequeno lago escondido entre as árvores onde eu estava ensinando Lizzie a boiar. Era afastado do acampamento e da lagoa principal, sendo assim, longe de olhares curiosos. Puxei sua mão comigo nos primeiros paços até a margem. Pude vê-lo se arrepiar quando a água tocou-lhe os pés, mesmo a temperatura estando agradável. Tentei puxá-lo mais adiante, mas seus músculos se congelaram, recusando-se a sair do lugar.


Elijah

Klaus estava furioso. Mais uma busca infrutífera por Rebekka. Eu bem dissera a ele. Dissera que jamais a encontraria. Mas ele apenas me batera e mandara me calar. Agora ele via a verdade em minhas palavras e isso o irritava. Parecia ter um gosto amargo. Ele chutou um dos móveis do quarto da pequena pousada transformada no meu cativeiro, quebrando a cômoda em pedaços.

-É tudo sua culpa! – Rosnou, quase espumando pela boca – É TUDO SUA CULPA! LEVOU ANGELA E AGORA REBEKKA! ELAS SE FORAM E VOCÊ CONTINUA!!! PORQUE?! O QUE FOI QUE EU FIZ PARA VOCÊ?!

Baixei os olhos para as minhas mãos e funguei.

-Elijah ama papai.

Respondi baixinho. Klaus riu sarcasticamente e chutou as lascas de madeira do que já fora um móvel.

-E o que eu faço com o SEU amor?! É inútil!

Lágrimas de criança correram pelo meu rosto rechonchudo.

-Elijah quer ser útil.

-Se querer fosse poder, Angela estaria viva e você não!

Levantei os olhos ao ouvir o nome da minha mãe.

-E onde ela está?

-MORTA GAROTO! – Gritou Klaus, aproximando seu rosto de mim onde eu estava encolhido contra a parede. – Você a matou!

-Morta? – Perguntei, como sempre fazia ao ouvir essa palavra – Não.

Disse, fazendo que não com a cabeça. Klaus se enfureceu e rosnou, agarrando-me pela mão. Sua mão apertava meu pulso mais forte do que uma algema de ferro, ferindo minha pele macia. Ele arrastou-me até o quarto de vestir do quarto. Uma banheira de água já gelada e suja estava lá, como um caixão cheio d’água. Klaus levantou-me pelo cabelo e colocou-me na água que arrepiou meu corpo todo. Nevava lá fora e todos os braseiros do cômodo já haviam se apagado. O vampiro Original pousou a mãozorra sobre minha cabeça, empurrando-me e segurando-me embaixo d’água.

Me debati, sem ar, tentando alcançar sua mão e de algum modo fazê-la me soltar, mas ela nem vacilava. Gritar não fazia efeito. Só me levava para mais perto da morte. Fechei os olhos que ardiam com a sujeira e esperei.

-Klaus – Ouvi uma voz distante. Desejei com todas as forças que me restavam que fosse Rebekka e que aplacasse a fúria de Klaus. Ele me soltou e eu subi à superfície, tossindo e vomitando a água suja que engolira respirando. – Pegue o menino. O barco para a Itália sai em alguns minutos.

Klaus olhou-me de cima, sorrindo diabolicamente.

-Espero que saiba nadar.

–Elijah? Elijah?

Chamava Nessie, de volta ao presente.

-Não consigo.

Disse, com os dentes rangendo de tão travados. Minha mão encontrou seu braço e o apertou, procurando algo para se apoiar. Ela apertou meu braço de volta com firmeza.

-Consegue sim. - Devagar, com a mão em concha, ela começou a pingar a água sobre meus ombros. – Você está seguro comigo.

Assegurou-me, enquanto a água escorria pelas minhas costas. Eu me recusava a fazer qualquer movimento. Meu corpo continuava se lembrando do frio. Klaus me carregara nos ombros frios naquela noite até o navio. Ventava e nevava, e eu continuava molhado. No navio fora um pouco melhor, mas não muito. Eu nunca me sentia realmente seco lá.

-Abra os olhos. - Ela pediu. Com esforço, fiz minhas pálpebras se moverem. – Olhe para mim – Disse, tocando meu rosto com a mão molhada. A mão estava quente em contato com minha bochecha gelada. – Como se sente?

-Com frio.

Sussurrei.

-Isso é psicológico. Se concentre. Estão 30° hoje!

Fiz que sim e respirei fundo. “Passou. Passou. O passado ficou para trás. Volterra ficou para trás. Rebekka ficou para trás. Até a Casa ficou para trás. Agora são só você, Nessie e Lizzie. Você pode confiar agora. Você pode viver agora. Você pode respirar agora.”

–Está melhor.

Eu disse, ainda congelado no lugar. Ela sorriu, ficando na ponta dos pés e passando o braço molhado pelo meu pescoço, alcançando meus lábios de uma forma cândida. Nem isso me encorajou a me mexer.

-Quer parar?

Fiz que sim, derrotado.

-Sem problemas. Podemos tentar de novo amanhã.

Nessie

-Como se sente?

Perguntei quando saímos do lago. Ele parecia meio estático, sem saber o que dizer. Não parecia ter gostado de todo, mas tampouco odiado.

-Bem. Mas eu realmente preciso me secar agora.

Respondeu, com um fiapo de voz assustada. Peguei as toalhas que haviam ficado no sol, e coloquei sobre seus ombros nus. Ele fechou os olhos, suspirando com o calor do tecido. Ao que parecia, o trauma que Elijah tinha de água, se relacionava de algum jeito com o frio, e eu evitava pensar no porque.

-Você foi ótimo.

Elogiei, secando-me com a outra toalha. Elijah fez que sim, sorrindo de leve. Baixei-me para recolher meu roupão e quando me endireitei, já vestindo o roupão, Elijah havia desaparecido entre as árvores.

-Elijah?

Chamei, olhando entre os troncos. Nada.


Voltei ao acampamento. Bonnie, Elena, Meredith, Miles, Jeremy e uma menina tímida chamada Anna a quem eu raramente via, mesmo no ônibus, jogavam pôquer em uma mesa de montar. Lizzie conversava com o militar que nos mostrara o parque. Mas nem sinal de Elijah. Pendurei as toalhas no varal repleto de roupas de banho e entrei na tenda de Elijah, à sua procura. Apesar do tempo lá fora, ele vestia um casaco fofo e estava enfiado até o queixo no saco de dormir. Me ajoelhei ao lado dele, abrindo o zíper do saco.

-Elijah, saia daí. Vai ter uma hipertermia...

Seus dedos brigaram com os meus pelo zíper, mas ele venceu, elevando-o até acima da cabeça.

-Elijah... Você foi tão bem... – Ele não respondeu. Baixei os olhos e mordi o lábio inferior. – Está bem então. Cozinhe aí dentro. Quer saber? Eu não me importo! Eu fui super compreensiva e tudo. Eu sempre sou aliás, mesmo quando você não quer me dizer que merda aconteceu na sua vida para você querer tanto ferrar a minha tentando te ajudar. Você não coopera comigo. E fica difícil continuar empurrando de um lado, sem você para puxar do outro!

Eu disse, furiosa, me levantando e deixando a tenda.



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Notas finais do capítulo

Quero ver TODO MUNDO em ORIGINALS!