Chegou na Casa de Escorpião todo molhado. Entrou para o quarto onde viu o amigo sentado, em uma cadeira, do lado do corpo branco sobre a cama.

Quando Miro avistou o amigo levantou-se.

- O que esta acontecendo Kamus, o que houve com ela? – Perguntou.

Kamus não respondeu. Chegou perto de Calipso que continuava adormecida, imóvel e passou a lama em seus ferimentos.

Ambos ficaram espantados ao ver os ferimentos fecharem tão rápido. Calipso abria os olhos com calma. Kamus a ajudou a se sentar.

- O que esta acontecendo, Kamus? Quem é essa moça? – Indagou Miro.

- É uma Oceanide – Disse alguém da porta fazendo com que os três presentes dirigissem sua atenção para ele.

- Shaka! – Kamus sorria. Seria ingenuidade de mais achar q tinha enganado o homem mais próximo de Deus, com aquela conversa toda.

- Oceanide?! – Miro espantou-se – Você trouxe uma Oceanide para cá e não me disse nada?! – Disse virando-se para Kamus uma tanto irritado.

Shaka passa entre os dois e pega na cadeira que outra hora Miro estava sentado, e coloca de frente para a ninfa.

- Quem você veio procurar? – Perguntou calmamente.

- Saga – Kamus interrompeu.

- Por isso Saga estava daquele jeito?!...mas porque? – Miro, perguntou depois de prestar atenção a conversa.

- Hum Hum! – Kamus apenas acenou para Miro.

- Devíamos chamá-lo aqui para nos ajudar – Shaka falava sem tirar os olhos de Calipso - a final é por causa dele que ela está nessa enrascada.

- Eu vou chamá-lo – Miro disse, vendo que não tinha muito o que fazer ali. Saiu na direcção da casa de Gémeos.

Poderia faze-lo por Cosmo, mas não queria ficar ali, ainda mais porque nenhum dos dois homens queriam lhe responder as milhares de perguntas que tinha em mente.

Pelo menos indo até lá, dava para colocar as ideias em ordens e, tentar por si mesmo perceber o que se passava.

Shaka continuava olhando Calipso. Esta o encarava com um ar indiferente.

- Você sabe porque eles continuam te atacando não é?! – Disse depois de constatar que ninguém quebraria aquele silêncio.

Calipso afirmou com um sinal e, um olhar triste.

- Se ela estiver segura, não preciso de ninguém para ajudar a deter aquelas coisas – Disse Kamus.

- Você não entende… - disse Shaka virando-se para o amigo francês – essas criaturas são feitas de escuridão…feitas por um ser primordial. Nós não podemos tocar-lhes, nossos golpes são inúteis neles.

Kamus se assustou com a forma que Shaka se referia aquelas coisas. Parecia muito certo do que falava. Mas será que aquelas histórias infantis não exageravam um bocado, a final eles eram cavaleiros da Deusa Athena. Nada podia detê-los.

- Temos que seguir a risca o que eu te disser Kamus, ou, ela não voltará mais para seu mundo. – Virando-se para Calipso outra vez – Quantas hipóteses temos ainda?

- Uma – disse desanimada.

- Seu pai não voltará para te buscar se nós falharmos? – Kamus indagou surpreso.

Calipso afirmou com a cabeça.

- Quando ele virá? – Perguntou Shaka.

- Amanhã…a noite – Disse olhando Kamus andando de um lado para o outro irritado.

- Então temos que ser rápidos – Disse Shaka fechando os olhos. – Precisamos de ajuda especial…

- Ajuda especial?! – Kamus irritava-se cada vez mais – Você disse que não podemos tocar-lhes...

- Por isso precisamos de uma ajuda especial – Disse Shaka não se incomodando com a irritação do Cavaleiro de Aquário. – Calipso, eu sei que para combater esses seres, é preciso de um determinado grupo de pessoas que sem saber quem são rodeiam o escolhido. Você sabe quem são essas pessoas?

Calipso balançou negativamente a cabeça, fazendo Shaka suspirar desanimado.

Neste momento a porta do quarto se abriu e Miro entrou juntamente com Saga e Kanon.

- Não sei se fiz bem, mas lhes contei o que eu sabia – Miro, disse receoso olhando para Kamus.

Saga se aproximou cautelosamente de Calipso que permanecia sentada na cama.

- Eu não sei o que você fez comigo – Saga disse fitando-a nos olhos – Mas a tempos venho sentindo algo estranho, a mesma sensação de quando resolvi matar Shion e lhe tomar o lugar de Grande Mestre. Mas agora, depois que te vi, essa sensação passou, estou mais seguro.

Calipso sorriu ao ouvir aquilo. Mas virou atenção para Shaka.

- Temos que ajuda-la a voltar para casa.

- Porque? – Perguntou Kanon.

Kamus com a ajuda de Shaka explicou melhor que era ela e, o que tinha acontecido desde então.

- E como vamos fazer para passar por essas criaturas, se não podemos tocar-lhes? – Miro, perguntou.

Shaka olhou para Calipso.

- Como eu estava dizendo, normalmente, há pessoas que estão próximas a pessoa escolhida que podem ajudar. Não é verdade?! – Perguntou olhando a ninfa.

Calipso apenas assentiu com a cabeça.

- Quem são essas pessoas? – Kamus perguntou afobado.

Continua…