A Dama no Santuário escrita por Danda


Capítulo 12
Capítulo 12




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/18352/chapter/12

 

O jardim parecia ser bem mais confortável para conversar do que a sala, onde Seiya colocava musica, intencionalmente, muito alta.

Aioria e Marin, agora, estavam acompanhados por Shina e Jabu. Estavam distraídos quando um grosso pingo caiu no ombro da Amazona de Águia, chamando a atenção desta, que olhou para cima.

- Não disse que ia chover – Disse sentindo outro pingo cair em sua testa.

Logo vários pingos começaram a cair com velocidade e abundância, fazendo todos correrem para dentro da Casa de Aquário, onde a festa seguia animada. O contrário do clima que se sentia na cozinha.

- Os animais, as vezes só aparentam estar mortos – Dohko disse, sem tirar os olhos de Calipso – Talvez não seja o Mu que devesse chamar por ela…

Os olhares se voltaram para Kamus. Foi a vez de Kamus franzir a testa, olhando alternadamente para todos.

- Anda logo Kamus!!! – Miro, disse impaciente.

- Não sei…

- Não sabe o que?! – Saga disse ríspido – Você é quem tem cuidado dela. Anda logo!

Kamus balançou de leve o corpo, olhando a moça desacordada nos braços de Mu. Este lhe fitava intensamente a espera de uma reação.

- Está esperando o que? – Dohko estava um pouco enervado com a indecisão do Aquariano.

Mu fez menção de se levantar, fazendo Kamus tomar a decisão de se abaixar e segurar a nuca de Calipso. Logo passou o braço pelas costas da moça, trazendo-a para junto de seu corpo, envolvendo-a em um abraço. Miro, abaixou diante do amigo. Olhou os ferimentos na perna de Calipso e, colocou uma das mãos sobre os cortes. Ao ver isso Shura, se pôs do lado do Cavaleiro de Escorpião, fazendo o mesmo que este. Aioros repetiu o gesto, mas do lado de Kamus, colocando as mãos na outra perna da Ninfa.

Mu se colocou do lado de Aioros.

Kamus fechou os olhos enquanto apertava Calipso em seus braços. Flashes de tudo que havia acontecido em sua vida desde aquele trágico incidente, quando voltou para França, passavam rapidamente em sua mente. Mas parou em uma lembrança mais recente. Hyoga veio em sua mente, chorava pela mãe…

Sentiu os companheiros acenderem mais uma vez o cosmo e, também, sentiu que alguém entrava na cozinha naquele momento, mas resolveu não abrir os olhos. Não era isso que importava agora. Franziu a testa ao ver que as lembranças da luta contra Hyoga voltavam com toda a força.

Suspirou, sentindo os olhos se encherem de lágrimas. Sabia que naquele momento, livrar Hyoga de seu sentimentalismo era o melhor a ser feito. Mas sentia-se profundamente incomodado...não magoado com a dor que causara em seu pupilo.

- Sei que a primeira pode ter parecido maldade – Começou quase em um sussurro – Te tirei aquilo que você mais amava, com o intuito de não deixar você vulnerável perante os inimigos, aprendendo a lhe dar com a falta, afastando seus sentimentos. – Os Cavaleiros, de pé, contemplavam a cena com admiração, mas os que estavam a volta de Calipso, mantinham os olhos fechados - Talvez eu estivesse errado. - Kamus disse sem conseguir conter as lágrimas - Talvez a sua grande força esteva ali, nas suas emoções...sentimentos. Sei que devia dizer isso, mais cedo... Me perdoe!?

Kamus sentiu a Ninfa se mexer em seus braços e, soltou-a de vagar, abrindo lentamente os olhos. Miro e os outros fizeram o mesmo, se surpreendendo. Um baixo rumor de alegria começou na cozinha. Calipso estava sentada diante de Kamus, já, sem nenhum corte no corpo.

Sorria para Kamus, com seu ar sempre doce e inocente.

Mas os olhos Kamus mudaram de direção, parando na figura de Hyoga, que estava do lado de Aldebaran. Era nítido que tinha lágrimas nos olhos.

- Ele está chegando – Calipso disse em seu tom de voz baixo, fazendo Kamus voltar a atenção para si.

- Como faremos? – Miro, perguntou, olhando Shion. – Os Teufels ainda estão lá fora…

- Teufels?! – Aioros e Shura indagaram ao mesmo tempo, sem entender nada.

- Criaturas que querem matar as Oceanides…no caso: a Calipso – Miro disse por alto gesticulando displicentemente.

- Não temos tempo – Shion disse chamando a atenção de todos – Felizmente começou a chover. Aioros, Shura, Miro, Shaka e eu vamos na frente – Ordenou autoritário – enquanto vocês – Apontando para Saga e Kanon – Acompanham Calipso, com os outros.

Saga assentiu.

“Que bom que estão todos distraídos lá dentro” – Shura pensou enquanto camonhava olhando para a sala onde todos dançavam.

Se alguém visse a cena que se seguia lá fora acharia ridículo, ou no mínimo estranho. Os cinco Cavaleiros de Ouro, com objectos que adornavam a cozinha da Casa de Aquário: como conchas e facas de cortar pão, na mão e, olhando perigosamente para os lados, caminhado de vagar e com cautela ao redor do lago, na chuva.

Os restantes esperavam na porta da cozinha, do lado de fora.

- Obrigada – Ouviram Calipso dizer, enquanto olhava alternadamente para todos – Obrigada a todos.

Os rapazes apenas sorriram.

Calipso se aproximou de Saga que estava um pouco distante do grupo.

- Seu irmão ira casar com uma aspirante a Amazona – Disse bem baixo, sobre a atenção do Cavaleiro de Gémeo, que enquanto ouvia, desviou o olhar para o irmão, que observava os outros a volta do lago - Aprendiz da Amazona de Cobra. Eles terão dois filhos. - Saga sorriu. – Você verá apenas o primeiro.

O Cavaleiro de Gémeos voltou sua atenção para a Ninfa, ainda sorrindo. Fez um sinal afirmativo com a cabeça, indicando que compreendia. Estranhamente não se sentia triste. O facto de Kanon ficar bem e ter aquilo que queria lhe trasmitia paz e alegria e, pelo menos teria chance que presenciar este momento, nem que fosse só um pouco.

Calipso sorriu.

- Vamos – Ouviram Kamus dizer, se aproximando de Calipso.

Na frente partiu Aldebaran, em seguida, Kanon, Saga, Hyoga, Dohko e Kamus que abraçava Calipso no intuito de protege-la e dar coragem.

Caminharam com pressa até o lago, onde os Cavaleiros se dispuseram, do lado do lago que dava para a Casa de Aquário. Não era conveniente, as pessoas verem o que se passava. O que por sorte, estavam muito distraidíssimas vendo alguém dançar uma música maluca no centro da sala.

Kamus, já se encontrava parado, de frente para Calipso. Esta estava de costas para os outros cavaleiros, que olhavam para dentro da Casa.

Kamus, se perguntava se Oceano demoraria muito.

- “Se os Teufels atacarem, não sei se conseguiremos os deter”. - Parou de pensar nisso, quando viu o olhar de Calipso parar em algo atrás de si, mudando a expressão do rosto para pânico.

Virou lentamente, para o lado do jardim. Mesmo a sua frente estava aquele lobo negro, de olhos vermelho e presas aterradoras, rosnando e ameaçando avançar.

- Preparem-se – Shion disse voltando-se para o lado onde estava o lobo, sendo acompanhado pelos outros. – Ainda não se mexam. Se ele avança atacamos juntos.

Mesmo com todas aquelas pessoas o animal não se intimidava, estava concentrado no Cavaleiro de Aquário que estava diante de sua vítima.

Kamus viu de relance um pedaço de galho jogado no chão. Pedaço, este, da única arvore cerejeira que imperava no jardim, que fora quebrado por um dos convidados.

Abaixou cauteloso, sem tirar os olhos do animal que começava a avançar lentamente.

- Ainda não – Sussurrou Shion, para os companheiros, que começaram a ficar tensos e agitados.

Quando Kamus, conseguiu alcançar o pedaço de madeira, viu que o lobo começou a se abaixar irritadiço e, recuar.

Franziu a testa e olhou para trás, fitando a imagem atrás dos companheiros, com pequeno prato na mão, olhando fixamente para o lobo sem entender o que se passava.

- Você é o guardião!!! – Kamus sussurrou, ainda olhando para trás dos Cavaleiros.

Continua…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Dama no Santuário" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.