A Estrada escrita por ChatterBox


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Então queridooosss, aqui está, demorou, mas chegou. Espero que não tenham desistido. ;(
Boa leitura.
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



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 - Tudo bem, está na hora, certo?

Minha mãe disse espiando o relógio na parede e enxugando a mão no pano de prato. Olhei para Nathan, aquele ritual estava acontecendo todos os dias. Geralmente à noite quando minha mãe chegava do trabalho, mas hoje, ela chegou mais cedo. E já que eu já tinha chegado da escola, tinha que assistir. Não estava aguentando aquele cinismo. Ele fingia que ainda não lembrava de nada para a minha mãe e ela ainda acreditava...!

Sentou-se na mesa ao lado de Nathan que sorriu. Mordi enraivada o sanduíche que fiz para mim.

Sentou-se ao lado de Nathan que sorriu de lado para mim indiretamente. Revirei os olhos impotente.

 - Lembrou-se de alguma coisa, Nathan? Nos últimos dias?

 Ele sorriu levemente e num tom calmo pronunciou falsamente:

 - Lembro de um lugar. A Cheese Cake Factory...

Meus olhos arregalaram-se em choque para ele. Mordeu o lábio para mim discretamente e continuou:

 - Com uma garota bem atraente.

 - Talvez seja sua namorada! Podemos passar lá e perguntar aos funcionários se os conhece.

 - É. Talvez.

Concordou dando de ombros. Eu gaguejei e engasguei com o sanduíche, em pânico. Tossi mais do que tudo que já fiz na vida. Minha mãe e Nathan me fitaram assustados:

 - Você está bem??

Indagavam. Quando viu que eu não estava melhorando, ele quase levantou-se da cadeira para me ajudar, fiquei tão desesperada que me recuperei no mesmo momento.

 - Não...[Tosse]... Já estou bem...!

Parei-o empurrando de leve o seu ombro para que se afastasse, já que ele tinha levantado.

 - Eu só...[Tosse]... Acho que não é uma boa ideia.

Neguei tentando disfarçar meu pânico.

 - Por que?

Minha mãe indagou com um pouco de desconfiança.

 - Porque... – Pensei rápido numa desculpa. Não podia dizer que a garota era eu e que ele não estava amnésico. Nem sabia se ele era perigoso ou não. Mas se eles fossem até a Cheese Cake Factory e alguém o reconhecesse, podia ser uma confusão depois. – Porque eles atendem milhares de pessoas todos os dias! É a Cheese Cake Factory, qual é?? Acha mesmo que vão lembrar de dois cliente que devem ter passado lá séculos atrás?

 - Mas se foi a primeira lembrança dele, devia ser um lugar que ele frequentava bastante antes do acidente. Assim eles podem lembrar, se fossem clientes assíduos. E precisamos fazer uma tentativa não é?

Que droga, não ia convencer ninguém mesmo. Seja o que Deus quiser. Apenas fuzilei Nathan com o olhar durante dois minutos e dei de ombros:

 - Ta...

Minha mãe sorriu num suspiro e depois abriu uma gaveta do armário da cozinha. Pegou uma pomada de lá.

 - E então, Nathan? O seu braço, como está?

Perguntou pegando um pouco da pomada do tubo com o dedo.

 Ele sorriu e mexeu no próprio braço checando.

 - Está bem melhor.

Respondeu sereno. Baforei impaciente mudando de foco.

 - Ótimo.

Ela sorriu passando a pomada no braço dele com cuidado. Ele pareceu nem sofrer com o braço, tirou a faixa no primeiro dia depois do acidente.

Comecei a balançar minha perna com nervosismo imaginando quando aquele inferno acabaria até um som soar distinto acordando-me de meus pensamentos.

A campainha tocou. Alguém estava na porta.

 - Tem alguém aí.

Minha mãe sinalizou massageando o braço de Nathan como se ele tivesse cinco anos de idade. Logo me ofereci:

 - Eu atendo.

E andei em disparada para a porta. Seja quem fosse iria me distrair o mínimo que fosse.

Quando abri tive uma surpresa. Sabrina e Ozzy estavam ao lado de um garoto de fisionomia familiar, sorrindo como dois patetas.

 - E aí, amiga? Você não vai acreditar no que aconteceu...

Sabrina disse com um sorriso sorrateiro um tanto animado demais. Observei o garoto que sorria um tanto sedutor, cabelo preto, moreno claro, vestia casaco e boné. Extremamente familiar.

 - O que foi?

Perguntei perdida.

 - Esse é o Harry!

Sabrina apontou para o garoto com animação. Primeiro, fiquei com o ar completamente perdido e pairado no ar. Meu cérebro procurou a informação e só aí eu abri um sorriso surpreendido para o garoto:

 - Harry...? Ai meu Deus! Quanto tempo!

Abracei-o ternamente. Harry, era do nosso grupo de amigos de crianças bagunceiras do bairro, depois se mudou para outra cidade, éramos carne e unha na época.

 - “Quanto tempo”, mesmo! Está linda, nem acredito que passei tanto tempo longe.

Elogiou ainda com um sorriso de lado muito presunçoso. Corei tímida.

 - O Harry chegou hoje à tarde e quis rever você.

Osvald pronunciou subjetivo, cheio de segundas intenções. Corei ainda mais.

 - Pois é...

Respondi timidamente, realmente enrubescida.

 - Escuta, preciso ir agora, mas vamos marcar qualquer coisa algum dia.

Sorriu levemente de lado. Respondi com outro sorriso. Harry era gordinho quando criança. Não é mais.

Foi a hora que consegui recuperar minha espontaneidade e aceitar o convite:

 - Claro, claro.

 - Tudo bem. – disse enquanto saiam descendo as escadas da varanda. Sabrina piscou para mim maliciosamente na saída. – Foi bom te ver, Sabrian.

 - Você também, Traineen.

Retribuí a cantada.

Quando sumiram de vista apenas mordi o lábio. Finalmente tinha alguma expectativa para aquele ano. Pensei.

Fechei a porta devagar curtindo o impacto do que acabou de me acontecer. Talvez desse certo. Não aguentava mais arriscar com caras ignorantes. Talvez um amigo de infância fosse boa ideia.

Logo algo quebrou minha harmonia comigo mesma. Uma mão forte agarrou meu braço com grosseria.

Só então vi quem era. Nathan.

 Me puxou para encará-lo, estava esperando perto da janela da cozinha. Me fitou fixamente tão firme e rancoroso que tive medo.

 - O que pensa que está fazendo??

Indagou, rudemente.

Primeiro, fiquei sem reação, sem entender e completamente abalada com aquela reação descontrolada dele e totalmente sem sentido.

Depois franzi o cenho, furiosa ao perceber o tom autoritário que usou comigo.

 - Eu é que pergunto. O que pensa que está fazendo? Me solte, agora. – Inquiri duramente. E puxei meu braço para fora das mãos dele. – Não sei quem você pensa que é, mas você nunca vai saber quem eu sou, então não fica falando como se eu te devesse alguma explicação sobre nada.

Cruzei os braços altamente mau humorada e me afastei. Ele apenas jogou a cabeça para trás, fitou o teto e balançou a cabeça com ironia, como se o que eu falasse fosse a maior besteira que já ouviu.

 - Não pode querer sair com outro cara. Não depois de tudo que eu fiz por você!

Encarou-me, grunhindo entredentes.

 - Não interessa, não faço a menor ideia de quem ou o quê você é, por que só não nos deixa em paz?

Defendi-me, mesmo sem saber o que ele queria dizer. Foi daí que se aproximou num passo tão grande que mal pude acreditar que suas pernas fossem tão longas. Estava à seis passos de mim e de repente, estávamos cara a cara, com as palmas da sua mão em meu rosto, obrigando a encarar seus olhos hipnotizantes e que me deixavam ainda mais confusa.

Eu estava nervosa, não fazia ideia de onde ele queria parar com aquela discussão sem sentido. Mas desde que ele chegou, nada fazia sentido.

 - Quer saber o que eu sou? Sou o seu anjo da guarda, Ana. Agora você sabe a verdade. E acredita em mim? Aposto que não.

Enfrentou-me. No momento em que pronunciou aquela palavra, a primeira reação que tive foi bufar sarcástica, achando um absurdo.

 - Está querendo...

Antes que terminasse ele me interrompeu num tom mais alto:

 - Como eu sei tudo da sua vida? Estive com você o tempo todo, por isso tem a sensação que me conhece, por isso parecia que já sabia o meu nome. Meu nome é Nathan. Você sabe porque me conhece; só nunca me viu. Conheço cada ponto seu, tudo, estive com você desde que nasci e acompanhei toda a sua vida, sei de coisas que nunca contou para ninguém, eu sei tudo. – fitava-me fixamente sem deixar meu olhar escapar do dele. Enquanto isso as informações só amontoavam-se na minha cabeça. Era impossível acreditar que uma resposta tão absurda fosse se encaixar naquele mistério. A razão não queria acreditar, mas a assimilação... Só indicava que ele estava certo. – E eu só fui banido porque te amo. Mais do que tudo, você começou a crescer e não consegui sentir a mesma coisa, tenho adoração por você. – Seu olhar tornou-se doce, sua voz melodiosa e aveludada num tom baixo e sincero. As lágrimas de desespero corriam em meu rosto desenfreadas. Imóvel, paralisada em sua frente. – Sou fascinado por você, desejei você cada vez mais até que não consegui mais resistir e quando o meu chefe viu isso, fui banido. Mas não é o fim do mundo porque tenho você de novo como humano e sei que sou a pessoa certa para você. Não pode ficar com qualquer outra pessoa, porque ela nunca vai fazer por você o que eu fiz. Os humanos não sabem amar. Eu sei. Eu aprendi e sei o significado. Acompanhei toda a sua vida e amo cada pedaço seu, sei de todas as suas qualidades e as adoro, e sei de todos os seus defeitos e os amo. Quero você inteira, e não vou desistir.

Parou de falar.

Nada acontecia. Me fitou na esperança de que dissesse alguma coisa. Mas nada saía. Nada queria sair, porque eu não pensava em nada. Talvez pensava em tantas coisas ao mesmo tempo que a sensação é de que não pensava nada.

Uma lágrima atrás da outra sem autorização, desciam, as informações e a sua voz corria desgovernada pelo meu cérebro, tornando uma confusão cheia de pânico e surrealismo.

Quando percebi. Minhas pernas moveram-se sozinhas para fora de casa. Corriam desgovernadas para qualquer lugar, com a cabeça um turbilhão. Nada mais era o mesmo. Nada.


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Notas finais do capítulo

Impactante, não? kkkk' Talvez muita gente já soubesse.
O bom vai ser no próximo, aguardem.
Conto com a opinião de vcs?
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



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