“Se queres prever o futuro, estuda o passado”.

Confucio

– Capítulo Onze –

Os Sentimentos se Manifestam

          Hermione estava sentada em uma poltrona perto da lareira no salão comunal da Grifinória mergulhada em um livro, porém, ela não prestava atenção, o que era incomum.

- Hermione. – disse a voz de Rony a suas costas – Posso falar com você? – Hermione balançou a cabeça positivamente, e ele se sentou em uma poltrona próxima. – Sabe, aquela visão me deixou confuso.

- Deixou todos confusos – disse ela sem emoção.

- Até você? – perguntou Rony hesitante – Parece que você sabe mais do que quer contar.

- É só uma suposição – disse Hermione respirando fundo e fechando o livro. – E mesmo que essa suposição fosse verdade, eu não poderia contar pra eles.

- Então conta pra mim. – disse Rony interessado – Quem sabe eu posso te ajudar.

Hermione o avaliou por um momento, ela não podia manter isso somente com ela mesma, precisava confiar e contar pra alguém. Será que Rony entenderia?

- Ok. Não sei por onde começar – disse ela cansada.

- Eu te ajudo. – disse Rony calmamente – Eles forçaram uma visão de como seria se Malfoy e Harry fossem amigos. Aquilo que nós vimos realmente aconteceria Mione?

- Rony. Salazar se afastou dos outros três fundadores, por que eles não entravam em acordo referente aos nascidos trouxas na escola, Salazar não aceitava isso, e se separou deles. É isso que diz na história. – disse Hermione pensativa.

- E na visão Malfoy se separou dos outros três por que, Harry traiu a amizade dele, e ele pensou que Agatha também o havia traído. – continuou Rony.

- Exatamente. – disse Hermione mais animada – Mas como eu falei é isso que diz na história. Rony, e se na verdade Salazar se enfureceu com Rowena e Godric da mesma forma como na visão.

- Você quer dizer, que Godric pode ter traído a amizade de Salazar, beijando a Rowena a força? – perguntou Rony pasmo.

- Talvez não beijando, naquele tempo não era assim que os cavalheiros faziam... Bom, não sei, vai saber. – disse ela encarando Rony – Você entende Rony? Tudo pode estar acontecendo ao contrário e eu não entendo o porquê.

- Harry e Agatha se amam, embora não estejam juntos. – disse Rony – Então você acha que Malfoy pode trair a confiança de Harry ficando com a Agatha?

- Isso. – disse Hermione admirada que Rony estivesse seguindo a mesma linha de raciocínio. – Mas eu não tenho tanta certeza que Malfoy faria isso.

- Pois eu já tenho certeza que ele faria – disse Rony decidido.

- Mas eu não. – disse ela – Malfoy pode ser arrogante, cínico e chato, mas, ele não faria esse tipo de coisa, ele é o tipo de pessoa que é fiel quando faz um juramento.

- Me deixa adivinhar. – disse Rony com um sorriso – Você quer forçar outra visão, só que desta vez, referente aos fundadores.

- Eu pensei nisso, mas, eles podem desconfiar e começar a fazer perguntas – disse Mione sorrindo também – Eu não acredito nesse negócio de destino, mas, se realmente for isso, eles terão de escolher um caminho e nós não poderemos interferir.

Eles ficaram pensativos por alguns segundos.

- Mione, não pode estar acontecendo ao contrário – disse Rony de repente.

- Por quê?

- Por que na visão, Malfoy se uniu ao Lord das trevas, e Harry nunca se uniria a ele, primeiramente, porque Você-Sabe-Quem o mataria antes de Harry abrir a boca.

- Olha Rony, eu não sei o que está acontecendo, mas, você esta ficando mais inteligente. – disse Hermione sorridente – Você tem razão, isso não aconteceria.

- Hermione Granger dizendo que eu tenho razão? – perguntou Rony debochado – Realmente a muita coisa ao contrário aqui.

- Seu bobo – disse Mione batendo no braço de Rony.

- Posso te fazer outra pergunta? – disse Rony segurando a mão que Hermione usou para bater no braço dele.

- Claro.

- Por que você estava tão irritada comigo?

- Não sei do que você está falando – disse Hermione corando.

- Hermione, por favor – disse Rony num sussurro – me dá uma resposta direta.

- Você nem imagina? – perguntou Hermione baixinho.

- Talvez eu possa imaginar – disse Rony se aproximando dela – por que eu...

- Rony – chamou uma voz atrás deles.

- Lilá – disse Rony sem graça.

- Eu estava te procurando – disse Lilá com cara de poucos amigos.

- Pois eu estava bem aqui. – disse Rony se levantando e forçando um sorriso – Por que estava me procurando?

- Só estava com saudade – disse Lilá aborrecida – você não sai mais da biblioteca.

- Com licença eu vou sair – disse Hermione rapidamente.

- Não Hermione não se preocupe – disse Lilá chateada – podem continuar, tenho que tomar banho mesmo, acabei o ensaio agora. Você quer jantar comigo?

- Claro – disse Rony calmo – eu te espero.

Lilá pensou e dar um beijo em Rony, mas, apenas se virou e subiu para o dormitório.

- Ela ficou chateada – disse Hermione – Você não tem dado atenção a ela. Eu a ouvi reclamar pra Parvati.

- Não tenho tempo – disse Rony como se fosse obvio – Sou monitor chefe, tenho treino de quadribol, e ela sempre treina com as líderes, não é culpa minha.

- É, mais os treinos acabaram, e você estava aqui comigo.

- Os treinos dela não – disse Rony vitorioso – Agatha é bem rígida com o desempenho da equipe.

- Ok, eu não vou discutir. – disse ela pegando o seu livro e indo e direção ao buraco do retrato, mas, ela se virou – Por que você me convidou para o baile?

          - Eu não queria te convidar como ultimo recurso. – disse ele simplesmente e subiu para o dormitório.

***

- Mione! – exclamou Agatha ofegante quando a garota saiu do buraco do retrato – Que bom que te encontrei.

- O que foi? Você está vermelha. Por acaso veio correndo? – perguntou Hermione confusa. Agatha ainda estava com as vestes de líder de torcida.

- Hagrid voltou.

- Como você sabe? – perguntou Hermione animada.

- Estavamos ensaiando e Harry não sei por que resolveu ir assistir os ensaios e então vimos fumaça na cabana de Hagrid. – explicou Agatha – Temos que ir vê-lo.

- Então vamos logo...

- Espera, e Rony você o viu?

- Ele vai descer pra jantar com a Lilá. – disse Hermione diminuindo o sorriso.

- Ok. – disse Agatha delicadamente – Por que você não vai na frente que eu procuro o Rony?

- Sem problema. – disse Hermione e saiu em disparada pelo corredor em seguida.

Agatha disse a senha para o quadro da mulher gorda e entrou, subiu direto para o dormitório feminino, onde Lilá e Parvati dividiam um quarto, ela bateu na porta e entrou, agora que ela estava lá que havia se lembrado que a um bom tempo não entrava em seu antigo dormitório, até o dia em que recebeu um quarto só pra ela por se tornar chefe das líderes. Lilá estava sentada de frente a penteadeira prendendo os cabelos.

- Ah, oi Agatha. – disse Lilá se virando para a garota – Você veio me avisar de mais algum ensaio?

- Não, já chega por esse ano. – respondeu Agatha – Meus parabéns você foi destaque.

- Ta falando sério? – perguntou Lilá contente.

- Sim. Você tem grandes chances de ficar no meu lugar.

- Impossível, nós duas nos formamos no mesmo ano.

- Eu posso me cansar e pedir pra sair. – explicou Agatha.

- Espero que isso não aconteça. – disse Lilá mais séria – Você é uma ótima líder.

- Obrigada. – disse Agatha grata – Mas eu queria te pedir um favor.

- Pode pedir.

- Eu sei que você não tem ficado com Rony muito tempo. – disse Agatha amigavelmente – Mas eu realmente preciso pegar ele emprestado agora.

- Justo hoje? – perguntou Lilá aborrecida.

- Lilá ele é o meu melhor amigo. – disse Agatha – Se eu não posso conversar com ele, com quem mais? Por favor, vai ser bem rápido.

- Hunf. Tudo bem. – disse Lilá com um sorriso mínimo – Não tem problema, eu posso vê-lo depois do jantar. Eu sei que ele escolheria ir com você de qualquer jeito.

- Por que diz isso?

- Já percebi que o meu Uon-Uon prefere os amigos. – disse Lilá tristonha – Que dirá da melhor amiga.

- Obrigada. – disse Agatha saindo correndo do quarto, ela não tinha tempo de consolar Lilá no momento, Rony estava novamente no salão comunal, provavelmente esperando por Lilá – Vamos Rony – disse Agatha puxando a mão do garoto em direção ao buraco do retrato.

- Eu vou jantar com a Lilá. – disse Rony depressa.

- Eu já falei com ela. – explicou Agatha correndo com Rony pelos corredores – Hagrid voltou.

- Ta brincando? – disse Rony que agora parara de lutar contra a mão de Agatha e a seguia descendo as escadarias de mármore, eles abriram a grande porta do hall de entrada e saíram, Harry e Hermione estavam logo atrás da porta esperando por eles.

- Vocês demoraram. – disse Harry ansioso – Vamos logo antes que alguém nos veja aqui.

Harry, Rony, Hermione e Agatha saíram correndo em direção a cabana de Hagrid na orla da floresta proibida, antes que batessem a porta, eles ouviram vozes na cabana, então se esconderam atrás da parede lateral da cabana e esperaram em questão de segundos Dolores Umbridge saiu de lá em direção ao castelo, os quatro seguiram novamente para a porta e bateram.

- São vocês. – disse Hagrid dando espaço para que eles entrassem – O que fazem aqui há essa hora?

- Viemos te ver. – disse Harry indignado – Você não apareceu o ano todo. Onde esteve?

- Trabalho secreto para Dumbledore. Fomos Olimpia e eu. – disse Hagrid colocando um pedaço de carne perto dos olhos – Sabe os gigantes não são muito amigáveis.

- Você esteve com gigantes?! – disse Rony – O que Dumbledore iria querer com os gigantes?

- Não é obvio? – disse Hermione – Dumbledore te mandou pra trazer os gigantes para o nosso lado não foi?

- É eu espero que muito deles se lembrem do que Dumbledore fez por eles. – disse Hagrid jogando a carne para Canino.

- E o que a Umbridge queria? – perguntou Agatha.

- Queria saber onde estive. – explicou Hagrid – Mas respondi que estava cuidando da saúde.

- Com a cara que ela saiu daqui, acho que ela não acreditou. – disse Agatha pensativa.

- Olimpia né Hagrid? – disse Rony debochado.

- Mas o que vocês fazem aqui mesmo? – disse Hagrid como se só os tivesse visto agora – Voltem rápido para o castelo, não queremos aquela mulher desconfiada de vocês.

- Mas Hagrid... – disse Harry que junto com os outros três estavam sendo empurrados por Hagrid em direção à porta.

- Não voltem aqui a não ser que seja seguro. – disse Hagrid depressa e exausto – E somente com a capa da invisibilidade.