O Colar Do Inverso escrita por Kori Hime


Capítulo 2
Tudo ao contrário parte 2


Notas iniciais do capítulo

Editei a história em duas partes :D



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Do outro lado da Ilha, Nami e Robin brigavam para ver quem iria jantar ao lado de Sanji.

– Você não faz o tipo dele. Não percebeu que eu sempre fui a preferida? – A ruiva deu um passo a frente e sentiu um arrepio no corpo. Enquanto Robin ainda justificava o porque dela ser a preferida e não Nami.

– Robin. Porque estamos brigando pelo Sanji? – Ela perguntou confusa. Robin caminhou até a navegadora e sentiu o mesmo arrepio passar pelo seu corpo.

– Eu não sei. É como se eu não pudesse evitar de fazer.

– Mas porque agora não estamos mais brigando por ele? – Nami continuou confusa.

Robin pensou um pouco e respondeu: – Pode ser que algo esteja nos manipulando a isso.

– E o que poderia ser? Estamos assim desde que saímos daquela ilha.

– Sim. – A morena estava se sentindo estranhíssima por ter passado essas horas brigando com Nami.

– Ah! Eu não queria ter te chamado de girafona. – Nami se desculpou abraçando a arqueóloga. – Você é linda assim alta.

– Eu sei Nami. Também não quis te chamar de irritante. – A morena afagou os longos cabelos de Nami. – Precisamos descobri o que esta nos deixando desse jeito.

Nami soltou as mãos da cintura de Robin alarmada. – Espera, se voltarmos agora, vamos voltar a brigar pelo Sanji.

Robin riu.

– Acho que sim. O estranho é que ele não teve nenhum comportamento estranho.

– Eu discordo. – Nami cruzou os braço. – Ele preferiu ir com Zoro, do que andar com nós duas. Em que planeta o Sanji que conhecemos faria uma coisa dessas?

Robin não tinha como discordar daquilo.

– Pelo que entendi, quando ficamos a uma certa distância do Sunny, o que quer que seja passou a não fazer mais efeito. Então...

– O problema deve estar la. Mas o que seria? Estava tudo bem até chegarmos aquela ilha maluca. – Nami largou-se na grama, pensativa. – O que poderia ter feito isso, só pode ter vindo daquela ilha.

– Vamos procurar os outros, e tentar não se aproximar mais do Sunny, até resolvermos tudo.

– Certo. Mas me prometa que não vai lá. Eu não quero ver você abraçada naquele cozinheiro depravado. – Nami era extremamente ciumenta.

– Eu não vou, prometo.
 

Na outra ponta da ilha, Usopp e Chopper fugiam desesperados de um exame de abelhas, sendo salvos por Franky, que estava construindo uma armadura com restos de latão que encontrou no ferro velho ali perto.

– Minha masculinidade voltou! – ele arrancou as calças, mas não vestia nada por baixo.

Luffy estava num restaurante comendo, e no mesmo lugar, Brook animava todos tocando o piano do restaurante. Todos pareciam ter voltado ao normal, apenas porque estavam longe do Sunny.

Após o banho, Sanji enrolou-se na toalha e foi para o quarto, onde Zoro estava lendo um livro. Um livro de ilustrações de diversos tipos de armas existentes. Ele deu uma espiada, por cima do livro, para ver o que o cozinheiro estava fazendo.

Sanji fumava o cigarro e procurava por uma roupa confortável, estava com bastante calor, não iria por nenhum terno.

– Não consigo achar minha camisa florida. Aquela azul e amarela.

– Eu não vi nada. – Zoro continuou olhando as armas, lançar enormes e canhões potentes.

– Não viu mesmo?

– Eu não. Pergunta para outra pessoa.

– Estamos sozinhos aqui. – Sanji tirou o cigarro da boca e segurou entre os dedos. Parecia que faltava alguma coisa. Era como se algo ali estivesse completamente fora de contexto, mas não conseguia classificar o que poderia ser. – Vou usar essa aqui mesmo.
Pegou então uma bermuda jeans e uma camiseta branca. Bem diferente do que costumava usar. Como camisas com estampas de papagaios, ou girassóis enormes cor de rosa.

– Essa blusa é minha. – Zoro falou, levantando-se e largando o livro para o lado.

– E eu acho que essa bermuda é do Usopp. Nossas roupas foram todas misturadas. – Sanji virou-se, olhando para Zoro. – Mas você não vai se preocupar com isso agora, não é? Depois eu lavo sua blusa e devolvo.

– Tudo bem. – Zoro apertou os olhos, balançando a cabeça. O que estava errado ali? Ele deveria fazer alguma coisa mas não encontrava a resposta. – Acho que eu preciso tomar alguma coisa, minha cabeça esta doendo.

– Vou fazer um chá.

O clima estava agradável, e ao mesmo tempo errado. Totalmente errado. Zoro tentava, mas não conseguia descobrir o que lhe incomodava tanto. Ele bebericou o chá de ervas que Sanji preparou, e comeu um pedaço de torta que ele fez em minutos. Era um exímio cozinheiro. Percebeu que nunca elogiou o trabalho dele na cozinha.

– Está ótimo. – Disse.

– Obrigado. – Sanji respondeu sorridente, mas o sorriso morreu em instantes. Aquele obrigado saiu cortado de sua garganta, mas saiu.

– Estou preocupado. As coisas estão estranhas aqui.

– Sim, todos estão estranhos, e parece que cada vez tudo piora.

– Quero saber até onde isso vai dar. – Sanji olhou para o cigarro, sentiu uma vertigem e decidiu apagá-lo, jogando o resto no lixo. – Estou pensando em cortar o cabelo. Ou arrumá-lo todo para trás, prender.

– Você esta começando a me assustar.

– Eu? Porque?

– Está falando coisas estranhas.

– Como o que, por exemplo?

– Parou de fumar, parou de correr atrás das mulheres, quer mudar o cabelo. Não era você quem não tinha mudado? Agora é o mais estranho.

Sanji pensou na mesma coisa, Zoro estava certo. Mas havia um motivo para ele não querer estar com as mulheres. Queria outra companhia.

Eles passaram a tarde separados, cada um num canto do navio. Durante esse tempo, Robin e Nami encontraram os outros e estavam decidindo o que fazer para resolver aquele problema.

– Aquele baú, Nami. Aquele com o diário. O que tinha dentro dele?

– Acho que um cordão, com uma pedra. Mas eu não quis nem pegá-lo. – Nami levou as mãos na boca. – Eu não quis o colar.

– Estamos infectados. – Chopper berrou.

– E se eu nunca mais puder cantar no Sunny? Vai ser uma vida eterna sem música. – Brook lamentou.

– Não podemos abandonar nosso navio. Eu vou até o Sunny pegar o colar. – Luffy se levantou do gramado onde todos estavam sentados.

– Não, eu vou. – Franky ergueu a mão. – Preciso recuperar meu corpo másculo.

– Então eu vou também, mesmo com medo de esquecer tudo o que eu aprendi.

– Desse jeito, vamos todos então. – Luffy animou-se.

– Mas nem pensar que eu vou voltar. A Robin também não vai. – Nami reclamou. Ela não queria passar pela experiência traumática novamente.

– Acho que seria melhor se somente um de nós fossemos. Afinal, Sanji e Zoro está la no Sunny, eles podem ajudar. – Robin sugeriu.

Foi uma ideia aceita por todos. E Luffy decidiu ir. O máximo que poderia acontecer era ele ficar sem fome novamente, e isso Sanji poderia compensar com um banquete mais tarde, quando tudo voltasse ao normal.

Sanji estava preocupado com a demora dos companheiros. Zoro também. Eles se encontraram no convés do navio, aguardando o retorno deles. E o clima desagradável. Quero dizer, estava começando a anoitecer, no céu despontava as primeiras estrelas, e o por do sol era divino. Totalmente errado. Sanji e Zoro se olharam.

– Se eles demorarem mais um pouco, vou procurá-los. – Sanji respirou pesadamente.

– E eu fico aqui, caso retornem.

Mais meia hora, e Sanji partiu em busca dos companheiros. Zoro aguardou no navio como prometeu. Cinco minutos depois, Luffy chegou.

– Zoro. – Luffy correu para dentro do Sunny. – Vem, precisamos achar a pedra que esta invertendo tudo. – O espadachim não entendeu nada, mas seguiu Luffy até o quarto de Nami e Robin. Ele explicou que a pedra poderia ser responsável por essa confusão toda, mas por via das dúvidas, iria levar o baú inteiro para Nami ver.

Sanji atravessou a ilha, e logo achou os companheiro. – O que vocês estão fazendo aqui? Nami-san, Robin-chan. Tudo bem?

– Não chega perto de mim. – Nami gritou, ficando ao lado de Robin. – Esta com o baú?

– Que baú?

– O que eu mandei Luffy buscar.

– Não vi o Luffy.

Robin explicou o que estava acontecendo, e Sanji começou a sentir uma vontade incontrolável de fumar um cigarro, mas não estava com o maço no bolso. Falando nisso, estava com as roupas de Zoro e Usopp, que deixou-o extremamente inquieto. Existia uma terceira coisa que incomodava ainda mais o cozinheiro, mas ele não quis completar seus pensamento. Foi na hora em que Luffy e Zoro retornaram com o baú.

Nami mandou Sanji se afastar, e sobre hipótese nenhuma se aproximasse dela. Usopp falou mais algumas verdade, que chocaram Chopper, deixando-o iludido quanto as historias do capitão Usopp.

Nami queria se desfazer de uma vez por todas daquele baú, principalmente quando Robin pediu a Sanji que quando retornassem ele fizesse um chá quentinho para ela.

– O que faremos? Jogar fora? Queimar? Afundar no mar?

– Posso cortar em vários pedaços. – Zoro deu a ideia.

– Eu queimo depois. – Sanji completou.

– E jogamos as cinzas no mar. – Nami comemorou. – Perfeito.

O Sunny já estava bem longe daquele arquipélago de ilhas super esquisitas. Tudo estava normal novamente. Ou pelo menos era o que o bando do Chapéu de Palha diz ser normal.

Usopp voltou a contar suas miraculosas historias, e Chopper, mais uma vez acreditava nelas, e também retomou sua profissão. Franky voltou a sua forma original de robô, e Brook animando o navio com suas músicas. Sanji estava tendo um trabalhão com Luffy que insistia dizer que precisava repor todas as horas sem ter comido nada.

Nami estava contabilizando os gastos que tiveram durante esses dias que ela esteve ausente de suas funções. Robin estava contente por ela, bebendo café e lendo um livro, e nada de cair na lábia de Sanji.

– Finalmente ele ficou satisfeito. – Sanji relaxou os ombros, e largou a frigideira em cima da mesa. Acho que estava sozinho na cozinha, mas Zoro estava la. – Perdeu alguma coisa marimo?

– Sim, a minha camisa que você usou e não lavou, nem me devolveu.

– Pode deixar que eu vou te devolver logo.

– Não quero mais, pode ficar com ela.

– Marimo idiota.

– Cook.

Eles se olharam, e ficaram em silêncio. As coisas se encaixaram, tudo agora fazia mais sentido. O que faltava antes.

Sanji respirou fundo. Já que eles não estavam mais com aquele baú, ele não deveria estar sentindo nada ao contrário não é? Tudo deveria voltar ao normal, ele e Zoro brigando e pronto.

E pronto. Mas não estava nada como ele esperava.

– Será que ficou algum farelo daquela pedra em mim? – Pensou alto, e Zoro ouviu.

– Porque? Enjoou do cigarro de novo?

– Antes fosse. Mas as coisas ainda estão erradas.

– Para mim esta tudo normal. – Zoro deu um sorriso sincero, fechando os olhos.

– Por via das dúvidas, vou tomar outro banho e lavar essas roupas.

– Se isso resolver seus problemas.

Sanji definitivamente não estava entendendo mais o que era o certo ou errado. Vai ver o efeito do colar ainda estava agindo sobre ele. É, vai ver que é isso mesmo. Cola como uma boa desculpa para quem sabe mais tarde tirar satisfações com o marimo.

 


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Notas finais do capítulo

Fim.



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