Cuidado Com O Que Você Deseja escrita por Katie Anderson


Capítulo 7
Capítulo 7




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Capítulo 7

   Depois desse dia entediante e maluco, eu pensei que nada pior poderia acontecer.

   Aconteceu.

   Já que meu pai estava viajando e era a noite de folga de Maria, minha mãe e eu sairíamos para jantar, mas ela provavelmente estaria com preguiça, e enquanto pensava, meu telefone tocou, estando sozinha com a TV desligada, o som de Cobra Starship fez um eco assustador na sala.

   – Cath? O que você quer para o jantar? Eu estou pensando em buscar Annie só amanhã. – Perguntou minha mãe.

   – Sei lá, mãe. Acabei de lanchar. Você está pensando em sair?

   – Acho que não, querida. Estou sem vontade. – Não disse? Preguiça.

   – Então o que nós vamos... não! Você não pensou realmente naquilo, pensou?

   – É a melhor opção filha. O que você tem contra ir lá?

   – Enquanto ele estiver lá, eu não vou.

   – Mas ele está com um amigo, não vai ter tempo pra você.

   – Então posso levar Katie também? – Perguntei, pois havia esquecido que minha querida mãe faria o que eu quisesse.

   – Que ótima ideia, querida! Nós iremos às sete horas da noite, ok?

   – Tá, né? 

   E então ela desligou. Ei, é mesmo bom quando sua mãe faz o que você quer. Sem brigas. Sem reclamações. Mas eu acabei cedendo, pois não queria ir lá de jeito nenhum. Então resolvi ligar para Katie, afinal, depois de tudo, ela ainda era a minha melhor amiga.

   – Kat? Tá a fim de sair para jantar?

   – Claro! Onde?

   – Você sabe... lá.

   – NÃO! Não sou louca de voltar lá. E se ele falar comigo?

   – Por favor, Kat? Por mim, sua melhor amiga? E ele não está sozinho, mas com um amigo.

   – Olha, você tem sorte de ser você. Ok, eu vou. Mas não é sempre que eu vou fazer isso, tá?

   – Kat, você é a melhor! Eu te pego às sete, ok?

   – Tá, até depois. Beijo.

   É, foi mais fácil do que eu imaginei. Depois que aconteceu, ela jurou que não voltaria lá.

   Á propósito, "lá" é como me refiro ao lugar que nós vamos. Minha mãe tem uma irmã, a minha tia Casey, e a gente vai lá na casa dela ás vezes em situações como esta, que a minha mãe tem preguiça de sair. É bem legal lá, tem a minha prima Gabi, e um monte de coisa pra fazer, principalmente quando Katie vai comigo. Mas, bem, o motivo de não estarmos a fim de ir lá hoje, é... que ela também tem um filho, meu primo Luke.

   Luke é meio estranho. Meio não, totalmente. E muito idiota.   Ele é totalmente assustador. E pior, ele meio que sente uma atração por... Katie. No início, Katie não se importava. Achava fofo. Mas, isso acabou virando uma obcessão. Assustou muito Kat. Mas ele sempre agia de forma indireta, só que na última vez, ele deu em cima dela, de verdade, de forma totalmente direta. Até aí tudo bem, eu não ouvi o que ele disse a ela, mas pela expressão que ela tinha no rosto, deve ter sido bem ruim. Mas dessa vez ele estava com um amigo, será que seria diferente?

De sete horas saímos de casa, eu levava apenas o meu celular. Resolvi deixar Jeff em casa, preso na minha gaveta, não queria causar mais confusão. Logo em seguida, passamos para pegar Katie. Ela estava engraçada. Suas roupas diziam algo como "Não me tem? Morra de inveja!", usava um calça jeans skinny, e uma blusa justinha bem fofa. Eu desejei que o amigo que Luke mantesse ele ocupado por o tempo em que estivéssemos lá, mas não em voz alta, não queria que Jeff aparecesse do nada com a sua poeira laranja estranha, causando um espanto tamanho família no carro.

   Cheguei lá, meio nervosa, mas ao mesmo tempo calma. Estava tranqüilo, então os meninos deviam estar, sei lá, jogando videogame ou algo do gênero. Ah, como eu queria que Gabi estivesse ali, ela é uns anos mais velha, mas mesmo assim a gente se divertia muito quando eu ia lá com mais frequência. No momento, ela está fazendo um intercâmbio na Índia e só volta daqui a uns quatro meses.

   Bem, chegamos, eu e Kat assistimos TV e comemos pizza. Estava tudo bem, nenhum sinal dos garotos. Até que cometemos o erro de ir para o quarto.

   Ambas estávamos entediadas, e no quarto de Gabi sempre tem alguma coisa pra fazer. Só que para ir lá temos que passar pelo quarto de Luke, que estava com a porta aberta. Fizemos mais silêncio de que qualquer ser humano faria, mas mesmo assim, todo nosso trabalho foi em vão.

   – Caaath, quanto tempo. E... que surpresa! Você trouxe sua amiga Katie! Entrem! – Disse a voz que eu pagaria um zilhão de dólares para não ouvir.

   – Claro, Luke. – Mas tive uma (ENORME!) surpresa quando olhei com atenção em cima da cama.

   O garoto que estava ali era a encarnação da beleza. Acho que não mais bonito de que Will, mas muito mais charmoso de que Chad. Tinha uma pele um pouco pálida, mas com um leve bronzeado, que, de acordo com Luke, começara em seu último cruzeiro ao Caribe. Olhos cinzas como uma nuvem de tempestade. Diferentes, mas intimidadores e absolutamente fantásticos. Cabelos ruivos, mas não daquele tom vermelho-vivo, e sim um castanho avermelhado, mais discreto, como o da Mary Jane, do Homem-Aranha. Estava de jeans e uma camiseta meio justa, o que deu para perceber que ele era meio musculoso. Não do modo exagerado, mas daquele jeito perfeito. Olhei para Katie, que babava muito.

   – Oi, eu sou Nick, amigo de Luke. – Nossa! Aquela voz! Se Katie não estivesse com Chad, desmaiaraia.

   – Luke, vem aqui um segundinho? – Não esperei ele responder e puxei-o pela camisa em direção ao corredor.

   – Como você não me disse sobre Nick? – Perguntei, pasma.

   – Estou dizendo! – Respondeu ele, ainda mais surpreso.

   Ah, como eu queria que Gabi estivesse ali! Mas pensei que já tinha acabado a discussão com Luke, e fui para o quarto, onde tinha deixado Katie e Nick sozinhos. Pobre Katie, ela deveria estar toda sem-graça perto dele.

   – Ah, Nick, você é tão engaçado! – Disse Kat, pouco antes de eu voltar ao quarto com Luke.

   É, parece que ela estava bem à vontade com Nick. Até a gente chegar.

   Quando entramos no quarto, Katie se afastou rapidamente de Nick, assustada. Tirou o cabelo do rosto e disse:

   – Catherine, vem ali comigo, por favor?

   Ela me levou (arrastou seria um termo mais apropriado) até o quarto de Gabi. Então fechou a porta com a chave, desse modo não seríamos ouvidas.

   – O que foi, Kat? – perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

   – O que foi? Como assim o que foi? Você não viu aquele deus em cima da cama?

   Espera. O quê? Aquele o quê? Não pensei que essa seria a resposta!

   – Você gostou de Nick?

   – O que você acha? Claro que sim!

   – Mas Kat, e Chad?

   – Esse é exatamente o problema! Chad é o meu namorado!

   Já? Nossa, eu não tinha sorte mesmo!

   – Mas Nick... ele é muito legal. – Eu disse.

   – Você não entende mesmo, né Cath? Eu SEI disso! Mas não posso ficar com dois garotos ao mesmo tempo!

   Tá, admito. A ideia que me veio à cabeça logo em seguida foi completamente egoísta. Eu convenceria Kat a dispensar Chad e ficar com Nick. Assim Chad seria meu. Mas Katie era minha amiga. Não podia fazer algo assim com ela. Além do mais, ela não me perdoaria por ficar com o ex dela. Simplesmente segui calada até a sala.

   – Mãe, acho que já está na hora da gente ir. Sabe, eu, Katie e Ann temos escola amanhã e...

   – Ah, sim, claro! Eu tinha me esquecido!

   – Hã, tchau, tia Casey! – Disse, mesmo sabendo que não demoraria para voltar lá.  

   – Tchau senhora McDonnald. Foi ótimo vê-la de novo. – Disse Katie.

   – Tchau, queridas. Espero que voltem logo.

   E então saímos de lá.

   O dia seguinte era segunda-feira, então, saímos da casa de tia Casey e fomos direto para a casa de Jéssica pegar Annie. Annie estava meio agitada e totalmente surpresa quando viu que mamãe tinha esquecido o meu castigo.

   – O que você f... – Perguntou, bem surpresa quando ouviu mamãe perguntando se eu ia querer pizza para a janta de manhã, e acho que eu nunca tinha fuzilado alguém com olhar tão intensamente, como quando eu fiz com Ann naquele momento.

   Mas não escapei dela quando chegamos em casa.

   – Sério, Cath, o que você fez com a mamãe? Por que eu estava perto quando ela disse que você estava de castigo. E agora você está vendo televisão?

   Pensei em contar a coisa de Jeff para Ann, mas ela é do tipo que não sabe guardar segredo. E ela nunca acreditaria.

   – Não sei, Ann. Acho que ela pensou que estava pegando pesado demais comigo e decidiu tirar o castigo. – Ann não pareceu acreditar, mas também não fez mais perguntas, o que foi um alívio. – Ah, e a propósito, você vai dormir no meu quarto a partir de hoje, ok?

   – O quê? Mamãe te deu o meu quarto? – Perguntou, agora ela estava mesmo surpresa.

   – É, deu. É bom você aprender a gostar de rosa. – Bem, ela não tinha me dado, mas se eu pedisse com certeza ela iria me dar. Afinal, ela ia fazer tudo que eu quisesse, né?

   – Tá, tudo bem. Mas você me deve essa tá? Quero dizer, eu desistir daquele quarto? – Ela saiu de mau humor, mas não fez mais perguntas.

   Quando tive certeza de que estava sozinha, peguei de volta o meu palmtop.

    – Jeff! Jeff, acorda! JEFF!

   – Hã, o que? Já acordei, não precisa dessa frescura todo!

   – Olha, você precisa me ajudar. As pessoas já estão desconfiando...

   – Sim, mas o que eu tenho a ver com isso? Foi você quem fez o pedido, não eu! E eu te avisei das consequências, não diga que não avisei!

   – Tem alguma regra proibindo contar isso para alguém?

   Ele ficou meio pensativo.

   – Na verdade, eu acho que não. Mas o risco é seu. O que você vai fazer? Chegar em alguém e dizer; "Ah, você nem imagina o que aconteceu comigo nesses últimos dias! Sabe a minha mãe? Ela foi enfeitiçada por um gênio!", no mínimo, as pessoas vão pensar que você está louca!

   Ele tinha razão. Quem acreditaria numa bobagem dessas. Quando ia dizer isso a ele, meu despertado tocou. Estava na hora de ir para escola.


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