Cuidado Com O Que Você Deseja escrita por Katie Anderson


Capítulo 12
Capítulo 12




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Capítulo 12

   Ele beijava muito bem. Eu nunca fui especialista nesse negócio de beijo, mas ele beijava muito bem. Mas, enquanto isso, uma voz na minha cabeça dizia: Garota, o que você tá fazendo? Esse é Will, não Chad!. Mas, eu tinha que fazer aquilo parar.

   – Will, o que você está fazendo? – Perguntei, perplexa.

   – Não está óbvio? Estou beijando você. – Então ele se inclinou sobre mim novamente.

   – Não! Isso não está certo! Eu... me desculpe, eu simplesmente não posso fazer isso.

   – É o outro, não é? O que Jeff disse no quarto? – Certo. Mais um para eu por na minha lista de morte. Se bem que, eu não sei se gênios podem ser mortos.

   – Talvez, eu não sei bem se devo te contar. Sabe, é coisa demais para uma tarde só. Então, te vejo no sábado de manhã?

   – Não. Você me vê amanhã, ainda estudamos na mesma escola, esqueceu? – Brincou.

   Sinceramente, não sei como ele ainda conseguia brincar numa situação dessas.

   Não queria voltar ao meu quarto e rever Jeff. Não estava nem um pouco a fim disso. Em vez disso, resolvi ver um pouco de TV. Estava tudo bem, eu estava vendo um dos meus programas preferidos, quando o meu celular tocou, e não era bem quem eu queria que fosse.

   – Eeei, Cath! E aí? Que parada é essa de festa na piscina, que você não me explicou direito? – Disse Luke do outro lado da linha.

   – Luke, eu estou ocupada. Putz, só você para não entender o que significa uma festa na piscina. Uma festa que é realizada na piscina. Mais alguma pergunta idiota? – Sério, aquele negócio com Will me deixou meio revoltada. Não costumo ser assim com as pessoas. Nem mesmo com Luke.

   – A questão é, não sou eu quem quer falar com você. É Nick. Lembra-se dele? – Ok, por que Nick ligaria pra mim? Ele deve ter o telefone de Kat.

   – Aquele que você tentou esconder de mim? Lembro, claro. O que ele quer de mim?

   – Acho que você vai descobrir. – Então a linha ficou silenciosa por algum tempo.

   Sério, se esse garoto começar a falar de Katie, eu mesma vou até onde ele está para resolver as coisas de um jeito... não muito agradável.

   – Catherine?  – Perguntou uma voz na outra linha.

   – Cath. – Suspirei. Será que ninguém consegue lembrar que eu tenho um apelido? – Oi, Nick. O que você quer?

   – Acalme-se, não é sobre Katie. – Disse, para o meu alívio. – Tá, em parte. Mas não o assunto principal.

   – E qual seria o assunto principal? – Disse, tentando não parecer tão entediada.

   – Olha aqui, Cath, só porque sou amigo de Luke, não precisa me tratar igual ao jeito que você o trata. Ok, eu sei que você o odeia, mas ele é um cara legal, não esqueça disso. – Ok, Luke? Um cara legal? O que esse menino tem na cabeça? Com certeza não é um cérebro.

   – Tá bom, agora me diga. Qual foi o motivo de você ter me ligado? Pensei que você tivesse o telefone de Katie.

   – Pra falar a verdade, eu tenho. Mas não é com ela que eu quero falar. Por que você resolveu fazer uma festa na piscina?

   – Ai, meu Deus! Se eu soubesse que todo mundo iria reagir dessa maneira, não teria resolvido fazer isso. Porque eu tava a fim, tá legal?

   – Calma, não estou falando pelo motivo que você está pensando. É só que... eu conheço mais você do que você imagina.

   – O quê? – Eu não entendia. Eu só havia visto aquele garoto uma vez.

   – Você só me viu uma vez, mas eu já vi você mais vezes. Além disso, Luke fala muito de você. Eu sei muito sobre você. Mesmo que a maior parte não seja inteiramente verdade. – Aquilo estava começando a me assustar.

   – O que você quer dizer com isso? – Comecei a desconfiar.

   – Que eu sei como sua família é. Sua mãe em especial. Ela é do tipo de pessoa que jamais deixaria que você fizesse algo desse tipo. Não foi só Luke quem disse isso. Tá, eu sei que a sua tia Casey exagera nas coisas, mas tenho certeza de que é assim. Não é? – Pronto. Agora ele tinha me pegado. O que eu poderia responder em uma situação dessas?

   – É, bem... devido a algumas coisas que... é... – Comecei a babulciar coisas.

   – A questão é, Cath, tem alguma coisa acontecendo. E eu vou descobrir o que é. O que houve com Katie?

   – Katie está bem. Por que você quer saber? – Esse menino é louco.

   – Ela era mais espontânea. Agora age como... sei lá, como um robô. Tem alguma coisa errada com ela também.

   – Olha, Nick eu.. – Hesitei, em busca de melhores palavras. – Eu acabei de passar por uma coisa complicada agora. E eu tenho algumas coisas importantes pra fazer. Posso falar com você sobre isso depois? – Ok, estudar história não é importante, mas o que mais eu poderia dizer para dispensar esse garoto? Não sei como Luke e Katie aguentam esse cara.

   – Depois. Mas não pense que eu vou esquecer. Te vejo no sábado?

   – Acho que sim. Você e Luke?

   – Você se importa se eu levar a minha irmã mais nova? Ela é da sua idade e eu não posso deixar aquela insuportávelzinha sozinha.

   – Por mim tudo bem. Não sabia que você tinha uma irmã mais nova.

   – Tem muito sobre mim que você não sabe. Eu, Luke e Melanie vemos você no sábado. Até mais.  – E então desligou.

   Esse menino realmente me assusta. Agora eu sei porque ele anda com Luke. Mas Nick não é idiota.

   Eu precisava conversar com alguém. Alguém que não fosse maluco. Alguém que não fosse Jeff, Will, Annie, Katie, Luke/Nick... nem sei se sobrava alguém. Fred ainda está meio que com raiva de mim, Sam tá na aula de natação... então eu tive uma idéia maluca, mas que seria ótima pra me acalmar e para passar o tempo.

   Sair de casa não foi difícil. O difícil foi encontrar o equipamento necessário para chegar lá. Mas, naquela hora, a rampa de skate não era muito movimentada.

    Esse... hobby começou há mais ou menos um ano. Eu estava vendo Zeke e Luther na TV, aí pensei: Andar de skate não deve ser tão difícil assim. Hutch Dano e Adam Hicks conseguem. O pior é que era. Sabe, difícil. Demorei quase um mês para conseguir ficar em pé em cima de um. Mas não desisti. O que foi muito bom, pois hoje eu faço kickflips e ollies com perfeição. E é uma das coisas que eu mais gosto de fazer. E é bom para passar o tempo.

   Chegando lá, vi que não estava sozinha. O ruim disso é que eu sou sempre a única garota que anda de skate. Sempre tem garotos na rampa tentando provar que são melhores do que eu. Mas dessa vez era diferente. Não era um garoto na rampa. Era uma garota.

   Não a reconheci. Ela era alta, tinha cabelos ruivos e lisos caindo sobre os ombros. Não ruiva como Nick, o cabelo dela era mais como um castanho com um leve tom avermelhado. Me aproximei, e vi que ela tinha o rosto meio familiar. E ela não se vestia como uma skatista. Ela era... sei lá, uma garota normal. Como eu. Skate era só uma diversão para passar o tempo.

   – Com licença? – Perguntei.

   Só então ela me notou. E ela tomou um grande susto.

   – Ah! Você não devia aparecer desse jeito. Quase me matou de susto! – Ela sorriu. – Quem é você?

   – Sou Catherine Stewart. Moro aqui perto. – Os olhos dela eram surpreendentes. Eram azuis, mas com um tom acinzentado lindo. Um acinzentado conhecido.

   – Oi, sou Melanie Fletcher. – Nunca passou pela minha cabeça que o sobrenome de Nick era Fletcher. Nem sabia que ele tinha um sobrenome. – Então, é bom saber que não sou a única garota de skate na vizinhança.

   – Eu digo o mesmo. Sempre que eu venho aqui, está cheio de garotos tentando me humilhar, mas eles nunca conseguem. Nós somos bem melhores.

   – Pois é, o pior é que nenhum deles é o Hutch Dano! Ou seja, nenhum presta! – Riu. Ela era bem legal.

   – Eu conheço você de algum lugar. Você é irmã de Nick? – Perguntei.

   – Aquele idiota? É, infelizmente sou. De onde você o conhece? – Ela pareceu interessada.

   – Ele é o melhor amigo do meu primo.

   – Ah, Luke. Eu não gosto daquele menino. Catherine... você é a garota da festa, né?

   – Nossa, temos mais coisas em comum do que eu imaginei. É, Nick disse que ia levar você.

   – Aquele imbecil. Como se eu tivesse medo de ficar sozinha. Sempre que ele sai com Luke minha mãe manda ele me levar junto. Acho que ele deve ter se acostumado a me levar pra todos os lugares. Aqui é o único lugar que eu consigo ficar longe dele.

   – Eu não tenho um irmão mais velho, mas entendo o que você quer dizer. Eu tenho... – Hesitei, com cuidado para não falar a palavra gênio – alguém do tipo, que fica me incomodando o dia inteiro. Todo mundo só me vê como a garota certinha que tira notas excelentes. É bom ficar sozinha, sem ter que impressionar ninguém.

   – Você falou com Nick antes de vir pra cá, não foi? – Perguntou, do nada.

   – Como você sabe? – Perguntei, surpresa.

   – Digamos que eu... presto atenção quando ele e Luke estão lá em casa. Eles só fazem besteira. Mamãe sempre fala para eu observar. E eu posso ver pela sua expressão.

   – O quê?

   – Que você foi intimidada. Não se preocupe, ele só age desse jeito para parecer assustador. Acho que é por isso que ele é solteiro. Nenhuma garota o aguentaria. O que ele disse? Que ele te conhece mais do que você imagina?

   – Foi. – Nossa. Eu devia ter conhecido ela antes de conhecer Nick. Teria sido muito melhor.

   – Isso é apenas conversa. Ele é meio psicopata, qcho que talvez seja o resultado de todo o CSI que ele tem visto ultimamente. Não acredite no que ele diz. E aí? Tem algum conselho sobre Luke?

   – Apenas fique longe. Ignore-o se ele falar com você. Nunca olhe nos olhos dele. Ele é um idiota total.

   – Isso é que amor entre primos. – Debochou.

   – Amor é o que você tem com o seu irmão. – Revidei.

   Nós duas rimos. E vimos que logo estaria escurecendo. Então aproveitamos o tempo para andar de skate. E eu vi que ela era muito boa. Duvido que algum garoto na cidade fosse melhor do que a gente. Ah, mas Nick ia ouvir umas coisas quando ele me ligasse novamente.



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