Ghosts Also Love escrita por AnnySama


Capítulo 6
Clementine Village


Notas iniciais do capítulo

Oi, aqui é a Anny. Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/182921/chapter/6

Tínhamos ainda que pegar um ônibus porque a escola ficava a uns 12 quilômetros de onde estávamos. Era tão grande que era o centro do pequeno bairro, a estação recebera seu nome. Apesar de um estrutura muito moderna, o colégio era de 1940 e sofrera várias restaurações e mudanças.

Pegamos um ônibus e em 10 minutos estávamos lá. No ponto exclusivo para a escola. Descemos e encaramos a realeza. Era todo cinza com muros altos e muitos andares. Numa placa de vidro colocada na frente da escola se lia "Colégio Sant Evans" e o logotipo com duas águias se cruzando na diagonal.

-A entrada de visitantes pedestres é por ali. Á esquerda fica o estacionamento com uma entrada particular, mas não é preciso ir lá. - Disse-me Alison. Repassei ao grupo que me encarou.

-Ah! Minha mãe já foi funcionária daqui. - Minha mãe era do tipo que faz-tudo e aceitava qualquer emprego.

-Legal não nos contar! - Disse Jon, fazendo cara feia. Me encolhi e os outros seguiram para a porta de vidro dupla. Quando a empurraram, estava trancada.

-Por favor, se identifiquem. - Disse a voz de um homem por um interfone ao lado da porta.

-Ah, ahn... Karine, Elizabeth, Jonathan, Sean e Nicolas. - Respondeu Kari, firmemente.

-Certo. Motivo da visita? - Perguntou o segurança.

-Precisamos falar com... - E então me lembrei do nome que Alison dissera. - Clementine.

De novo a cara de espanto dos meus amigos se virou para mim.

-Ok, vou chamá-la.

A porta abriu e nós nos vimos em uma recepção luxuosa. Com sofás de couro preto e mesinhas de centro de vidro e mármore. Num canto havia a cabine na qual o segurança falava por um microfone.

Nos sentamos nos sofás que afundaram estranhamente e lá ficamos, deslocados, as bolsas esparramadas e parecendo mendigos.

Alison sentou de pernas cruzadas, a postura excelente. Eu ri baixinho, para ninguém perceber.

-Deveriam agir assim! - Disse, mas não conseguiu evitar e sorriu.

-Cara, como soube que havia uma Clementine aqui? - Perguntou-me Sean.

-Minha mãe era amiga dela. - Respondi brevemente.

Acabara de dizer e uma moça de aparentemente uns 20 anos de idade, entrara na sala. Tinha uma aparência muito bonita. Cachos ruivos e olhos verdes acinzentados. Algumas pequenas sardas no rosto. Vestia uma blusa verde musgo de lã fina abotoada e calça jeans. Sapatos de salto alto e um lenço muito brega no pescoço. Ali imediatamente se levantou e começou a pular de alegria ao vê-la.

-Olá. Sou Clementine. Soube que queriam falar comigo... Sobre o que? Matricula? Estamos no meio do ano, não acho que se...

-Ah, não! Queríamos falar sobre alguém. É, bem... Alison Montgomery. - Interrompi-a. Seu rosto ficou o mais branco possível e ela engoliu seco.

-Já falei disso com cem mil pessoas. E aliás, faz 8 anos, não há nada a declarar. - Respondeu. e virou-se para voltar a sua sala, parecendo menos fina, agora rabugenta e pouco amigável. Nos levantamos e a seguimos.

-Espere! É uma questão muito importante, por favor! Só nos ajude! - Supliquei. Ela parou, mas não olhou para trás. Parecia pensar sobre o assunto, abaixou a cabeça e apenas disse:

-Tudo bem. Sigam-me.

Nós andamos por vários corredores largos e vimos algumas salas de aula em funcionamento. Os alunos vestiam o mesmo uniforme de Alison. Olhei para trás e ela ainda estava lá, olhando cada detalhe como se estivesse realmente na escola, tendo mais um dia de aula.

Entramos em um elevador "só para funcionários" e fomos até o 3º piso. Onde ficava apenas a coordenação, a diretoria, consultório médico e dentista e a sala do conselheiro.

-Uma vez tive que vir ao conselheiro porque eu era quieta. Ele me descreveu como "doce demais, mas queimando por dentro". - Ela riu eu segurei o riso rapidamente, pois agora estávamos num elevador silencioso. - Acho que ele estava certo... - Ali concluiu, mas bem quando foi perguntá-la o motivo disso, Clementine nos indicou uma porta. com os dizeres em uma placa de metal: "Assistente de coordenação - Clementine Village". Nós entramos e nos deparamos com uma sala um tanto espaçosa. Duas cadeiras extremamente confortáveis de frente a uma mesa de mógno com um computador e algumas pastas espalhadas. Do outro lado da mesa havia uma cadeira-poltrona de rodas (estranho). Num canto, um sofá preto como o da recepção. A sala era decorada com prateleiras, estantes, quadros e vasos.

-Então... O que querem saber sobre Alison? - Perguntou a assistente de coordenação, enquanto sentava na poltrona, eu e Elizabeth sentávamos nas cadeiras e o resto no sofá. Meu braço encostou no dela e permaneceu por alguns minutos, até nos endireitarmos. Um frio subiu pelas minhas costas. - O que são dela?

-Ah, bem... Nada. Nós somos caça-mistérios e ouvimos falar sobre os sons estranhos na mansão Montgomery, estamos investigando quem a matou. - Concluiu Elizabeth, ocultando a parte da aparição assustadora de Alison.

-Ah... mas o que?! Isso não é um joguinho divertido! É um assassinato! - Repreendeu Clem.

-Eu sei. Mas ficamos interessados em saber da sua história, talvez pudéssemos ajudar a policia, não sei... - Tentei convencê-la, mas ela pareceu sem paciência.

-Ok, tanto faz. Me perguntem sobre ela, não quero saber o que querem. - Disse, friamente.

-A senhorita a conhecia? - Perguntou Jonathan, se curvando mais para frente.

O silêncio foi absoluto. Clementine fechou os olhos e respirou.

-Sim, Éramos melhores amigas aqui na escola. - Respondeu.

-Estudava com ela? Como conseguiu emprego aqui? - falei, enquanto olhava para retratos dela em sua adolescência que estavam pendurados na parede. Com o mesmo uniforme que Alison. Ali fungou triste.

-Sou filha da diretora. Não tenho idade para ser subdiretora nem experiência, mas ela me colocou neste cargo. E sim, eu estudava com ela. Na época estávamos no primeiro ano do ensino médio.

-Conte-nos sobre ela. Por favor, adoraríamos saber de sua vida. - Pediu, docemente, Karine, com um pouco de solidariedade.

-Ah, bem. Todos gostavam de Alison. Ela era a garota perfeita para a escola perfeita. A mais popular, era linda, legal, estudiosa... Todos a amavam.

-Todos... mesmo? Não havia alguém que a detestasse? - Replicou Kari.

-Desculpem-me, eu generalizei. Havia sim algumas pessoas que sentiam inveja dela.

-Quem? - Perguntamos.

-Tinha um garoto na sala, Evan Hartless, que não gostava tanto assim de Alison. Ele a amava muito, ele era obcecado por ela e então se tornou meio grudento, mesmo não sendo namorados. Ali teve que dar um chega pra lá nele, do jeito sutil dela, mas Evan não aceitou muito bem. - Ela suspirou por um segundo e pensou bem. - Não deveria contar isso á vocês mas... Há boatos de que talvez no antepenúltimo dia dela de vida, Evan havia trazido uma faca para a escola no intuito de matá-la. - Nossos rostos de choque foram instantâneos. Eu olhei para Ali e ela assentiu, um tanto chateada.

-Pobre Evan... Onde estará agora? - Perguntou-se Alison.

-Mais alguém? - Por fim, questionou, Jonathan.

-Ah, algumas invejosas da sala e de outras salas também. Tinha Camille, Evelyn, Johanna, Julie, Sarah, Amber... Eram as principais a não gostarem de Ali. As séries abaixo de nós... Todos a adoravam, é claro. Mas algumas garotas do 2º grau não eram tão legais assim... - Sorriu, aliviada. - É só isso que tenho a dizer.

-Ah... E sobre você? - Perguntei.

-Como assim? - Falou assustada. Jogando seus cabelos ruivos para trás.

-Ah, como era a sua relação com ela? Com o pessoal?

-Eu era um pouco quieta. Graças a Ali consegui me enturmar, mas eu era só "a melhor amiga da Alison", nada mais. Isso ás vezes é bom, não tinha tanta gente que me odiasse, tivesse inveja de mim... Eu era apenas, ahn, eu. - Concluiu.

-Entendo... Obrigada. Acho que nos ajudou muito e... Desculpa por atrapalhar você. - Nos levantamos e a cumprimentamos. - Até mais, então.

-Ah sim, até mais. Olha... Não tente desvendar este mistério, rapaz. A história dela é triste demais, sabe? - Disse, intensamente a mim. Eu assenti meio duvidoso.

-Eu sei. - Afirmei. Mas este "eu sei" era sobre ser triste a história de Ali. Não tinha medo de saber essa história.

Descemos de elevador de novo e fomos embora, saindo da atmosfera "nobre".

-Deveríamos falar com esse Evan? - Perguntou Karine.

-Acho que devíamos parar. A polícia investigou e não achou o suspeito! Foi um crime perfeito, cara... - Disse Sean, coçando a nuca. Nós nos olhamos por um instante, então eu soube o que fazer.

-Concordo com ele... Devemos parar. - Apoiei.

Todos bufaram, mas assentiram.

-Então tá, não é? Que chato, adoraria pegar o assassino. Quer dizer... Isso seria o máximo! - Desanimou-se Jonathan, Mas todos já haviam decidido.

Alison ficou do meu lado no metro de volta, já que novamente Elizabeth tinha ficado com Sean.

-Vai desistir? - Perguntou-me. Tentando não me afrontar, mas ao mesmo tempo tinha o timbre de súplica.

-Claro que não. - Sussurrei, escondendo o rosto por trás de um jornal. - Eu apenas não quero que eles se envolvam mais nisso. Parece ser sério, e... É melhor eu arriscar, de qualquer jeito vou morrer mesmo. - Sorri debochando. Mas Ali pareceu preocupada.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ghosts Also Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.