Maybe Memories. escrita por biamcr_


Capítulo 4
Talvez eu seja o viadinho da América.


Notas iniciais do capítulo

~Eu, colocando título com música do Green Day, sendo que os caras nem aparecem~



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Acordei algumas horas depois, com algumas vozes e risadas ao meu redor.

– Ah, então vocês dois tocam guitarra? Que legal! Eu sempre quis aprender a tocar baixo, parece divertido. – Dizia uma voz realmente conhecida por mim, fazendo-me perceber que eu era o único que ele gostava de encher o saco. – Meu irmão tentou aprender a tocar guitarra uma vez, mas nem pra isso ele se presta. – Riram.

– Cala a boca, Michael. – Falei eu, mal humorado e sonolento, ainda tentando abrir meus olhos.

– Ah, ele acordou! – Gritou Brian. – Já estava começando a achar que você estivesse morto. – Completou, rindo.

Mikey e o outro garoto, amigo de Brian, riram também. Enquanto isso eu aproveitava para tentar abrir meus olhos e fazê-los se acostumarem com a claridade.

– Gerard, esse é o Ray. – Falou ele, apontando para o cara do cabelo estranho que estava ao meu lado. – Ray, esse é o Gerard.

– E aí, cara! – Disse o outro, sorrindo, enquanto apertava minha mão. – Legal te conhecer.

Sorri ao terminar de cumprimentar o estranho, que já não era mais estranho, e virei-me para Brian.

– Que horas são? – Perguntei.

– Quase seis horas, cara. O avião já vai chegar, se anima! Matt deve estar me esperando no aeroporto, junto com o resto dos caras e, talvez, até algumas bebidas. – Ele riu, parecendo estar totalmente animado. – Posso apresentá-los a vocês!

– Seria... legal. – Respondi. Brian era legal. Então seus amigos não poderiam ser uns merdas por completo, afinal.

Após mais algum tempo conversando sobre besteiras e rindo um pouco, a conversa – que até meu irmão participava – teve de ser interrompida pelo aviso de que o avião já estava por pousar.

Eu e Mikey descemos com nossa bagagem de mão, sendo seguidos por Brian e Ray.

Aquele lugar era extremamente grande e lotado! Juro que me perderia ali se estivesse sozinho.

– Caralho! – Gritou Brian, surgindo do nada atrás de mim. Ele olhava animado em linha reta, diretamente para onde encontravam-se alguns caras altos, grandes e tatuados. Abraçou o menor deles, que tinha o cabelo preto com um moicano. – Johnny, seu merda! Que saudade de você.

Logo após isso, os outros vieram e o abraçaram também, sorrindo. Aqueles eram os amigos que ele havia comentado, com certeza. Eles eram... iguais. Não iguais, mas eles combinavam. Pareciam um daqueles grupos de amigos que realmente têm tudo em comum. E, de algum jeito, eles me lembraram o Zacky.

– Pessoal, esses são Gerard e Mikey Way, eles são de Jersey. – Dizia Brian, enquanto Ray cumprimentava-os e nós andávamos em direção à saída do lugar.

– Então... – Disse um grandão, que se apresentara como Matt – Estamos saindo para beber, Syn. Você vem, né? – Perguntou.

– E tu ainda pergunta, Shadows?! É claro que eu vou! – Dizia Brian, feliz.

– Vocês podem ir com a gente também, se quiserem. – Disse o que abraçara Brian logo que saimos do avião. – Aliás, meu nome é Johnny Christ, mas podem me chamar de Johnny.

– Uh, vocês todos têm... esses nomes estranhos? – Perguntou Mikey, fazendo-os rir.

– É uma coisa que inventamos quando nós tíamos uma banda, mas os nomes ficaram vivos até hoje. – Disse Matt.

– Ah, nós precisamos ir. Eu to morrendo de ressaca e nossos pais devem estar quase morrendo de preocupação lá dentro. – Rimos. – Então, tchau. Até algum dia...

Ao voltarmos para o interior do aeroporto, onde nossos pais se encontravam carregando as malas, pegamos um táxi e fomos para a tal nova casa.

A cidade era linda, eu não podia negar. E a vida noturna naquele lugar deveria ser bastante agitada e interessante. Aliás, podia-se ver muita gente nas ruas, o que me fazia pensar que, finalmente, eu acharia alguém legal que fosse com a minha cara de verdade e que se tornasse meu amigo.

– Chegamos! – Disse meu pai animado, quando chegar em frente à nova casa. – Vocês vão adorar. Eu vi as fotos da casa na internet e parece ser realmente boa. Encontrei com o cara da imobiliária no aeroporto e já peguei as chaves!

Realmente, a casa era bastante agradável. Era bonita, grande e bem localizada. Parecia um bom lugar para se viver.

Meu irmão pegou algumas de suas malas do táxi e saiu correndo, alegando ser muito fraco e pequeno para carregar o resto. E sobrou para mim, é claro, carregar as coisas da criança.

Peguei o resto das coisas do carro, e fui andando até a casa... Quando esbarrei em alguém. Uma das bolsas que eu carregava acabou caindo.

Um garoto de cabelos escuros e compridos, parecidos com os meus, que usava roupas igualmente escuras. Seus olhos eram verdes, e estavam contornados por finas camadas de lápis de olho.

– Oh, me desculpe... Eu não te vi. – Disse ele, abaixando-se para pegar a bolsa que eu havia derrubado. – Mas você bem que poderia ter olhado para os lados, uh? – Completou, olhando-me nos olhos.

– Do mesmo jeito que você tem o direito de não ter me visto, eu também tenho... Certo? – Falei, sarcástico, quebranco o contato visual que ele mantinha. – Mas, de qualquer jeito, eu preciso...

– Frank Iero. – Disse ele, sorrindo.

– Como? – Perguntei, confuso.

– Frank Iero. Meu nome. – Falou, como se fosse óbvio. – E você é...?

– Ah, sim. Gerard Way. – Eu respondi, sorrindo. – Sou novo na cidade, então me desculpe por esbarrar em você, é que ninguém me avisou que californianos são mal humorados.

– Não sou californiano! – Disse ele, em tom de ofensa, me fazendo rir de leve. – Sou de Nova Jersey, não nasci nesse lugar infeliz. – Completou.

– Ah, sério? Também sou de Jersey. – Comentei. Nesse momento eu já estava tão concentrado na conversa que já havia deixado as malas que carregava no chão, ao meu lado. – Sou de Newark!

– Gerard, entra. Agora. – Disse minha mãe, aparecendo na porta.

Sorri discretamente para o garoto, que foi embora. Peguei as malas que se encontravam próximas a mim e entrei, seguindo minha mãe e fechando a porta atrás de mim.

– O que você estava fazendo com aquele viado? – Disse meu pai, rindo. – Era só o que me faltava! Meu filho sendo amigo desses gays...

– Ele esbarrou em mim e derrobou minhas malas. – Menti. – Só estava tirando as devidas satisfações.

– Ah, sim. Só não bata muito forte neles, filho, a polícia tirou de defendê-los agora.

Apenas concordei com a cabeça e subi, escolhendo um quarto e deixando minhas malas lá. Pais preconceituosos são uma merda, uh?


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Notas finais do capítulo

Esse aqui ta bem chato e inútil, eu sei, mas vai ficando mais interessante depois ok?