– Como assim? – Thalia estava se fazendo de burra.

– O Matzinho era seu namorado, você me trocou por ele, então agora sou seu namorado.

– Vou pensar no seu caso. Tenho que ir dormir um pouco, até o jantar.

– Até.

*

– Então quer dizer que sua irmã está bem? – disse Henry.

– Bem o suficiente para andar de avental pelo corredor – respondeu Alice.

– Na verdade, ela está melhor. – entrou na conversa Gale – Também depois de uma semana desacordada na enfermaria, acho que andar pelo corredor de avental já é um sinal de melhora.

– Ela sabe que o próximo desafio será em março? – falou Henry.

– Não. Não falei nada para ela a não ser do medalhão.

– Eu ainda acho que devíamos tentar decifrar a pista. – balbuciou Alice.

– Em função de que? – desafiou Gale.

– Em função de que ela não está em condições. Acabou de sair da enfermaria, depois de vários frascos de antídoto para veneno, ela não pode se esforçar tentando adivinhar uma pista. Seria mais fácil se fizéssemos isso para ela. Vamos Gale, por favor.

– Seu argumento dessa vez foi aceitável. Vamos abrir o medalhão.

Assim que falou isso, puxou o medalhão de dentro das vestes, girou entre seus dedos e o abriu. O medalhão emitiu uma luz verde, e fez sussuros baixos, algo como “sssssxjhkssssssxxx”.

– Não tenho idéia. – disse Henry.

– Pois eu tenho – já foi falando Alice – Isso é a língua das cobras. O tal Harry Potter a falava tem um nome, of...

– Ofidioglota .- completou Gale – Sim, Harry Potter era em sua juventude, quando ainda guardava um pedaço da alma daquele que não deve ser nomeado.

– Como vamos traduzir a língua das cobras? – perguntou Henry.

– Não vamos Henry. A pista é essa. A dica é cobras. Mas a cobra solta algum tipo de luz verde, algo como um basilisco.

– Isso, eles acharam que como a primeira pista, deveríamos traduzir, nos pensaríamos o mesmo da segunda, mas não, isto é a própria dica.

– Basilisco, isso não me é estranho... Já sei Harry Potter enfrentou um, alias, parece que tudo nesse lugar gira em volta desse homem.

– E na verdade, gira.

*

– Vamos passar o Natal em Hogwarts?

– Sim Thalia. Se nossos pais virem no que você se meteu, eles não deixam você voltar.

– Isso é verdade. E eu tenho que me preparar para o segundo desafio. Não quero celebrar o Natal, então não me espere na ceia.

– Eu também não. Henry e Alice vão para casa então vou ficar sozinho.

– O mesmo acontece comigo, enfim, tenho que ir para aula.

– Tchau.

                                                *

Março chegou. E o segundo desafio também. Praticamente todos os alunos se encontravam em uma sala do tribunal, anciosos para saber o que aguardava os três campeões.

                                                     *

Thalia estava em uma sala escura. Podia ver o contorno dos corpos de Daniela e Macob; a porta abriu e os três diretores das escolas de Magia e Bruxaria entraram na sala acompanhados dos representantes do ministério.

– Boa tarde. O desafio é simples – começou o diretor Longbottom, o que só fez Thalia ficar ainda mais nervosa – Vocês terão que enfrentar a verdade. Se sentarão em um tribunal e a corte lhes fará perguntas. Se mentirem um basilisco atacará vocês. – completou ele, como se o que estivesse dizendo fosse normal.

– Srta. Weasley – recomeçou o diretor – como você está em primeiro vai por último. Srta. Kirkus em segundo e Sr. Osgridan será o primeiro a desafiar a verdade. Boa sorte a todos, Macob por aqui. – e os seis corpos saíram do cômodo.

                                                                        *

Thalia não sabia dizer quanto tempo passou desde que Macob saiu, mas uma pessoa que ela não reconhecia havia chamado Daniela a pouco tempo atrás, e em breve seria sua vez.