Gale estava nervoso. Olhava para o seu quarto para sua cama e se perguntava se iria sentir falta disso durante o próximo ano. Olhava para janela, via o pôr-do-sol e sabia que isso já era um milagre. As pessoas acham que o amanhã estará sempre lá, mas isso não é verdade. Não existe o amanhã, e Gale sabia disso. Parecia infantil com seus cabelos ruivos desalinhados e olhos azuis inocentes, mas não era bem assim. Como cresceu ao redor de pessoas mais velhas, era um menino muito inteligente para sua idade.

A buzina tocou lá fora e ele sabia que era hora de partir para a estação de trem. Sua irmã, uma loira com mechas castanhas nas pontas dos cabelos e olhos castanhos olhava para ele da garagem. Sua expressão era dura como quem estava pronta para dar um soco em alguém. No fundo Gale tinha medo dela, mas isso era um segredo, do qual apenas ele era capaz de guardar.

Tentou ignorar esse pensamento, pegou suas malas e saiu, pronto para escutar mais um discurso da irmã.

Thalia estava nervosa. Ela entendia que seu irmão deveria estar sentindo o mesmo já que iria para Hogwarts pela primeira vez, mas ela não estava a fim de perder o trem. Gale ainda não tinha entendido que não vale apena viver sonhando e se esquecer de viver. Ele tinha que acordar pra vida e já.

                                           *

Ele nunca tinha visto nada igual. Um trem assustadoramente grande, vermelho vivo se encontrava bem a sua frente. Crianças frenéticas, dando tchau aos pais, encontrando amigos, procurando vagões, guardando seus bichos, essa era a cena que prosseguia em sua frente. Sua irmã estava abraçada junto a um grupo de garotas e seus pais estavam enfiando as malas dos dois no trem. Gale então achou melhor entrar no trem, e como outras crianças estavam fazendo, procurar um vagão vazio. Havia um no final do trem. Dali deu tchau para seus pais, que o mandaram  não esquecer de mandar cartas, e que se não fizesse, sua irmã faria. Estava tão perdido em pensamentos que não percebeu um menino de cabelos pretos de aproximar:

- Posso me sentar aqui?

- Ah, tudo bem. Qual seu nome?

- Henry, e o seu?

- Gale.

- Neto de Hugo Weasley?

- Sim – Gale estava cada vez mais desconfortável.

- Esta indo para o primeiro ano né?

- Sim.

- Para que casa comunal quer ir?

- Meu avó disse que eu devo ficar na Grifinória, mas não sei se quero ir pra lá, gosto muito da Corvinal e da Lufa-Lufa e minha irmã é da Sonserina.

- Nossa isso sim que é mistura. Espero ficar na Lufa-Lufa, gosto dos aspectos que essa casa valoriza.

- Pois é...

A conversa se seguiu até os meninos avistarem um castelo enorme, então faltaram palavras para descrevê-lo. Eles trocaram de roupa, saíram do trem e escutaram alguém berrando.

-Alunos do Primeiro ano, por aqui!