Dark Life escrita por Cami


Capítulo 3
Encontrada.


Notas iniciais do capítulo

Aí está o proximo cápitulo! E obrigada Monday pelos reviews...
Aproveitem! xD



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Não me mexi. Já havia se passado um dia inteiro desde que eu matara aquele homem e eu não saíra mais da cama. Continuava sentada. Não tinha necessidade de me mover, ficar ali era normal, não era diferente de andar.

                Era o terceiro dia depois que abri os olhos. Ninguém havia se aproximado da minha porta desde aquele homem.

                A luz estava apagada, e o quarto era clareado pela fina luz amarelada do sol. Era manhã, e alguns pássaros cantavam do lado de fora. Passos ecoaram na escada. Isso não me abalou, muita gente passara pelo corredor, mas nenhuma parou. Até agora.

                Bateram em minha porta. Batidas leves e rápidas. Quando não atendi, bateram na porta novamente. Sem conseguir resposta, algo foi largado no chão, e os passos se afastaram. Fiquei curiosa e me levantei. Sem consequências pelo tempo imóvel.

                Andei cautelosamente até a porta. Apenas o ruído das pessoas nos outros quartos. Abri a porta, que rangeu fraco – nada que chamasse a atenção.

                A meus pés, havia um jornal, com a data 15 de maio. Na primeira página, a foto de um homem sorridente, parado em frente à uma pousada antiga. Com um salto, peguei o papel dobrado e entrei para o quarto. O homem era aquele que eu matara. A notícia falava de sua morte.

HOMEM É ENCONTRADO MORTO NO BOSQUE

            Na manhã do dia quatorze, a polícia foi chamada por uma mulher que dizia ter encontrado um corpo. Ela havia soltado seu cachorro na rua e ele adentrara o bosque. Quando ela foi procurá-lo achou o corpo de Brandon Donovan, o dono do motel e pousada St. Maria.

            O corpo estava sem sangue no organismo, e peritos estimam que ele havia morrido na noite anterior. Nenhuma pista foi encontrada.

            Ele foi abandonado a dois quilômetros da pousada, onde ninguém sabia dizer o porquê de estar ali.

            Esperamos agora, que o culpado seja encontrado.

                O que aconteceria se eles descobrissem que fui eu? Eu teria de explicar tudo, mas como se nem mesmo eu sabia o que estava acontecendo?

            Tomei minha decisão rapidamente. Vou embora da cidade.

                Juntei tudo o que eu tinha – a roupa reserva, o celular, os documentos e a escova de cabelo – e dei um passo para fora do quarto. Ouvi vozes do outro lado do corredor e entrei novamente. Talvez eu devesse esperar escurecer novamente, quando todos já estivessem dormindo.

                A fraca luz do sol ainda entrava pela minha janela. Caminhei até ela. Estiquei minha mão para repousá-la no parapeito. Um leve brilho chamou minha atenção. Olhei para minha mão e fiquei chocada. Minha mão estava brilhando. Como se fosse uma pedra de brilhante. Afastei-me da janela rapidamente.

                Agora sim, eu tinha certeza de que devia sair somente durante a noite, quando eu pelo menos parecia normal.

***

                Olhei para trás uma última vez, vendo a placa “Bem-vindo” e “Volte Sempre”. Era isso, afinal. Eu estava deixando aquilo tudo para trás.

                Caminhei durante toda a noite, vagando em direção ao norte. Não sei quantas horas nem quantos quilômetros andei. Mas quando avistei a nova placa, onde o nome da cidade estava pintado de branco, o sol já começava a aparecer.

                Dos dois lado da estrada haviam árvores. Adentrei no meio delas para ocultar minha pele brilhante caso aparecesse algum carro ali. Parei um pouco, recostada num carvalho. Pensava o que iria fazer agora. Sem o som de meus passos, pude ouvir um borbulho fraco e distante. Água, pensei.

                Segui naquela direção, esperando encontrar água suficiente para me limpar. Acabei por encontrar um riacho, com águas limpas e pedrinhas coloridas no fundo. Entrei com roupa e tudo, apenas deixando meus poucos pertences na margem.

                A água era morna em contato com minha pele, e era uma sensação deliciosa molhar meus cabelos ali. Após alguns minutos, saí da água e sentei-me na beira para ficar no sol. Depois de algum tempo, levantei-me, juntei tudo e comecei a andar novamente. Acabei tirando os tênis e correndo com os pés descalços. Comecei a correr. Aquilo era tão bom, que aumentava a velocidade. Após poucos segundos, eu estava tão rápida, que as árvores passavam como um borrão por mim.

***

                Corri como nunca havia corrido antes. Vi o sol traçar seu caminho pelo céu, o laranja do pôr-do-sol cintilar em minha pele. Só parei quando cheguei na fronteira da nova cidade. Na placa de boas-vindas, o nome Warren estava pintado em letras brancas. Eram aproximadamente dez mil habitantes, e o rio Allegheny passava pela cidade.

                Como já estava escuro, não havia problemas sair para andar nas ruas. As pessoas caminhavam de calça e blusas leves. Carros paravam no semáforo, pedestres atravessavam a rua... Ninguém parecia me notar. Bem, quase ninguém.

            Um menino ficou me encarando por um momento, e lembrei-me de ter olhos vermelhos. Parei na próxima loja de souvenirs e observei a estande de óculos de sol. Discretamente, peguei um par e já ia escondê-lo, quando alguém falou atrás de mim.

                -Oh não, você não vai roubar isso.


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