Premonição: O Trem da Morte escrita por MV


Capítulo 5
Conexão


Notas iniciais do capítulo

Bom, capítulo foi revisado, e ficaria muito grande, então tive de tirar a parte final do capítulo, que foi remanejado pro começo do próximo capítulo. No geral, é isso. Espero que gostem!



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9 de março de 2010.

Kristy, Mark, Mary, Cory e Michael estavam aterrorizados. Aquilo que viram repentinamente confirmou toda a teoria de Michael.

Mary se virou para Michael e falou:

– Michael, eu acho que essa teoria... Pode ser verdade.

– Receio que sim. Queria falar não, mas depois do que aconteceu ali... - Michael balançou a cabeça.

– Calma, aí gente! Não vamos nos desesperar! - Mark falou, tentando acalmar os ânimos que logo se exaltariam.

– O único problema é que agora que temos que nos desesperar! -Cory falou. - Depois do que eu acabei de ver, eu quero é acabar logo com isso!

Michael concluiu:

– O Cory tem razão. E agora, Kristy o que nós fazemos?

– Sinceramente... Não faço ideia.

– Você não sabe o que a gente vai ter que fazer? - Cory falou. - Ah, estamos fudidos! FUDIDOS!

Mary acabou com a discussão falando:

– Agora, não podemos discutir. Temos que enfrentar a realidade, por mais dura que seja. Vamos atrás do Stevie.

Stevie estava ajoelhado no meio da rua, derramando lágrimas. Seus olhos estavam totalmente vermelhos. Seu amor, Shannon, havia sido levada desta para melhor, e de uma forma horrível.

Repentinamente, algo surgiu no meio das chamas rolando.

– O que é aquilo? - Mary diz se aproximando

– Não sei... - Stevie falou com a boca tremulando.

– Mas isso é a...a... - Cory falou, espantando.

– ARGH! - Mary gritou e desmaiou nos braços de Cory que com o peso caiu no chão próximo de Stevie.

– Ai! - Cory falou, enquanto Mary lentamente se reanimava.

– Sha... Sha... Shannon?- Stevie disse, desorientado.

– Não... Não é.- Cory disse, ainda espantado, enquanto Mary, que caíra em cima dele, se levantava.

Kristy visualizava a cena de longe, e então sentiu novamente um arrepio. Olhou para longe e arregalou os olhos. Logo gritou;

– Cuidado, gente!

Mary e Cory conseguiram olhar. Um caminhão desgovernado vinha na direção de Stevie. Os dois saíram da rua, porém no último minuto, uma estranha coisa desviou o caminhão passando rente a Stevie, quase o atropelando. O caminhão logo foi na direção de todos, mas eles conseguiram escapar.

Não era a hora deles.

O caminhão desviou, mas bateu com força contra o Highway Café. Todos saíram correndo e o café explodiu, em uma bola de fogo, fazendoa placa do café ser jogada contra Stevie. Mas por uma sorte do destino a placa caiu ao lado cortando ao meio da cabeça morta de Shannon, enviando sangue na face de Stevie, que gritou.

– Michael, me diz um coisa... - Kristy falou, levantando-se do chão.- Eu... Eu... Sei que eu tive a premonição e o Blake morria em primeiro. Depois a Shannon junto com o Stevie. Logo,

– Não sei, Kristy. Realmente, não sei.

...

Uma hora depois.

Kristy e Mark finalmente chegaram na casa da garota. O trajeto que geralmente demorava meia hora demorou praticamente o dobro, tudo por conta daquele terrível acidente na rodovia, que originou um caos geral na cidade. O acidente foi considerado como um dos piores dos últimos 30 anos na cidade, ferindo e matando milhares de civis, inclusive Shannon. A morte armara uma grande catástrofe, levando a cabo várias vidas, pais de família, famílias inteiras, e a morte se aproveitou disso para levar também a vida de Shannon. Depois do acidente, Kristy, Mark e Michael voltaram para suas casas, mas Mary e Cory ficaram, prestando ajuda a Stevie.

Logo depois de Kristy abrir a porta, Jane falou do sofá:

– Kristy, o que aconteceu? Me responde.

– O que houve, Jane?

– Kristy, você sabe muito bem. - Jane respondeu seca, levantando-se do sofá. - Não se faça de desentendida.

– Como assim?

– Acabei de ver você, o Mark e seus amigos, além do Cory e daquele outro irmão da Mary na TV. Vocês estavam lá não estavam?

– Aonde? - Kristy ainda se fazia de desentendida.

– Não se faça de ingênua! Onde mais, no Highway Café! - Jane falou. -Kristy, tem algo estranho por aqui.

Kristy finalmente observou o que Jane assistia na televisão. Um noticiário sobre o acidente de Shannon era transmitido.

– É, Jane. Eu realmente estava no Highway Café e vi toda esse acidente que você viu pela televisão, só que no meu caso, foi ao vivo. - Kristy se virou para Jane. - Você deveria agradecer a Deus por sua irmã estar viva agora, sabia? Vou pro meu quarto, dá licença.

Então Kristy saiu rispidamente da sala. Jane ainda estava meio chocada.

– Mas eu... Eu... não falei nada.

– Se você soubesse tudo o que a Kristy está passando, sua visão iria mudar. - Mark falou para Jane.

E suspirou.

...

Mais tarde.

Ding-dong.

Jane abriu a porta da casa, surpreendendo-se com quem estava do outro lado da porta. Era Martha, sua avó. Martha era a única parente das irmãs por parte de mãe, e era a mesma que pagava todas as despesas do apartamento, mas não havia problema, pois era muito rica. Quando o pai das irmãs faleceu, Martha ofereceu a sua mansão para as irmãs morarem, mas elas recusaram. Desde então, Martha sempre buscava saber notícias das netas, e se preocupava muito com elas, sempre visitando-as. Mesmo assim, Jane se surpreendeu com a visita.

– Oi, vó! - Jane disse.

– Oi, minha netinha. - Martha falou, e deu um beijo na bochecha de Jane. - Tudo bem?

– Sim. Ah, você quer que eu chame a Kristy para falar com você?

– Falando em Kristy, preciso falar com ela. - Martha falou. - Ela está aí?Preciso falar com ela urgentemente!

– Ola, estar ela está... Mas não sei se você vai conseguir falar com ela. Ela está trancada lá no quarto dela. O Mark está com ela.

– Mark? A minha netinha já está namorando? - Martha perguntou.

– Na verdade.... É, pode se dizer que sim. - Jane respondeu.

– Esses jovens de hoje em dia... - Martha falou, indo na direção do quarto de Kristy.

Martha bateu na porta do quarto de Kristy, e logo a porta foi aberta por um rapaz, que Martha presumiu ser Mark.

– Kristy? Posso entrar? É a sua avó, Martha.

Kristy estava sentada na sua cama, com as mãos sobre os olhos, provavelmente havia chorado nos últimos tempos.

– Vou deixar vocês duas a sós, tá? - Mark falou, saindo do quarto e fechando a porta.

– Kristy? Você está bem? - Martha disse, sentando-se na cama da garota.

Kristy retirou suas mãos da frente dos seus olhos, e dirigiu seu olhar a Martha, que estava sentada ao seu lado.

– Oi, vó.

– Bem Kristy, eu não sei como eu vou falar isso... Mas tenho uma coisa pra te contar.

– O que foi? - Kristy disse, arrumando seus cabelos.

– Não sei por onde começo... Já ouviu falar do acidente em uma ponte que aconteceu em 1950 aqui na nossa cidade, certo? Eu sei que faz tempo, mas você já deve ter ouvido.

– Claro. O que isso tem a ver comigo?

– Tudo. Pois então, eu tinha a sua idade quando isso ocorreu. Tinha 17 anos, e sobrevivi a essa catástrofe. Mas sobrevivi por causa de uma coisa que pra muitos soaria absurda:porque tive uma premonição. Depois dessa premonição, eu consegui sair e retirei mais quatro amigos, mas logo depois eles morreram.

– Obviamente. - Kristy disse, tentando esconder o espanto que tivera após ouvir o que aconteceu com sua avó.

– Não, Kristy, eles morreram em menos de duas semanas depois. Eu também quase morri, muitas vezes,mas consegui sobreviver. Somente sua mãe e sua tia sabiam disso. Era nosso segredo, que nós levaríamos para o túmulo. Mas algo aconteceu, mudando totalmente o rumo disso.Nos anos 90, logo depois do seu nascimento, sua mãe teveuma premonição de que aconteceria um terrível acidente de carro, e ela morreria. Mas como era apenas uma premonição, ela conseguiu evitar sua morte.Sua tia morreu no acidente, mas segundo sua mãe, ela também tinha tido algo semelhante. Porém, algumas pessoas saíram junto de sua mãe.

– Então... O que houve?- Kristy disse aterrorizada, temendo a resposta.

– Todos eles morreram. E você já sabe o resto da história. Tudo o que aconteceu depois foi por conta disso. Da minha visão.

Isso explica muita coisa.- Kristy pensou.

– Vó... Se isso é coisa de família, como parece... Chegou mesmo a hora de acontecer tudo isso novamente? Comigo?

– Sim. Por isso estou te avisando. Por quê? Aconteceu algo?

– Aconteceu algo sim...Anteontem, eu estava no metrô com meus amigos quando eu, sei lá, tive uma visão do metrô explodindo. Parecia tão real, mas não era, nunca foi. No desespero, eu tirei alguns amigos meus de lá, incluindo o Mark, esse rapaz que estava aqui, e quando eu vi... O acidente aconteceu mesmo.

Martha parecia chocada.

– Mas alguém já morreu? – Ela perguntou preocupadíssima.

Kristy confirmou com um gesto com a cabeça.

– Então é pior do que eu imaginava. – Martha falou, colocando uma mão sobre sua cabeça. – Kristy, amanhã, convoque todos para ir a minha mansão as onze. É perto da New Gate Bridge.

– A mesma ponte que...

– Exatamente. Essa mesma. Por favor, faça isso o mais rápido possível, você não faz ideia do que irá enfrentar. – Martha se levantou da cama de Kristy, e ela também. As duas deram um abraço, enquanto Martha sussurrou no seu ouvido.

Eu não quero te perder também. Já perdi muitas pessoas na minha vida, e agora você e a Jane são tudo o que me resta.

...

20:00.

O celular de Mary tocou. Ela estava na sala, sem fazer absolutamente nada, apenas olhando Cory gritando palavrões para o game que jogava. Stevie estava na cozinha, tentando se distrair com alguma coisa.

– Alô? – Mary falou no telefone.

– Shhh! Cala a boca! - Cory falou para ela, e novamente se virou para o game, voltando a ficar entretido com o jogo.

– Mary, é a Kristy. Eu preciso falar com você o quanto antes sobre aquele assunto.

– Ah, sei. – Mary suspirou. - Vou pro meu quarto, não posso ficar aqui. Sabe, o Cory tá jogando e ele...

– Mary, silêncio! - Cory exclamou.

Ela suspirou e se levantou, indo para seu quarto. Ao abrir a porta, falou:

Pronto, pode falar.

– Mary, a coisa é muito pior que eu pensei. Parece que essas visões são coisas de família... Da minha família.

– Como assim, Kristy? Sua família?

– Minha vó teve uma visão com a queda de uma ponte. Minha mãe e minha tia também tiveram visões, e até meu irmão teve uma. É como se fosse passando de pessoa para pessoa. E sempre, sempre, um grupo de pessoas saía junto deles.

– Mas eles não estão vivos pra nos ajudar?

– De todos os sobreviventes? Só minha avó.

Aquele comentário gelou Mary por completo. Nenhuma pessoas havia saído ilesa daqueles acidentes até agora, e poderia ser que ela entrasse nesta terrível estatística. Não somente ela, mas seus irmãos também. Ela se preocupava muito com Cory, seu irmão caçula, mas tinha razão. Ela tinha um estranho senso materno com o garoto, não era apenas uma relação de irmãos. Ela precisava proteger Cory mesmo que este não quisesse.

– Então, continuando... Minha avó veio aqui hoje e descobriu o que vem acontecendo com a gente... E disse que todos deveriam estar na casa dela, bom, não é uma casa, é uma mansão... Amanhã ás onze da manhã. Quanto antes nós formos, melhor será para todos nós. Então liguei pra você, já que... Pro Cory e pro Stevie virem depende de você. Então, ela mora numa mansão bem próxima a New Gate Bridge. É uma mansão azul, a única nessa rua, fica naquela última rua antes de entrar pra ponte. Conhece?

– Tá, sem problema. Nós iremos. Tentarei convencer os dois a irem. Por parte do Cory será mais fácil, pois o Stevie ainda está muito abalado...

– Entendo. Não deve ser fácil perder a namorada num acidente horrendo com aquele, bem na sua frente.

– Mas se conseguir eu levo ele também.

– Ótimo. Bom, eu acho que era só isso que ia falar, Mary. Hã... Até amanhã.

– Até amanhã, Kristy.

...

10 de fevereiro de 2010.

10:00.

– Cory, você viu o Stevie? - Mary perguntou. - Precisamos ir.

– Sinceramente, eu acho que ele não vai. Ontem ele disse que pensaria no assunto, e até agora ele não falou nada.

– Eu vou sim. A propósito, estou aqui na cozinha.

– Onde mais? - Cory perguntou, irônico. Ao chegar na porta da cozinha, Cory falou para Stevie, que estava fazendo algo na pia:

– Mano, você deveria sair um pouco dessa cozinha, nem sei como você consegue ficar aí tanto tempo... Se for pra ir na cozinha, é pra comer.

– Cory, você não vai entender se eu falar o porquê de eu gostar de cozinhar.

– É, eu não vou entender mesmo. Você vai com a gente ou não?

Stevie suspirou profundamente.

– Eu vou sim. - Ele falou. No momento em que Stevie se virou, ele bateu contra algumas louças que estavam sendo colocadas para secar. Alguns copos de plástico caíram contra o chão, e uma taça também, que se estilhaçou no chão.

Stevie se virou no exato momento, e quando iria pegar os cacos, a luz acima dele piscou.

– Eu acho melhor nós irmos, Stevie. - Cory falou, mostrando certa tensão na voz.

...

11:00.

Michael chegava ao local indicado por Kristy. Foi fácil de encontrar uma mansão azul próxima a ponte, já que a casa de Martha se destacava das demais ao redor. Logo visualizou os outros esperando do lado de fora da casa de Martha, e o portão se abriu. Eles entraram, mas nenhum viu Michael que ainda estava por chegar.

O rapaz correu o mais rápido que pode, e enquanto o mordomo de Martha fechava o portão, ele conseguiu chegar. Kristy se virou na exata hora em que ele chegou no portão, e falou:

– Michael! - Kristy falou. - Pensei que não viria! Pode deixá-lo entrar, tá? - Ela falou ao mordomo, e assim aconteceu.

– Desculpa pela demora, eu...

– Não precisa se desculpar, relaxe. - Kristy falou. - Minha avó já está esperando por nós.

O mordomo tomou a frente do grupo, abrindo as portas da imponente mansão azul.

Cory logo falou:

– Nossa, como aqui é grande, né Stevie?

– É, Cory, muito grande. - Stevie falou, impaciente. - Tão grande quanto meu olho!

– Calma, Stevie, você sabe que é pro seu próprio bem! - Mary disse.

– Eu só consigo pensar na Shannon. - Stevie falou, baixo, mas ninguém o escutou.

– Olá! Sejam muito bem-vindos - Martha falou, chegando no grupo.

– Você deve ser Martha, Kristy falou de você! - Michael falou. - Prazer, Michael.

– O prazer é meu, Michael. - Martha falou, apertando a mão do garoto. Bom, venham comigo, por favor.

Passaram pela casa inteira. Tinha uma pequena galeria de arte, sala luxuosa, quartos radiantes e uma varanda linda. Martha tinha acumulado muito dinheiro a partir do acidente da ponte, quando lutou para conseguir uma vida melhor, após vencer a morte.

Passaram diante de cozinha, atraindo a atenção de Stevie, que olhou, e viu um chef de cozinha preparando um prato para os jovens. Sabendo que provavelmente teriam um almoço, o lado culinário de Stevie falou mais alto. Ele sabia que aquele talvez seria uma boa oportunidade de aprendizado, e nem ligou para o fato que a morte estava perseguindo eles, e que aquela cozinha poderia ser o local certo para a morte pegá-lo, se fosse o próximo.

– Eh, me desculpe pela intromissão, dona Martha, mas nós vamos ter um almoço certo?

Martha se virou e respondeu:

– Sim, teremos.

– Bom, não sei como te peço... Mas... Eu poderia ajudar a cozinhar os pratos? Eu quero ser um chef de cozinha no futuro, tanto que vou começar a cursar gastronomia.

– Tudo bem, sem problema. Apenas fale com o chef.

Stevie foi até a cozinha e conversando com o chef responsável da mansão, ele o deixou ajudá-lo nos pratos que seriam servidos.

Tudo estava dando certo para ele, que até esquecera de Shannon temporariamente

...

Sem Stevie, Martha e os outros passaram embaixo de um lustre. Martha falou:

– Esse lustre é a coisa mais antiga da mansão. O primeiro objeto. Nunca foi trocado.

Mark perguntou, meio receoso:

– Não tem perigo de cair?

– Não, imagina. Nunca caiu, por que cairia agora? - E ela continuou.

Os outros, com exceção de Mark e Kristy não deram muita atenção para o lustre. Mas Kristy olhou mais um pouco o lustre, acima dela. Mark, ao seu lado, falou:

– Eu não confio na sua avó a respeito desse lustre. Nós deveríamos tomar cuidado, você sabe o que pode acontecer... - Ele falou olhando para Kristy. - Kristy? Você tá me escutando?

Kristy estava desconexa do mundo, apenas olhando o lustre, que aparentava estar meio solto, enquanto sentia um estranho arrepio passar por todo o seu corpo.


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Notas finais do capítulo

As referências foram bem sutis neste capítulo, aqui estão elas(antes da revisão existiam mais mas eu tive de tirar)Premonição de Martha - acidente na ponteFala de Stevie(olho) - morte de OliviaCoisa estranha voando - Morte do DennisÉ isso. Quem está acompanhando a fic durante a revisão, logo sai o próximo capítulo.