Premonição: O Trem da Morte escrita por MV


Capítulo 4
Highway to Hell


Notas iniciais do capítulo

Fala aí, gente! Nesse novo capítulo teremos inúmeras referências a Final Destination 2, ao contrário dos outros capítulos com referências sutis a Final Destination 3 e The Final Destination(acidente do metrô e morte do Blake). Tanto que o nome do capítulo é em referência a música "maldita" de Final Destination 2, Highway to Hell.
Ah, o capítulo já foi revisado ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/182653/chapter/4

Kristy e Mark foram até a casa dela. Ao chegarem, Jane ficou surpresa:

– Quem é esse? - Jane perguntou, enquanto comia.

– É o Mark, um amigo meu. Estudou comigo no ano retrasado. - Kristy respondeu a irmã.

– Ah, tá... E o que ele veio fazer? - Jane disse, sem nenhuma discrição.

– Vai morar uns tempos com a gente. - Kristy falou.

– Como? - Jane se virou. - Você tá falando que... Esse garoto que você mal conheceu vai morar com a gente? - Então Jane se virou para Mark. - Sem ofensa, é claro.

Mark balançou a cabeça, mostrando que não se importava.

– Jane, ele foi despejado do prédio onde morava, certo? Que custa deixar ele aqui por um tempo?

– Na verdade, o prédio poderia desabar. Tava cheio de rachaduras. - Ele respondeu.

- Ah... Tudo bem. - Jane falou. - Seja bem-vindo, Mark. Agora se me dão licença vou continuar comendo.

– Obrigado. - Ele respondeu, e seguiu Kristy que ia até um quarto vazio.

Kristy logo falou;

- Desculpa pela minha irmã, tá? Ela é meio imprevisível.

- Por que desculpas Kristy? Eu adorei sua irmã. - Mark falou.

Ela se virou.

- Kristy, você entendeu. - Mark falou.

Kristy estranhamente sentiu uma pontadinha de ciúmes. Tivera uma ligeira impressão de que Mark gostava de Jane. 

Kristy, deixa de ser idiota. - Ela pensou.

- É, de certa forma... Bom... - Kristy parou na porta de um quarto vazio. - Aqui será seu quarto, ok?

– Tá bom... - Mark falou, entrando no interior do quarto. - Kristy, tenho uma pergunta pra você.

– Tá tudo aqui, relaxa. Colchão, cobertor, travesse...

Mark a interrompeu falando:

- Não é nada disso, Kristy. Eu queria saber se você falou com sua irmã sobre a premonição que você teve.

– Não... Não... Receio que ela tenha um troço que nem o Cory ou então ela não vai acreditar e achar que sua irmã é uma doida varrida. Não, eu não vou falar isso, não agora.

...

19:00.

- Ai, Stevie... - Shannon falou. - Como eu queria que você deixasse de morar aqui com seus irmãos e fosse morar comigo.

Os dois estavam na cozinha do apartamento dos três. Shannon estava sentada na mesa, enquanto Stevie preparava um prato para a garota. Tanto Mary como Cory não estavam lá naquele momento. Cory tinha ido para o enterro de Blake um tempo atrás, e logo estaria voltando. Já Mary saíra para ir até a casa de Kristy.

- Você sabe que eu não posso, Shannon. Por mim eu sairia daqui, você não sabe como é difícil aguentar os dois. Mas eu sou o irmão mais velho, tenho como agir como o comandante da família.

Shannon suspirou.

- Ah. Eu até entendo, mas... Eu queria você pertinho de mim sempre, sabe?

Stevie se virou e riu.

- Acho que você está muito exaltada hoje, Shannon.

- Eu, exaltada? - Shannon falou. - Claro que não, Stevie. Estou apenas falando o que casais apaixonados fazem.

- Então nós somos um casal diferente. - Ele falou. - Shannon, eu sei que vou estar falando com a parede, mas não dá para fazer tudo o que você quer. Depois que meu pai morreu, eu virei o homem da casa, mas ainda existia minha mãe. Daí quando ela faleceu... - Stevie abaixou a cabeça. - Eu tenho que cuidar deles, é minha responsabilidade. Eles são minha família, e até que a Mary e o Cory não sejam maiores de idade, eles não podem  sair daqui de casa, e nem eu posso abandoná-los.

...

22:00.

Michael estava ainda acordado, no seu quarto, na Internet. Por curiosidade, decidira procurar mais sobre premonições. E confirmou sua estranha teoria, através de sites que apareciam sobre isso.

Então, isso já aconteceu seis vezes.

Michael já ouvira falar do estranho acidente do Voo 180, era simplesmente impossível nunca ter ouvido sobre aquilo naquela cidade, que fora o palco principal para o acidente. Na realidade, o acidente ocorrera em Nova York, mas Mt. Abraham perdera muitos alunos por conta daquele acidente. Apenas sete pessoas da escola saíram daquele avião, e todas estavam mortas, porém esta parte Michael não sabia. Não sabia que todas morreram em bizarros acidentes, porque supostamente a morte estava os perseguindo. Começou a pensar na situação em que eles se encontravam e começou a ligar lentamente os fatos.

Mas não é possível. Não pode ser. Somente o Blake morreu, e foi por descuido dele.

A parte cética de Michael queria pensar que tudo isso era mentira, mas ele sabia que tinha um fundo de verdade. Toda suposta lenda tinha um fundo de verdade.

Mas o que ele achara depois aumentou suas conclusões. Artigos sobre um acidente numa rodovia, duas pontes, uma montanha-russa. Era impossível ser apenas coincidência.

9 de março de 2010. 

Sábado.

12:00.

– Até que enfim acordou, sua dorminhoca! - Mark falou, rindo.

Kristy deu um sorriso de leve, enquanto ajeitava seu longos cabelos loiros, que estavam meio caídos.

– Ô mana, você não vai tomar café da manhã, né? - Jane perguntou. - A propósito, bom dia.

– Por que? - Kristy perguntou.

– Kristy, sabe que horas são? - Mark falou, respondendo logo em seguida. - Meio-dia.

– Ué, e daí? Eu posso muito bem tomar o café da manhã agora. - Ela falou. - Ah, e pra que almoço? O café já resolve muita coisa.

Jane abriu a boca, e já ia começar a dizer coisas, quando subitamente parou, e concordou com a cabeça.

– Eu disse. - Kristy falou, enquanto se dirigia até a cozinha. Enquanto colocava o leite numa caneca, falou com Jane:

– Olha, Jane, eu vou ter que sair hoje as uma e meia. Tenho um encontro com meus amigos no Highway Café. O Mark vai também.

– Tá bom, sem problema.

– Consegue ficar sozinha?

Jane suspirou, e falou:

– Sai dessa, já sou uma moça.

...

13:00.

Chegada a hora, Kristy e Mark foram. Desceram pelo elevador do edifício e chegaram ao térreo. Logo depois da saída, pegaram um ônibus.

Os dois sentaram juntos, e Kristy ficou na janela. Enquanto olhava a paisagem passar rapidamente, ela se lembrou do acidente. Naquele momento em que vira a morte de Blake e desde então, sentia que algo estava com ela. Uma presença perturbadora, e fria. Quando Michael dissera aquilo sobre a morte, Kristy mostrou-se cética, mas ela sabia que nem tudo parecia estar tão certo assim. Ela duvidava do seu ceticismo, principalmente por causa dessa presença.

O ônibus parou num semáforo, repentinamente, fazendo Kristy ir para frente no banco, retirando ela do seus pensamentos. Naquele momento, olhou para fora do ônibus e viu uma construção. Várias barras de ferro estavam colocadas lado a lado, enquanto um guindaste levantava uma delas.

Então, o guindaste tremeu um pouco, e logo o ônibus deu a partida. Kristy olhou para trás, e via o mesmo funcionar normalmente. Ela estranhou o fato, porém não ligou muito para o mesmo.

Olhou para Mark, e estranhou o que viu. Vários pontos escurecidos estavam sobre a pele de Mark. Mark percebeu que ela olhava para ele, e perguntou:

- O que foi?

Ela balançou a cabeça, e não viu mais nada.

- Nada. Não foi nada.

...

O ônibus parou num ponto e eles desceram. O ponto de ônibus era bem próximo ao Highway Café. Essa rodovia era uma das mais perigosas do país onde aconteciam vários acidentes, e este café estava localizado na mesma.

– Chegamos. Highway Café! - Kristy falou. - Os outros devem estar lá dentro já.

– Nossa, o logo é uma rodovia indo para um... Buraco? - Mark perguntou.

– É estranho, né? 

Então Kristy sentiu um vento gelado bater contra ela, gelando sua espinha. Olhou para o outro lado, e uma construção similar a aquela que vira estava sendo construída na frente do café. Seu olhar foi desviado para algumas barras de ferro no chão.

- Kristy, vamos? - Mark falou, chamando-a para a realidade.

Entraram e logo viram Michael e Mary. Por mais incrível que pareça ela conseguiu trazer o Cory pro encontro. Stevie também foi, pois trabalhava no café.

– Oi, gente! - Kristy disse, sentando-se numa cadeira.

– Tudo bem, Kristy? - Michael falou - Vejo que o Mark veio também.

– Não, eu sou um holograma, prazer. - Ele falou, brincando.

– Oi, Mary. - Kristy falou - Tudo bem?

– Claro, e está melhor com meus irmãozinhos. Consegui trazer o Cory quase arrastando ele.

– Na verdade, você me arrastou em casa. - Cory falou. - Eu acho isso uma inutilidade.

– Deixa, Cory. - Mary falou. -  E o Stevie trabalha aqui. Então foi fácil reunir todo mundo.

– E a namorada do Stevie? - Kristy perguntou. - A tal da Shannon?

– Aquela idiota? - Mary falou. -  Ô Stevie, cadê a Shannon?

– A Shannon? Ela disse que está vindo de carro. Ligou pra mim agora há pouco. 

Mark desviou o rumo da conversa.

– Nossa, se já fora era a rodovia indo para um buraco aqui é indo para um olho?

– É, parece que tá entrando no olho. Em todas as mesas é assim. Só muda o objeto. - Stevie disse.

- É cada coisa que me aparece... - Mark falou, sozinho.

– Então, o fato é que Kristy teve a premonição. - Michael falou.

– Ai, vai começar... - Cory falou.

– Cala a boca, Cory! - Mary disse. - Deixa o Michael falar, por favor. Depois você fala esses comentários inúteis.

– Então, o Blake morreu. - Ele começou.

– Tá, já entendemos, prossiga. - Cory falou.

- Cory... - Mary falou.

- O que foi? - Cory perguntou. - Só falei a verdade.

– Então seria como se tivessemos enganado a morte. - Michael falou. - Eu pesquisei sobre isso, e isso se encaixa muito no que aconteceu. Outras vezes já aconteceu isso.

– Hã? - Stevie falou.

– Mas o Blake morreu logo em seguida. - Michael continuou. - E isso abre um leque muito maior de possibilidades.

– Mas o Cory poderia ter morrido no lugar do Blake, pois estava na frente dele na hora da morte. - Mary falou.

– Exato! Mas algo maior fez você chamar o Cory e ele deu um passo a frente fazendo ele escapar da morte.

- Mas o Blake foi o primeiro a morrer na premonição. - Kristy disse.

- Exatamente. E isso tem a ver com um coisa que eu achei na Internet...

...

Enquanto isso, Stevie mandava um torpedo a Shannon.

– Hum, deixa eu ver...Stevie tá pedindo pra eu ir logo então vamos... - Shannon falou, pensando alto. - Apesar de eu não acreditar em nada disso, só vou pelo Stevie.

Ligou o rádio. Estava tocando Highway to Hell do AC/DC.

I'm on the highway to hell

On the highway to hell

Highway to hell

I'm on the highway to hell

– Argh, odeio essa música. - Shannon falou. Então, mudou de rádio, até encontrar alguma que gostasse.

Na sua frente havia uma construção. Um guindaste levantava um placa de vidro e deixava em outro lugar.

– Nossa, se essa placa cai em cima de alguém, é morte na certa.

Então Shannon sentiu um vento gelado que entrou pela janela do carro. Observou mais uma vez a construção a sua frente. E do outro lado podia ser visto o Highway Café. Separados pela rua.

...

– Então o Blake tinha que morrer? - Cory perguntou, bocejando, ainda descrente. - Ele teve de morrer por causa dessa lista maluca?

– No começo eu pensei que se o Blake tivesse dado mais atenção naquela hora poderia estar vivo agora. - Michael explicou. - Mas depois que eu vi essas coisas acho que a morte está supostamente caçando a gente. E Blake foi só o primeiro.

Kristy olhou para o lado e viu a construção. Sentia um estranho agouro dentro de si.

– Então, assim, acho que estamos destinados a morrer. Ou seja, a morte pode caçar a gente um a um. - Michael falou. - Eu acho.

– Corta essa. - Cory disse. - É impossível isso acontecer, e mesmo que já tenha acontecido tantas vezes, como você sabe se é a nossa situação?

Michael iria responder, mas Stevie cortou a conversa, dizendo:

– Vou ali fora, a Shannon me mandou um torpedo dizendo que está próxima a construção aqui em frente. Logo estará chegando.

– Mas é burra mesmo! Qualquer um sabe que não sabe pode mexer no celular quando tá dirigindo. - Mary falou.

– Ela é cuidadosa!

- Ah, confio muito nela. - Mary falou.

– Olha, eu vou também. - Cory disse, levantando-se da cadeira. - Eu não aguento mais ficar aqui escutando essa teorias malucas de que nós vamos morrer e tal...

– Cory, você não vai a lugar nenhum. Volta aqui. - Mary disse.

- Mary, você não é ninguém pra mandar em mim. Já sou muito grande pra ficar recebendo ordens, por favor.

- Volta aqui, Cory. - Mary falou, indo atrás dele, saindo do café.

Michael, Kristy e Mark se entreolharam.

- Devemos ir também? - Michael perguntou.

– Quer saber? - Mark falou. - Vamos todo mundo pra fora.

E eles se levantaram. Kristy foi a última a sair do café, e ao passar da porta, sentiu mais uma vez aquela estranha sensação. Ela começou a se convencer que algo estranho estava acontecendo após os fatos mostrados por Michael, e também por conta que ela já sabia a respeito do passado dela. Do passado obscuro de sua família.

E agora ela começava a achar que algo terrível iria acontecer. Mas não contou para ninguém, não achava que nada aconteceria.

...

Shannon deixara o celular no banco ao lado, e olhava o guindaste. Virou o rosto e viu todos a esperando do lado de fora, e reparou que Mary e Cory brigavam.

Ah, eu não sei como o Stevie aguenta esses dois.

No café, Kristy olhava o guindaste, então Mark falou com ela:

- Kristy, você tá bem? Você fica olhando esse guindaste o tempo todo...

- Alguma coisa vai acontecer. - Kristy falou num rompante, assustando Mark e Michael.

- Como assim, Kris...

Repentinamente, Michael foi interrompido. O guindaste não aguentou a peso e a barra de ferro se soltou e saiu capotando pela rua, esmagando alguns carros e pessoas.

Mary e Cory ficaram atônitos, e pararam de brigar. Kristy já temia o pior.

– Meu Deus! - Mary exclamou.

– Caramba. - Cory disse.

– Peraí... - Stevie falou. - O carro do Shannon é aquele ali na frente e a barra está indo na direção... Merda. - Stevie saiu correndo.

Kristy ficou atônita, apenas observando enquanto toda a cena se desenrolava. 

No carro, Shannon freou repentinamente, vendo a barra de ferro vindo na sua direção. Tentou escapar do carro, mas o cinto de segurança não saía.

Ela já derramava lágrimas pelos olhos, vendo a barra se aproximar cada vez mais.

Logo olhou para o outro lado, e viu Stevie correndo no meio dos carros.

Eu nunca vou poder ficar com você, Stevie. Nunca.

Ela olhou para a frente e uma barra de ferro vinha capotando na direção do carro. Ela fechou os olhos e gritou o mais forte que pode.

A barra de ferro atingiu o capô do carro de Shannon, provocando uma explosão no motor, enquanto ela continuava seu caminho, e cortava o carro de Shannon em dois, cortando ela ao meio. Houve uma grande explosão, liberando detritos do carro, que agora não passava de uma massa de metal retorcida.

Stevie gritou, enquanto observava a terrível cena.

Mary e Mark olhavam aterrizados para a cena.

Kristy sabia que ela estava atrás deles. A morte não os deixaria em paz, e tudo isso foi cravado com a fala de Cory, ainda atônito com o que vira:

- Você tem razão, Michael. Ela está atrás de nós.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para quem não achou as semelhanças aí vai.

Barra de ferro - Toras, Mesa com figura de olho - Morte do Evan, Logo do buraco - Morte da Kat, Placa de vidro no guindaste - Morte do Tim

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Bom, o capítulo foi revisado e houveram algumas mudanças. Foram colocados algumas pistas da morte de Shannon e também foi incluída a música Highway to Hell além de algumas cenas complementares. Logo, revisarei o capítulo 5.