Mais um grito vindo de dentro da casa de Gêmeos fez-se ouvir. Kanon virou-se e desapareceu adentro da casa em busca do irmão.

-- Acho que eu e você temos assuntos inacabados, Aeron.

-- Ah, meu amor. Temos muitos, mas a maioria você nega. Se você quiser podemos começar a nos entender melhor agora – dizia com um sorriso malicioso no rosto

-- Já que você insiste, vou começar a discussão do relacionamento agora! A presa e a caçadora! – a amazona já irritada parte para cima do guerreiro

Aeron se desvia dela e se posiciona atrás dela. Por alguns instantes o rapaz achou ter saído ileso do ataque, mas logo sentiu uma pulsação no braço e na perna esquerda. Algo espesso e quente escorria por sua pele, embaixo da armadura. Aeron levou a mão ao braço apenas para confirmar aquilo que já era obvio. No fundo eu sabia que simplesmente me esquivar não seria o suficiente, mas cheguei a imaginar que talvez fosse.

Antes que os pés de Nefertiti atingissem o chão ela desferiu outro golpe em direção às costas do platina. O homem foi jogado até seu corpo abraçar uma das pilastras. Com o impacto a coluna chegou a estalar, revelando as rachaduras.

-- O que foi Aeron? Esqueceu de como se defender? Já esta entregando os pontos? Vamos logo, Aeron! Eu quero a minha vingança com alguém consciente e não desacordado.

A musa se aproximou do cavaleiro e o ergue pelos ombros. Por não abrir os olhos ela o lançou contra alguns blocos quebrados do que um dia foi uma coluna. Ainda assim nem um gemido de dor saiu da boca do platina. Eu sei que o ataquei forte, mas não imaginei que ele fosse tão fraco a ponto de morrer com apenas dois golpes meus. Pena, eu queria mais diversão e não algo tão rápido. A amazona observava o corpo inerte do guerreiro com um olhar frio e decepcionado. Quando o ardor de sua ira havia diminuído ela pode notar que os gritos que saíam da casa de Gêmeos ainda não haviam cessado. Será que eu superestimei os cavaleiros de Gêmeos? Calisto nunca me foi algo tão terrível.

Um arrepio lhe cruza a espinha ao sentir que não havia apenas três pessoas lá dentro. Ela tenta se concentrar lembrando onde já sentira essa presença antes. Nefertiti por fim da as costas à Aeron e se dirigi a saída da grande casa.

-- Nunca te disseram que um luta de verdade só acaba quando um morre? Ou você já se rendeu? – uma voz fraca e abatida se fez ouvir vinda do cavaleiro que tentava se erguer

Nefertiti esboçou um sorriso no rosto, mas não se virou para ele. Apenas continuou andando em direção ao templo de Gêmeos.

-- Nossa luta não acabou, amor. Nem chegou a minha vez de atacar. Ou será que você já se cansou de bancar a difícil? – o platina provocava a amazona com gosto.

-- Me ensinaram a respeitar até o mais inferior dos vermes, como você. Mas se insiste em querer que eu mesma lhe de a morte então que assim seja. – a musa se vira para o guerreiro já em pé.

Ambos se preparavam para aplicar seus golpes. Os dois se lançam, um contra o outro, desferindo seus ataques. Ambos se cruzam e param de costas para o outro. A musa sentia um filete de sangue escorregar pelo canto de seus lábios, mas já não se importava com isso. Ela mantinha um sorriso neles. O platina do outro lado caía sobre os joelhos, sua cabeça rola para trás enquanto seu corpo se curvava ao chão para frente. Ao ouvir o som oco de algo batendo contra o chão a cavaleira abaixa levemente a cabeça e ri baixo. Você poderia ter ouvido meus avisos, mas agora já é tarde.

Nefertiti é acordada de seus devaneios pela aproximação de dois guerreiros que saíam da casa de Gêmeos. A musa olha por sobre o ombro confirmando ser os cavaleiros de ouro de Athena. Saga se coloca em posição de luta e assim Kanon também o faz. A musa se coloca de frente para eles cruzando os braços em frente ao corpo. Ela abre sua boca para dizer algo a eles, mas se detém ao sentir as deusas se aproximando. Os geminianos endireitam a postura ao sentir Saori se aproximar

-- Acalmem-se Saga e Kanon. Ela esta aqui para nos ajudar. – disse Athena ao sair da casa de Gêmeos

Sabendo que Árthemis a seguia de perto, Nefertiti retira o cadáver do caminho e o lança longe seguido da cabeça. Quando as deusas passam pela amazona Árthemis para e olha para sua musa.

-- Se sente melhor agora? – perguntou ela com um leve sorriso.

Nefertiti se conteve em apenas acenar com a cabeça com um sorriso de satisfação nos lábios. Era óbvio que ela estava feliz pela vingança, mas será que isso não serviu apenas para agravar a iminente batalha de Árthemis e Athena contra Apollo?

Os geminianos se juntaram à expedição até os aposentos de Athena para uma reunião sem questionar. Estranhando o grande touro seguir mancando aos fundos da expedição se juntaram à ele e o ariano.

-- O que esta acontecendo? – perguntou Kanon ainda desconfiado com os visitantes

-- Ainda não sabemos. – Respondeu Mu

-- Nefertiti disse que as deusas irão nos explicar em breve – respondeu Aldebaran se soltando do apoio do amigo – Já me sinto melhor Mu, posso prosseguir

Mu respeitando-o soltou o taurino.

A cada casa que passavam os guardiões das casas se uniam à subida até os aposentos de Athena.

Ao chegarem na sala do Grande Mestre do Santuário os cavaleiros de ouro se reuniram em um semi círculo para ouvir as palavras de Athena. Os cavalheiros de bronze se juntaram aos de ouro, próximos à Athena. As musas se colocaram próximas à Árthemis.

As deusas se posicionaram em frente ao trono do Grande Mestre e então começaram as apresentações das visitantes. A surpresa de alguns dos cavaleiros de ouro foi inevitável. Logo que Athena lhes contou sobre os planos malignos de Apollo alguns cavaleiros de ouro se manifestaram.

-- Devemos reforçar as defesas do Santuário – disse Shura fazendo menção de ir providenciar os preparativos

-- Nosso maior dever é proteger Athena e a paz na Terra, devemos atacar e exterminar as forças de Apollo – disse Milo fervoroso