''– Eu te amo minha vida.

– Eu te amo muito mais, e sempre vou amar. Estando vivo ou não.''

Passou-se 2 anos. 2 anos que o menino que eu mais amei na vida, se foi.  Foram dias que pareciam séculos. Pareciam eternos, que nunca fossem acabar. Esperava com alguma esperança que o dia seguinte fosse melhor. Algumas de nossas promessas foram cumpridas, outras, em outra vida, talvez sejam. Olho para a janela e nela parece passar todos os novos momentos, como se fosse a tela de um cinema.

 Minha vida foi difícil depois que ele se foi. Meu primeiro melhor amigo, meu primeiro namorado. Na época que ele se foi eu tinha 14 anos. Eu era nova. Tive que lidar com uma perda. Cresci fugindo dos sentimentos que ousavam me atormentar. Cresci sendo uma garota insegura.

 No meu quintal ainda tem a árvore que riscamos juntos ''A & J''. Olho para ela todos os dias e relembro tudo. A dor, continua em mim. Mas, com o passar dos anos, vi que tinha que seguir em frente, você ia querer que eu fizesse isso.

 Hoje tenho 16 anos, tenho aulas particulares desde que Joe faleceu. Porque tinha medo de encarar o mundo sem ele. Tinha medo dos olhares das pessoas em mim, sentindo pena, ou mesmo pouco se lixando para o que eu estava sentindo. Me chamo Amy. Joe, era meu melhor amigo. Nasci no Brasil, mas eu me considero americana, pois vivi sempre aqui. Atlanta é um bom lugar.

 Joe era um garoto maravilhoso. Ele era meu vizinho. Nossas casas eram separados apenas por um pequeno jardim. Fui apaixonada por ele desde que o conheci, com exatamente 5 anos. Desde esse tempo, nos tornamos melhores amigos.

Com 14 anos, ele me pediu em namoro. Passou-se meses, e nesses meses, fomos descobrindo um ao outro. Tivemos nossa primeira vez. Com 14 anos, é. Parece normal agora, tem meninas que com 12 tem filhos. Eu estava a flor da pele, e ele idem. E aconteceu. Adolescentes inexperientes, porém, apaixonados. 

Joe descobriu que tinha leucemia. Eu acompanhava ele em todas as suas consultas. Ele perdeu seus belos cabelos, mas eu dizia pra ele, que assim tudo o que ele tinha de bom por dentro, transbordava ainda mais para fora, para todos poderem verem. Um dia, infelizmente, depois de muita luta, ele não resistiu. Meu chão parecia afundar, foi o pior dia da minha vida.

Seus pais se mudaram, a casa ao lado da minha ficou esses anos todos esperando alguém que quisesse comprar. Até que um dia a placa de ''vende-se'' não estava mais ali. Passou-se dias, e o morador novo não chegava. Minha curiosidade aumentava. Quem iria ocupar a casa de Joe?