Estamos na cabana a mais tempo do que eu tinha previsto.
Chad escrevia e escrevia em um bloquinho, só para depois rasgar a folha com raiva.

Ele estava sem um plano e eu, satisfeita com isso.

Big D agora estava sempre comigo e com meus irmãos. Era o mais próximo que eu tinha de um amigo.

Ele estava sempre brincando com meus irmãos, como se fosse uma criança também.

Desde o dia que Ciel esbarrou no Mansion, Big D brinca com as crianças afastado dele.

– Helen, querida, não se cansa de ficar aí o dia todo? - perguntou

Chad, aproximando-se de mim.

– Nao, Chad. - respondi, com um suspiro. Pelo menos uma vez por dia ele vinha me pertubar.

Ele se sentou ao meu lado e encarou a parede que tinha virado meu ponto de observação a alguns dias.

– Em que posso te ajudar, chad? - perguntei, soando meio debochada, mas eu não ligava.

– Hm... Não tenho um plano. - ele admitiu, fazendo círulos no chão com o dedo.

Olhei para ele, perplexa. Ele estava admitindo isso mesmo para mim?

Comecei a rir descontroladamente.

– Acabou? - ele perguntou, com uma careta.

– Não, ainda não. - respondi, enxugando as lágrimas. - Isso é muito bom.

Senti ele pegar uma mecha do meu cabelo e a cheirar.

– Preciso de um plano. - ele comentou, aind acom a mecha de meus cabellos em sua mão.

Encarei a parede de novo, observando cada infiltração e rachadura.

– Achei que iríamos para o necrotério.

– Nós vamos, mas o Samuel disse que a base dos Mansion fica na metade do caminho

Suspirei, irritada.

– Por quê acredita em tudo que ele fala? Pelo que sabe, pode estar bolando uma armadilha para a gente.

– Que outra opção temos, Helen? De um jeito ou de outro, a gente morre. - disse Chad, pensativo. - A morte é o único destino que é igual para todos.

Olhei para Chad, para o fundo daqueles olhos cor de chocolate e vi que ele estava com medo. Pela primeira vez, não estava com raiva dele.

– Chad...

Mas eu nunca iria saber o que eu poderia ter dito.

– O casalzinho feliz. - disse Sam, aparecendo na nossa frente. Ele olhou de mim para Chad, que havia vestido a máscara de deboche e ironia.

– Coé, Sam. - cumprimentou Chad, batendo na mão de Sam.

– Quando partiremos? - perguntou Sam, passando a lígua nlábios, olhando para mim.

Cada vez mais eu estranhava os olhares que ele me direcionava.

– Logo, caro amigo, logo. - disse Chad, esfregando as mãos, lançando-me um olhar pelo canto do olho. Ele pedia silêncio.

Nunca achei que iria guardar um segredo de Chad.

Alguns segundos depois, Reggie apareceu correndo, todo suado, como se estivesse pra morrer de febre amarela ou algo do tipo.

– Chad, é... É... - ele respirou fundo e soltou o ar. - é o Big D.

Arregalei os olhos e me levantei depressa, correndo para o lado de fora da casa.

Encontrei Ciel e Alois olhando assustados para Big D, presos entre o medo e a preocupação, e Big D estava deitado no chão, gritando.