Bitter Revenge escrita por Fadaf


Capítulo 20
Capítulo Vinte - Dead!


Notas iniciais do capítulo

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Eu estava sentada no canto do quarto, escutando uma música que tocava apenas na minha cabeça.

"Mama we all go to hell

Mama we all go to hell

I'm writing this letter and wishing you well

Mama we all go to hell"

Eu cantarolava isso, sentindo minha lingua enrolada, apesar de eu não saber o porquê dela estar assim. Talvez fosse sono.

Mamãe morreu, que pena, não?

Uma vida a menos na Terra, principalmente de um grande saco de bosta, não fará diferença. Pelo menos, não pra mim.

Suspirei, esquecendo subitamente a letra e olhando para o relógio que a horas atrás estava no pulso de Ciel. Ainda faltava algum tempo, porém parecia que eu estava mais encurralada que nunca, o que fazia esse tempo parecer bem menor pra mim.

Eu não queria sentir as mãos de Sam sobre mim de novo. Eu queria... Eu queria... Por Deus, eu queria Chad.

Mas não posso. Nunca. Vivemos em um mundo diferente da realidade, onde a tênue linha da sanidade nos separa das pessoas comuns.

Abracei meus joelhos, afundando a cabeça neles, sentindo outra rajada de lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Por que tinha que ser assim?

– Helen?

Ouvi Chad chamar do outro lado da janelinha que mantinha-nos em contado. Arrastei-me até ela, agarrando as grades, tentando enxergar alguma coisa no bréu que era o quarto dele.

– Chad? - falei, apertando os olhos.

– Aqui. - ele falou, e eu ouvi suas mãos tatetando as grades até achar as pontas de meus dedos.- Está tremendo, por que?

Mordi o lábio inferior, dividida entre despejar a verdade e mantê-la oculta. Ele provavelmente surtaria, como fez na sala de artes, quando Sam apenas tocou em mim.

"O que eu faço?", pensei, sentindo o gosto metálico de sangue na minha boca.

– Chad... tenho que te contar uma coisa. - murmurei, as lágrimas rolando pelo meu rosto, deixando um rastro quente, como se fossem ácido.

Seu silêncio indicava que eu devia continuar, mas como fazê-lo? Como contar que eu estava prestes a entregar-me ao nosso odiado inimigo em comum?

Acariciei sua mão e passei a lingua nos lábios antes de falar:

– Verei Sam essa noite.

A súbita mudança em sua respiração indicou surpresa e irritação.

– Por que? - perguntou, naquela voz fria que usava apenas quando estava com raiva ou decepcionado. Acho que aqui se encaixava nos dois.

– Pra salvar você. - respondi e ele novamente fez silêncio.

Não soube interpretar se isso era bom ou ruim, por isso, abaixei a cabeçam, constrangida. Será que cometi um erro ao contar a ele?

Então, suas mãos soltaram as minhas, e eu me senti abrindo a boca em descrença.

– Chad? - o tom da minha própria voz era lamurioso.

Nenhuma resposta. Estava prestes a dar as costas a janela quando vejo luz. Chad tinha conseguido um isqueiro, sabe-se lá Deus como.

Ele voltou para perto da janela, esticando a mão livre por entre as grades para pegar a minha.

– Não faça isso, Helen querida. Por favor. - ele pediu, e eu olhei em seus olhos, que suplicavam, quase imploravam.

– Mas eles vão te matar. - sussurrei, apertando sua mão.

O rosto de Chad passou primeiro pela descrença, depois pelo choque e por fim, ele balançou a cabeça, como se o que eu dissesse fosse impossível.

– Eles não podem me matar.

– Eles pode. SAM pode. E ele vai. - falei, exasperada, apertando ainda mais sua mão, pouco me importando se o machucava.

– Por que se importa, Helen? - ele perguntou, prendendo meus olhos aos seus.

Fiquei algum tempo encarando-os, hipnotizada. Por que, ele perguntava. Por que, Helen?

– Eu não quero viver em um mundo onde você não exista. - me vi falando, e aquilo era verdade. Sem Chad no mundo, não havia mais nada e eu repentinamente entendi isso. - Eu te amo.

As sobrancelhas de Chad levantaram, demostrando sua surpresa. E então seus olhos ficaram calorosos, e sua mão me puxou para mais perto da janela com grades. Ele apagou o isqueiro enquanto aproximava seu rosto e eu pude sentir sua respiração em meu rosto. Se não fosse pelas grades...

– É tão bom ouvir isso. A quanto tempo eu sonhei com isso. - eu podia ouvir o alívio em sua voz, que transbordava de emoção.

Mas pude sentir seu corpo ficar tenso, o ar a nossa volta mudou.

– Você não vai se entregar a Sam. - falou, determinado, afastando-se de novo.

– Mas... Mas... VOCÊ NÃO ME ESCUTOU? - quase gritei, em prantos. - ELE VAI MATAR VOCÊ.

Nenhuma resposta, apenas o barulho de tecido sendo remexido.

– Você não vai e acabou. - ele disse, ao aproximar-se novamente, buscando minha mão. - Você não precisa viver em um mundo onde eu não existo.

Abri e fechei a boca umas três vezes.

– Vo-você... Você está sugerindo...

– Sim, exatamente. - ele assentiu, passando algo afiado junto do isqueiro. - Você vai, e eu vou logo atrás.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo era pra ficar curtinho mesmo, gente.
Mandem reviews, por favor >_



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