Revelações De Um Passado Obscuro escrita por GiuuhChan


Capítulo 9
Não se preocupe, vai ficar tudo bem...


Notas iniciais do capítulo

Yo!!!
Eu não ia postar essa semana não, mas aí soube do aniversário da 'NekoChan' e eu resolvi postar logo para parabenizar ela n.n'
Entãão, postei o cap especialmente pra você Talita-san =3, Feliiz aniversárioo!!!
Espero que gostem n.n'



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No capítulo anterior...

“– Está tudo bem? – Perguntei, encarando o machucado.

– Não se preocupe, vai ficar tudo bem. – Neste momento, ergui rapidamente o olhar...  Quando o fiz, deparei-me com as orbes extremamente azuis, que brilhavam em meio àquela escuridão... E esta frase começou a ecoar na minha cabeça, juntamente à imagem do garoto à minha frente, levando minha mente ao passado. Um passado distante. Aquela perda, poderíamos tê-la evitado mas... Ele era tão teimoso...”

[FLASHBACK ON~]

“Tantas tentativas fracassadas de fuga, tantos medos, tantos cortes. Tantas feridas abertas, em todos os sentidos. Cicatrizes que até hoje ainda tenho.

Lembro-me muitas vezes do dia no qual cheguei ao circo. Foi naquele dia que me pegaram à força numa pequena aldeia, fazia pouco tempo que... Bem... Que tudo aquilo tinha acontecido, as pessoas de uma aldeia próxima ao lugar onde eu estava me encontraram e me abrigaram lá, mas isso durou pouco tempo, pois um homem estranho me seqüestrou, me levando para um lugar o qual eu não conhecia. O circo dos pesadelos. Eu estava com muito medo, o homem me jogou numa jaula, aquilo machucou bastante, mas não era nada comparado à tudo que eu sofreria.

Eu olhava para o homem que se distanciava da jaula aos poucos, amedrontada, não sabia o que aconteceria dali por diante. Percebo então que há alguém além de mim naquele lugar. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, aliás, podendo ou não, creio que não faria nada, estava com medo demais, mas a pessoa se pronunciou.

– Ei, quem é você?– Disse a pessoa, olhe para o lado, um pouco receosa, mas tanto a voz quanto a aparência do garotinho ao meu lado indicavam que ele deveria ter mais ou menos minha idade. O garoto tinha cabelos de um tom acinzentado, quase branco. Os olhos eram extremamente azuis.

– Meu nome é Melissa, mas pode me chamar de Millie – Não sei se deveria ter dito isso, mas algo nele... Algo me dizia que eu poderia confiar nele. – E você? Quem é? – Sorri um pouco, ele sorriu de volta. Não sei por que, mas ali eu acabei esquecendo por alguns instantes de tudo que ocorrera de ruim. O que eu ainda não sabia era que não seria a última vez que isso aconteceria, a sensação de não ter problema algum no mundo que possa me atingir.

– Meu nome é Lass – Disse o garoto. Analisei-o por um instante, mas meus olhos pararam em um machucado em seu ombro direito, algo que parecia ter sido feito por um chicote, e que sangrava um pouco.

– V-você... Você está bem? – Perguntei, ele percebeu sobre o que eu falava, mas nada disse, apenas o vi abaixar a cabeça. Estranhei a reação, mas instantes depois, uma pequena brecha na porta deixava passar um pouco de luz naquele lugar escuro. Aquela luz iluminou a face do albino, onde eu pude ver brilharem algumas lágrimas que escorriam por seu rosto, silenciosamente. Me senti mal ao vê-lo daquela forma, não sei se deveria, eu acabara de conhecê-lo, mas eu tinha vontade de fazer qualquer coisa para vê-lo sorrindo novamente, não queria vê-lo chorar. Levantei-me e fui até a sua frente.

– Lass... Me... Me desculpe – Ele balançou a cabeça, de modo que parecia dizer que a culpa não era minha. Ele continuou com a cabeça baixa. Não agüentava mais vê-lo assim. Eu o abracei, ele pareceu surpreso por alguns poucos segundos, mas logo depois retribuiu, pude sentir uma lágrima escorrer por meu ombro. – Me desculpa.

– Tudo... Tudo bem... Vai ficar tudo bem.”

[FLASHBACK OFF~]

Mais uma lembrança já tomava conta de minha mente, eu continuava a fitá-lo.

[FLASHBACK ON~]

                                                  

“ Estava num lugar qualquer do circo, aquela mulher que nos vigiava não estava lá naquele momento, mas ele também não estava. Como de costume, eu estava trancada dentro de uma jaula, acho que eu já devia ter uns onze ou doze anos. É... Tanto tempo. Talvez tudo isso, toda essa tortura, tudo já havia se tornado normal, cotidiano.

Mas eu pressentia que algo ruim iria acontecer naquele dia.

Eu olhava em volta, a jaula estava meio aberta, acho que aquela mulher esqueceu-se de trancar direito, ainda assim era difícil de abrir. Eu geralmente não tentaria, mas algo me dizia para fazer isso. A claridade naquela pequena salinha onde ficávamos trancados estava maior que o comum, e a luz era diferente. Foi aí que comecei a sentir um cheiro estranho. Essa não... Fumaça! Não conseguia abrir a jaula passando o braço pra fora, isso geralmente não seria tão difícil, mas eu estava nervosa, o cheiro, a luz, me incomodava muito. Por fim, consegui, mas quando cheguei à porta ela estava trancada. Aquela fumaça toda já estava me deixando sufocada. Fogo.

– SOCORRO! *cof, cof* SOCORROOO!!!

– MELISSA! MILLIE?????  – Falou alguém atrás da porta.

– LASS! ME AJUDA! POR FAVOR, ME TIRA DAQUI *cof*

–SAI DE TRÁS DA PORTA – Me distanciei da porta, mas eu já não estava agüentando mais, vi que o fogo entrava CAD vez mais, incendiando a lona do circo e as madeiras pegavam fogo também, algumas caíam, e uma por pouco não me atingiu.

Ouvi então um barulho alto, mais um. No terceiro o baque foi mais alto e pude ver a porta vir abaixo e Lass adentrar o local. Ele correu até mim, que estava caída de joelhos, estava com muita dificuldade para respirar.

– VEM, SE APOIA EM MIM – Ele disse, passando meu braço por seus ombros e me ajudando a levantar. Após isso, correu e eu acompanhei, mas em um momento, um pedaço de madeira caiu por cima de mim e acabou por me prender.

– LASS! – Chamei-o, ele tentava de todas as formas me tirar Dalí, eu sentia como se pudesse desmaiar à qualquer hora. – Lass *cof* vai, sai daqui, por favor, vai enquanto você ainda pode – As lágrimas cairiam de meus olhos à qualquer momento.

– NÃO! EU NÃO VOU SAIR DAQUI SEM VOCÊ!

– LASS, POR FAVOR VAI! – Ele olhou em meus olhos, pude ver a aflição nos seus.

– Eu... Não posso Millie, eu... Eu não vou deixar você aqui. – Com isso ele aos poucos conseguiu me tirar dali, mas na hora que fui tentar levantar, caí novamente no chão.

– ARGH! Droga!

– Não consegue se levantar? – Balancei a cabeça negativamente. Lass abaixou-se à minha frente, de costas para mim. – Vem – Entendi neste momento e consegui subir. Ele levantou-se, me carregando e correndo pra fora do Circo.

Saímos correndo de lá, aliás, ele saiu correndo e me carregando, como se nossas vidas dependessem disso, o que não era mentira. Quando estávamos prestes a adentrar uma floresta que havia ali perto, olhei para trás, à ponto de ver o circo desmoronar-se aos poucos e as chamas aumentarem. Entramos na floresta, agora Lass não corria mais, eu senta-me muito mal.

– Lass...

– Ahn?

– Obrigada – Eu disse, mas não me lembro mais de nada depois disso, pois neste momento apaguei.”

[FLASHBACK OFF~]

Mais lembranças...Vinham tantas coisas em minha mente agora...

[FLASHBACK ON~]

“ Eu estava ao lado de um garoto, nos arredores de um castelo. Nosso objetivo era chegar ao portão de entrada, o pelo menos o dele era. Eu ainda não estava recuperada do incidente no circo, por isso andava com a ajuda do albino.

Quando finalmente chegamos à entrada do castelo, meu coração gelou. Eu não queria entrar ali. Não queria que ele entrasse. Queria ir para longe daquele lugar.

– É, chegamos. – Falou ele, inclinando-se para apoiar-me e me ajudando a sentar ao pé de uma árvore.

– Lass... Por favor, não quero entrar aí, tenho um mau pressentimento sobre esse lugar. – Eu disse. Não era completamente mentira, apenas não a verdade por inteiro.

– Como é que é?

– Vamos embora!

– Millie, precisamos entrar aí, não temos como sobreviver muito mais sem nada como estamos. Precisamos de ajuda.

– Procuramos em outro lugar! Por favor!

– Millie...

– Aí podem ter monstros, e sabe-se lá o que mais, Lass.

– E é por isso que eu vou sozinho.

– O QUE???

– Ou você acha que eu vou deixar você correr perigo lá sem nem ter condições para andar, quanto mais lutar.

– Mas Lass...

– Por favor, Millie, essa é minha decisão, não discute, não vou deixar você entrar lá e ponto final – Abaixei a cabeça, assenti triste. O ouvi caminhar até mim, abaixando-se à minha frente. Senti seus dedos roçarem minha bochecha, limpando uma lágrima, à qual eu nem havia sentido cair. – Miii... Não se preocupa, vai ficar tudo bem. – Ele sorriu um pouco. Assenti novamente. Ele se levantou e seguiu em direção ao portão do castelo.

– Lass! – Ele virou-se e me encarou.

– Que? – Eu ia falar, juro que ia, mas aí pensei em todas as conseqüências. Seria pior.

– Nada, Boa sorte – Sorri. Ele sorriu de volta e adentrou o castelo.”

[FLASHBACK OFF~]

Sorri um pouco... Lass... Era realmente você? Depois de tanto tempo... Com certeza era ele. Eu sabia disso. Ele me encarava, parecia esperar alguma reação. Sorri um pouco mais e encarei novamente aquelas orbes azuis.

– Será que dessa vez vai mesmo? – Perguntei, ele pareceu confuso.

– Ahn?

– Você disse que vai ficar tudo bem...

– E...?

– Bem, todas as vezes que você disse isso, as coisas não ficaram nada bem – Eu ri um pouco, vi que naquele momento ele sorriu. E logo após isso, me abraçou, abraço ao qual retribuí prontamente. – Senti sua falta, Lass – Lágrimas caíam de meus olhos, depois de tanto tempo, encontrá-lo de novo, eu achava que ele tinha... Que tinha ido pra sempre...

– Também senti sua falta, Millie.

CONTINUA... 


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Notas finais do capítulo

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