Fading Away escrita por flowersforvases


Capítulo 17
Pain is just a simple compromise


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelo capítulo meio "clichê". D:



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Eu entrelacei seus dedos nos meus e que se dane o resto. Josh precisava de ajuda e eu estava ali agora pra ele.

Abri os olhos e senti que havia dormido levemente. Josh ainda dormia e nossas mãos ainda estavam entrelaçadas, agora no colo dele. Decidi desprendê-las e ele acabou acordando. Ele olhou ao redor, confuso, com os olhos franzidos.

- O que eu tô fazendo aqui? – ele disse, olhando pra si mesmo. – E porque as minhas roupas tão úmidas?

Revirei os olhos. - Eu te trouxe pra cá quando te vi jogado naquele bar, Josh. Aí te joguei debaixo do chuveiro frio e depois você dormiu aí - disse apontando pro sofá.

Ele colocou o rosto entre as mãos. - Olha, Hay, eu realmente não queria que você me visse daquele jeito...

- Não, não - eu o interrompi. - É pra isso que servem os amigos.

- É, os... Amigos.

Nós ficamos em silêncio por algum tempo, até que eu resolvi falar.

- Josh, agora que você tá sóbrio e tal... - eu disse rindo um pouco. - Me conta que problemas são esses que te atormentam tanto assim.

- Hm, eu tenho quase certeza que você ficaria melhor sem saber - ele disse rindo, sem humor.

- Ah, vamos Josh. Eu acho que eu mereço saber. Eu me importo com você.

- Não do jeito que eu queria - ele murmurou baixinho, e eu fiquei sem saber se era pra eu ouvir ou não. – Você quer mesmo saber?

Assenti com a cabeça. - Eu faria qualquer coisa pra te ajudar.

Ele soltou um suspiro profundo. - O motivo é você, Hay.

Eu fiquei sem reação. O motivo era eu? O que ele queria dizer com isso?

- Olha, eu sei, eu devo estar parecendo um maníaco agora... Mas eu não consigo, Hay. Não consigo aceitar dentro de mim o fato de ver você e o Taylor juntos, e isso me faz a pessoa mais egoísta do mundo. Eu tento de todas as formas, mas eu não consigo parar de pensar em você. Isso me machuca demais. Você nunca vai entender como é, é a pior dor do mundo.

Eu olhei pro chão, digerindo tudo o que ele havia acabado de falar. Então era isso. Josh tinha virado um porre porque a bebida o fazia esquecer de mim até seu efeito passar. Eu não sabia que reação ter, e nem o que fazer. Aquilo foi como um tiro no meu coração.

- Josh, eu não sei o que dizer...

- Não precisa Hay, sério. – ele disse, se aproximando de mim. – Só não foge, por favor.

Eu não entendi o que ele quis dizer com aquilo, então fiquei sentada, encarando-o. Ele se aproximou cada vez mais de mim, até nossos rostos ficarem a pouquíssimos centímetros de distância, me permitindo sentir sua respiração instável. Nossos lábios finalmente se encontraram, e Josh me beijou de um jeito urgente e apressado, fazendo meu corpo se arrepiar por inteiro. Eu já havia esquecido como ele sempre conseguia me deixar tão viva.

Ouvi batidas na porta.

- Hayles? Posso entrar? – reconheci aquela voz de imediato e dei um salto. – Eu pensei que você não estivesse em casa, mas ouvi barulhos...

Taylor abriu um pouco a porta e colocou a cabeça entre o vão. Eu me separei de Josh e olhei pra ele, mas já era tarde demais. Ele já havia visto tudo. Então, pra minha surpresa, ele só deu um suspiro longo e desapareceu, deixando a porta ainda aberta. Aquela reação me deixou mais preocupada do que se ele saísse xingando e quebrando tudo.

Josh me olhava assustado.

- Hay, não foi minha intenção...

- Tanto faz, Josh. Agora já era.

Levantei daquele chão e fui atrás de Taylor, deixando Josh sozinho ali. Desci as escadas apressadamente e Taylor estava sentado do lado de fora do meu prédio, apoiado na parede, como se me esperasse.

Eu fui até ele e congelei ao ver sua expressão. Nenhum sinal de tristeza, nem dor. Nada. Ele encarava o vazio em sua frente e eu me ajoelhei ao seu lado, não sabendo por onde começar.

- Eu sei, Hayley. Você sente muito. Você está arrependida e todas aquelas coisas que as pessoas dizem quando estão se sentindo mal – ele disse, virando o rosto pro outro lado. Eu nunca tinha visto Taylor daquele jeito. Ele não estava bravo, nem irritado. Ele estava indiferente.

- Não faz isso, Taylor, por favor. Você não me deixa nem ao menos explicar...

- Ah, explicar? – ele me interrompeu. – Então me explica, Hayley. Me explica que foi ele que te puxou, e você estava tentando se livrar dele na hora que eu entrei. Não vai funcionar. Eu vi, com meus próprios olhos. Você o beijou por livre e espontânea vontade.

Eu baixei a cabeça, pensando em tudo o que ele havia acabado de dizer. Tinha um pouco de verdade naquilo, mas isso não vinha ao caso. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele prosseguiu.

- Eu sei que você nunca parou de gostar do Josh, Hayley. Por isso sempre tive tanto ciúme. E quer saber outra? Eu tentei não te contar isso, mas agora não vejo mais porquê querer te poupar. Mais da metade da culpa do Josh ter saído da banda não foi da Jenna, e sim sua.

Eu engoli seco. – Co-como assim?

- É, isso mesmo que você ouviu. Ele sempre te amou, Hayley. Mas ele não sabia que ele não era o único – ele bufou. – Ele se casou com Jenna pra tentar parar de pensar em você, já que ele achava que você não o amava mais. Depois que ele descobriu que eu também te amava, ele ficou puto da vida porque o caminho estaria “livre” pra mim. Então ele saiu da banda.

Quantas coisas eu tinha que digerir. Eu me recusava de acreditar naquilo, apesar daquela história toda fazer bastante sentido. Como eu não havia percebido? Comecei a olhar pro Taylor, esperando ele me dizer que era tudo uma brincadeira.

Ele revirou os olhos. - Para de me olhar assim, Hayley. Você já é grandinha demais pra saber que a vida é recheada de decepções.

Pude sentir meus olhos se encherem de lágrimas. O jeito que ele falava comigo... Ele estava tão ríspido...

- Tá, essa história não importa tanto agora – eu disse, pondo o dedo debaixo do olho pra aparar uma lágrima que ousara escapar. – E nós? Como nós ficamos?

Ele respirou fundo e ficou por um tempo em silêncio.

- Acho que a gente deve dar um tempo, Hayley. Pensar melhor na nossa vida, ver se estamos realmente felizes assim. – ele nem me olhava ao dizer isso. – Quer dizer, ver se você está realmente feliz.

Ele levantou, andando pro longe, e eu o observei até ele sumir de vista, ainda com a esperança dele virar e vir correndo em minha direção dizendo que ele não conseguia fazer isso comigo. Mas ele só continuou andando, sem olhar pra trás uma vez sequer.

Comecei a me dar conta de verdade do que havia acabado de acontecer, e quando a minha ficha caiu as lágrimas já rolavam em meu rosto. Permiti-as sair de uma vez, pondo a cabeça entre os joelhos. Agora não havia mais motivo para segurá-las.


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