Jogo Insano Do Amor escrita por Edvampire


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

mais um aí



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- Naruto, me promete que não vai arranjar mais confusão? – Sasuke suplicou, ainda que soubesse que pedir algo assim ao Naruto e fazê-lo obedecer fosse como andar sobre água: não importa o quanto se tente, nunca conseguirá - apenas Jesus Cristo para realizar tal feito. – Se algo sair do controle, se alguém sair muito magoado hoje, meu irmão, principalmente, eu não te perdoarei. – Declarado seus anseios, Sasuke deitou-se de costa na cama do amigo e encarou o teto branco. Aquela superfície lisa lhe remetia à paz, tal sensação que há muito Sasuke desconhecia, a contar do dia em que se apaixonara por Hinata: não por causa exclusiva dos jogos do amigo, esse era o de menos, o problema estava na dor que sentia abater seu peito sempre que figurava o rosto delicado da amada, e quando, no momento mais doloroso, imaginava-se com ela preso no tempo pelo poder do amor, perdidos em beijos, absortos no prazer.

- Sasuke, meu velho – começou Naruto, naquele mesmo tom já conhecido de quem tem tudo sob controle, mas que na verdade pouco sabe sobre seus próprios planos -, nada vai sair do que foi planejado, e o Itachi não sofrerá mais do que está previsto. – Ele sentou ao lado do amigo, que encarava o teto com um interesse afetado, e completou: - Pense o seguinte: a pessoa que mais vai sair prejudicada nessa história será o Kiba, aquele idiota, porque a Hinata vai perceber  que sente uma atração sexual por você muito selvagem quando vir a Karin esfregando seus dotes femininos na sua cara. Seu pegador!

Sasuke não conseguia raciocinar direito, e talvez por isso estivesse se deixando levar por aquela loucura. Sentia uma ansiedade atacar seu estômago de minuto em minuto, e nada o fazia se acalmar. Itachi o perdoaria por aquilo algum dia? Ele não sabia de nada – ainda – mas, se soubesse, entenderia o que o irmão caçula estava pretendendo? E quanto à Hinata – o que ela pensava sobre ele? O que ela sentia? Alguma vez já reparara nele, na escola, fora, em seus pensamentos?  

- Naruto, me explica tudo isso novamente – pediu Sasuke, sentando-se na ponta da cama, pronto para ouvir Naruto e quem sabe se tranqüilizar.

- Ah, porra, Sasuke! Vê presta atenção agora.

- Bom, é o seguinte: eu consegui descobrir o dia que o Kiba e a Hinata sairão, certo? – Sasuke confirmou mexendo a cabeça. –Ou seja, hoje. Além disso, sei que ambos vão para o restaurante próximo à praia, aquele Yorishimitsu’s Food, tão luxuoso quanto é vazio. Pois bem, sendo assim combinei com a Karin que ela chamasse o namorado para sair, tendo nós dois como companhia extra. Claro que ele hesitou em aceitar, mas ela não deu espaço para ele contestar muito. Agora tanto você como eu iremos ter uma ótima refeição naquele restaurante barato, mas que vai ser palco de um grande acontecimento. Não, dois grandes acontecimentos. – Naruto sorriu consigo mesmo, como se conseguisse ver através do tempo e se deliciasse com as imagens que assistia. Sasuke percebeu o tom misterioso do amigo, e teve certeza de que os acontecimentos não se limitavam à Hinata com ciúmes dele, ou Itachi com ciúmes de Karin. Não apenas isso, algo mais, que Naruto preferia manter em segredo. Eram amigo há muito tempo, então ele conseguia sem dificuldades decifrar a mente do loiro ao seu lado.

- Naruto, do que você está falando? – Sasuke não escondeu o nervosismo em sua voz. Precisava está a par de tudo o que aconteceria, para não perder a sanidade muito cedo. – Por favor, me diz, antes que eu arrebente a sua cara e arranque a informação sem muita educação.

Naruto também se pôs de pé, fitou os olhos negros de Sasuke, e riu maliciosamente, com diversão, um sorriso de escárnio com o qual Sasuke nunca tivera contato antes. Talvez tudo aquilo não estivesse afetando apenas a ele.  Será que estava pior do que parecia? A mão do amigo foi parar no seu ombro, e Naruto fechou os olhos, teatralmente. Respirou fundo, e soltou:

- Confie em mim, amigo.

- Muito difícil. – Sasuke retirou a mão pesada de Naruto dos seus ombros, e deitou novamente na cama. – Eu tenho milhões de motivos para não confiar em você, Naruto. Mas parece que você só é uma criança atrás de diversão para compensar os minutos de tédio em casa.  Não devo me preocupar com nada, afinal de contas. Seja o que deus quiser.

- Ei, ei! Assim você me ofende. A propósito, Sasuke, está pronto para um sexo animal com a bonitinha-mas-claramente-safadinha da Hinata?

Antes que pudesse desviar, Naruto foi atingido em cheio na cara por um de seus travesseiros pesados.

- Cala a merda da boca, Naruto.

Todos os quatro estavam calados dentro do carro, cada um preso em alguma distração. Naruto sorria como um idiota para a janela do carro, como se estivesse paquerando alguém dentro de suas fantasias; Karin, no banco do carona, olhava absorta para suas unhas, tentando limpar alguma sujeira que não existia; Sasuke estava de olhos fechados, sentindo seu coração bater num ritmo apressado, pronunciando dentro do peito um só nome: Hinata, Hinata, Hinata...; Por fim, Itachi, que se apossara do controle do veículo, que era seu, e rumava para o centro do Terra, ou pelo menos era isso que sua expressão dizia.

Ninguém queria conversa, ou ninguém conseguia começar uma. Era como se o ar estivesse denso o bastante para que nenhum deles conseguisse abrir a boca para efetuar uma comunicação. E parecia mesmo haver algo que os impedia de se expressar. Especificamente, um sentimento de culpa preso em cada um que os conectava.

O caminho se abria numa rua bem iluminada, à beira mar. Vários carros passavam por ali, dirigiam-se às barracas noturnas na praia, ou estacionavam num dos reservados dos restaurantes que habitavam o bairro praieiro.

Itachi parou o carro no meio-fio, em frente ao Yorishimitsu’s Food. Todos desceram, e ele foi o último. Escolheram uma mesa na parte de dentro do restaurante, mesmo que o exterior estivesse bem mais refrescante por causa da maresia. Sasuke vistoriou o local várias vezes, procurando por Hinata. Naruto lhe disse que ela não demoraria, segundo o horário estipulado por Kiba.

O restaurante era bastante confortável. As mesas eram em sua maioria destinadas a quatro pessoas, mas havia suas exceções  no decorrer do ambiente, alguns estofadas rente às paredes, outras acomodações na aérea do barzinho do restaurante. Era em geral o lugar ideal para o encontro de amigos ou de um casal. Infelizmente, para os quatro, nenhum dos dois eram os casos.

Como explicar o que eram? Para Itachi, aquele era a reunião mais bizarra que já tivera na vida: sua namorada, seu irmão caçula, e o melhor amigo dele. O que era aquilo? Depois provavelmente eles fariam uma orgia num motel qualquer no meio do nada. Karin, no entanto, estava vendo o momento como uma oportunidade se reaproximar do namorado, já que nos últimos dias ele parecia mais afastado e negligente do que nunca.

Sasuke, por sua vez, ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo. Sem saber, seu pensamento concordava com o do irmão, mas para o garoto era ainda pior. Itachi não sabia o que estava acontecendo, e isso era perturbador. Além disso, Sasuke não contara que descobrira sobre Karin, mas Itachi parecia não ter muito interesse em apresentações demoradas ou explicações – ao pegar a namorada em casa, ele apenas a apresentou como tal, e o silêncio reinou. Mas é claro, nenhum dos três, Naruto, Sasuke ou Karin, ao menos trocaram olhares, para não passar a idéia de que já se conheciam assim.

Naruto não via a hora de Hinata chegar, trazendo no colo seu paquera retardado. Queria ver como Sasuke se sairia, e como Hinata reagiria às provocações de Karin. O que Itachi pensaria, por outro lado, nada importava.

Karin começou o jogo.

- Então, Sasuke, certo? Como  é sua relação com seu irmão? – a menina estava sentada ao lado do namorado, com o braço entrelaçado ao dele, como se Itachi fosse fugir dali. Como se pudesse.

Sasuke se perguntou que tipo de pergunta era aquela, porque não sabia como responder. Olhou de soslaio para Naruto, enfim precisando dele, mas não viu como o amigo podia ajudar.

-Bom...é, legal...- Sasuke hesitava na resposta, olhando para Itachi, à procura de algum vestígio de condescendência. Itachi sorriu, transmitindo confiança ao caçula. – A gente se entende, como dois bons irmãos se entenderiam.

- Eles são tão amigos quanto eu sou do Sasuke – intrometeu-se Naruto, apenas porque estava cansado de ficar calado. – É lindo o amor fraterno.

Sasuke piscou incrédulo para o amigo. Itachi abriu um sorriso sereno. Karin prosseguiu.

- Sei. Ainda estou impressionada com a aparência idêntica de vocês dois. É como se Itachi fosse o Sasuke, só que mais velho.

- Mas nós temos apenas três anos de diferença, amor. Ele 16, eu 19.

- E daí? O que importa é que ele é tão lindo quanto o irmão.

Karin levou sua mão até o pulso de Sasuke e apertou de leve. Talvez ela conseguisse sentir sua pulsação descompassada.

Naruto ficou eufórico com o primeiro passo de Karin, que definitivamente estava sabendo dominar a situação. Esperou silencioso pelo próximo, lutando para reprimir um riso.

-Garçom! – Itachi chamou o homem que de terno branco que se deslocava por entre algumas mesas distantes deles. – Vamos pedir logo alguma coisa, estou faminto.

Itachi esperava ansiosamente pelo momento em que a conta viria e eles sairiam dali. Não via a hora de deixar Karin em frente ao seu portão, em casa, segura, e dizer à ela que tudo entre eles acabava ali. Não seria fácil, ele já imaginava, mas estava disposto a viver alguns dramas aquela noite. Por isso, não queria mais demonstrar muito afeto pela garota ao seu lado, que, inapropriadamente sorria radiante para qualquer coisa que passasse perto deles.

-Sasuke, me diz, você está namorando? – indagou Karin.

Droga. Ela pisara em sua ferida. Não, não estou, e daí?

- Ah, não... – Sasuke tentara ser otimista respondendo baixo: - Ainda não.

- Mas que falta de sorte. – Karin passou para o lado de Sasuke, sentando-se com ele na mesma cadeira, empurrando quase todo o corpo do garoto para fora dela. – É um desperdício que você esteja solteiro. Um rapaz tão sexy! – Ela esfregava descaradamente o busto nos ombros dele, enquanto alisava o cabelo meio assanhado do rapaz.

Naruto beliscou a si mesmo para não rir. Sasuke estava tão vermelho quanto um pimentão, e seus olhos não paravam de fitar a face calma do irmão mais velho. Naruto se perguntava se Itachi iria mesmo se importar com qualquer coisa que Karin fizesse. Sua expressão desinteressada e pouco satisfeita quase respondia à dúvida do loiro.

Karin também percebeu que Itachi não dava a mínima para o seu joguinho. Começou a ficar furiosa.

Foi aí que Sasuke avistou ao longe, do outro lado da rua do restaurante, um carro estacionar em frente a um bar. O garoto conseguiu reconhecer o semblante de Kiba, e, como esperava, Hinata estava ao seu lado. Esperou que os dois saíssem do carro, e viessem ao seu encontro.  Alguns segundos se passaram, Karin havia retornado ao seu lugar de origem, e nada dos dois deixarem o veículo que provavelmente Kiba pegara emprestado do pai, sem avisar.

Naruto ia avisar ao amigo sobre algo que ele já tinha consciência, a chegada do casal, quando o celular de Itachi bipou duas vezes. Ele não atendeu, fingiu não escutar. Então o barulhinho tirou o silêncio da mesa novamente, e de novo, até que Karin reclamou.

- Quem é, Itachi?

- Não sei.

- Olhe. – Ela ordenou.

- Não vou. – Ele ficou bravo com o tom usado por Karin.

- Por que não iria? Por acaso não posso saber quem é? É isso?

- Olha Karin...

- Não! – Karin estava ficou meio alterada, e seu tom passou de mandão para dramático. – Nada de “olha, Karin...”. Eu não sou idiota, Itachi. O que está acontecendo? Com quem você está saindo?

Sasuke e Naruto ficaram tensos em seus lugares, apenas observando. Algo sério estava para acontecer. Mas Sasuke, por um minuto, desviou sua atenção da discussão, e a imagem do outro lado da rua prendeu mais sua atenção: Kiba, após um longo beijo com Hinata, ligou o carro, olhou para o lado, e disse algo, no que Hinata concordou com a cabeça.

Estavam saindo dali. Não ficariam para jantar com eles. Sasuke não faria nada de ciúmes na amada.

Mas não podia deixá-la partir assim. Não depois de ter aceitado tudo aquilo e de já estar ali. Não depois de ter possivelmente começado uma briga entre o irmão e sua namorada possessiva.

A despeito da discussão do casal, que a propósito pareceu nem notar o que ele estava fazendo, Sasuke se levantou, e correu para fora do restaurante.

Naruto gritou seu nome, o que o fez parar, assustado. O carro ainda estava ali, mas sairia em instantes.

Naruto correu para junto do amigo, que não estava distante da mesa dos quatro. Percebeu o motivo da atitude repentina de Sasuke, mas não podia sair sem que houvesse o desfecho da discussão. O momento esperado.

- Espere Sasuke – Naruto segurou a manga da camisa social branca do moreno. – Espere, nós iremos atrás dos dois. Mas, tenha calma.

- Naruto, mas...

Então, Itachi fez-se ouvir:

- Karin, eu tenho que te falar uma coisa... – Itachi, cobriu o rosto com a mão. Pelo visto, adiantaria o discurso que desejava apresentar a Karin quando estivessem em sua residência. Não importava se o irmão estava ali. Não importava o que aconteceria depois.

- Não, itachi. Não venha com desculpas – a garota de se levantou. Uma lágrima brotava de seus olhos por detrás daqueles óculos de armações escuras. – Não me venha com mentiras, eu não agüento mais.

- Não vou contar nenhuma mentira – Itachi também saiu de seu lugar, encarando Karin bem fundo nos olhos. – Karin, nós...

- Nada de nós, itachi! – ela gritava. – Você não vai acabar comigo!

- Karin, como você...? – Itachi estava genuinamente confuso. – Karin, por favor, entend...

- Itachi... – Karin interrompeu, de repente muito serena, olhando para algum ponto em seu abdômen.

- Agora... – Naruto disse, e voltou com aquele seu sorriso misterioso.

- Naruto, o que...

- Itachi... eu estou grávida de você.


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Notas finais do capítulo

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