Jogo Insano Do Amor escrita por Edvampire


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

-Música pra Playlist da estória: illusion - VNV Nation.
-Temos mais um ponto de vista na estória. Pelo visto as relações vão se tornar mais complexas.
- Em breve estarei com uma Side Story aqui, com um casal novo.



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Itachi Uchiha estava preso à horas no seu livro colossal de Direito Constitucional, já prestes a perder a consciência com tantas leis que deveria decorar e decorar, para as provas do fim do ano, quando seu celular tocou alto a música illusion do VNV Nation. Itachi olhou cansado para o local de onde a música saía.



I know it´s hard to tell

How mixed up you feel

Hoping what you need

Is behind every door. 



– Karin... – murmurou Itachi, cogitando não atender à ligação.

Em um momento como esse, Itachi começava a divagar sobre o real motivo de ter aceitado criar uma relação mais séria com Karin. Ele não sentia nada sério por ela, nunca sentira, e provavelmente não sentiria nessa vida. Claro, não podia negar que a aproximação repentina entre os dois fez com que eles deixassem de ser reciprocamente desconhecidos, e Itachi viu que e garota não era uma má pessoa, criando assim um laço de amizade com ela.

Mas, sinceramente, Karin possuía aquele tipo de personalidade que ou aproxima completamente uma pessoa, ou a afasta instantaneamente. Você ama ou odeia, se não conhece. Era possessiva, ciumenta, e muito mimada. Um ponto positivo, Itachi reconhecia, era sua persistência em conseguir o que desejava. Contudo, aquilo também era um defeito quando se tornava irritante. Além de muitos outros defeitos e poucas virtudes que Itachi preferia esquecer, mas que eram razões suficientes para ele não estar feliz com seu namoro.



This feeling sometimes

Wishing you were someone else

Feeling as though

You never belong.




Itachi resolveu-se por atender o celular. Era um tanto irônico que aquela música tivesse sido escolhida como toque por Karin, no mesmo dia em que começaram a sair como namorados oficialmente.

– Alô, bebê? – chamou a voz doce de Karin, com o apelido que lhe atribuíra por alegar que ele era tão “fofuxo e doce como um bebezinho”. Não combinava nada com ela dá apelidos como aquele, e menos ainda com ele receber tal alcunha. – Bom dia!

– Bom dia, Karin – Itachi reproduziu uma voz sonolenta, ainda que tivesse de pé há umas duas horas, e já fossem quase onze. – Tudo bem?

– Claro, meu amor. – disse Karin, e Itachi sentiu como se ela estivesse alterando o tom de voz para tentar seduzi-lo. – É que, sabe, eu estava pensando: eu queria muito conhecer mais sobre a sua família e tal, e então pensei que talvez pudéssemos todos sair pra jantar amanhã á noite, que tal?

– Mas, Karin... Meus pais não moram aqui comigo, então só tenho o Sasuke de família aqui. – Itachi estranhou, pois Karin sabia que os pais deles estavam vivendo na Europa, enquanto os filhos estudavam e se formavam para encontrá-los na Itália anos mais tarde.

– Ah, claro, eu sei meu bem - disse Karin, dando um risinho abafado do outro lado da linha. – Eu estava falando dele mesmo. Um programa em família, todos juntos! E, ah, aquele amigo dele também está convidado - Naruto, certo? – perguntou num falso tom de dúvida.

– Não, não! – reclamou Itachi, determinado a tirar aquela ideia absurda da cabeça da namorada. – Nada de Naruto, e nada de Sasuke tamb...

– Obrigado, amorzinho! – Karin parecia estar muito feliz - Tchau, te vejo no amanhã, vem me pegar!

E desligou o celular. Itachi ficou sozinho segurando o celular, enquanto o vazio da chamada finalizada enchia seus ouvidos de perguntas. Por que Karin queria um encontro “familiar” com Itachi e seu irmão mais novo? Ou então, como Karin conhecia Naruto, e sabia que ele era amigo de Sasuke? Está certo, eles estudavam na mesma escola secundária, e ela só era um ano a frente deles. Mas mesmo assim, algo estava incitando a desconfiança genuína do jovem aspirante a advogado.

Itachi olhou para um retrato seu e de Karin, posto em cima de sua mesa de cabeceira, ao lado de sua cama de casal emaranhada de lençóis desarrumados e travesseiros dispersos por todos os lados. De repente lembrou-se da noite fatídica em conhecera Karin, do momento em que sentiu compaixão por ela, de como tudo se tornou “romântico” entre os dois.



Itachi rumava para casa, depois de algumas horas de farra com os colegas de faculdade, alguns que já se encontravam bêbados e faziam strip por todo o bar, outros já mergulhados num romance profundo com qualquer garota que aparecesse no local, principalmente com as de programa. Itachi não era de beber, nunca gostara, mas com os amigos ali, deixou-se levar pelas influências.

E por esse motivo deixara o local bem mais cedo que todos os outros. Não era de o seu feitio deixar-se dominar por uma droga sem sentido como o álcool, e também não se sentia muito em à vontade em bares da vida cheio de pessoas loucas para perderem a cabeça. Ou as roupas. Além do mais, estava exausto de tanto estudar, passar as noites da semana em claro, vivendo de café e cereal.

Chovia pesadamente, e as gotas que colidiam com o chão produziam baques altos como se fossem pedras, caindo do céu. Sua única proteção era a mochila, que carregava sobre a cabeça, enquanto corria para chegar mais rápido em sua residência. Lembrou-se de uma aula de física em algum momento do ensino médio, em que o professor estava ensinando que correr em plena chuva molhava mais rápido que caminhar calmamente nela. “Foda-se a física”, ele pensara, e o passo acelerou ainda mais. Só importava chegar em casa e dormir, se pudesse, pelo final de semana inteiro.

Então,uma cena lhe chamou atenção.Bem debaixo da aura fraca produzida por um poste defeituoso, iluminada pela luz alaranjada do mesmo, no meio da do temporal, jazia uma garota de cabelos negros, ajoelhado no cimento, cabisbaixa e com as costas das mãos sendo esfregadas no rosto encharcado. Ao lado dela, imponente em cima de uma moto escura, despido da cintura pra cima e usando uma calça rasgada, estava um homem de aparência jovem, com pouco cabelo e sem proteção para a cabeça. Sasuke não estava tão longe, por isso conseguia perceber alguns detalhes não tanto superficiais. Viu que o rapaz olhava a moça com uma fúria primitiva, enquanto a outra apenas chorava. Uma situação como aquela não era comum, nem nos piores bairros do Japão. Era brutal, desumano. Estava óbvio que ele a estava fazendo sofrer por alguma coisa que ela havia feito. Ou dito. Mas não importava o que causara aquilo, alguém devia interromper aquela atrocidade.

O algoz da menina levantou a perna de uma vez e a chutou no busto, fazendo-a bater contra o poste, e cair para o lado em seguida, numa poça de água recém formada. A garota gritou, e chorou ao mesmo tempo. Ele berrou algo, porém o barulho da chuva impediu que a voz dele chegasse aos ouvidos de Itachi.

Não havia mais ninguém ao redor, além do casal e do seu espectador nada satisfeito. Itachi precisava fazer alguma coisa, antes que algo pior acontecesse. Depois de ver a violência com que fora tratada a garota agora encolhida no chão, Itachi sentiu uma raiva desabrochar de algum lugar dentro, sua consciência, seu corpo, onde fosse, mas ele não estava costumado com aquela sensação. Jogou sua mochila no chão, produzindo um som que chamou a atenção dos dois a sua frente. O rapaz na moto virou o rosto para averiguar o que fizera aquele som, e se espantou ao ver Itachi aproximar-se dele com uma velocidade incrível, como um ladrão fugindo da polícia.

Antes que pudesse se dar conta do que estava fazendo, Itachi já tinha acertado alguns socos atrapalhados na cara do mal encarado da moto, que deixou sua locomoção e foi de encontro ao chão molhado. Itachi tropeçou numa deformação do chão, e foi para baixo assim como seu alvo. Agora eram três vítimas esparramadas numa rua deserta em plena chuva numa sexta-feira. O adversário de Itachi se recompôs mais rapidamente que ele, e revidou com fúria dando chutes no abdômen de Itachi quando ele se esforçava para levantar. Sangue espirrou na água, dores pelo corpo surgiam a cada investida do motoqueiro. Água caía nos olhos de Itachi, fria, refrescante, o perfeito contraste com a dor que faziam itachi querer morrer mais rápido.

Outro chute no rosto.

“Merda, o que eu estava pensando?”

Um soco na barriga.

“Espero estar vivo para terminar aquele livro, qual o nome mesmo?”

– Para! Para! Paraaa!

A garota esperneava, levantou-se com uma força que Itachi tinha certeza de que ela não possuía, avançou contra o rapaz vitorioso, e gritou, agarrou o peito dele, implorou, pôs-se sobre os joelhos novamente, e chorou.

– Para! Por favor, Aoi, para com isso! – sua cabeça não suportava os pingos de chuva, e suas lágrimas caíam no mesmo ritmo que as gotas do céu. – Eu te imploro, para!

Aoi, como a garota o chamara, deixou itachi cair de cabeça no concreto alagado, se dirigindo a sua moto caída. ”Derrotado”, Itachi zombou de si mesmo. Ouviu mais alguns burburinhos, além do som da chuva. Ronco de motor. Chuva. Dor no corpo. Água por toda a parte. Uma mão pequena pousou seus dedos trêmulos sobre sua testa. “Obrigada”, Itachi ouviu.

“Estou vivo...”

Então sobreveio a escuridão. 


Se haviam mais detalhes, Itachi não lembrava, e preferia que continuasse assim. Aquele fora o encontro dos dois, e, mesmo que não acreditasse nele, Itachi pensava se aquilo era o que chamavam destino. Ou apenas coincidência?

Ele não a salvara de verdade, mas lembrou-se de que horas depois ela lhe agradeceu, quase a noite toda, já que dormira na casa dele, ali, na sua cama, graças a seu convite. Mentira para o irmão dizendo que perdera a virgindade com uma garota de programa contratada por Kabuto, porque Sasuke havia achado uma peça de roupa íntima feminina debaixo da cama do irmão. Itachi apenas não diria que achara uma garota sendo maltratada na rua pelo namorado marrento e a trouxera pra casa como uma forma de deixá-la mais segura. Ele não acreditaria, acharia que o irmão mais velho só estava atrás de sexo. O que não era verdade. Mesmo que tenha acontecido.

Mas ele nunca intencionara ser o namorado daquela menina que se apresentara como Karin, mas ela dera um jeito de vê-lo todo dia, e amolecer o coração dele com discursos puramente emocionais. Itachi aceitou, com um pé atrás, embora soubesse que não faria mal algum estar namorando. E não contaria ao irmão, apenas porque para Itachi não era sério, e algo em Karin gritava por sigilo.

Itachi olhou para o relógio de pulso. Onze e dez. Estava tarde, precisava terminar de estudar o mais rápido possível, e terminar seu seminário.

Uma mensagem no celular. “Oi, como você está?”

“Muito bem. Estava pensando em você. Quando terminar toda essa bagunça aqui, irei te ver. Abraços”. Ele retornou a mensagem.

Itachi encarou a face sorridente de Karin numa fotografia, ela abraçando-o, ele sorrindo meio descontente. Não era justo com ela. Ele estava sendo desonesto com uma menina que não merecia. E sentia-se mal, por estar sendo injusto consigo mesmo.

Já era tarde.

Já era hora de acabar.





Naruto ouvia seu telefone que esperneava em cima da cama. Acabara de sair do banho, mas sua cabeça fervilhava de ideias perfeitas para serem postas em prática por algumas pessoas que precisavam muito delas.

Apanhou o aparelho. Andou pelo quarto. Parou diante do seu espelho. Apertou o botão verde.

– Karin. Então, como foi? – perguntou, exibindo um sorriso diabólico para o espelho. Nada demais, apenas se achava sexy daquele jeito.

– Tudo certo. Amanhã, à noite – Karin avisou. – Espero que o Sasuke esteja pronto. Eu estarei pronta par agradecer quando tudo estiver bem. Por favor, conto com vocês dois – não mais um pedido de uma garota com medo de perder o namorado. Uma súplica de uma mulher que não conseguiria viver sem o seu protetor, o seu homem. – Posso passar por tudo agora, menos ficar sem o itachi.

– Pode deixar. Depois de amanhã, ninguém mais estará infeliz. Ninguém.





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Notas finais do capítulo

muito obrigado a todos que estão acompanhando essa estória confusa. kkkk
Vou sempre dá o melhor de mim pra que fique boa. e qualquer coisa que precise ser melhorada eu espero que me avisem! vlw



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