Lá Vem Historia... - Thiefshipping escrita por Taimatsu Kinjou


Capítulo 12
Cinderela


Notas iniciais do capítulo

Não me responsabilizo pelos comentarios deles. u.u



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Marik: Ei Bakura! O que você esta fazendo? - pergunta se inclinando perto do albino para ver o que ele tanto escrevia.

Bakura: Estou planejando um modo de roubar a câmera do Akefia. - responde sem tirar os olhos do papel em mãos.

Marik: Isso não vai dar certo...

Bakura: E desde quando você virou especialista em roubo? - pergunta irritado.

Marik: Desde que Akefia tem vários cadeados em sua porta. - responde casualmente.

Bakura: E como você sabe que ele tem vários cadeados? - pergunta estreitando os olhos.

Marik: Não é importante. Vamos terminar de assistir.

...

Yu Gi Oh! Apresenta: Cinderela

Era uma vez uma bondosa mulher que tinha uma única filha, uma menina linda e meiga, a quem amava muito chamada Marik.

Um dia, a mulher adoeceu gravemente e, embora ainda fosse jovem, sentiu que não ia durar muito tempo. Assim, chamou a filha para perto de si e, depois de abraçá-la carinhosamente, pediu:

- Seja sempre meiga e bondosa para com todos, minha filha, que lá do céu estarei o tempo todo olhando por você!

Mal terminou de dizer essas palavras, a mãe da menina fechou os olhos e morreu. A pobre criança quase morreu também de tanto chorar. A mulher foi enterrada num lugar muito bonito, no quintal da casa e, desde então, a menina passou a ir todos os dias até o túmulo da mãe, onde ficava ajoelhada, rezando e chorando.

...

Marik: O quê? Eu era um bebê quando minha mãe morreu e eu não era seu único filho! Tinha Ishizu! E também eu não era uma garota!

Bakura: E quanto a Rishid?

Marik: Ele foi adotado, não conta.

...

O tempo passou e, com a chegada do inverno, os dias se tornaram cinzentos, e as árvores ficaram secas e tristes. Mas, quando veio a primavera, o jardim da casa voltou a se encher de flores e passarinhos.

Foi então que o pai da menina resolveu se casar de novo, escolhendo para esposa uma viúva, que tinha duas filhas Ishizu e Rishid.

...

Marik: Rishid é uma menina!

...

No entanto, a chegada da madrasta e das filhas naquela casa não trouxe para ela nenhuma alegria, pois as filhas da viúva eram muito invejosas e tinham mau coração. Desde o primeiro dia, trataram a nova irmã com desprezo, fazendo de tudo para aborrecê-la e humilhá-la. Além disso, passaram a tomar, um por um, os melhores vestidos que a menina possuía, deixando-a apenas com uma roupa velha e um par de tamancos de madeira.

...

Marik: Minhas roupas não!!! - se abraça como se fosse proteger sua camiseta preferida. O albino revira os olhos.

Bakura: Honestamente... - suspira - E você quer saber por que sempre é uma garota.

Marik: Silencio!

Bakura: Não. - diz calmamente.

Marik: Por que não?

Bakura: Bem... Onde estaria a diversão?

Marik: Calado!

...

A madrasta e as filhas eram também muito preguiçosas, e a menina era obrigada a trabalhar, fazendo todo o serviço da casa sozinha.  E à noite, quando terminava o trabalho, morta de cansaço, a pobrezinha não tinha sequer uma cama confortável onde pudesse descansar, e era obrigada a dormir na cozinha, junto às cinzas do fogão.

...

Marik: Eu não faço nada pra ninguém! - Bakura revira os olhos.

...

A vida de Marik era, assim, muito triste, mais triste ainda porque o pai parecia não ver seu sofrimento e nada fazia por ela. O único refúgio da pobre menina era o túmulo da mãe, aonde ia sempre que podia.

...

Marik: Agora sim estão mostrando o quanto meu pai era um bastardo. - diz sorrindo.

...

Um dia, o pai precisou ir até a cidade e perguntou a cada uma das meninas o que gostaria que ele trouxesse de presente.

- Eu quero lindos vestidos! - disse uma das filhas da madrasta.

- Eu quero pérolas e diamantes! - disse a outra.

Gata Borralheira, entretanto, nada pediu, e o pai, vendo-a calada, perguntou-lhe se não ia querer nenhum presente.

- Papai. - ela respondeu - Quero apenas que me traga o primeiro galho de árvore que, no caminho de volta, esbarrar em seu chapéu!

...

Marik: Por que em nome de Rá eu iria querer um galho!? - grita exasperado. O albino da de ombros.

Bakura: Não é real Marik...

Marik: Eu não ouvi você dizer isso quando você foi a Bela!

Bakura: Calado!

...

O pai partiu e, na cidade, comprou vestidos bonitos e pedras preciosas, conforme as filhas da mulher haviam pedido. Quando já voltava para casa, passou embaixo de uma enorme figueira. Alguns galhos da árvore eram muito baixos e um deles derrubou seu chapéu no chão.

Quando desceu para apanhá-lo, o pai se lembrou do pedido de Marik. Por isso, arrancou o galho da árvore e o levou para a filha.

Ao chegar em casa, entregou os presentes a cada uma das meninas, e Marik, depois de agradecer-lhe muito, correu até o túmulo da mãe. Plantou ali o ramo da figueira, chorando tanto, que o regou com suas lágrimas.

...

Marik: Ninguém tem lagrimas o suficiente para regar uma planta!

Bakura: Marik isso é apenas uma historia...

...

Em pouco tempo o ramo começou a brotar e ficar viçoso, transformando-se numa árvore grande e bonita, ao pé da qual a menina se ajoelhava para rezar e chorar suas tristezas. Todas as vezes que isso acontecia, um passarinho branco vinha pousar num galho da figueira, e bastava que Gata Borralheira expressasse algum desejo para que ele lhe trouxesse o que ela estava pedindo. O passarinho branco se tornou, assim, o único amigo da menina, que não tinha mais ninguém neste mundo em quem pudesse confiar.

...

Marik: Vejamos... Branco, único amigo... Isso me lembra algo Fluffy.

Bakura: Não tire conclusões precipitadas, não disseram o nome do pássaro! E não me chame de fluffy! - diz irritado estreitando os olhos - E é muito realista saber que um pássaro realiza desejos. Vou começar a caçar pássaros e pedir pra que matem o faraó por mim!

Marik: Não é real, lembra Fluffy?

Bakura: Tanto faz!

...

O tempo passou, e, um dia, correu por toda a cidade a notícia de que o rei Akefia daria uma grande festa, que duraria três dias. Seriam realizados três grandes bailes, para os quais estavam convidadas todas as moças em idade de se casar, porque dentre elas o príncipe Bakura escolheria uma para ser sua noiva.

...

Marik: O mistério chega ao fim. Fluffy você não é o pássaro. - Bakura revira os olhos.

Bakura: Só queria saber por que Akefia é sempre o rei! E pra piorar meu pai!

Marik: Acho que combina com ele. - Marik diz pensativo inclinando a cabeça para o lado. Bakura rosna.

...

Logo que soube da notícia, Marik sentiu uma vontade enorme de ir ao baile, mas, quando disse isso às irmãs, as duas começaram a rir e uma delas falou:

-   Com esse vestido sujo e esses tamancos de madeira, você quer ir ao baile?!

-   E essas mãos grossas?! - disse a outra, morrendo de rir. - Você acha que as mãos delicadas do príncipe foram feitas para segurar as suas mãos?

...

Marik: Você tem mãos delicadas Fluffy! - diz gargalhando. Bakura rosna.

...

A pobre menina, humilhada, saiu de perto das duas malvadas para que elas não vissem suas lágrimas.

...

Marik: Ninguém me humilha e sai impune!

Bakura: E você esta parecendo uma garota chorando toda hora...

Marik: Cale-se!

...

Logo chegou o dia do baile, e enquanto as irmãs passavam o tempo todo se arrumando, Marik, como sempre, fazia todo o serviço da casa. À tarde, para fazê-la sofrer ainda mais, as duas a obrigaram a passar seus vestidos e a pentear-lhes os cabelos para irem à festa.

...

Bakura: Rishid tem cabelo? - pergunta surpreso erguendo uma sobrancelha.

Marik: Um pouco, na parte de trás da cabeça. - diz entediado.

...

Quando já estavam quase prontas, as maldosas meninas lhe disseram:

- Agora você pode voltar à cozinha. Lá é o lugar certo para uma Marik!

Muito magoada, Marik foi procurar a madrasta para dizer-lhe que também queria ir ao baile.

...

Marik: Sim, tudo o que eu quero é ir a um baile idiota e desfilar na frente do Fluffy em um vestido.

Bakura: Podemos resolver isso então. Vou procurar um vestido... - diz se levantando e indo ate a porta. Marik se virou e estava prestes a pular na garganta do albino - Brincadeira Marik...

...

Mas a mulher, ao ouvir o pedido, respondeu:

- Você, Marik? Como quer ir ao baile se vive tão suja e empoeirada? Ainda por cima, você não tem nem vestidos nem sapatos adequados!

Marik, entretanto, pediu tanto, insistiu tanto...

...

Marik: Eu não imploro nada as pessoas!

Bakura: Se esqueceu que você foi pedir minha ajuda na Cidade da Batalha?

Marik: Bem... Isso era diferente... Meu lindo corpo estava em jogo.

...

... que a madrasta acabou dizendo:

- Está bem. Mas só vou levá-la ao baile se você cumprir uma tarefa: despejei um prato de lentilhas no meio das cinzas do fogão.  Se em duas horas você conseguir tirar as lentilhas das cinzas, separar os grãos estragados e colocar os bons de volta no prato, você irá ao baile.

E saiu de perto, tendo a certeza de que dera a Marik uma tarefa impossível de se cumprir em tão pouco tempo.

Entretanto, logo que a madrasta saiu, a menina lembrou-se de pedir ajuda ao seu amigo passarinho. Assim, foi até a figueira e cantou:

- Querida avezinha do céu, ajude-me a escolher: os grãos bons ponha no prato, e os maus pode comer!

...

Marik: Claro! Eu sempre falo com pássaros. - revirou os olhos sarcasticamente.

...

O passarinho branco logo veio em seu socorro. Mas desta vez não veio sozinho. Assim, em um instante a cozinha estava repleta de pássaros de todos os tipos que, trabalhando rapidamente, ajudaram Marik a realizar a tarefa, em pouquíssimo tempo. Quando estava tudo pronto, ela agradeceu a seus amigos e esperou que eles saíssem para ir correndo chamar a madrasta e entregar-lhe o prato cheio de lentilhas. Mas a malvada, furiosa ao ver que a menina tinha conseguido realizar o trabalho, disse-lhe:

- Não posso levá-la ao baile, Marik! Você nem dançar sabe!

A menina, no entanto, continuou insistindo no pedido, e a madrasta, como não queria levá-la, deu-lhe outra tarefa, mais difícil ainda que a anterior: despejou desta vez dois pratos de lentilhas no meio das cinzas, dando-lhe apenas uma hora para separar os grãos bons dos estragados. E, certa de que agora seria mesmo impossível que ela realizasse o trabalho, saiu da cozinha toda satisfeita.

Mesmo estando triste, Marik não desanimou. Voltou a pedir ajuda a seu amigo passarinho e, junto com ele, entraram pela janela da cozinha duas pombinhas brancas, uma rolinha, muitos sabiás, e logo todos os pássaros do céu estavam ali para ajudá-la. Novamente, em pouquíssimo tempo o trabalho estava terminado, e Marik mais uma vez agradeceu a seus amigos e esperou que todos eles saíssem para chamar a madrasta à cozinha.

...

Marik: Oh grande Rá, como isso é repetitivo...

...

A mulher, ao ver que não tinha conseguido seu intento, empalideceu de ódio e disse:

- Sabe de uma coisa Marik?  Você não vai mesmo ao baile!   Só ia nos fazer passar vergonha diante do rei e, além do mais, já é tarde e estamos de
saída!

Com o coração doendo de tristeza, Marik sentou-se nas cinzas do fogão e começou a chorar. Assim que todos saíram para o baile, correu para o túmulo da mãe, ajoelhou-se e, contemplando a figueira com os olhos cheios de lágrimas, pediu:

-  Minha avezinha querida,

Faça-me mais este bem:

Se não for pedir muito,

Queria ir ao baile também!

...

Marik: De repente eu comecei a falar em rima!

...

Quase que no mesmo instante, o passarinho branco pousou num ramo da árvore, trazendo para a menina um magnífico vestido e um par de sapatinhos muito delicados, todos bordados com ouro e prata.

...

Marik: Todo mundo sabe que pássaros carregam esse tipo de coisa com eles para todos os lugares. - acena com a mão no ar casualmente - E prata e ouro no mesmo vestido? Depois eu sou brega.

Bakura: Marik... Eu achava que era impossível você ser mais gay que já era. Mas agora você acaba de me provar que eu estava errado.

...

Marik, cheia de alegria, vestiu-se rapidamente e foi para o baile. Estava tão linda, tão linda, que assim que entrou no salão todos se viraram para admirá-la. O próprio pai e a madrasta com as filhas não puderam reconhecê-la, e o príncipe, deslumbrado com sua beleza, veio diretamente ao seu encontro...

...

Bakura: O quê!?

...

...dançando com ela a noite inteira, não permitindo que nenhum outro jovem se aproximasse afirmando que ela era sua parceira.

...

Marik: Não, eu não sou! - grita olhando para Bakura , que sorri presunçosamente.

Bakura: Encare a realidade Marik. Você é meu.

Marik: Cale a boca! - diz com o rosto corado.

Bakura: Alguém poderia pensar que você esta envergonhado. - se inclina mais perto do loiro - Você não esta dizendo que quer ser meu, não é? - sorri largamente. Marik faz uma pequena pausa antes de responder.

Marik: Não! Definitivamente não!

...

Quando chegou a madrugada, Marik quis retirar-se da festa. O príncipe insistiu em levá-la para casa, porque queria saber onde morava uma jovem tão encantadora e quem eram os seus pais. Como não conseguiu fazê-lo desistir da idéia, a moça foi obrigada a fugir correndo pelas escadarias do palácio. Mas o príncipe, decidido a descobrir quem era aquela jovem misteriosa, continuou a segui-la pelas ruas e viu quando Marik chegou em casa. Correndo pelo jardim, ela já não sabia mais onde se esconder, e acabou subindo no pombal, na esperança de que lá não seria encontrada pelo príncipe.

Assim que o pai de Marik chegou em casa, o príncipe, que tinha ficado ali esperando, contou-lhe o que havia acontecido. O velho pensou imediatamente: "Será que a moça de quem ele fala é Marik?". E, curioso, derrubou com seu machado o pombal.

...

Bakura: Vamos Marik. Só porque você não quer me dizer isso não quer dizer que não é verdade! - exclamou virando-se para o loiro - Você quer não é?

Marik: Sem comentários. - bufou cruzando os braços.

Bakura: O que em nome de Rá isso quer dizer!?

Marik: Isso significa sem comentários! Nada a dizer! Entendeu ou quer que desenhe!? - gritou antes de caminhar para fora da sala. O albino ergueu uma sobrancelha.

...

Mas, para decepção dos dois, não havia ninguém lá dentro. É que a menina, muito esperta, tinha saído dali sem que o príncipe a visse, e, rapidamente, tinha devolvido ao passarinho a roupa e os sapatos com que tinha ido ao baile. Assim, quando a madrasta e as filhas passaram pela cozinha, encontraram Gata Borralheira dormindo profundamente no meio das cinzas, maltrapilha como de costume.

Na noite seguinte, mais uma vez a madrasta recusou-se a levá-la ao baile. Marik pacientemente que todos saíssem e foi ajoelhar-se diante do túmulo da mãe para pedir:

- Minha avezinha querida, faça-me mais este bem: se não for pedir muito, queria ir ao baile também!

Novamente o passarinho branco veio em seu auxílio e atirou-lhe um vestido e um par de sapatinhos mais ricos e bonitos que os da noite anterior. E, como na outra vez, quando Borralheira chegou ao baile, sua impressionante beleza provocou murmúrios por todo o salão. O príncipe, que já a esperava ansiosamente, assim que a viu, correu ao seu encontro, dançando com ela durante toda a noite.

...

Bakura bufou de braços cruzados e olhou para onde Marik deveria estar sentado, mas estava vazio.

...

De madrugada, mais uma vez Marik precisou fugir para que o príncipe não a acompanhasse. Sendo novamente perseguida até o jardim de casa, a menina se escondeu de novo, desta vez numa pereira que havia no quintal.

Mas o príncipe, cada vez mais curioso e encantado com aquela jovem misteriosa, voltou a esperar que o dono da casa chegasse para contar-lhe o ocorrido.  O velho, intrigado, pensou outra vez: "Mas será Marik a moça de quem ele fala?". E, tomando de novo seu machado, derrubou imediatamente a árvore, não encontrando ninguém ali.

Quando a madrasta e as filhas passaram pela cozinha, lá estava Marik, com seu velho vestido, encolhida e dormindo profundamente no meio das cinzas.

...

Bakura: Que merda Marik! - murmura pra si mesmo - Se é verdade, não é mais fácil me dizer? O que eu vou fazer, arrancar sua cabeça?

...

Na terceira noite, mais uma vez Marik pediu e mais uma vez o passarinho branco veio em seu auxilio, trazendo–lhe agora um vestido ainda mais bonito e um par de sapatinhos delicadíssimos, bordados em ouro puro.

...

Bakura: É bem a sua cara Mar... - bufa ao lembrar que Marik não esta ali.

...

Ao entrar no salão do baile, todos, inclusive o pai, a madrasta e as filhas, ficaram boquiabertos com sua deslumbrante beleza, e de toda parte vinham murmúrios de admiração.

O príncipe, olhando-a com amor, tomou suas mãos, convidando-a para dançar. E de novo passou a noite inteira ao seu lado, não permitindo que mais ninguém se aproximasse.

Mas nessa madrugada, quando Marik fugiu, o príncipe não teve pressa em segui-la, porque, decidido a descobrir quem era a jovem por quem estava apaixonado, tinha mandado os criados do palácio espalharem piche por todas as escadarias. Assim, na pressa de fugir, Marik acabou perdendo o sapatinho do pé esquerdo, que ficou preso no piche.

...

Bakura: Que tipo de príncipe faz isso? - pergunta para o nada.

...

O príncipe recolheu o delicado sapatinho e, no dia seguinte, quando o rei lhe perguntou se havia escolhido sua esposa, respondeu:

- Sim, meu pai. Já fiz minha escolha: eu me casarei com a moça em cujo pé servir este sapatinho.

No mesmo dia o príncipe em pessoa saiu pela cidade percorrendo todas as casas onde houvesse moças em idade de se casar, experimentando em todas elas o rico sapatinho. Mas nenhuma moça do reino parecia ter um pezinho tão pequeno a ponto de usar um calçado tão delicado.

Depois de visitar muitas casas, o príncipe acabou chegando à casa de Marik. Foi recebido pela madrasta que, certa de que a escolhida seria uma de suas filhas, pediu-lhe que esperasse um pouco e levou o sapatinho até o quarto da moça mais velha, para que ela o calçasse.

Por mais que a moça forçasse, entretanto, não havia jeito de fazer com que o sapato lhe servisse, pois um dedo de seu pé era grande demais. Quando estava cansada de tentar e já ia desistir, a mãe, trazendo um enorme facão da cozinha, lhe disse:

- Se o sapato lhe servir, você se tornará rainha e não precisará andar muito. Por isso, acho melhor cortar esse dedo tão grande!

...

Bakura: E ai esta a violência nos contos de fadas. - diz sarcástico - Algo a dizer Mar... Deixa pra lá.

...

A ambiciosa moça aceitou o conselho e, logo depois, mal conseguindo disfarçar a dor, apresentou-se diante do príncipe como sendo a verdadeira noiva.

Mesmo decepcionado, ele a colocou sobre o cavalo e os dois partiram, rumo ao palácio real.

Entretanto, quando passaram diante do túmulo da mãe de Marik, duas pombinhas brancas que estavam pousadas nos galhos da figueira começaram a cantar:

-  A verdadeira noiva esta não é!

Se o príncipe olhar para o sapato,

Verá que há sangue no pé!

...

Bakura: E mais poesia... - bufa apoiando o rosto em uma das mãos.

...

Ao ouvir isso, o príncipe olhou para o pé da moça e, vendo o sangue que escorria do ferimento, descobriu que havia sido enganado. Levou-a imediatamente de volta para a mãe, que se desculpou dizendo:

- Não fique zangado, meu príncipe! Deve ter havido algum engano. Na certa o sapato servirá em minha filha mais nova, que está no quarto.

Enquanto o príncipe esperava, a madrasta levou o sapatinho ao quarto da filha mais nova. Mas esta também tinha um pé tão grande que não havia como fazer com que o calçado lhe servisse, a não ser cortando-lhe um pedaço do calcanhar.

E foi o que mãe e filha fizeram, pensando que, como a moça seria brevemente rainha, não precisaria mais andar muito, e um pedaço do pé não lhe faria falta.

...

Bakura: O que a ganância não faz as pessoas? - diz sorrindo largamente.

...

Lá se foi outra vez o príncipe, levando a falsa noiva sobre seu cavalo. Mas, mais uma vez, ao passarem pelo túmulo da mãe de Gata Borralheira, as pombinhas brancas começaram a cantar:

- A verdadeira noiva esta não é!

Se o príncipe olhar para o sapato,

Verá que há sangue no pé!

O príncipe olhou então para o sapato da moça e, vendo o sangue que escorria do ferimento, descobriu que havia sido enganado outra vez. Levou-a imediatamente de volta e, muito zangado, perguntou à madrasta se não havia mais nenhuma jovem na casa. A mulher respondeu que não, mas como ele insistisse, acabou confessando:

- Existe aqui outra jovem, mas ela é tão feia e anda tão suja e maltrapilha que certamente não é a pessoa que Vossa Majestade procura!

- Não faz mal! - respondeu o príncipe. - Tragam-na assim mesmo!

Como não podia desobedecer-lhe, a madrasta mandou chamar Marik, que, vestida com suas roupas velhas, apareceu logo em seguida. Com a maior naturalidade, Borralheira tirou o pesado tamanco que usava e calçou delicadamente o sapatinho, em que seu pé entrou sem o menor esforço.

Muito feliz, o príncipe, que já a havia reconhecido, colocou Marik sobre seu cavalo e os dois partiram, deixando a madrasta e as filhas loucas de ódio e inveja.

Ao passarem diante do túmulo da mãe da menina, lá estavam outra vez as duas pombinhas brancas, que, alegremente, começaram a cantar:

- Agora está certo,

Pois, de fato, esta é a noiva verdadeira,

E não há sangue no sapato!

Em seguida, as duas pombinhas voaram ao redor de Marik e do príncipe, indo depois pousar delicadamente nos ombros da moça, acompanhando-a até o palácio.

Marik e o príncipe se casaram em meio às festas mais bonitas que o reino já havia tido.

No dia do casamento, as duas irmãs, fingindo-se arrependidas, pediram à menina que lhes deixasse acompanhá-la e a seu noivo no Cortejo nupcial. Marik permitiu, mas, na saída da igreja, o coração das malvadas ia cheio de pensamentos maus, de ódio e inveja. Por isso, as duas pombinhas brancas voaram na direção das invejosas e, com o biquinho, furaram-lhes os dois olhos, deixando-as cegas pelo resto da vida, como castigo por sua maldade.

...

Bakura: E mais maldades. - sorri.

...

Quanto a Marik, viveu feliz com o príncipe por muitos e muitos anos.

...

Bakura saiu da sala a procura de Mariku, que estava na cozinha tirando algo no forno, que é melhor não saber o que era.

Bakura: Ei Mariku! - o egípcio virou assustado, mas relaxou ao ver quem era.

Mariku: Merda Bakura! Pensei que era o Akefia! Nunca mais faça isso comigo.

Bakura: Tanto faz. Que quero saber o que Marik pensa de mim? - Mariku o olhou com uma sobrancelha erguida.

Mariku: Por que você quer saber o que o meu hikari pensa?

Bakura: Só me responda Mariku! - diz batendo os punhos na mesa. O loiro bufou.

Mariku: Ele tem uma queda por você. Acho que isso já faz um tempo... - ele respondeu antes de colocar, o que parecia ser um bolo, em cima da mesa.

Bakura: Isso não parece comestível. - informou fazendo careta.

Mariku: Tanto faz. Preciso fazer Akefia comer isso! Se der certo tenho que agradecer Marik por me ajudar a fazer isso. - Bakura se virou para voltar a sala, mas congelou.

Bakura: Era isso que ele foi fazer aquela hora?¹ - se pergunta.


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Notas finais do capítulo

Bakura: *voltando para a sala e encontra Ryou* Você vai assistir aquela porcaria comigo Ryou!
Ryou: M-mas por que eu?
Bakura: Por que eu decidi! *arrasta ele para a sala*
Naõ sei se vcs se lembram que Marik sumiu em um dos capitulos (A Menina E O Vampiro), se alguem queria saber onde ele estava ai esta a resposta.