Daughter Of Sun escrita por Katie Anderson


Capítulo 9
Capítulo 9 - Intrusos na missão


Notas iniciais do capítulo

A Katie é MUITO parecida cmg, omg! A diferença é que ela é bonita :x UHAUSHAUHSAHU



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Capítulo 9

            – Ai meus deuses, vocês quase me matam do coração! – Exclamei, Matthew me soltando e Connor baixando a espada. – E por que vocês me atacaram, afinal de contas?

            – Desculpa, foi uma reação instintiva, só isso. – Matthew deu de ombros. – Poderia ter sido qualquer um a se aproximar.

            – Poderia mesmo, vocês são muito barulhentos! Vão ter que aprender a fazer silêncio se quiserem se juntar a missão.

            Ambos me olharam completamente estupefatos.

            – Culpe meu sono ou qualquer coisa que quiserem, mas já que estão aqui vamos continuar, certo? E eu preciso saber de uma coisa: como vocês chegaram até aqui? Estavam nos seguindo ou algo do gênero?

            – Minha querida irmã, dá pra gente sair da chuva primeiro? – Eu acho que esse 'querida' não queria dizer mesmo querida. Sarcasmo, mode on.

            Entramos na caverna, ambos agindo mais silenciosamente. O que era realmente ótimo, não queria que David ou Raissa acordassem. Connor perguntou seu eu queria dormir enquanto ele ficava vigiando, mas eu recusei. Mais do que nunca eu precisava colocar meus pensamentos em ordem.

            Eu precisava de uma explicação. Como eu ia fazer? Hey Dave, olha, só. Eu achei os dois atrás da moita e agora eles vão com a gente, isso não é ótimo?

            Mas eles estavam lá, eu não podia simplesmente deixá-los! E, cara, Connor ia com a gente. Ele estava ali, eu não iria expulsá-lo. Eu não tenho certeza se o quero longe de mim. Mas, e Hermes? Será que ele sabe? Porque eu sei como eu estou me sentindo a respeito da minha mãe, e tenho certeza de que não quero que ele sinta o mesmo pelo seu pai. E seria meio difícil, sabe. Andarmos por aí num grupo de cinco pessoas seria beeeeem mais trabalhoso de que num de apenas três.

            – Num turno de vigília tem que se prestar atenção em tudo. – Connor interrompeu meus pensamentos, sentando-se o meu lado e tirando um dos meus fones de ouvido. – Green Day?

            – Qual o problema com Green Day? – Fiquei ofendida. Como alguém pode sequer insinuar algo ruim sobre uma banda tão perfeita?

            – Nenhum. – Ele deu de ombros. E pegou meu iPod, vendo o que mais eu tinha ali. – Seu gosto musical é muito contraditório.

            – Claro que não é!

            – Taylor Swift, Eminem, Blink 182, NeverShoutNever!... e mais um monte que eu nem conheço. – Ele riu.  – Tem umas duas mil músicas nesse troço. Você ouve todas elas?

            – Claro. – Respondi. Eu ouvia todas, mas algumas com mais freqüência do que outras, obviamente. – Agora me dá isso.

            – Não. – Ele começou a se desvencilhar de mim, eu quase pulando em cima dele pra recuperá-lo.

             Eu tentava ser silenciosa enquanto Connor tentava desesperadamente não rir. Era uma cena engraçada, na verdade. Mas eu não queria que ninguém a presenciasse.

            Mas paramos completamente quando ouvimos David começar a resmungar. Nossa pose era completamente constrangedora. Eu estava praticamente sentada em cima da barriga de Connor, enquanto o mesmo se encontrava deitado no chão segurando meus braços e tentando afastar o iPod de mim. Ele levantou uma sobrancelha sugestivamente e eu corei, saindo de cima dele.

            – Desculpe. – Disse, tentando respirar normalmente. Não estava conseguindo muito bem. Aproveitei que ele estava distraído e tomei o iPod da sua mão. Pensei que fosse reagir ou algo assim, mas Connor apenas riu. – SSSSSSSSHHHH! Quer que algum deles acorde?

            Ficamos em silêncio por um tempo.

            – Connor? Por que vocês vieram atrás da gente?

            Ele hesitou antes de responder.

            – Matt veio me procurar. Naquele dia, que fomos à floresta. Por isso não fui à fogueira. Ele disse que sentia que tinha algo errado e que precisava ir nessa missão. E eu também. – Gelei. Não, ele não podia saber. – Eu lembrei que você disse algo sobre sua mãe e pensei que você provavelmente queria ajuda, eu sei o quanto horrível seria se algo tivesse acontecido com a minha família.

            Quanto mais ele fala, mais eu me sinto culpada.

            – Então encontrei com Matt e seguimos vocês até aqui. – Coitados. Eles devem estar absurdamente mortos. – Foi... bem difícil, na verdade. Dois meio-sangues viajando sozinhos... isso é uma isca completa de monstros.

            – Matthew disse a razão de ele ter vindo? – Minha voz mal passava de um sussurro e eu não tirava meus olhos do chão.

            – Ele disse que sentia que também devia vir porque sabia que algo estava errado. – Ele estava escondendo alguma coisa. – Eu também achei, então viemos juntos.

            – Ok... – Ele viu que eu estava desconfiada, mas não acrescentou nada. – Connor, vá dormir. Eu assumo daqui.

            – Não, pode deixar que eu...

            – Por favor. – Dei o meu melhor sorriso de garota inocente. Ele retribuiu e se deitou. Conferi até que ele estivesse dormindo para recolocar meus fones de ouvido.

            A chuva havia parado, e eu não fazia ideia de que horas eram. Tudo o que eu tinha certeza era que música realmente me acalmava. Nada como um tempo sozinha pra pensar. E foi um longo tempo, algumas horas, provavelmente. Minha barriga roncava tanto que eu fiquei com medo de acordar mais alguém ali.

            Finalmente, lampejos de iluminação do lado de fora. O sol estava nascendo naquele momento. Me senti instantaneamente bem. E melhor ainda quando um homem, aparentemente uns 17 anos, entrou na caverna. Alto, sorriso tão brilhante que conseguiria iluminar até o lado obscuro da lua, cabelos loiros e bagunçados de uma maneira completamente sexy.

            Em outras palavras, um completo gato. E que gato.

            – Katie. Já faz um tempo que eu queria falar com você. – Ele se aproximou.

            Ah, não. Por que eu não sou uma pessoa normal?

– C-como sabe meu nome? E quem é você? – Perguntei, gaguejando.

            – Querida, conheço você muito melhor do que imagina. E tem certeza de que não sabe quem eu sou? – Ele pareceu magoado.

            Espera, eu conheço esse cabelo loiro. E esses olhos azuis. São exatamente iguais aos... não.

            – Isso... não é possível. Como você...? – Isso não é justo. Aparece o cara mais quente do mundo na minha caverna e eu não posso nem sequer pensar sobre o quão perfeito ele é. Porque ele é o meu pai. – Que droga. – Murmurei, decepcionada.

            – Essa não é a reação que eu costumo causar. – Ele riu, com certeza se divertindo com tudo aquilo. – Mas não é sobre isso que eu quero falar. Sente-se.

            Só agora percebi que estava de pé. Mas eu não sabia bem como reagir. Raiva e ressentimento tomaram conta de mim, entretanto me sentei, mal-humorada.

            – O que faz aqui? – Perguntei.

            – Se você fosse um pouquinho mais paciente, teria esperado eu falar. – Ele sorriu irônico. Não me importava.

            – Então dá pra dizer de uma vez?

            – Katie, minha linda, eu entendo sua raiva. Mas não é como se você estivesse sozinha todos esses anos. – Ele começou a dizer.

            – Você nos abandonou. – Cortei-o e ele revirou os olhos, um claro pedido de: espere eu terminar, por favor.

            – Não, eu não abandonei. Se eu tivesse feito isso, como eu ia saber que você ouve música pra se acalmar? Que canta a todo momento, sem importar com quem está olhando? Que sua banda preferida é All Time Low? Que você ama matemática? Que tem pensado em fazer faculdade de medicina? Que começa a dançar quando ninguém está olhando, principalmente depois que recebe uma boa notícia? Que não suporta mais de dez minutos fazendo compras? Que sempre tem um livro em mãos; na escola, no quarto, no dentista, na piscina? Eu sei que você adora ler enquanto se bronzeia. – Ele deu uma piscadela na minha direção. Eu estava prestes a interromper quando ele continuou. – Que compõe para desabafar? Que se sentiu muito mais aliviada quando eu entreguei seu violão e suas partituras no acampamento? – Ele levantou uma sobrancelha, mas eu permaneci calada. Como ele sabia tanto sobre mim? – Eu não a abandonei Katie, estive com você todo esse tempo. Só que não fisicamente.

            – Tantas vezes eu precisei de você. E só agora que você aparece?

            – Eu já disse, sempre estive com você. E por favor, não vamos entrar nesse drama familiar. Não agora. – Ele deu uma piscadela. – Vamos ao que interessa. Tenho que ser rápido, Zeus detesta quando interferimos em missões.

            Levantei uma sobrancelha sarcasticamente.

            – Tá vendo? Esse é o seu problema! Nunca leva nada a sério! – Ele retrucou.

            – E você, por acaso, leva? – Perguntei indignada. – Seu ego é tão imenso que não enxerga nada além de si mesmo.

            – Como disse? – Ele mudou sua expressão, não havia mais divertimento ali.

            – D-desculpe. – Percy bem que me avisara. Agora eu só podia esperar que ele não explodisse a caverna. Pelo menos não comigo dentro.

            – Argh, o que fazer com você? – Ele murmurou enquanto balançava a cabeça negativamente, um claro sinal de desaprovação. – Enfim, eu estava prestes a dizer algo sobre a missão, como você pode obter ajuda em Baltimore, mas...

            – Por favor. – Pedi suplicante.

            – Adoro essas palavras. – Ele sorriu, vitorioso. – Apenas uma dica do deus música: amanhã tem uma apresentação acústica, e acho que você sabe de que banda eu estou falando. – Pude sentir meus olhos começarem a brilhar de esperança. Talvez a missão não estivesse tão ruim assim. – Vá até lá, encontre com Alex. Ele vai poder te ajudar com algo que você precisa.

            – E o que seria, posso saber? – Perguntei, tentando não parecer rude. Ou algo do tipo. E a gente precisava de tanta coisa que seria bom uma especificação.

            – Como pretende chegar ao Texas? Só quero ajudar um pouco, e de uma maneira agradável. – Ele deu de ombros. – Poderia oferecer meu carro, mas... depois da última vez, não quero arriscar. E sinto que possa servir para o que vou ficar te devendo mais tarde.

            – Pelo quê? – Perguntei, mas ele simplesmente se levantou.

            – Você logo vai descobrir. – Ele riu, se dirigindo a saída, de alguma piada que só ele sabia que ia acontecer. – Foi um prazer, Katie.

            – Espere! Mas que tipo de favor? Nenhuma dica?

            – O deus dos oráculos nunca revela seus segredos! – Ele acenou. – Adeus querida. Não demorará para nos reencontrarmos. E fique esperta com seu colar. Logo será útil.

            – Cara, uma dica não matar ninguém não, sabe? – Tarde demais. Ele já tinha tomado sua forma divina e eu fui obrigada a desviar, minha atenção. Eu odeio quando as pessoas me deixam curiosa, isso simplesmente me corrói internamente.

            Olhei para as pessoas que ali dormiam. Queria eu aquilo tivesse sido apenas um sonho, mas não. Pelo menos tinha me deixado acordada. E um pouco revoltada. E bem, pra que servem os amigos? Eu precisava extravasar um pouquinho.

            – ACORDA CAMBADA! HORA DE LEVANTAR, TODO MUNDO! – Todos pularam de susto, e eu me limitei a rir. – Vamos gente, achei que assim vocês pelo menos não voltavam a dormir.

            – Katie, exagerou um pouquinho. – Raissa disse, se levantando e cambaleando.

            – E vai ter que fazer melhor da próxima vez, o David ainda ta dormindo feito uma pedra. – Connor riu comigo, fazendo Raissa se virar pra ele confusa.

            – Stoll? Matthew? O que fazem aqui?

            – Eita, tinha esquecido. Eles apareceram no meio da noite, dizendo que seguiram a gente. Aí eu deixei eles dormirem aqui. – Connor sorriu culpado e Matthew resmungava.

            – Sua vaca, por que me acordou desse jeito? Argh, espere só quando for minha vez. Você vai acordar num lago cheio de lesmas e outros bichos rastejantes. – Fingi medo e estremeci. – O quê, tá duvidando de mim?

            – Gente, não é hora pra isso. Precisamos partir. Tenho que ver como saímos daqui, alguém acorda o Wright pra mim? – Ela saiu. Matthew procurava por alguma coisa, provavelmente para me atingir, então foi atrás dela. Eu e Connor permanecemos na caverna, com David ainda dormindo, muito pesadamente.

            – Está pensando o mesmo que eu? – Ele sorriu travesso.

            – Ah, Stoll. Não seja mau. – Revirei os olhos. – Não estou concordando com você nem nada, mas ele é meu melhor amigo. E essa é minha função.

            Connor se ajoelhou do lado dele, e eu fiz o mesmo, mas do lado oposto.

            – No três. – Eu disse.

            – Um, dois... TRÊS. – Então ambos gritamos bem alto, cada um em um ouvido de David. E o olhar assassino que ele me mandou quando abriu os olhos, furioso e assustado, me fez correr.

            – Ah, não fuja de mim! – Ele correu atrás de mim, me alcançando rapidamente. Que droga. Tinha esquecido que David era atleta, além de ser bem mais alto. – Você sabe qual é o preço de me assustar, não sabe?

            – Não, por favor, não! – Implorei. Olhei suplicante para Connor, do lado oposto da caverna. O mesmo apenas ria, nos olhando curiosamente.

            – Sim! – David me carregou no colo e do nada me jogando no chão, começando a me fazer cócegas.

            E todo mundo que me conhece sabe que eu simplesmente não suporto cócegas. Tente fazer em mim e ganhe uma passagem só de ida pras profundezas do tártaro.

            – HAHAHAH PARA HAHAHHA EU HAHHAHA APRENDI A LIÇÃ- HAHAHAAHAH! – Tentei dizer, dando fortes estapeadas nos ombros de David.

            – O que diabos vocês estão fazendo? – Raissa nos interrompeu, com muita raiva, devo dizer. – Temos uma missão e vocês ficam aí brincando? – Ela bufou. – Se não estiverem todos prontos e normais até o táxi chegar eu vou nele sozinha e vocês que se virem pra sair daqui. – Ela saiu, pisando o pé.

            David se levantou, e me ajudou a me levantar. Eu ainda ofegava tentando respirar.

            – Eu pediria desculpas, mas... não. – Ele sorriu.

            – Engraçadinho. Que temperamental. – Apontei minha cabeça em direção a garota que tinha acabado de sair.

            David e Connor assentiram positivamente.

            – Vamos, preciso falar com todos vocês.

– Acabaram as gracinhas? – Matthew perguntou, mostrando aquele sorriso presunçoso que eu tanto detesto.

            – Eu sei, deve ser horrível pra você, não é maninho? Ver pessoas se divertindo sabendo que ninguém te suporta. – Sorri de volta.

            – Quem você acha que é pra...

            – Katie, você disse que tinha algo pra dizer, certo? – David o cortou.

            – Sim. Como planejado, vamos até Baltimore. E vamos fazer uma paradinha lá e ver uma sessão acústica do All Time Low.

            – Kit Kat, podemos fazer isso na volta, agora estamos meio...

            – David, não é pra minha realização pessoal. – Ri. – Meu pai me visitou essa noite.

            Isso chamou a atenção de Raissa.

            – Ele disse para irmos até lá, que Alex poderia nos providenciar uma carona. – Dei de ombros. Matthew estava de olhos arregalados, mas nada disse.

            – Ótimo, mas não está fácil demais? Chegamos lá no tal do Travis e ele nos dá uma carona até o Texas?

            – Alex. – Corrigi-a.

            – Que seja.

            – E não. Dirty Work lançou há pouco tempo, e eu sei que eles estão indo pra Houston de qualquer maneira. – Antes que eles pudessem perguntar como eu sei disso, complementei: – Minha banda favorita.

            – Mesmo assim, seu pai aparece e te fornece uma carona com eles. Não está perfeito demais? – Raissa continuou insistindo na desconfiança.

            – A gente só vai saber se formos. E eu sou a líder dessa missão. E estou dizendo que nós vamos.

            O silêncio pesou ali naquele momento.

            – Por que ele apareceu pra você? – Matthew perguntou.

            – Talvez porque eu seja sua filha favorita. – Dei de ombros.

            – Claro que não! Eu namoro uma filha de Afrodite! Ele me ama mais.

            – Nem venha, Drew deve estar com falta de opção. E ela é horrível, chata e egocêntrica, que pai tem orgulho de uma nora dessa? – Eu nunca havia conversado com ela, mas dava pra notar pela postura que ela andava pelo acampamento. – E ele apareceu pra mim, ele me ama mais.

            – Me ama mais. – Ele aumentou o tom de voz.

            – Eu sou a favorita.

            – Claro que não.

            – Me dê uma razão.

            – Eu sou o favorito. Olha aí, uma razão.

            – Isso não é uma razão válida. Ele me ama mais.

            – Deuses, dá para calarem a boca? – Connor nos interrompeu. – O motorista tá começando a ficar assustado.

            O cara dirigia uma mini van, e olha pra mim hipnotizado. Droga, havia perdido o controle da minha voz de novo. Entramos no veículo, Raissa deu as instruções, ainda um pouco ressentida por ter sido contrariada. E seguimos para o próximo destino, sem praticamente nenhuma pista do que nos esperava. E todas aquelas indiretas que Apolo me dera mais cedo começaram a voltar a minha mente, me deixando ainda mais nervosa. 


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