Apolonyx escrita por Veneficae


Capítulo 4
Chegando no Acampamento Meio-Sangue.




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Éh~... a viagem de metrô não tinha sido tão ruim assim, pelo menos pude concluir que aquele barulho do trem passando em cima dos trilhos era ótimo para dormir.

Mas, tirando isso, estávamos zerados.

Minha incrível mãe ninja tinha pegado tudo, menos a carteira ou cartão de crédito. Beccs tinha gastado todo seu dinheiro com o táxi (preço que está pela hora da morte, cobram o seu figado, rim, coração e os olhos se puder) e com a passagem para três. Eu vivia dura, se houvesse dinheiro comigo seria um milagre! A nota mais alta que tive foi dez dólares e olha lá - não durou nem um dia.

Agora estávamos num caminhão que aceitou nos dar uma carona. Íamos para a costa do norte de Long Island.

Uma certa hora Beccs pede para ele parar e ela e minha mãe saem.

Segurei mais forte o meu anel, pendurado como pingente num colar escondido embaixo da blusa. Era uma moeda de ouro, um pouco menos do que um caqui, meio pesado - embora eu já tivesse me acostumado. Beccs havia me dado de presente num ano, mas no metrô ela disse que foi Nyx que mandou entregar a mim - quando soubesse a verdade. Mas eu não considerava essa deusa como minha mãe, nem Apolo como meu pai.

Pelo menos por enquanto.

Então desci do caminhão e acompanhei-as mata a dentro. Havia um monte de árvores, mas depois de um tempo elas pareciam diferente - não fisicamente, mas... algo dentro de mim se agitava.

Havia um pinheiro logo a frente, então senti que estava em casa.

- Chegamos. - disse Beccs. - Vane, tome. - entregou um papel. - Vá para esse endereço e tome o resto desse dinheiro. É a minha casa. Ficará segura. Meus pais já sabem e vão cuidar de você.

- Você disse que não tinha mais dinheiro. - acusei.

- Não para a nossa locomoção, só para a locomoção dela. - ela me abraçou. - Dafni vai ficar bem aqui. No final do verão, vou tentar fazer com que venha para cá. Normalmente mortais não entram, mas não há nada ainda que Nyx não possa fazer.

Mamãe veio me abraçar, saluçando.

- Fique bem. Se cuide.

- Claro. - sussurrei de volta.

Beccs pegou minha mão e me puxou para um monte, ao lado de um pinheiro. Do alto do monte, atravessando o arco, dava para ver o enorme acampamento onde pontinhos de pessoas não paravam de se movimentas.

Beccs suspirou.

- Me lembro como se fosse ontem, minha primeira vez. Dafni, esta é a Colina Meio-Sangue e agora bem-vinda ao Acampamento Meio-Sangue.

Naturalmente qualquer pessoa que descobrisse que era semideus, ou ter lido A Saga Percy Jackson (saga que só li o primeiro livro e o filme), teria surtado naquela hora ou esperado aquele som de surpresa que aparece nos filmes após uma revelação ou chegada num lugar diferentemente maravilhoso.

Mas eu só tinha lido o livro uma vez, visto o filme uma vez, acho que não foi o suficiente para me fazer surtar loucamente.

- Vem. - Beccs pegou minha mala e me puxou junto para lá.

Passamos por uns sátiros, também por outros igual a mim, embora diferentes de certa forma. Alguns me olhavam de um jeito esquisito, outros tentando entender se a cena daquela tarde era sonho ou realidade.

Ou pesadelo.

Também passamos pela margem de um lago, onde havia uma mesa enorme com vários caldeirões e alguns tipos de... poções talvez.

Nisso, apareceu um centauro.

Não era como o C.I., não flamejava. Era totalmente humano da cintura para cima, moreno, rosto quadrado, cabelos finos e castanhos claro, boca naturalmente rosada e barba por fazer.

Mal olhava para mim e sim para Beccs.

- Rebecca, bem-vinda de volta... ah, e você também Pandora.

- Oi. Hum... quem é ele? - perguntei a Beccs.

- Meu namorado idiota. Polemos.

- Mas pode me chamar de Paul. Estou no lugar de Quíron, que saiu para uma missão. Vamos dizer com o novo famoso meio-sangue...

-... Percy Jackson? - perguntei.

- Não, ele na verdade de chama Rick Riordan. O próprio autor é o personagem, filho de Poseidon.

- Ohh! - “Vou fazer um livro também” pensei.

Silencio...

- Paul, ela ainda não conhece a... “chalé” dela.

- Já falando comigo, Beccs?

- Umpf.

- Pandora. O seu chalé fica ao noroeste, depois da parede de escalada. Suba o monte e você logo verá. Enquanto isso... - pegou a mão de Beccs a força. -... vou com Beccs para a enfermaria.

Ri em segredo.

Então comecei a andar, segui certinho as instruções dele. Ao norte, depois da bizarra parede de escalada – que, por incrível que pareça, tinha lava. Alguns campistas pareciam seriamente queimados.

Quase deixei cair a mala quando vi a minha futura casa.

Era enorme e sol parecia nunca bater ali, acho que era o único lugar no acampamento que era noite regularmente. Até chegar a porta, subindo o monte, a grama era verde escuro para dar contraste ao monte de papoulas plantas ali no jardim de ambos os lados da trilha até a porta.

Papoulas era umas flores vermelho intenso, já ouvi dizer até que elas tem ovário. Eu nem sabia que flores tinham ovário. Sempre pensei que se reproduzissem através do polem e... deixa pra lá. Nunca fui boa de ciências mesmo.

A entrada era totalmente grego, branco com uns pilares grudados na parede horizontalmente – tipo um t

ipo um templo. De longe parecia uma porta com um desenho de meia-lua, mas mais de perto dava para perceber que era líquido. Tipo um portal. Superfície plana, palpável e atravessável

Passei por ele, mas continuei seca.

Havia um grande degrau baixo, do lado um armarinho para por sapatos e então o piso normal. Seguindo o corredor, depois de sair do hall, se encontrava a sala.

Era um lugar aconchegante, grande, paredes escuras e piso vermelho. A única coisa que clareava ali era a enorme lareira embutida na parede, que crepitava fervorosamente. Tinha um sofá do lado esquerdo, uma poltrona a frente da lareira e um tipo de espreguiçadeira. No meio, um tapete persa com as cores roxo e laranja. No canto direito, perto corredor havia uma mesa de estudos e uma cadeira de balanço.

Quase gritei.

Por algum motivo, sempre amei cadeiras de balanço.

Do lado esquerdo tinha a continuação do corredor, que levava para um salão com um chafariz. Não tinha água e sim o mesmo líquido escuro e vivo da corrente que tirei do Vazio.

Quando cheguei perto do chafariz, a substância escura parecia me chamar. Se entrelaçou no meu braço como uma cobra e prendeu-se como um bracelete. Podia até se passar por um, mas os olhos brancos que apareceram para fora o transformava num objeto bizarro.

Mas até que eu gostava do... Ted – é, arranjei um nome para ele... ou ela... ou hermafrodita... ou... esquece.

Então continuei meu tour.

A direita tinha uma porta amadeirada, que dava para um tipo de Torre. Havia um monte de ninhos de Mochos (um tipo de coruja, aves-da-morte) e pelas janelas de pedra dava para ver todo o acampamento.

De volta ao salão.

Mais a frente do chafariz tinha uma porta a direita, outra a esquerda e uma bem entre as duas com portas tipo o Salão Principal do Harry Potter.

Entrei na da esquerda.

Era um quarto lindo e com um toque vampiresco. A primeira coisa que se via ao entrar era uma cama king size azul piscina com mosqueteiro esbranquiçado, travesseiros vermelho azulado, na frente de uma janela. A esquerda tinha um closet enorme. As paredes eram todas espelhadas e a direita o banheiro.

Havia uma hidro enorme sobre um degrau, shampoos, condicionadores e cremes sobre a patente. Uma pia perto da saída e o vaso sanitário ficava a parte, numa porta branca esquerda.

Voltando ao quarto, tinha um criado-mudo ao lado da cama. Continha aquelas “luminariazinhas” vermelhas que tinham bolhas dentro delas... como se chamavam mesmo? Vulcões... erupções... Vulcão... algo parecido. Parecido com aquele que o Oscar ganha no desenho Espanta Tubarões. Também tinha uma jarra transparente com água, um copo e uma bola de luz flutuante que indicava as horas com pontos escuros – sério, não estou brincando.

Fui olhar a outra porta do salão, mas era exatamente a mesma coisa.

O mesmo quarto.

Mas com uma única diferença.

Havia um porta retrato sobre o criado mudo. Uma garota de cabelos pretos rebeldes, mechas brancas, olhos azul escuro e boca vermelha. Estava abraçando uma outra mulher com traços parecidos com o da garota, provavelmente a mãe dela, mas... também parecidas comigo.

Como...?

O quarto ainda parecia habitado, com roupas no closet e roupas de cama desarrumado.

Sai de lá antes que eu surtasse.

Já no salão de novo, entrei na ultima porta... ou melhor, portões.

Dava num salão duas vezes maior e oval.

Havia um monte de estátuas, no total mais ou menos vinte um, isso tirando uma estátua de uma mulher enorme no meio. 



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