Apolonyx escrita por Veneficae


Capítulo 3
Atacada por um C.I.


Notas iniciais do capítulo

Eu não escrevi muito porque, de alguma forma, apagou tudo o que eu havia escrito.
Bejus,
Feliz natal
Veneficae



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- E porque essa tal Nyx não faz nada? - perguntei.

- Oh garota, sua mãe mortal não lhe contou nada?

- Calma, Láquesis. Provavelmente a mãe dela ainda vai falar.

- Não me venha com essa, Cloto. É difícil admitir que só podemos contar com essa semideusa meio Nyx e meio Apolo para salvar nossa irmã!

Beccs interviu.

- Parcas, por favor, menos briga. - ela virou-se para mim. - Nyx é uma titã perigosa, até meu pai Zeus tem medo dela.

- Zeus?

- É. Se ele tiver chance, vai tentar aprisioná-la também junto com os outros titãs. Sua mãe até ajudou meu pai destronar Cronos, mas, como acabou sabendo, Nyx sabe o segredo da imortalidade dos deuses e acabou virando ameaça a todos os poderosos de agora. Se ela for pega, vai ser banida. Uma tarefa possivelmente difícil, mas não impossível.

Láquesis parecia cada vez mais irritada.

- Pronto com a aula de mitologia grega?! Agora... nossa... por Zeus... - as parcas ficaram hipnotizadas num ponto atrás de nós. Nos viramos para olhar, mas não havia ninguém lá.

Nem as parcas a nossa frente.

- Onde elas foram?

- Não sei. - Beccs parecia cada vez mais preocupada. - Precisamos falar com sua mãe.

Ela começou a me puxar em direção a casa.

- Espere ai. Então você é filho de Zeus?

- Filha.

- Foi o que eu disse. - respirei. - E eu sou filha de uma titã com um deus?

- Sim.

- Que ridículo. Beccs, tecnicamente eu teria de ser uma deusas e pelo que sei não tenho poderes nem sou imortal.

- Você não ouviu a mulher hoje cedo? Então, Nyx possuiu o corpo da sua mãe e amou Apolo no seu corpo real. Tecnicamente você é dois terços deusa, uma semideusa primordial. Você é filha de uma dos deuses primordiais, sua mãe é uma das primeiras que foram criadas. Vamos dizer que seu “avô” era o Caos, o início de tudo. - já na frente de casa, Beccs segurou meus braços. - Dafni, nós duas somos filhas de uma dos deuses mais poderosos de todos os tempos e corremos perigo na mesma proporção que eles mesmos correriam no mundo dos mortais. Quando você entrar por aquela porta, vá arrumas uma mala dó com o essencial e ligue para um táxi. Precisamos ir agora mesmo para o Acampamento Meio-sangue.

- O que é isso?

- Lá é onde pessoas como nós ficam, com problemas maiores ou não. Lá vamos aprender nos proteger, embora eu esteja lá já por dois anos. Aquela é uma das suas irmãs, tecnicamente. Nyx teve mais ou menos vinte e um filhos. Aquelas ali, deusas do destino, as parcas, precisam da nossa ajuda e nós precisamos...

Então a porta da entrada abri e minha mãe apareceu, quase enforcando Beccs.

- Você não tinha esse direito!

- Ela precisava saber! Deusas do Destino procuraram-nos por ajuda, precisamos...

- Você devia ter ficado calada. Eu diria para ela quando chegassem.

- Vane. - ela nem parecia mais minha amiga de dezessete anos. - Fui incumbida por Nyx para cuidar da Dafni desde que descobri quem eu sou e quem era minha amiga. Só aceitei a oferta da deusa por eu e ela termos problemas... não proporcionais, mas em comum. Prometi e vou cumprir, você querendo ou não.

- Eu sou mãe dela!

- E por isso tenho certeza que não vai me impedir, caso contrário ela vai ser morta. Quando aceitei a oferta da deusa, recebi isso - tirou um colar de baixo da camiseta. Era um fio de náilon preto com um pingente/frasco bonito em forma de meia-lua. Dentro parecia ter algo vivo, cor de petróleo, sólido. - Quando há perigo... monstros, deuses ou semideuses querendo nos matar ou fazer mal, esse colar esfria. Era da própria Nyx.

Beccs deu o colar na minha mão, eu o peguei.

Era gelado, frio como a neve. Também tremia como uma pessoa numa noite fria de inverno. Era mais frio até mais frio do que gelo.

- Mãe, precisamos ir.

- Mas Dafni... você prometeu que... como podemos saber que ela não é uma garota qualquer do acampamento para fazer...

Beccs estendeu a mão, pegou o colar e prendeu de volta no pescoço. Depois estendeu a palma da mão, havia uma bola de choque no meio - que logo desapareceu.

Respirei fundo.

- Agora as coisas estão diferente. Sei o que sou e que preciso fazer. Vou arrumar minha mala e chamar um táxi. Mãe, me espere na rua. Eu vou...

Então de repente toda a parte da frente da casa explodiu em fogo e, no meio, dava para ver a forma de alguma coisa.

Sim, horrível.

Era uma centauro com olhos de fogo, cabelos flamejantes, pêlos claramente chamuscados e cascos laminados. Relinchava e cuspia fogo.

Quase na hora, Beccs tirou uma espada dourada e atacou a criatura.

- O que é isso?! - gritei.

O centauro flamejante já estava com dois cortes e ela com um talo na sobrancelha.

- Centauro infernal, chamamos de C.I., pelo menos quem já viu. São centauros que pecaram em vida ou foram muito maus e quando morreram ficaram na parte mais agonizante do mundo inferior. - ela foi lá e, de algum modo, cortou a cabeça dele. - Hades não é tolerante com esse tipo de criaturas, são muito orgulhosos, mas os mandam para trabalhos difíceis. Normalmente quando um C.I. aparece, as pessoas perdem esperança. São muito violentos, sabe e... - mas, numa explosãozinha, a cabeça apareceu de novo. -.. difíceis de matar!

- Calma.

- E porque você não está assustada? A pouco tempo você vivia como uma simples mortal.

- Não sei. - me fixei bem nos olhos flamejantes. - Tenho pesadelos piores do que isso.

Rosnando, Beccs se atirou novamente contra o C.I. Quando voltou parecia pior do que a criatura. Havia cortes no corpo todo, a espada dourada parecia não fazer efeito. A criatura estava inteira de novo.

Quando ela abaixou um pouco a mão no punho da espada, dava para ver algo gravado em prata.

Zeus

- O presentinho do papai não faz efeito. Choque não faz efeito nessa bosta. - disse, passando o dedo carinhosamente sobre o nome. - precisamos de algo forte para amarrá-lo.

~~~... Pandora... Pandora...~~~~

- Chamou?

- O que? Não! Eu só disse - pulamos uma bola de fogo. - que precisamos amarrá-lo.

~~~... Pandora... tire uma corrente do vazio...~~~

Do Vazio? Como?” pensei, eu não sabia se A Voz ouviria - seja lá o que fosse.

Talvez eu estivesse louca.

~~~... O instinto deixe fluir... ~~~

Fiz o que pedia, embora não tivesse a menor noção do que isso queria dizer. Tirar do vazio... do nada... do ar, o que era mais lógico então. Imaginei uma corrente, num breve movimento peguei algo no ar de olhos fechados e quando abri lá estava. Não era exatamente uma corrente, tinha forma, mas era viva - cor de petróleo. Se entrelaçava nos meus dedos. Era parecido com a substância que havia dentro do pingente/frasco meia-lua .

Parecia querer me proteger.

Atirei ela em direção ao C.I., embora a própria corrente tenha se esguelhado até ele e amarrado todo seu corpo.

- Como você sabia, se só Livith...

- Quem?

- Nada. Vem. - pegou minha mão e corremos até o táxi, onde o taxista parecia não ter visto nada. Havia uma névoa no ar, bem densa até. Coisa que não tinha no país onde morávamos.

Minha mãe de algum modo estava com uma mala e parecia aliviada ao me ver.

- Para o metrô. - pediu Beccs, entregando umas notas de dinheiro.

O homem o fez.

- Pulei a janela e fiz sua mala. - disse minha mãe. - Foi difícil fazer rápido, mas foi.

Nem dei atenção.

- Sinto na minha pele. - falei, encostando meu dedo indicador sobre o pulso. Meu sangue estava frio, gelado, como a substância da corrente. - É como neve.

- Magia de Nyx. Criaturas da noite tirado do Nada, do Vazio, da Escuridão de Érebo.

- Quem é esse Érebo?

- Irmão e marido na deusa Nyx, mas foi jogado no fundo do rio Aqueronte pela própria deusa e por Zeus com Hades.

- Por que?

- Banir os grandes, como fizeram com os titãs, como querem fazer agora com Nyx se tiverem chance. Érebo era primordial, um dos primeiros criados, deus da escuridão e do vazio.

- Ele está morto?

- Depois de jogado no rio, ninguém soube. Se ele não voltou, então... morreu... de alguma forma.

Silencio...

- E meu pai? Apolo? Como ele é?

- Pouco agradável. Parece bom, mas nem tanto.

- Já falou com ele?

- Mais ou menos, quando fiz o trato de proteger você. Ele até era bem legal, mas agora não mais.

Minha mãe rosnou.

Beccs tossiu.

- Por que não mais?

- Éh... coisa de deuses.

- Hum. - mas eu podia ver o rosto acusador da minha mãe para ela. Tentei não dar atenção, mas uma hora eu iria saber.

Voz? Ainda está ai?”

Mas só havia o silêncio.


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