Ultimo dia de aula.

Férias! Sim, finalmente as sonhadas férias! Todos são diferentes uns dos outros, mas tem algo ao qual sempre serão iguais: Começa o ano e já estão contando os dias pras férias.

Arrumei-me toda empolgada pra ir à escola, o motivo é obvio demais para ser comentado. Coloquei um short jeans - daqueles curtos que sempre uso sabe? – uma camiseta do Misfits pra completar lindamente o look. Até meu cabelo estava bonito hoje, bem solto e sedoso. Isso tudo é efeito de praticamente três maravilhosos meses de férias!

Desci as escadas calmamente indo até a cozinha onde mamãe e Tom já se encontravam tomando café.

- Bom dia! – falei empolgadamente. Todos me olharam assustados. – Que foi?

- Você dando bom dia? – mamãe perguntou.

- Você animada logo cedo? – Tom perguntou. A pessoa não pode ser simpática que eles já vêm falando né, credo. Depois reclamam que sou mal humorada.

- Férias gente! Doces e maravilhosas férias! – levantei os braços feliz da vida.

- Ah é né. – mamãe resmungou. Na verdade ela não estava gostando muito dessa ideia de passar as férias com papai, mas não há nada que ela possa fazer que não me convença a ir com Thomas pra Inglaterra.

- Podemos ir? – perguntei para Tom.

- Pode ser. – ele levantou. Despedimo-nos de mamãe e partimos rumo à escola.

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- Eai seu puto. – berrei, pulando no colo de Matt assim que o avistei junto com os outros.

- Xô recalque. – Anne disse. – Meu homem.

- Ih queridinha, vi primeiro. – gargalhamos.

- Por favor, garotas, tem Matt pra todas!

- O senhor modesto abriu a boca. – Zacky zoou.

- Oi oi oi gordinho. – corri pros braços do Zacky e pro melhor abraço do mundo. - Lindo da Marie. Nem vem falar alguma coisa Becky, você sabe que esse porpetinha é meu.

- Nem falo mais nada cara. – ela respondeu rindo.

- Enfim, vamosssss pra sala? – perguntei animada.

- Ta toda feliz por quê? – Johnny perguntou com cara de tédio e sono.

- Ultimo dia de aula oh babaca. – Jimmy respondeu por mim, dando um tapa na cabeça do Johnny em seguida.

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A aula foi uma matação sem fim. Os professores enrolavam, afinal de contas não tinham mais nada para passar e nas ultimas aulas eles já haviam desistido de qualquer coisa e simplesmente deixaram o pessoal conversar e ficar a toa.

- Cês vão na festa hoje a noite? – Johnny perguntou.

- Claro que sim oh idiota. – Matt bateu na cabeça do outro.

- Gente, assim vocês vão acabar com os neurônios do anão! – protestei. Acabei recebendo um dedo do meio. – Porra Johnny, eu aqui te defendendo. – fiz bico.

- É um babaca mesmo. – Brian resmungou. Fiquei em silêncio e os outros olharam para nós. – Quê?

- Nada. – responderam em uníssono.

O clima ali estava totalmente pesado só porque Brian e eu ainda não tínhamos nos resolvido.

Sei que a briga foi meio idiota, mas meu orgulho sempre fala mais alto então não há nada que possa fazer para mudar isso. E nisso Brian e eu combinamos porque somos duas mulas empacadas.

- Vou beber nessa festa até cair. – Matt falou sorrindo.

- No seu sonho talvez querido. – Anne retrucou, olhando para as unhas com um sorriso cínico no rosto.

- Que isso gente. Paz no grupo, por favor. – Jimmy, o pai de todos, disse antes que Matt pudesse retrucar Anne e começasse uma briga.

- ‘Cês tão tudo nervoso, que isso. – falei, rindo. – OH PROFESSOR, LIBERA AI! TEM FESTA HOJE!

Mal falei isso e todo o povo da sala começou a berrar e soltar uns “YEY!” bem gays.  O professor me olhou feio antes de finalmente liberar a galera.

- Zacky, você me busca em casa? – perguntei fazendo um bico daqueles bem meigos pra conquistar o Porpeta.

- Ih vei, tenho que buscar a Becky e fica super contramão da tua casa.

- Matt?

- Não posso gatinha. – respondeu, beijando minha bochecha e indo embora com Anne.

- Jimmy... Por favor.

- Vish Marie, já vou buscar o Johnny e a Kate, nem vai dar.

- Ta todo mundo me abandonando? – reclamei.

- Ué, pede pro Brian. – Johnny disse antes dos três saírem rindo da minha cara de merda.

Suspirei umas três vezes até finalmente aceitar que daria o braço a torcer e me aproximei de Brian que estava por perto “mexendo no armário”.

- Você pode me buscar pra festa? - Ele me encarou, rindo.

- Acabaram-se as opções? – suspirei.

- Sim.

- OK te busco. – e antes que pudesse fazer qualquer coisa para impedir, Brian bagunçou todo meu cabelo.

- Viado! – berrei e ele foi embora rindo.

Já disse que odeio dar o braço a torcer? Então, odeio. Agora cadê meu irmão?

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- Vai assim? – dona minha mãe perguntou quando me viu descendo as escadas para esperar o Brian.

- Ué, o que tem?

Estava com uma saia xadrez preta (porque amo xadrez), uma blusa curta do Pink Floyd e é claro salto alto. O salto era lindo porque era preto, mas parecia todo feito de glitter o que me fazia olha-lo a cada cinco minutos.

- Não acha essa saia meio curta? E essa blusa, não é meio decotada. – revirei os olhos.

- Mãe, já sai com roupa mais indecente.

- Sim, mas antes você namorava o Brian... – ela fazia questão de usar essa frase o tempo todo o que já estava me deixando totalmente mal humorada.

- Ele vem buscar ela hoje. – Tom comentou. Lancei-o um olhar mortal.

- Cala a boca Thomas!

- Hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm. Eles não estão namorando, mas Brian vem buscar. Que fofura.

- Ai mãe cala a boca, por favor. – revirei os olhos novamente.

Ao ouvir a buzina simplesmente acenei e fui embora.

Brian estava do lado de fora do carro me esperando, escorado no capô com os braços cruzados. Lindo como sempre usando uma calça jeans escura e uma camiseta do Guns N’ Roses. Quando me aproximei ele me olhou de cima a baixo antes de lançar um sorrisinho simpático.

- Linda como sempre. – comentou. Corei no mesmo instante.

- Ah, cala a boca.

Brian abriu a porta do carro para mim quando cheguei mais perto e fechou-a também, é claro. O caminho até a festa foi extremamente silencioso nada de música, nada de conversa, simplesmente nada. A maior parte do tempo fiquei olhando através da janela, para fora.

- Chegamos donzela. – disse, ao estacionar o carro. Fiquei paradinha ali dentro e, ao perceber isso, ele saiu e abriu a porta para mim. Esticou a mão.

- Quando a madame quiser. – Mandei meu melhor olhar esnobe antes de pegar sua mão e sair do carro com pinta de madame.

- Obrigada, Alfred. – ele riu, antes de soltar minha mão para fechar a porta e trancar o carro.

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- JOHHHHHHHHHHHHNNYYYYYYYYYYYYYYY! – berrei, abraçando-o. Ele riu desesperadamente.

- Bebeu quantas oh gatinha?

- Umas... – comecei a rir descontroladamente. – Johnny eu te amo.

Ele só ria da minha cara e me abraçava. Os outros, que estavam por perto, riam junto e falavam coisas sem sentido.

Brian’s POV.

Odeio quando ela fica bêbada. Já é escandalosa por natureza e ainda bebe. Sem contar que, porra, que roupa é aquela que ela ta usando? Ficou maluca, só pode. Olha o tamanho daquela saia, consigo ver o útero dela dali. Ok... Talvez não seja pra tanto, mas enfim. O pior era ver aquele bando de marmanjo secando ela. Dá um tempo né, cai fora oh recalcarada.

- Se continuar olhando desse jeito ela se tele transporta pro seu lado. – Jimmy disse, me zoando obviamente.

- Pelo menos fica longe de metade dos homens que tem aqui. – falei emburrado. Sim, estava com ciúme mesmo, qual o problema?

- Disfarça Brian.

Mandei Jimmy se foder e fui buscar mais bebida.

- Hey, Brian? Posso falar com você um momento? – eis que me surge Chris, capitão do time da natação. Esse babaca nunca veio falar comigo...

- Fala ai...

- Então... Sei que pode ser meio chato e tal, mas fiquei sabendo que você e a Marie terminaram então... Será que dá pra me ajudar com ela?

Encarei-o por, pelo menos, meia hora.

SÉRIO MESMO QUE ELE TAVA ME PEDINDO ISSO? AJUDAR COM A MARIE? PRA ELE PODER PEGAR ELA? A MARIE? AAAAAAAAAAAAAH TA.

- Desculpa cara, mas não tenho nada a ver com isso. – sorri cinicamente e me mandei do lado dele. Era só o que me faltava mesmo.

Marie’s POV.

Estava dançando feito uma idiota e, confesso cansada de ficar ali. Meus amigos estavam todos com seus respectivos pares. E eu ali sozinha na pista. E isso ficou muito v1d4 l0k4, mas enfim.

Brian ficou me encarando por um tempo sem fim até finalmente sumir de onde estava e então o perdi de vista. Ele não sabe nem disfarçar, que saco.

- Oi. – um cara alto, forte, loiro de olhos azuis surgiu me lançando um olhar sedutor. Até assustei.

- Ãh... Oi... – aproximava-se de mim cada vez mais. Que isso gente.

- Meu nome é Chris...

- Eu sei... Capitão da Natação, ou algo do tipo. – Ele agora segurava na minha cintura enquanto dançava comigo... Eu hein.

- Estava de olho em você... Dançando aqui sozinha.

- Que bom né. – falei. Não sei da onde tirei isso. Estava com vergonha, dá um tempo.

E quando dei por mim estava beijando um dos populares da escola. E... Chris beijava bem pra caramba. Talvez seja o álcool em contato com meu cérebro, mas realmente não queria larga-lo então ficamos ali dançando e nos agarrando.

- Hm... – Depois de um tempão só dançando e tal, ele se pronunciou novamente. – Seu ex-namorado/namorado não para de encarar a gente. – e apontou discretamente com a cabeça na direção de Brian.

Olhei imediatamente enquanto ele marchava em nossa direção. Inconscientemente larguei do Chris e me afastei o máximo que pude.

- Hora de ir pra casa. – ele disse, encarando Chris com um olhar totalmente mortal.

- Você não manda em mim. – teimei.

- Vamos Merrie!

Sai bufando e corri o mais longe dele que pude – e que meus saltos deixaram, é claro – mas foi totalmente em vão tendo em vista que Brian logo me alcançou. Matt estava ali por perto e passou a observar tudo.

- VOCÊ NÃO MANDA EM MIM BRIAN! – gritei.

- E VOCÊ QUE ESTAVA SE AGARRANDO COM AQUELE TAL DE CHRIS HEMSWORTH!

- NÓS NÃO ESTAMOS MAIS NAMORANDO BRIAN, SAI DESSA!

- PORQUE VOCÊ NÃO QUER!

- DEPOIS DO QUE VOCÊ FEZ? – me afastava enquanto ele cada vez mais se aproximava.

- FIZ O QUE? FIQUEI PUTO PORQUE TE VI BEIJANDO UM QUALQUER NA TUA FESTA DE ANIVERSÁRIO?!

- MEU PAI TAVA LÁ! VOCÊ SABIA HÁ QUANTO TEMPO NÃO VIA ELE! E EU NÃO BEIJEI AQUELE TAL DE ALEX, ELE ME AGARROU! QUE MERDA BRIAN, COMECE A PENSAR MAIS COM O CEREBRO! INFERNO.

- JÁ TE PEDI DESCULPAS MILHÕES DE VEZES...

- VOCÊ ACHA QUE DESCULPAS RESOLVEM? VOCÊ É TÃO LERDO BRIAN, ACORDA!

Virei às costas para ele e andei o mais rápido que pude, mas novamente fui impedida, dessa vez ele segurou meu braço.

- ME SOLTA!

- Marie... – me lançou um olhar tão triste... Tão... Por um momento pensei em esquecer tudo e voltar. Abraça-lo o máximo que pudesse, dizer que era uma idiota e nunca mais agiria assim... Mas só por um momento.

- Me solta Brian. – falei mais calma.

- Vem. – Matt disse finalmente se metendo na briga. – Vamos pra casa cara.

E eles foram... Metade de mim foi com eles. Metade de mim ainda estava nas mãos do Brian mesmo quando ele havia me soltado. Porque essa metade de mim não queria aceitar o que havia acontecido agora. E nem queria, muito menos, deixa-lo ir embora. Mas novamente a mão do orgulho foi lá e tapou essa metade. E ele foi.

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- Que tal arrumar as malas logo? – Tom falou, entrando no meu quarto pela décima vez só naqueles cinco minutos. Havia acordado de mau humor por causa da viagem e estava descontando tudo em mim. E eu havia acordado deprimida porque sou uma idiota e mereço tudo de pior do mundo.

Levantei da cama o mais rápido que meu animo deixou e catei as malas em cima de uma prateleira dentro do closet. Odeio arrumar malas. Odeio com todo meu coração.

Fui ligar o rádio porque se toda empolgada já sou lerda, imagine no animo que estava. Ironicamente o destino gostava de rir da minha cara e começou a tocar Slide do Goo Goo Dolls. Quis me enfiar de volta na cama e só ouvir a música, mas Tom me mataria, então resolvi arrumar logo a porcaria das malas.
Talvez fosse bom passar férias na Inglaterra junto com meu pai, talvez mudasse ou melhorasse algo na minha vida. Mamãe não estava gostando nada disso. Porque nunca passei muito tempo longe dela (acomodada, sabe como é) e sempre que viajamos nas férias era juntas. Ela teria que se acostumar, não estaria com ela para o resto da vida.

- Finalmente arrumando as malas!

- Nossa, cala a boca Tom, sai daqui! – taquei um travesseiro na cara dele e fechei a porta. Garoto insuportável esse meu irmão!

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- Não se esquece de levar casaco... Nunca se sabe como está o tempo por lá. Além do mais a Inglaterra é sempre fria.

- Mãe! Só vou passar um mês lá, não to me mudando.

- Você mora na California Marie, calor faz parte de você e não reclame.

- O avião sai daqui duas horas mãe, não posso continuar fazendo as malas por muito tempo.

- Eu sei. – mamãe choramingou.

- Awwwn. – a abracei. – Não vou te abandonar velha, sabe que te amo. Só vou aproveitar as férias com meu pai também. Ele existe ta bom!? – ela riu.

- Eu sei, eu sei. – suspirou. – Que tal irmos tomar um café no Starbucks e depois irmos ao aeroporto?

- Pode ser. – sorri. Tom havia levado a ultima mala pro carro então só me restou o quarto e eu.

Sei que ficaria fora por um mês, mas ficar longe do meu quarto por tanto tempo parecia uma eternidade. Fui até o mural de fotos e comecei a rir das fotos com meus amigos e parei em duas especificas. Tirei-as de lá e coloquei-as na bolsa. Não importa o que tivesse acontecido, meus amigos iriam comigo.

E Brian também.