Ir à escola é realmente um esforço e tanto. Talvez se não tivesse amigos, não iria. Mas acho que, se não fosse. Eles iriam me buscar. E não estou falando de um jeito educado. Provavelmente me chamariam de vagabundo preguiçosa, me arrancariam da cama e, se duvidar, me arrastariam de pijama e tudo. Basicamente é isso que passo todos os dias. Mas, primeiramente, vamos as apresentações.

Meu nome é Merrie Louvain. Mamãe é francesa e escolheu esse nome bizarro. O pessoal costuma me chamar só de Marie, porque eles dizem que é fofinho por causa da gatinha Marie. Vai entender. Moro em LA.

Meus amigos, responsáveis por me fazerem ir à escola todos os dias são o Matt, Brian, Zacky, Johnny e o Jimmy é claro. Pra ser sincera, eles são uns chatos, não se enganem pela carinha de amores. E olha, vou confessar, apesar de tudo, não sei se viveria sem algum deles. Esses bebês da Marie.

~telefone tocando~

– Alo?

– Merrrrrrrrrrrrrrrrrie meu amor. - berra um retardado, ao telefone.

– Zacky, pelo amor de Deus, meu ouvido não.

– Que seja, Johnny vai fazer uma p-party na casa dele hoje a noite, rola?

– Que horas?

– Ah lá pelas - pausa pro Zacky pensar - nove? É, lá pelas nove.

– Tá, pede pro Matt me buscar ou qualquer um.

– Sim, madame, mas alguma coisa?

– Na verdade sim, vá a merda Zachary. - desliguei.
Na real, odeio quando ele começa com essa de "madade" e o escambal. Ele que me aguarde.

– Quem era no telefone? - minha mãe, simplesmente, invade meu quarto perguntando.

– E isso te interessa porque...?

– Porque se você não me falar, não sai de casa hoje.

– E você vai me impedir pois...?

– Anda logo, quem era?

– Mas que merda mãe, era o Zacky.

– Uhum... Hmm... O Zacky...

– MÃE!

E ela simplesmente sai do meu quarto rindo.

Sério, qual é o problema dessa mulher? Ela cisma que eu ainda vou namorar com um dos cinco. Fala sério, pelo amor de Deus mermão. Não que eles sejam feios e etc. Orra, nem de longe. Mas cara, com licença.

Dai me lembrei da festa e sai correndo atras dela.

– Mãe? MÃÃE!?

Eis que surge do nada.

– Que foi?

– Tem festa hoje na casa do John...

– O Johnny... Hmmm... E dai?

– Ai mereço - revirei os olhos - E dai que preciso de roupa pra ir na festa.

– Da casa do Johnny hmm... - risadas - Ok, usa o cartão, agora sai daqui e me deixa em paz.

Dai ela reclama quando eu sou mal educada né. Mulherzinha inconveniente essa minha mãe viu.

Odeio pedir favor pros outros, mas como minha mãe diz que sou desastrada demais pra ter um carro, então preciso pedir transporte pra algum dos playboys, digo, meus amigos.

– Zacky? Oi, coisa linda da Marie, pode me levar no shopping?

– Não.

– Ah Zacky...

– Não.

– Tem alguém ai?

– Todos.

– Pergunta se alguém pode me levar no shopping...

Ao fundo:– Alguém pode levar a Marie ao shopping?

*Vozes de "ah cara", "manda ela arrumar um carro", "não posso", "ta, ta, eu levo"*

– Syn te leva.

– Ai mais é um lindo esse Brian. Manda ele vir agora.

– Ele disse que ta indo e é pra você estar pronta, cheirosa e gostosa pra ele te dar uns pega.

– Ta manda ele a merda e que eu to pronta.

– Te quero cheirosinha hein - Brian, provavelmente metendo o bedelho na conversa.

– VEM LOGO PORRA!

– Fui gostosa.

E o Zacky desliga na minha cara. Sério, adoro a simpatia desses meus amigos. Sai correndo pra me arrumar, porque era óbvio que não estava pronta né. Peguei as primeiras coisas que achei pela frente e até que ficou um look legal hein. (see it)

Passei um delineador básico e coloquei óculos porque tinha um sol desgraçado lá fora. Fui lá na frente de casa esperar o Syn né, só pra ele não me enxer o saco. Mas é claro que minha mãe não perdeu tempo.

– Qual dos seus namorados - risos - digo, amigos, vem te buscar?

– Brian.

– HMMMMMMMMMMMMMMMMM, o Brian. Olha, todos são lindos, mas o Brian...

– Mãe cala a boc... - olhei pra ela e pro carro. - Nem ouse falar isso na frente dele.

Mamãe riu, claro.

– Oi Brian. - ela disse.

Brian tirou o óculos que ele estava usando.

– Parece um galã - mamãe cochichou pra mim. Pai do céu eu mereço.

– Oi senhora Louvain. - ele sorriu. Brian, não atiça meu Deus.

– Por favor, já disse pra me chamar de Loraine.

– Desculpa. Vamos Marie? - sorriu.

Fechei os olhos esperando algum comentário de mamãe, mas ela só deu uma risadinha.

– Claro. Tchau mãe.

Sai correndo e entrei no carro. Quanto antes sair dali melhor. Mamãe só ascenou e entrou. Graças.

– O que sua mãe tinha?

– Nóia. Vambora. - ele olhou pra mim.

– Marie, eu disse cheirosinha, não pronta pro abate.

– CALA BOCA BRIAN E DIRIJE.

Sério mesmo? Oh Deus. Procurei por um CD no porta-luvas, com sucesso é claro, e coloquei Metallica. Ainda era o Black Album. Então é óbvio que comecei a cantar Enter Sandman.

– Say your prayers, little one, don't forget, my son, to include everyone, tuck you in, warm within, keep you free from sin, till the sandman, he comessss...

– Meu Deus, deixa o James cantar em paz.

Fiz bico.

– Ok, ok, pode cantar.

– Não quero mais. Virei a cara pra janela.

Todos sempre diziam que eu agia feito criança quando estava com o Syn. E devo confessar, que ajo mesmo.

– Afinal, o que você vai fazer no shopping?

– Comprar alguma roupa pra festa do Johnny.

– Por que? Fala sério.

– Dirige Synyster e cala essa porra dessa boca.

– Vem calar. - sorrisinho maroto.

Revirei os olhos e continuei a cantar.

Demorou um pouco, mas devo dizer, FINALMENTE, chegamos no shopping. Fui provocada o trajeto inteiro. Acho que esses meus amigos tão no ciu, porque olha.

Sai do carro feito uma criança e o Syn começou a rir da minha cara. Dei um tapa nele. Que-arrependimento-meu-Deus.

Ele simplesmente me pegou no colo e entrou comigo no shopping. NO COLO. Preciso mencionar todos nos encarando? Pois é.

– Me poem no chão seu brutamontes. - ele riu - Syn, eu quero descer, por favor. - mais risadas - Desculpa pelo tapa Synnnn. - risos - Brian, eu te amo, me poem no chão, por favor?

E ele me soltou.

Acho que esse guri ta carente, na real. Fui para uma loja onde tinham uns vestidos divinos, claro. E ele não perdeu tempo pra rir.

– Você ta parecendo aquelas patricinhas, com um cartão de crédito. Só falta o cachorrinho do lado.

– Não, pra isso tenho você. - sorri. Ele me cutucou no braço, doeu. Fiz bico.

Mas, como que de repente, minha concentração toda se voltou pro vestido mais lindo que já vi na minha vida e eu sai correndo experimentar.

Sabe quando a roupa que você ama fica divina em você? É raro, mas acontece. E, por um milagre, esse vestido ficou divino. Mas, óbvio, não iria mostrar como ficou.

Comprei ele mesmo, fui pela sorte, confiando que tinha um sapato que combinasse.

Syn me arrastou pra tomar um sorvete, no fim eu lambuzei ele mais do que tomei o meu. Foi engraçadinha a cara dele quando coloquei sorvete na bochecha dele. Pra se vingar, Syn lambeu minha bochecha, esse nojento.

– EWWWWWW, seu nojento.

– Vamo? Preciso ir pra casa.

– Pra?

– Me arrumar.

– Ta, você se arruma e me leva em casa, já me espera e nós vamos.

Conforme o plano, ele foi à casa dele, tomou um banho enquanto dormi na cama dele. Se arrumou, pulou em cima de mim, numa maneira muito carinhosa de me acordar e me levou em casa.

– MÃE, CHEGUEI. Comprei um vestido lindo, me ajuda a colocar? Obrigada. Synyster você fique aqui em baixo, não ouse subir, assiste TV ai. Sem mais, adeus.

Subi correndo as escadas com mamãe atrás. Fui tomar um banho enquanto ela olhou o vestido que tinha comprado.

– Que coisa mais linda.

– Né? Me ajuda a colocar, pode fazer a maquiagem também?

No fim, coloquei um sapato preto, fiz uma maquiagem preta e roxa pra combinar com o vestido, um batom cor da boca e mamãe ainda inventou uns cachinhos bem leves no meu cabelo.

Me senti uma barbie. (see it) Desci as escadas, cuidadosamente, para não cair.

Syn levantou na mesma hora. Me analizou de cima a baixo e.

– WOW.

Corei.

– Ficou bom?

– ........................ Sim. Ta linda.

Mamãe deu uma risadinha, a qual eu prontamente ignorei.

– Vamos?

– Anh... Claro, er. Tchau Loraine.

– Traga ela inteira Brian. - ele piscou perplexo.

– Que? Ah, sim, sim.

Entramos no carro e partimos.