Capítulo 12.

Tate e Violet caminhavam apressados pelos corredores do colégio, em busca de Addie que não apareceu no almoço deixando os dois preocupados. Ela nunca sumia, pelo menos não sem deixar de avisar Tate ou Violet. Os dois já haviam ido até a sala especial em que Addie estudava e ela não estava lá, aliás, não estava em lugar algum, o que era bem estranho. Várias teorias passavam pela cabeça de Tate e ele esperava que nenhuma delas fosse verdade.

Eles se aproximavam da quadra do colégio, onde os atletas do time de futebol americano treinavam todos os dias quando começaram a ouvir alguns burburinhos e algumas pessoas aglomeradas, olhando todas para a mesma direção, o coração de Violet se apertou quando viu uma Addie chorosa encolhida no canto do ginásio. Correu puxando um Tate que parecia imóvel até lá.

– Então a garota retardada achava mesmo que eu, o capitão do time iria ao baile com uma débil mental? – Ele gargalhou e várias pessoas que viam toda a discussão riram de Addie.

– Vai embora pro buraco de onde você veio retardada, você não é boa o bastante pra mim, nunca vai ser, você veio com defeito de fabricação e não pode ser consertada. – Falou entredentes com os olhos vermelhos, parecia assustador. Addie que sempre tinha palavras e respostas para tudo não conseguia pronunciar nada, apenas chorava, as lágrimas caiam como cascatas pelo seu rosto e Violet se sentia horrível a cada passo que dava e via mais de perto o semblante perdido da garota.

Sua atenção para o estado de Addie se virou para ver Tate desvencilhando suas mãos das mãos de Violet e correr em direção ao menino “popular” e totalmente babaca que dizia todas aquelas coisas horríveis e preconceituosas para a sua amiga. Violet não teve tempo de segurar Tate antes que ele chegasse perto o bastante do garoto e desse um soco certeiro em seu nariz. O Menino cambaleou para trás quase caindo, seu nariz sangrando com o golpe que havia recebido. Ele sorriu sadicamente para Tate.

– Ahhh, finalmente, o irmão da retardada veio defende-la. – Cuspiu as palavras e começou a rir, o rosto começando a inchar e o sangue escorrendo por todo o seu rosto.

– Você nunca, ouviu? NUNCA mais chame minha irmã de retardada, ela é tão inteligente quanto qualquer idiota desse colégio. – Tate cuspiu as palavras com uma raiva que ele não sabia que tinha dentro de si, uma raiva maior que a que nutria pela sua mãe e Larry. Ele apenas não permitiria que ninguém mexesse com sua irmã. Ela era a única família que tinha. Ou que pelo menos se importava afinal.

– Ele tem razão Tate - Addie finalmente conseguiu sibilar alguma coisa – Eu só devo ser uma retardada mesmo, por achar que um imbecil desses iria querer ficar com uma garota como eu. – Disse isso e logo depois saiu correndo para longe de todas as pessoas.

Violet que assistia a tudo aquilo chocada puxou Tate pelo braço antes que o menino tentasse socar a cara daquele mauricinho novamente. Saiu o puxando pelo braço o mais rápido possível, para tentar alcançar Addie que entrou no banheiro feminino provavelmente para chorar. Ela só esperava que a menina não fizesse nada de perigoso.

– Tate, eu vou atrás dela, é melhor nós duas termos uma conversa de garota, acho que ela precisa disso mais que tudo agora. – Tate acenou. – Ok, vou esperar vocês duas aqui fora, prometo que não vou tentar socar aquele mauricinho, mas acho bom ele não aparecer na minha frente de novo. – disse.

Violet entrou no banheiro feminino e varreu o olhar por todo o lugar, achando uma Addie de frente para a pia com uma lâmina nas mãos. Sua expressão se tornou de choque e medo pelo que a garota iria fazer.

– Addie, não... – Sua frase morreu quando Addie começou a falar ignorando a tentativa de conversa que Violet tentou - sem sucesso-, começar.

– Meu irmão uma vez me disse, que se você cortasse a veia na vertical, os médicos não iriam conseguir costurar e você simplesmente... morreria. – Sua voz saiu fria como o ártico quando pronunciou a última palavra, aquilo a causou calafrios.

– Talvez eu deva simplesmente fazer isso e acabar logo com todo esse sofrimento. – disse.

Violet que até então estava parada perto da porta correu em direção à menina pequena e arrancou a lâmina de suas mãos fazendo um pequeno corte na palma de sua mão com o ato. Ignorou a ardência e o sangue que pingava no chão do banheiro.

– Você não vai acabar com nada aqui Addie, eu não vou deixar. – Violet falou em uma voz firme que nem ela sabia que tinha.

– Por que não? Pra quê viver em um mundo onde as pessoas acham que eu sou uma imbecil? – Falou e lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto novamente.

– Se você se matar Addie, você só iria provar pra aquelas pessoas preconceituosas e mesquinhas, que você é uma imbecil e fraca, por que não aguentou um menino que se acha o tal te colocando pra baixo. – Disse limpando as lágrimas de Addie. - Me diz, quem é ele pra falar assim de você? Nada, ele é um nada. E só provou na frente de várias pessoas o quão feio e podre ele é por dentro.

– Eu prefiro ser feia por dentro do que feia por fora como eu sou. Tudo que eu queria era ser bonita como você. – Fungou e as palavras quase quebraram o coração de Violet em milhões de pedacinhos.

– Você É bonita Addie, e você vai achar alguém que te ame e te diga isso algum dia. Aquele garoto lá fora é um cego e preconceituoso com o cérebro do tamanho de uma ervilha por dizer uma coisa tão horrível como aquelas. – Addie sorriu.

– Obrigada. –disse.

Violet imediatamente abriu um sorriso enorme e a abraçou muito apertado até Addie começar a reclamar de falta de ar. Suspirou aliviada quando as duas saíram juntas do banheiro e encontrou um Tate irmão- super- protetor que saiu correndo em direção de sua irmã a abraçando e afagando seus cabelos, dizendo o como ela era bonita como ninguém. Sorriu quando percebeu que estava vendo um lado de Tate que tinha certeza que ele não havia mostrado a quase ninguém.

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