Untitled1 escrita por minor king


Capítulo 10
Capítulo 10




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— John me traiu, Tony. Sei que foi inconsciente, mas ainda continua sendo uma traição. — Ela aproximou sua cadeira na de Tony, e depois pôs sua cabeça em seu ombro.

— Tony, a gente precisa de você aqui. — John disse no corredor, perto da porta da cozinha. E olhou mais uma vez para aquela cena: sua (ex) namorada com a cabeça nos ombros dele. Aquela cena ficaria pelo resto da noite em sua cabeça.

— Vem, Marie. — ele disse se levantando.

— Eu vou daqui a pouco.

Então, Anthony foi para a sala. John ainda estava parado no corredor. Ele a olhava, ela tentava desviar seu olhar para não cair àquelas malditas lágrimas salgadas novamente. Ele entortou os lábios e saiu em direção à sala. Marie abaixou a cabeça na mesa e fechou os olhos. Sentiu um arrepio nas costas e levantou-se para ver. Mike estava com uma garrafa de água gelada, e deixava os pequenos pingos d’agua gelada cair em suas costas. Eles riram.

— Veeeeem ver nosso ensaio. Por favor. — ele suplicou com aqueles seus olhos azuis brilhantes cor de lagos cristalino. Era impossível recusar algo quando ele pedia com aqueles olhos. Ele a puxou pela mão e ela foi. John a olhou quando chegou à sala. Ela se espojou em um puf que estava lá e se distraiu um pouco vendo os erros e mancadas do ensaio. Por um momento, em meio a tantas risadas, John e Marie se esqueceram que estava terminados — mesmo que aquilo fosse apenas um tempo — e quase se beijaram depois de tocarem “Search and Destroy”. Ficaram um pouco sem graça e lembraram-se do ocorrido no hospital.

— Acho melhor eu ir embora. — disse Marie, por fim.

— Já está tarde, quer que eu te leve? — John se prontificou.

— Ficaria chateado se o Anthony me levasse? É que eu, bom, queria conversar com ele e essas coisas. — ela notou a expressão hostil de John e logo continuou. — mas amanhã podemos tomar um café da manhã juntos naquela padaria, pode ser? Ainda temos coisas para acertar Mr. Frusciante. — ela disse soltando um pequeno riso. Ele sorriu também. — Vamos Tony?

Eles entraram no carro. Anthony sabia que a garota não tinha tantas coisas assim para conversar com ele, que isto era apenas uma desculpa para adiar a conversa com John. Novamente ela se perdeu em meio aos pensamentos.

— Já sabe o que vai fazer? — ele perguntou, sem desviar sua atenção da pista.

— Com o John ou com o filho dele? — ela riu, e foi acompanhada por ele.

— Com o John.

— Não sei e... Eu estou com medo Tony. — o carro já havia parado em frente ao prédio. Agora Tony prestava atenção nas palavras que saiam de seus lábios. — Eu estou com muito medo. Medo de perder o John, de ficar sem ele, sabe? — ela deitou, agora, em seus fortes braços.

— Ele está assim também, Marie. — disse, enquanto fazia um cafuné em seus cabelos loiros.

— Mas não fui eu que o trai. Eu não sei mais se vou conseguir beijá-lo sabendo que outra pessoa o beijou. Não sei se vou conseguir tocar no corpo dele, sabendo que uma vadia passou a mão lá também. — ela fez uma pausa e começou a chorar. — O John é um filho-da-puta que eu amo pra caralho, sabe, Tony... Ele é um idiota, drogado e imbecil, que eu não consigo parar de me importar. — dizia entre soluços.

— Mas é claro que eu te entendo.

Suas faces estavam bem próximas. Anthony já conseguia sentir a respiração ofegante da moça perto de si. Logo ele sentiu o salgado das lágrimas da moça em seus lábios, que estava colado no dela. Era um beijo calmo, tranquilizante que logo se intensificou. Ela pulou para os bancos de trás e o puxou. Nenhum dos dois sabia o que estavam fazendo ali. Nenhum dos dois estava pensando naquela atitude, só apenas estava tomando-a.

Ele sobrepôs seu corpo em cima do dela enquanto beijava-a. Ela levantou um pouco, fazendo o corpo dele levantar também. Ele olhou atentamente os movimentos que ela fazia. Ela tirava sua blusa. Logo o puxou para cima de si novamente. Estavam fervorosos.

— Para. — Tony disse e levantou-se bruscamente.

— Que foi? — disse a garota, que já estava com seus cabelos loiros bagunçados.

— Caralho, Marie! Você é namorada do John. — ele disse passando a mão pelos seus cabelos, parecendo desesperado.

Ela havia caído em si. Viu que estava de sutiã, e que alguns minutos atrás estavam beijando-se. Ela ficou do mesmo jeito que o Anthony. Pareceu desesperada.

— Ai meu Deus! Verdade. — ela pôs a mão no rosto.

— Tecnicamente, é ex-namorada, mas isso não alivia muito...

— É, e tecnicamente, ele me traiu, então não estou tão errada.

— Mas, tecnicamente, eu sou amigo dele, então... Acho que isso complica mais.

— Então eu acho que, não tecnicamente, mas sim realmente devemos cancelar isso de nossas vida, digo... Esquecer que aconteceu, ou quase... Porque, tecnicamente, não transamos. Então...

— É, não transamos. E mesmo assim teremos que esquecer.

— É... Esquecer uma coisa que não fizemos.

— Uma coisa que começamos mais não terminou.

— É, e mal chegamos às pré-eliminares.

— Que é logo uma das melhores partes.

— Realmente. Porque não transamos mesmo? — a loira arqueou a sobrancelha e finalmente o fitou.

— Por causa do John. — ele sorriu ao ver que ela também sorria.

— É, por causa do filho-da-puta do John. AI ele me traiu, Anthony. — sua cabeça tombou nos ombros dele novamente, que já estava sendo suavemente molhado pelas lágrimas.

Ele não falou nada. Nem ela mais. Ficaram ali. Ela chorando em seus ombros, e ele acariciando seus cabelos. Não perceberam mais passaram longos minutos, até o celular da garota tocar. Era o Lyndra.

— Deus, está tarde. Vou subir, Tony. Obrigado pelos belos e fortes braços por esse tempo. — sorriu acompanhada dele. Ela colocou sua blusa, que estava jogada no chão do carro e saiu do carro em direção ao prédio. No portão deu um último aceno e logo depois que sumiu no hall do prédio, Anthony deu partida com o carro.

Ele chegou a casa do Mike rápido. John era o único que não estava presente na sala jogando videogame.

— John já foi embora? — perguntou inocentemente.

— Não, e tá puto com você. — Mike disse sem desviar a atenção do vídeo game. — Para Chad, isso é trapaça.

— Na verdade, Tony... Ele acha que você tá dando mole para a Marie. — Chad disse com sua atenção voltada totalmente para o vídeo game também. — Eu sou bom Flea, não trapaceio. Você que é ruim demais. Consigo ganhar de você com o pé nas costas. — e assim Chad ganhou a corrida do vídeo game, gargalhando alto fazendo o Mike pular do sofá e gritar algo como “não é justo” e começar a rir.

— Chegou agora, Tony? — disse John aparecendo no corredor, ele deu uma breve olhada nos outros dois, que já estavam numa nova corrida.

— É. Quer conversar ali na cozinha?

— Vão na paz e nos deixem aqui. Caralho vou ganhar de novo, Flea. — gritou Chad.

Eles foram para a cozinha, Anthony se sentou a mesa, mas John preferiu ficar de pé.

— O que ela disse? — disse baixo.

— Cara, ela parece mal. Ela falou umas palavras e depois chorou bastante.

— E ela quase nunca chora.

— Ela nunca chora por besteira, John. Cuida dela, amigo. Porque ela sim gosta de você. — ele levantou-se e deu um tapinha nas costas do amigo e voltou a sala.

— Quero jogar depois. Quero ganhar do Flea também. — gargalhou.



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