Os dias foram se passando com muita rapidez e logo o Natal estava para chegar. Anabelle estava melhorando aos poucos, tomando o tônico que a Madame Pomfrey deu-a no dia que ela procurou sua ajuda, e então aos poucos nossa amiga estava voltando com a corda toda. Eu continuei com Cho, mas de um modo triste não era mais o que eu queria.

- Porque não termina com ela? – Ron perguntou enquanto estávamos na Sala Comunal fazendo a lição de casa de Poções.

- Eu não sei – murmurei – Acho que ela ficaria triste.

Ron deu de ombros, indiferente – De um modo ou de outro voce vai ter que terminar com ela, pode ser pior se voce alimentar ainda mais as esperanças dela.

- Eu sei, eu sei. – suspirei.

- Harry James Potter! – escutei Anabelle gritar enquanto entrava na Sala Comunal. Porque eu sentia que estava encrencado? E desde quando ela sabia meu nome inteiro?

Eu e Ron nos levantamos imediatamente. Hermione vinha rindo atrás de Anabelle e a mesma encontrava-se com o rosto vermelho de raiva.

- Alguma coisa errada? – perguntei afrouxando a gravata de Hogwarts.

- É bom voce controlar a maluca da sua namorada antes que eu mate ela no soco! Me escutou?! – gritou, todo mundo agora olhava e isso me incomodou. Ela precisava mesmo fazer um escândalo?

- Do que esta falando? – sussurrei.

- Ora, do que eu estou falando, do que eu estou falando! – ela disse irritada. – Estou falando da Cho Chang e as amiguinhas dela! Eu juro por tudo que é mais sagrado, se aquela menina me importunar de novo eu quebro ela! Eu vou bater tanto nela que ela vai ficar irreconhecível! Eu vou escapelá-la lentamente até que ela parece de encher meu saco!

- Do que voce está falando?! – me exaltei, eu não era bom na aula de Adivinhação, por isso não conseguia descobrir o que ela estava falando!

Hermione riu e foi ao lado de Anabelle – É que Cho anda um pouco... Insegura.

- Insegura? – eu e Anabelle dissemos juntos, ambos confusos.

- Oh! Não me façam essas caras! Todo mundo está comentando e é obvio como Cho está se sentindo! – Hermione se indignou, mas quando percebeu que não fazíamos ideia do que ela estava falando, suspirou – No dia em que Hagrid chegou e voce foi procurar por Anabelle, bom... Está todo mundo comentando que vocês quase se beijaram.

Anabelle arfou – Isso é mentira! Eu e Harry nunca... – parou e então endureceu a face – Esse povo não tem mais o que fazer, não?! Ai que povinho curioso hein!

- Bom, vocês fizeram isso em publico, é natural que comentem – Mione deu de ombros.

- Pelo amor de Deus! Não fizemos nada em publico! – Anabelle disse suspirando – Nada aconteceu, absolutamente nada!

Quase nos beijarmos é nada ter acontecido? Eu não pensava deste modo.

- Então aonde Cho entra nesta história? – reverti o assunto.

- Ah, ela esta me perseguindo pela escola! – Anabelle voltou com sua fúria. – Ela fica passando por mim a todo o momento e fica dizendo o quão perfeito voce e ela, o quanto voce beija bem, o quanto vocês combinam e blá, blá, blá – fez uma careta – Eu não sou obrigada a ficar escutando isso, ela já está nessa há uma semana!

- Bom, eu não sabia disso, não pode me culpar – dei de ombros.

Anabelle me olhou indignada – Eu nunca perguntei se voce sabia ou não, estou te avisando para voce tomar uma atitude e manda-la parar, porque o modo como eu vou parar essa porcaria toda não vai ser bonito!

- Porque voce não vai até ela e pergunta?! – me exaltei.

- Porque ela é sua namorada! – gritou – É voce que tem que controlar ela!

- Não é minha culpa ela estar insegura! – gritei de volta.

Anabelle arfou – Está do lado dela?! Acha que o que ela está fazendo é certo?! – ergueu uma sobrancelha.

- Eu não disse isso... – tentei reverter a situação.

- Oh, não, não, não! – balançou a cabeça – Você disse sim! Você está do lado dela!

- Ela é minha namorada, não é para eu supostamente estar do lado dela? – ergui minhas sobrancelhas. Porque eu estava ficando irritado?

- Oh! – Anabelle disse arregalando os olhos – O que importa?! Eu sou sua amiga!

- Você não é minha amiga! – apontei, eu ia dizer que ela era muito mais do que isso, mas ela não me deu chance, me olhou feio e virou as costas. – Anabelle! Anabelle, espere! Anabe... – ela saiu da sala. – O que deu nela?

- Cara, porque voce fez isso? – Ron me olhou em choque – Midnight vai comer o seu fígado.

Hermione o olhou cética – Será que voce só pensa na reação de Midnight?

- Depois que eu soube que ela não é tão controlada quanto aparenta, sim eu só penso nisso! – assentiu.

- Midnight não vai comer seu fígado, Harry – Hermione me acalmou.

Midnight não, mas Anabelle com certeza.

* * *

- Não vai mesmo voltar a falar comigo? – perguntei assim que nos sentamos no Salão Principal para tomar o café da manhã.

- Pra que voce precisa de mim? Vá falar com a Cho, sua namorada – resmungou enquanto colocava comida na boca.

Já havia se passado três dias e Anabelle continuava nessa, eu já tinha pedido milhões de desculpas e nada tinha resolvido. Eu falava: “Anabelle, me empresa seu livro?” e ela respondia: “Pede para a Cho, sua namorada”. “Anabelle, pega o leite para mim?”, “Pede para a Cho, sua namorada”. Isso estava me irritando profundamente.

- Olha, eu já conversei com ela sobre isso, ela disse que não fazia por querer! – falei pela milionésima vez.

Anabelle fez um som de desagrado, mas não disse mais nada.

- Então é isso? Vai deixar de falar comigo por causa de um mal entendido? – a olhei serio.

Anabelle ergueu as sobrancelhas – Mal entendido? Mal entendido vai ser quando eu der na cara dela, aquilo sim vai ser um mal entendido. – olhou furiosa para a mesa da Corvinal – Nela e nas amiguinhas dela.

Bufei e desisti. Quando Anabelle queria, ela conseguia ser mais teimosa que uma porta. Voltei minha atenção para a comida.

- Sabe, eu estive pensando em algo, Harry – Hermione disse cautelosa. – Não estamos aprendendo nada em DCAT, então eu pensei que... Talvez voce pudesse nos ensinar.

- Como é? – quase cuspi o leite.

- Bom, o que Mione diz faz sentido – Ron concordou – Você já saiu de muitas furadas, não há ninguém melhor para nos ensinar do que voce. – deu de ombros.

- Estão de brincadeira certo?

- Se eu fosse voce eu aceitava, é uma oportunidade para voce ficar mais perto da Cho, sua namorada – Anabelle disse tomando calmamente seu suco de abobora. A olhei afiado, mas ela fingiu não notar.

- Isso é loucura. – balancei a cabeça, eu não me via ensinando Hermione, Ron e Anabelle.

- Pense! Eu andei escutando muitas reclamações de todos, Harry, sobre as aulas de Umbridge – Mione sussurrou – Se voce os ajudasse, todo mundo saia feliz!

- Ninguém quer a minha ajuda, Hermione. Eu não sei se voce notou, mas eu não sou o favorito no momento – falei duro.

- Podemos mudar isso! – falou – Não precisa ser a escola inteira, só quem realmente tem interesse, poderíamos escolher a dedo, se voce quiser.

- É claro que não – balancei a cabeça.

- Cadê seu senso de ajuda ao próximo? – Anabelle murmurou novamente.

Bufei – Está com a Cho, minha namorada – retruquei o que fez Ron e Hermione gargalharem, mas Anabelle me olhou feio. Fingi não notar.

- Você é patético – rolou os olhos.

- Pensei que já tivéssemos passado desta fase – assinalei.

- As coisas regrediram quando voce defendeu a Cho, sua namorada – mordiscou um pão doce.

- Oi, Harry – a voz de Cho disse atrás de mim e vi Anabelle erguer uma sobrancelha em desafio.

- Olá, Cho – sorri para ela.

- Quem abriu a porta do inferno e deixou esse monstro sair? – Anabelle perguntou alto para Hermione, que abafou o riso.

Cho olhou sem entender. – Você irá comigo para Hogsmead?

- Claro, nos encontramos lá – falei o mais animado que conseguia. Cho se abaixou e me deu um selinho.

- Te vejo lá – e saiu com suas amigas.

- Megera – Anabelle “espirrou”.

- Você está passando dos limites – falei em tom de aviso.

Anabelle ergueu novamente uma sobrancelha – Eu passarei dos limites quando a perseguir pela escola xingando-a. – então se levantou e jogou sua bolsa no ombro. – Eu vou dar uma passada na biblioteca, vem comigo Mione?

- Claro, eu estava mesmo precisando pegar um livro lá – se apressou e se despediu de nós.

- Eu não a entendo! – falei massageando minhas têmporas – Quando isso vai passar?

- Posso ser sincero? – Ron disse olhando-me sério, assenti – Eu acho que ela está com ciúmes.

- O que? – será? – Acho que não, Ron... Anabelle não sente nada... - ela sentia?

- Tá na cara! Logo depois do clima que rolou entre vocês as coisas começaram a ficar mais estranhas – Ron deu de ombros – Se eu fosse voce terminava com a Cho e ficava com a Anabelle, ela é muito mais legal.

- Anabelle não iria querer – suspirei – Ela não quer ser responsável por um término.

- Ai a coisa ficou séria – Ron deu dois tapinhas nas minhas costas.

* * *

- Porque elas estão demorando tanto?! Daqui a pouco vamos partir e elas não vão ir! – Ron andava de um lado para o outro no Hall de Entrada.

- Elas disseram que iam para a biblioteca, se corrermos ainda chegamos a tempo – eu disse.

- O que ainda estamos fazendo aqui? – disse, então saímos correndo pelos corredores e escadas. Chegamos na biblioteca e entramos arfando. A bibliotecária nos olhou feio e então tentamos nos recompor.

Andamos entre as prateleiras atrás delas, mas nada. Será que elas tinham saído? Um burburinho estava na ultima prateleira de artefatos mágicos. Eu e Ron nos entreolhamos e avançamos devagar, era feio escutar a conversa dos outros, mas não dava para não escutar!

- Não pira, Mione – escutei Anabelle sussurrar nervosa – Eu e Harry não temos nada, caramba é tão difícil de entender?!

- Então porque voce está com ciúmes da Cho.

Anabelle soltou uma risada falsa – Eu não estou com ciúmes, fale sério! Puff, me respeita vai! – bufou novamente – Ciumes... Ciumes... Puff, isso é uma palavra que não está em meu vocabulário e nem sentimentos, ok?

- Ok, ok – Mione pareceu se render, embora sua voz continuava persuasiva – Então porque voce a odeia tanto? Já faz três dias que ela parou de te seguir por ai. Toda vez que ela está com Harry voce parece espumar.

- Você precisa de ajuda, Hermione, está vendo coisas que não existe. Eu a odeio, por que... Por que... Porque eu a odeio oras! Eu preciso de um motivo plausível para odiar uma pessoa?

- É uma pergunta retórica, certo? – Mione riu – Se voce gosta de Harry, deveria ir falar com ele.

- Você está pirando... Pega esse livro aqui, vai ajudar mais... – então ela tirou um livro que revelou eu e Ron. – Seus pervertidos! – gritou.

- Nós... Nós... Nós... – o que eu falava?! O que eu falava?! O que eu falava?!

Anabelle imitou meu tom – Como vocês podem ficar escutando... – então seu rosto corou forte – Desde que horas estão ai?

- Desde: “Não pira, Mione, eu e Harry não temos nada, caramba é tão difícil de entender?!” – Ron disse pálido.

- Eu só não trucido vocês aqui e agora, porque vocês são meus amigos – falou Anabelle brava. Então me empurrou para sair da frente dela e saiu da biblioteca.

- Eu até estava conseguindo fazê-la voltar a falar com voce – Hermione me olhou severa e brava – Mas agora esqueçam. – então passou por nós.

* * *

- Harry! Estou falando com voce! – Cho reclamou, virei minha atenção para ela.

- Desculpe, eu estou um pouco distraído hoje – me desculpei. – O que voce disse?

Ela me olhou contrariada – Eu disse que não sei o porque Anabelle me odeia tanto!

- Ah, isso – dei de ombros – Passará. Ela é meio impulsiva assim mesmo – sorri.

- Voces parecem ser muito amigos – falou entrelaçando seus dedos com os meus.

- Somos bastante... Amigos, sim somos. – assenti.

Cho abriu a boca para falar algo, mas de longe gritaram meu nome. Nos viramos.

- Ai estão vocês! – Mione vinha correndo – Precisamos ir no Cabeça de Javali. Agora.

- Agora? – Cho perguntou incomodada.

- Agora! – Anabelle se exaltou com ela – Vamos logo! Eu não tenho o tempo todo – e se virou. Suspirei cansado dessa atitude dela contra mim.

Fomos andando rapidamente, e pela janela do Cabeça de Javali vi que tinha uns 10 alunos de Hogwarts, muitos de outras casas. Todos menos da Sonserina.

- O que é isso, Hermione? – sussurrei antes de entrar. Quando Hermione me olhou eu sabia o que ela tinha planejado – Como pode...?

- Olha, Harry, vamos só tentar, por favor! – ela pediu – Estamos em tempos perigosos, não podemos marcar bobeira e passar um ano inteiro sem aprender como se defender. Vamos só tentar, se voce não quiser, tudo bem, mas só vamos tentar.

- Não é que eu não quero, eu gostaria muito de ajudar, mas eu não sei como posso fazer isso – suspirei – E eles nem vão querer minha ajudar.

Hermione sorriu de canto – Bom, eles vieram aqui, sabendo o que voce propunha para eles.

Olhei incerto para dentro do bar. Cho já tinha entrado e ficou eu, Mione e Belle para fora.

- Harry – Belle suspirou – Você não precisa ser como Lupin ou outro professor de DCAT, é só nos ensinar o que sabe e bastará, depois poderemos olhar alguns feitiços em alguns livros e tentarmos, mas não podemos ficar parados e indefesos.

A olhei significativamente então assenti. Ela me lançou um sorriso doce e meu coração acelerou. Será que as coisas estavam bem entre nós?

- Vamos, eles estão esperando – Mione disse e entramos. O burburinho cessou na hora e eu me senti nervoso, o que eu ia falar?

Nos sentamos em uma mesa de frente para eles. Eu reconhecia alguns rostos, Neville, Luna, Fred e Jorge, Cho e suas duas amigas, Simas, Lino, Gina e muitas outras pessoas.

- Todos vocês sabem o porque estamos aqui – Mione disse diplomática – Não estamos aprendendo nada com as aulas de Umbridge e não podemos andar por ai sem saber coisas básicas.

- Como que podemos confiar nele? – um garoto alto e loiro disse – E se ele estiver maluco como o Profeta Diário diz?

Minha raiva entrou em ebulição – Eu não estou aqui para convece-los do que é real e o que é mentira – falei ríspido. – Se vão ficar questionando sobre esse assunto, é bom irem embora.

Hermione se agitou ao meu lado. – Seria bom termos alguém que tem noção sobre como se defender, eu não preciso falar de quantas vezes Harry mostrou sua eficiência em Defesa Contra as Artes das Trevas... – Mione continuou a falar, mas eu me irritei um pouco, ela estava puxando muito o meu saco, falando vários pontos positivos e não era tudo um mar de rosas.

- Tudo o que eu fiz eu tive a ajuda de vocês – falei sem rodeios – Não fiz tudo aquilo sozinho e muitas vezes não sabia o que estava fazendo.

- Sim, mas voce fez e escapou. – Hermione continuou determinada – Como com o Basilisco, não estávamos com voce. Como com os Dementadores, não estávamos com voce também.

- Mas se voce não tivesse me ajudado nós nunca teríamos feito o que fizemos – constatei. – Olha, não me coloque como o sabichão, porque eu não sou. É a realidade, Mione, muitas vezes eu não fazia ideia do que estava fazendo e foi tudo em um punhado de sorte, ok? – olhei para todos – Eu sempre tive ajuda em tudo o que fiz, não fiz tudo sozinho porque se é impossível fazer essas coisas sozinho. Eu recebi a ajuda certa, no momento certo. Não entrei lá e me dei bem por que eu sabia o que estava fazendo, como eu disse antes: Foi tudo sorte.

Todo mundo se calou. – Mas se foi sorte ou não, voce fez algo – Anabelle disse pela primeira vez e havia um tom grave em sua voz suave. Seu olhar era intenso sobre o meu – Você tentou, voce lutou e voce venceu – sua voz se tornou alta e clara como a agua – Isso não torna apenas o Harry o professor, torna Hermione e Ron também, porque como voce mesmo disse: Não conseguiria sem eles. – deu de ombros – Todos aqui temos coisas para aprender e eu não vejo o porquê se não vocês três – voltou a dar de ombros.

Houve um burburinho de concordância. Hermione olhou grata para Anabelle, assim como eu me sentia.

- Então, quem quiser, assine esta folha de pergaminho. – Hermione sorriu – E não poderão, obviamente, revelar para ninguém.

Neville, Luna, Gina, Fred e Jorge e Lino foram os primeiros a se levantarem, eu notei que o papel já tinha três nomes escritos – de Hermione, Ron e Anabelle. Aos poucos as pessoas foram assinando e então por ultimo Cho se levantou incerta e assinou hesitante, seguida por sua amiga, que me lançou um olhar desconfiado. Eu pensei que Cho seria a primeira a se levantar.

- Onde iramos treinar? – perguntou Simas.

- Ainda não decidimos isso – Hermione disse em tom de quem se desculpa – Mas acharemos um em breve, não se preocupem.

Todos saíram do bar e ficou apenas nós quatro nela. – Como poderemos confiar neles? Um pedaço de papel não vale em nada – Ron disse olhando as assinaturas.

- O pergaminho está enfeitiçado – Mione disse sorrindo astuta para Anabelle, que riu – Quem quebrar a palavra que não contará nada, ficara com furúnculos do tamanho de laranjas pelo corpo inteiro.

Fizemos um som de nojo. – Precisamos sair. – Anabelle disse – Eu quero comer muitos doces! – então saímos do Cabeça de Javali e andamos em direção as lojas de doces. Paramos mais tarde no Três Vassouras para tomarmos uma cerveja amanteigada. Estava tudo bem e Anabelle parecia ter voltado a falar comigo.

- Eu realmente achei que Simas não fosse ir – Ron falou dando um grande gole – No fim acho que ele se tocou.

Anabelle suspirou, tinha o rosto corado por causa do frio e os olhos preguiçosos lhe davam um ar de manhosa, uma cena bonita que me aqueceu por dentro.

- Temos que procurar um lugar o mais rápido possível – Belle disse com a voz arrastada e suave como uma brisa – O Natal já está chegando.

- Vai passar o Natal conosco? – pergunte ansioso por sua companhia no Natal.

Sorriu manhosa – Não. – suspirou – Vou passar com a minha familia na Itália mesmo.

- Ah sim, claro – falei tomando um gole da cerveja.

Eu estava considerando, internamente, a ideia de Ron, mas ela parecia impossível, dado pelo o que Anabelle havia me falado na tarde que conversamos. Mas eu tinha que tentar, tinha que arriscar.