Percy Jackson E O Mundo Na Escuridão. escrita por Chiclete


Capítulo 5
Minha morte vira um show de comédia.




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Eu estava em pé no meio da neve em um vale, não havia ninguém por perto. Fiquei lá, por um bom tempo, sem me mexer, olhando para o nada. Então, de repente um grito de ódio, de raiva, estrondou, e chegou até a fazer o chão tremer. Virei-me assustado, e Lyssa estrava atrás de mim -eu digo, logo atrás de mim, a distância máxima de um palmo- com a boca aberta em ângulos anormais, e os olhos dela estavam extremamente vermelhos, como se não tivesse dormido à dias. Tentei correr mas no momento em que eu fui mover minhas pernas, vinhas seguraram meu pé.

O grito doía nos ouvidos.

Olhei para minha direita a procura de uma escapatória mas acabei vendo uma coisa pior ainda: Pollux estava imóvel com uma árvore caída sobre sua cabeça. A cabeça dele estava jorrando sangue por baixo da árvore.

Eu não conseguia ver mais aquilo.

Olhei para a esquerda em desespero e para minha felicidade Annabeth estava parada a alguns metros a frente, de costas para mim, acendendo uma fogueira.

–ANNABETH! -gritei tomado pelo pânico- Por favor! Annabeth! Me ajude!

Mas os gritos de Lyssa simplesmente cobriam os meus. Continuei gritando loucamente, e cada vez mais, as vinhas iam me engolindo. Elas já estava na minha cintura.

Tentei cortá-las, mas nem mesmo a contracorrente conseguia. Minha voz já estava rouca, enquanto a de Lyssa não mudava nem de tom. Tentei atacá-la com a espada mas ela simplesmente parou-a rapidamente com a mão como se ela fosse feita de plástico, e a tacou para longe. As mãos dela nem sangraram, e mesmo que contracorrente voltasse para o meu bolso, eles já estavam tampados pelas vinhas.

As vinhas cobriram meu tórax.

Revendo meus problemas nem um pouco preocupantes: havia uma garota que parecia possuída gritando loucamente no meu ouvido, enquanto vinhas me engoliam, sendo que um dos meus amigos nem vida mais tinha, e Annabeth estava acendendo uma fogueira alegremente enquanto eu quase arrancava minhas cordas vocais em socorro.

Como se não pudesse ficar pior...

A voz de Zeus ecoou no meu ouvido: “Eu nunca faço decisões erradas Percy Jackson. Nunca.”

Após aquilo, todo o barulho se cessou.

Era como se eu tivesse colocado um filme no mudo, mas isso só durou alguns segundos.

Annabeth se virou lentamente de frente para mim, e o olho dela não era mais cinza, eles estavam inteiramente pretos, e o de Lyssa também.

Então elas começaram a rir. A voz delas estavam modificadas. Elas riam como bruxas, arqueando o corpo para trás, e então a voz de Pollux e de Zeus se juntaram as risadas enquanto minha cabeça era engolida pelas plantas.

–Tchauzinho cabeça de alga. -disse Annabeth sorrindo.

Foi a ultima coisa que vi e que ouvi...








Antes de acordar é claro.

Abri os olhos berrando, e demorou mais ou menos um minuto para que eu me acalmasse.

O que me fez ficar realmente constrangido -ou assustado-, porque Lyssa estava em pé ao lado da minha cama me olhando como se eu fosse tão nojento quanto um chiclete grudado na sola do seu sapato. Claro, ela não estava com os olhos vermelhos, ou pretos, e nem estava gritando como alguém tendo filho, para minha alegria.

–Pelos Deuses! O que você está fazendo aqui?! Caso não saiba você não tem permissão para entrar no chalé dos outros! Ninguém tem! -disse levantando da cama o mais rápido possível para colocar qualquer camiseta. Pô, eu só durmo de cuequinha quando entra gente no meu quarto.

–Ah, tenho permissão sim. Agora se arrume logo que nós já iremos sair para a missão, Q.I de ostra.

Q.I de ostra? Eu lá mereço outro apelido?

Peguei minha mochila, enchi de salgadinhos, ambrosia, néctar, alguns pares de roupas, e cobertas, umas duas pelo menos. Nós iriamos passar muito frio.

Caminhei lentamente até a Casa Grande, ainda com partes medonhas do meu sonho me atormentando.

Annabeth e Pollux estavam sentados no pé da escada da varanda na Casa Grande. Era bom ver eles vivos, ou não rindo de mim.

–Vocês estão bem? -perguntei sentando no chão de frente a eles.

–Eu que te pergunto, você quase foi enforcado pelo meu pai. -ele falou meio constrangido.

Fiquei chocado por um tempo me perguntando como ele sabia do meu sonho. Depois que eu fui perceber que ele se referia a noite anterior.

–Bom, eu estou ótimo -era mentira mas isso não vem ao caso- Onde está Lyssa?

–Sr. D a chamou para conversar lá dentro. -Annabeth falou e me olhou com cara de preocupada.

É, isso era mesmo preocupante. Ele provavelmente estaria planejando qual era o jeito mais doloroso de matar, e mandasse que Lyssa fizesse esse serviço por ele. Imagens dela rindo enquanto eu morria voltaram a minha mente.

Na tentativa de espantar os flashbacks do meu sonho, uma ideia passou pela minha cabeça e eu me lembrei que nós não havíamos planejado nada.

–Para onde iremos na missão? -perguntei

–Nós não temos certeza ainda, mas ontem eu e Pollux conversamos enquanto você estava na enfermaria e lemos uns livros de mitologia sobre os Deuses menores.

Sim, eu estive na enfermaria. Eu descobri do pior jeito que algumas vinhas de Dionísio podem ser venenosas.

–E vocês descobriram algo?

–Não descobrimos, mas lembramos que Nyx foi a única que conseguiu derrotar Eberus. E... nós precisamos da ajuda dela.

–E aonde vamos encontrá-la? No Olimpo?

–Percy, ela é a Deusa do submundo também. -afirmou Annabeth, e deixou que a informação se processasse no meu cérebro. O que demorou um pouco, vocês sabem.

Oh não.

–Ah meus Deuses, submundo de novo? -mas que missão agradável seria essa.

–É o único jeito, nós não conseguiremos derrotar Eberus sem um Deus. Nós entraremos pelas portas de Orfeu, no Central Park. É mais perto, e poderemos fazer uma viajem de pégaso.- disse Annabeth.

Pelo menos isso, uma viajem de pégaso. Não queria ir para o submundo de novo. Sempre que eu estive lá as coisas não saíram muito bem.

–Nós temos que levar algum instrumento musical para as portas abrirem então... -não sei se nenhum de nós sabia tocar instrumento algum.

Lyssa saiu da porta da casa grande, mal olhou pra gente e disse:

–Vamos logo estamos perdendo tempo.

Caminhamos em direção aos estábulos, e Annabeth falou bem baixinho em meu ouvido:

–Você está bem cabeça de alga? Parece que você viu algum fantasma.

Me olhei no reflexo da contracorrente, e, realmente, meus olhos estavam em uma nada bonita condição.

Não iria contar o sonho. Não por enquanto. Então falei uma coisa que para ela não fez o menor sentido, e só fui perceber que soou retardado depois que eu falei..

–Só me prometa que não irá acender fogueiras de costas para mim, e que não vai rir enquanto eu morro.

–Mas o que... -disse Annabeth afastando-se de mim como se eu tivesse uma doença contagiosa.

–Só me prometa. Jure pelo Rio Estige que não fará isso.

Ela ficou me encarando por um momento para ver se eu estava falando sério.

–Hum... Eu juro, juro pelo Rio Estige, que não irei mais montar fogueiras de costas para você, e nem irei rir enquanto você morre. -disse ela lentamente como se tivesse explicando as regras de um jogo para uma criança.

–Obrigada... -eu disse quando nós chegamos nos estábulos.

Quiron, Grover, e alguns campistas do chalé de Atena vieram se despedir da gente.

Montamos em nossos pégasos, e logo antes de voaar, Quiron falou baixinho para mim:

–É bom você não deixar Pollux morrer, ou Sr. D fará questão de te matar junto.

Como se eu não soubesse.



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