Lembranças Vivas escrita por Lety Paixão


Capítulo 8
Capítulo 7




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Em alguns momentos sentimos que tudo que fizemos achando que estava certo estava errado, ou melhor, percebemos que cometemos errados tentando acerta, não é fácil quando finalmente enxergamos a real realidade, mas a verdadeira dificuldade esta em assumir e seguir em frente.


Já em outros que parece ser errado e proibido nos passa a sensação de certo, e são nesses momentos que na maioria das vezes não sabemos que caminho seguir. Pois são nesses momentos que o sentimento ultrapassa a razão. Não é só mais uma questão de ver o erro e tentar achar o acerto, é ver e sentir o próprio sentimento e escolher ir através dele aceitando que existe conseqüências ou ter coragem e força suficiente para o arranca de si. Mas como saber qual deles machucará menos?


Essa não era a pergunta que passava na minha mente, mas sim os sentimentos. Eu tinha feito muitas escolhas erradas e agora o que deve ser proibido faz eu me sentir livre dês que recebi o telefonema de Isaac, me faz respira, me faz me sentir bem. Mas não deveria.


Porém por mais que saiba que é um erro continua com minhas ações, simplesmente não conseguia pará-las. Meu corpo respondia a cada mínimo toque seu, nossos lábios ainda estavam selados e só se separaram quando foi necessário a busca de ar. Sua mão percorria meu pescoço nos juntando ainda mais, meus braços passavam ao redor do seu corpo explorando-o.


O beijo desprevenido que havia começado tudo se transformara em algo mais ardente fruto de uma paixão contida que lutava para se libertar.


–Espere...-Tony Sussurrou nos separando, seus dedos tocam meu rosto que esta a poucos centímetros do seu e ignorando sua palavra voltei a nos unir. Nessa altura já estava ajoelhada na cama do hospital que finalmente pareceu oportuna.


–Ziva, pare. –Apesar da voz fraca o obedeci desta vez confusa com sua atitude, olhei em seus olhos a procura de algo errado, mas não conseguir definir o tipo de olhar que lançava para mim. Sentei-me na cama tirando meus braços dele assim como sua mão no meu rosto.


–Desculpe. –Falei sem ao menos saber o porquê, afinal ele tinha começado, mas não sabia o que disser, nem como reagir, muito menos o olhar, não sinto vergonha, pelo contrario desejo mais, mas não posso, temos uma regra contra isso, regra criada por Gibbs, não posso a quebrar desta forma, não depois de ter escondido a verdade. Porém não consigo sentir culpa, não por beija meu parceiro, por desejá-lo.


–Não se desculpe é um sinal de fraqueza. –Ele me disse mais pareceu se arrepender, pois suspirou e continuou. –Não devia ter me aproveitado de você, vou esta lá fora de precisa de mim.

–Tony espere! –Ele recuou, mas não me olhou, saiu do quarto e fechou a porta me deixando sozinha em um maldito quarto de hospital.


Voltei a deitar na cama passando a mão pelo meu rosto, o rosto que havia sido tocado por ele há segundos atrás. Pensar nisso me fez sorri, apesar do noticia que tinha recebido e por esta presa em um lugar que detesto o sorriso não me deixou. Sorriso por ter. De certa forma, me entregado a Tony Dinozzo.


E em algum momento desse pensamento e a realidade peguei no sono.


**


–Ziva reconsidere você só tem dezesseis anos. –Meu irmão me disse mesmo sabendo que minha decisão estava tomada.

–Não posso. –Respondi olhando em seus olhos, o fiz ver todo meu sofrimento contido, todas lagrimas que derramei, todas duvidas que me perturbam e toda raiva que não deixei de sentir dês que recebi a noticia.

–Você pode, é só não cruzar está porta. –Ari segurou meus ombros e eu senti o desespero em sua voz.

–Ari eu vou fazer isso, não me importo se estou largando tudo, eu vou fazer. –Falei decidida, não posso disser que não tenho duvidas, claro que tenho, sei que apesar de ter prometido a minha mãe que voltaria, e sei que minhas palavras nada significaram isso marcara minha vida para sempre, mas não fazer nada pode acabar de vez com ela.

–E a dança? Sua mãe? Sua vida?

–Eu vou voltar e você vai esta comigo. Alem do mais acha mesmo que vou conseguir ter uma vida sabendo que posso fazer alguma coisa?

–Vingança não a trata de volta Zi. –Suas palavras eram frias, porém verdadeiras. Mas tudo que me resta é ir atrás de vingança, pois não existe justiça para aquele que tirou minha irmã de mim. –Ela não ia gostar disso.

–Não faça isso! –Gritei ouvindo o que tinha dito em seguida. –Não use isso contra mim, você mesmo disse que ela não vai voltar, a única pessoa que tem que gostar alguma coisa sou eu, e acredite eu vou gostar de acabar com quem a matou!

Sem continua com a conversa passei por meu irmão que apenas quer minha segurança e abrir a porta sem me preocupa em bater, meus gritos já anunciaram minha presença.

–Diretor. –Falei me apresentando, Ari entrou na sala e ficou ao meu lado sem disser nada.

–Esta mesmo certa disso? –O diretor perguntou, não respondi, fiz que sim com a cabeça e ele entendeu, mas para meu espanto compartilhava a mesmo opinião que Ari. –Você é nova para isso, sabe que chega a ser uma irresponsabilidade de minha parte lhe deixar entrar para a Mossad, não sabe?

–Sei pai, mas a escolha é minha e eu já escolhi meu destino. –Falei o olhando profundamente, ele sabia que parte era mentira, apesar de todos os treinamentos de defesa que me ensinou nunca me vi parte disso e sim nos palcos. Mas chega uma hora que é preciso atacar.

–Tudo bem, Ari estava junto com você na missão, juntos com outros agentes. Isaac pediu participação, mas ele é mais jovem que você, por isso não vou arriscar.

–Obrigado diretor. –Disse a meu pai que não parecia nem orgulho e nem decepcionado com minha decisão, talvez assim com eu ele possa acreditar que a volta. Mas sei por experiência de família que não há.

**


Quando despertei o dia já tinha nascido, a luz do sol invadiu o quarto me lembrando onde estou. Surpreendi-me por ter conseguido dormi, mas diante de minhas noites perdidas não podia ser diferente.


–Acordou cedo. –Uma voz disse anunciando sua presença, olhei para o lado e vi Tony sentando em uma cadeira próxima de onde estava, e com as mesmas roupas do dia anterior.


–Você passou a noite aqui. –Afirmei, Gibbs tinha falado serio sobre ficar de vigia.


–Precisava ter certeza que ficaria bem, você bateu a cabeça e arrumou muita confusão. –Ao ouvir suas palavras me lembrei do que Gibbs havia me dito, três agentes do Mossad mortos em sua sala. Eu realmente arrumei confusão.


–Quando vou poder sair daqui? –Perguntei e ele sorriu sabendo que eu ia pergunta isso mais cedo ou mais tarde.


–Já pode, só estava te esperando acorda, Gibbs nos quer no NCIS. –Concordei me levantando e pegando as roupas que tinham trazido para mim e fui me trocar no banheiro.


Assim que fechei a porta o ouvi andando pelo quarto. Nenhum de nos falou o que aconteceu na noite anterior, e por mais que estivesse tentada a tocar no assunto não tive coragem. Durante todo o caminho Tony fez o possível para não me olhar, mas também não ficou em silencio, falou que Abby estava preocupada e que eu devia me desculpar com ela, e que já tinham processado meu apartamento atrás de algo e o local onde Isaac foi morto. Porém sua voz estava tensa, não descontraída.


Chegamos ao artesanal da marinha rapidamente, muito mais rápido do que Tony levaria para fazer o percurso, e antes que ele saísse do carro eu o segurei pelo braço o fazendo me olhar nos olhos pela primeira vez no dia.


–Só vou lhe disser uma coisa, se não quer fala comigo sobre o que aconteceu ontem não tente fingir que nada aconteceu, apenas ignore o momento, mas não a mim.


–Não queria fazer isso.


–Mas fez, não me afaste Tony, você é um dos poucos que me restou. Quer ignora o que aconteceu eu aceito, mas não tente me distrair. –Disse calmamente, mas mentir, que diabos é claro que não quero ignorar, mas se Tony agiu por impulso não posso o força a isso.


–Ziva... –Ele começou a fala, mas foi interrompido por alguém batendo no vidro. Vi um lampejo de raiva em seus olhos antes de se vira, que o substituiu por surpresa. –Temos companhia.


Sai do carro e entendi o que ele disse, entendi de uma forma que por um momento cheguei a fica nervosa, mas me recompus e deu um passo a frente.


–Shalom pai. –Disse erguendo o olhar para o seu sentindo o de Liat e Malaquias em minha direção.


–Shalom Ziva. –Ele respondeu, Tony veio a meu lado como os agentes tinham feito com meu pai.


–Soube de seus atos. –Ele falou com decepção e raiva em sua voz, o necessário para me fazer revidar.


–Não fui eu que menti para a própria vida durante anos!


–Não grite comigo Ziva! –Ele me disse e deu um passo para frente mais fui detida por uma mão que segurou meu braço, me virei rapidamente para confrontar Tony, mas não foi com ele quase me esbarrei.


–Não é hora nem lugar. –Gibbs me disse e mesmo contrariada obedeci. –Isso serve para você também Eli.


–Não recebo ordens de como fala com minha filha.


–Minha agente, minha responsabilidade, tudo que disser a ela é o mesmo que ter dito para mim. É minha agencia não sua, e não vou tolera falta de respeito. Fui claro?



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