Lembranças Vivas escrita por Lety Paixão


Capítulo 2
Capítulo 1




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O sol castiga minha pele enquanto luto para me levantar do chão, posso estar machucada, ferida e quebrada, mas jamais vou deixar que vejam que estão conseguindo ter resultados, vou resistir até não agüenta mais, devo isso as pessoas que deixei para trás por causa da minha estúpida decisão. Mas arrependimento não ira me salvar, por isso tento o excluir de minha mente quando finalmente consigo me ajoelhar, rapidamente apoio minha mão sob a cadeira no meio da cela, consigo me levantar aos poucos mais não solto do meio apoio.

–Para que levantar se vai cair de novo. –Uma voz que me fez estremecer involuntariamente, disse quando a porta rangeu.

Não respondo a pergunta e me mantenho parada quando ele se aproxima de mim, em sua mão vejo minha corrente, há muito tempo não a via.

–Você quer de volta? Dê-me o que eu quero.

–Acha mesmo que vai me persuadir com uma corrente? O significado dela não esta em seu material e sim no que ela passa, não preciso dela para crer no que sou.

–Mas você não é nada, se fosse alguma coisa já teriam vindo te buscar, mas você não vale para ninguém. –Suas palavras me atingiram, mas não deixei que ele visse, porém sabia na verdade jogada no ar.

–Então porque não me mata logo? –Perguntei e no mesmo momento percebi que temi sua resposta, eu não quero ser morta, não ainda.

–Bom muito bom, mas ainda posso me divertir com você.

–A brincadeira esta boa? Porque ambos sabemos que até agora eu estou ganhando. –Falei sorrindo e logo me arrependi, senti sua mão saber de contra meu rosto me derrubando mais uma vez.

–É melhor ficar calada, a não ser que suas palavras respondam minha pergunta. O que você sabe sobre o NCIS? –Ele cuspiu para mim, olhei com firmeza e disse:

–Nada.

–Isso é o que nos veremos. –Salim disse não acreditando em mim, seu tom de ameaça não me assustou.

Acordei assustada e suando, olhei ao redor percebendo que estava em meu quarto e sozinha, tentei controlar a respiração que aos poucos voltou a seu normal. Fazia muito tempo dês que lembranças da Somália invadiam meus sonhos, muito tempo dês que eu tinha a imagem dele em minha mente. Mas o que realmente me incomodava foi à lembrança, não eram as que eu via, foi mais calma, no dia que meu verdadeiro pesadelo começou. Meu começo.

Levantei da cama não querendo voltar para essas imagens, ainda esta cedo, mas não faz diferença, Gibbs sempre madruga lá, pelo menos não vou está sozinha. Abri a janela e vi que chovia forte, sorri já vendo a cena de Tony chegando atrasado, ensopado e colocando a culpa na chuva.

Pensar em Tony me acalmou por um instante, sempre me acalma. Dês que voltei e pedir desculpas as coisas tinham sido como sempre foram entre agente, só que melhor e mais forte. As noites de cinema tinham voltado, o que não acontecia dês de Jenny, e minha confiança nele só aumentou, finalmente aprendi que existi sim homens que jamais me machucaram, um deles é Tony.

Continuei sorrindo e esqueci o motivo de ter acordado mais cedo que o normal, me arrumei e fui para o NCIS.

*************************************

–Bom dia Gibbs. –Falei sentando em minha mesa e ligando meu computador.

–Espero que tenha um bom motivo para esta aqui tão cedo depois do caso de ontem. –Tentei pensar em algo conveniente, mas logo desistir, ele é Gibbs, sabe quando eu estou mentindo.

–Estava sem sono. –Arrisquei, não funcionou.

–Melhor pensar em outra coisa, senão pode pegar suas coisas e voltar para onde veio.

–Porque não pode simplesmente devolver meu bom dia e fica feliz por sua agente está animada para trabalhar?

–Porque eu disse para minha agente que não queria a ver aqui antes do almoço, trabalhou duro até tarde ontem, merece descansar.

–Você também trabalhou duro e já esta aqui. –Argumentei tentando colocá-lo como foco.

–Eu sou o chefe Ziva.

–Bom argumento. –Admiti, mas não me mexi.

–Quando quiser contar a verdade é bem vinda. –Gibbs disse voltando a trabalhar, me virei para olhá-lo. Fiquei alivia por não ter que contar o que houve, apensar de ter sido simples é algo que já superei e Gibbs mais que ninguém sabe disso.

Comecei a trabalhar em meu relatório e mal vi quando McGee chegou, só faltava Tony, mas sabíamos que ele não ia chegar na hora. Já estava terminando quando recebi um e-mail, abrir curiosa para saber de quem era e me arrependi.

Ziva,

Estou magoado por saber que você virou uma cidadã americana e não me informou. É uma pena Israel ter te perdido, seu lar durante muitos anos. Espero que saiba o que esta fazendo.

Eli David.

Assim que terminei de ler fechei a pagina não querendo mais ver as palavras, tentei voltar ao trabalho como se nada tivesse acontecido, mas falhei. Não consigo ignora a raiva que percorre meu corpo, raiva de mim mesma. Por um breve instante eu esperava ler um: Parabéns Ziva, fico feliz por ter achado seu lugar. Odeio isso, odeio esse poder que ele tem em mim, odeio ainda querer uma aprovação, mesmo sabendo que jamais terei qualquer uma.

–Peguem suas coisas. –Gibbs disse se levantando e me tirando de meus pensamentos, eu e McGee fizemos o que ele disse.

–E o Tony chefe? –McGee perguntou, mas antes que obtivesse uma resposta Tony apareceu começando a falar que a chuva tinha o atrasado.

–Para de latir Dinozzo, vamos logo. –Gibbs o cortou e o seguimos para o elevador.

–Bom dia Ziva. –Ele disse assim que a porta se fechou.

–Bom dia Tony. –Respondi, mas minha mente ainda estava em outro lugar.

–Algum problema? –Ele perguntou percebendo minha distração.

–Não sou eu que estou toda molhada. –Respondi sorrindo, McGee fez outro comentário do qual não prestei atenção, assim ele tirou sua atenção de mim. Porém sentir seu olhar em minha direção durante todo o caminho.

*************************************

Chegamos à cena de crime em mais tempo do que o normal por causa da chuva, para nossa sorte o corpo estava dentro de sua própria casa. O marinheiro era um tal de Jeremy Siegle, voltou de Israel a dois messes e vivia com a irmã que o encontrou morto.

–Achou alguma coisa Duck? –Gibbs perguntou se aproximando do corpo depois de ouvir o que tínhamos descoberto.

–A julgar pelo corte em sua garganta, diria que quem quer que tenha feito isso já fez antes, alias à hora da morte foi a seis horas atrás.

–Um assassino profissional, noite chuvosa, um mistério, tem um filme...

–Poupe-me dos filmes Dinozzo, pegue as evidencias e levem para Abby, McGee...

–Vou ver se consigo algo com as câmeras de segurança.

–Vou... –Antes que pudesse disser qualquer coisa meu celular tocou, estiei em atender.

–Não demore, depois vá fala com a irmã da vitima. –Sair da sala onde o corpo estava entrando na cozinha onde Tony estava procurando alguma faca que poderia ser a arma do crime.

–Alô. –Disse sem olhar o numero, péssima idéia.

–Shalom Ziva. –Uma voz disse do outro lado, escondi minha surpresa e virei de costa para Tony.

–Quem esta falando? –Perguntei em inglês.

–Sei que já passou muito tempo, mas as mulheres nunca esquecem minha voz, que decepção Ziva.

–Vou pergunta pela ultima vez, quem esta falando?

–Sempre apressada e dando ordens, você não muda mesmo não é? Nem parece se irmã de Tali.

–Quem você pensa que é para fala da minha irmã?! –Exigir desta vez em hebraico.

–O melhor amigo dela.

–Issac? –Perguntei mais para mim mesma do que para quem falava comigo.

–Sabia que sou alguém difícil de esquecer, como você está Zi?

–Irritada, porque não respondeu antes? Estou trabalhando sabia?

–NCIS eu sei, todos sabem. Mesmo assim esperava uma reação melhor por esta falando comigo, já faz tempo... –Dês que Tali morreu, pensei. Mas ele tinha razão, relaxei e resolvi o responder.

–Estou melhor, é bom te ouvir de novo, realmente já faz tempo. Porque resolveu me ligar agora?

–Preciso de ajuda. –Tinha que ter algo por trás...

–Como você sabe não trabalho mais para o Mossad.

–Por isso mesmo, acredite Ziva é do seu interesse, consiga tudo do agente da CIA Sebstien Parke, ninguém pode saber disse começando por seu pai e aconteça o que acontecer não acredite nele. Vou tentar entrar em contato novamente, mas acho difícil.

–Isaac o que ouve? –Perguntei agora preocupada.

–Apenas faça o que eu disse, podemos responder algo que nos marcou para sempre, espero ouvi-la novamente. Shalom.

–Issac?! –Chamei, mas ele já tinha desligado. Mantive o celular em minhas mãos esperando outra ligação, não tinha.

–O que houve? Você esta bem? –Tony perguntou se aproximando de mim. Não ia adiantar não disser que estava tudo bem, não estava, mas como disser para Tony o que aconteceu se nem eu sabia direito. Ambos tinham as perguntas, apenas um tem a resposta, esse um esta em Israel e por algum motivo pode sumir do mapa.

–Nada demais, só problemas do passado. Tenho alguém para interrogar. –Disse tentando evitar responder qualquer outra pergunta.

*******************************

Voltamos para o NCIS procurando tudo que poderia ser útil sobre a vitima, Tony não tinha me perguntado mais nada sobre o telefonema e esse assunto ainda estava em minha mente. Diversas vezes considerei para de trabalhar no caso e pesquisa sobre o agente, mas me contive, alguém poderia ver e eu não tinha qualquer desculpa para dar.

–Ziva vem comigo no ver o que a Abby achou? –Tony me chamou e eu percebi por trás de suas palavras que ele tinha outras coisas em mente, pensei em negar, mas não queria aumentar as suspeitas, apenas concordei e o seguir para o elevador. Assim que entramos e as portas fecharam, ele acionou o botão de emergência.

–Qual é Tony roubando a cena do Gibbs? –Disse brincando, mas não funcionou.

–A Abby não tem nada. –Foi o que ele me disse.

–Bom saber, podemos sair agora?

–O engraçado foi que você concordou em vim, só que nenhum telefone tocou, estranho você não ter percebido. –Ele me disse me ignorando. –Há esqueci, estava distraída por causa do telefonema em hebraico na cena de crime, ou será por causa do e-mail animador do diretor David?

–Você abriu meu e-mail?! Quem te deu esse direto?! –Gritei irritada por sua atitude.

–Sim eu abri, assim com rastreei de onde veio sua ultima ligação, e adivinha? De dentro do Mossad? Será que também já mencionei que McGee descobriu que a ultima ligação da nossa vitima veio do mesmo lugar? Será que é motivo suficiente?

–Não, não é! O que é isso? Vai me acusa de assassinato agora?!

–Eu não disse isso.

–Mas acha que estou envolvida. –Rebati com raiva.

–Pelo contrario, só estou preocupado com você.

–Não preciso de sua preocupação. –Falei e percebi que o tinha atingindo, logo me arrependi, eu sabia que Tony estava preocupado, ele é meu parceiro e é isso que fazemos, mas a idéia dele descobrir que posso ajuda um agente do Mossad não é bom, não posso colocá-lo nisso, pode ser perigoso demais.

–Se não fosse minha preocupação você estaria ate agora na Somália. –Suas palavras me fizeram virar o resto, mas foi justo. Porém não podia lhe contar a verdade.

–Agradeço você ter me tirado de lá por conta de um erro de julgamento, mas eu aprendi a lição, não vou cometer o mesmo erro.

–Pode cometer outros.

–Se eu cometer não afetara ninguém alem de mim. –Falei ligando novamente o elevador.

–É isso que você acha? –Ele me perguntou antes das portas se abrirem, e por um breve instante achei ter percebido dor em sua pergunta.

–É. –Foi o que disse indo voltar para minha mesa, porem não antes de ouvir sua pergunta da qual não respondi.

–Porque ainda não confia em mim Ziva?


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Notas finais do capítulo

Feliz natal!