Pedro e Diego estavam voltando da piscina com os filhos. Matheus e Rodrigo estavam cansados e com fome, gastaram muita energia brincando. Eles entraram em casa.

Roberta estava deitada no sofá com a cabeça no colo de Alice, que continuava mexendo no celular e Clarisse tinha levado alguns de seus brinquedos para a sala e estava brincando por lá mesmo. Os meninos entraram e foram logo contando as brincadeiras e como estavam se divertindo na piscina, Rodrigo estava até emburrado por que não queria sair da piscina.

-Meu amooor. – Alice se levantou e foi até Pedro. Eles deram um selinho e Pedro ficou com a mão na cintura dela. Diego foi até Roberta que estava no sofá e eles deram um beijo rápido.

-E então, se divertiram lá? – Roberta disse.

-Sim, a gente brincou muito tia Roberta. – Matheus disse animado. - O papai e o tio Diego ficaram apostando corrida de um lado pro outro da piscina, mas ninguém ganhou porque deu empate.

-E por que o meu bebê tá emburrado desse jeito? – Roberta puxou Rodrigo para seu colo tocou no biquinho nos lábios dele com os dedos. Ele sorriu brevemente e depois voltou a fazer biquinho.

-Porque o papai não deixou eu ficar na piscina!

-Ele não queria vir embora e agora tá fazendo manha. – Diego disse.

-Igualzinho a mãe. – Pedro disse, rindo.

-Eu faço manha Sr. Costa? – Roberta disse ameaçadoramente.

-Jura Roberta? Você é a pessoa mais birrenta que eu conheço. – Alice entrou na brincadeira.

-Vocês me amam né? – Roberta riu e pegou uma almofada no sofá e jogou em Alice, mas acabou acertando em Pedro.

Eles começaram a brincar ali por algum tempo. Pareciam adolescentes no corpo de adulto. Depois de um tempo nesse clima descontraído, Roberta, Diego e Rodrigo foram para seu apartamento. Disseram que tinham sido convidados para um jantar na casa da Márcia e do Téo essa noite.

***

Carla estava esperando Tomás sair do banho, encostada na parede ao lado da porta do banheiro. Quando Tomás saiu do banho apenas com uma toalha enrolada na cintura, não falou nada. Carla foi atrás dele, ele foi para o quarto deles e quando Carla ia entrar atrás dele, ele fechou a porta na cara dela.

-Tomás, abre a porcaria da porta. A gente precisa conversar. – Carla disse, se controlando, falando da maneira mais calma que conseguia. – Tomás!

Depois de dois minutos, Tomás abre a porta, só de cueca.

-Que foi?

-A gente precisa conversar. – Tomás entrou no quarto e Carla o seguiu. – Agora.

-Você me deixa aqui trancado o dia todo, só pra se vingar e agora eu tenho que te obedecer e conversar a hora que você quer? – Ele perguntou com desdém, enquanto colocava uma calça jeans escura e uma blusa de uma banda de rock qualquer.

-Se vingar? Do que você tá falando Tomás?

-Jura? – Ele olhou pra ela, que estava mais confusa.

-É serio, eu não faço ideia do que você tá falando.

-Eu to falando de você ter me trancado aqui o dia todo, desligar o celular, e quando me atende ainda desliga na minha cara. E isso tudo só porque você não queria que eu saísse ontem, mas eu saí com o Pedro e o Diego. É disso que eu to falando. – Tomás já tinha o tom de voz alterada.

-Quê? Não, nada disso! – Carla tentava explicar. – Eu não te deixei trancado de propósito, eu só percebi que tinha levado as duas chaves quando cheguei aqui. Meu celular estava quase todo descarregado, aí a bateria acabou na hora em que você me ligou.

-E você quer realmente que eu acredite nisso?

-Claro que sim, porque é a verdade Tomás!

Tomás colocou seu tênis e sua jaqueta de couro. Carla percebeu que ele estava se arrumando para sair.

-Você vai sair agora?!

-Vou, por quê? Não fique trancado tempo suficiente pra você?

-Droga, eu já disse que eu não tive culpa, eu não sabia que estava com as duas chaves! Porra Tomás! – Carla agora quase gritava. – Você não pode sair agora, a gente tem que conve…

-E se eu for? – Tomás interrompeu. – Você vai fazer o que? Vai me trancar de novo? Vai me deixar sem janta? Ah, já sei! Vai contratar uma babá pra ficar de olho em mim.

Tomás tinha pegado sua carteira, a chave do carro enquanto terminava de se arrumar. Carla já estava com os olhos marejados.

-Não, eu não vou fazer nada disso, apesar de você merecer. Sabe por quê? Por que eu não sou esse tipo de mulher, que prende, que acha que o marido é propriedade dela. Acima de amar você, eu me amo. E você é livre pra fazer o que você quiser Tomás, só que você tem que tomar cuidado com as conseqüências. – Carla tentava limpar as lagrimas, mas eram muitas.

-Já deu esse papo pra mim. Vou ir agora, e não me espera, não sei se vou voltar hoje.

Tomás saiu e fechou a porta. Ele queria sair, esfriar a cabeça e esquecer os problemas. Lembrou que Patrícia tinha ligado pra ele mais cedo, quando estava trancado em casa. Ela tinha feito um convite, para saírem á noite. Tomás decidiu que ligaria para Patrícia, para aceitar o convite.

***

-Tá ouvindo? – Alice perguntou para Pedro. Eles estavam sentados no sofá, abraçadinhos. Matheus estava no quarto dele, jogando vídeo game. Clarisse estava quase dormindo no colo de Pedro.

-Não, acho que eles pararam. – Pedro disse. Eles estavam escutando toda a briga de Tomás e Carla.

-Ótimo. Eu vou ir lá ver…

-Nada disso Alice! – Pedro não levantou para impedir Alice porque estava com Clarisse quase dormindo no colo. – É melhor você não se meter…

-Eu não vou me meter amor, só vou ver se esta tudo bem com a nossa amiga e as crianças.

-Tudo bem, mas depois não vem reclamar que sobrou pra você. – Pedro disse. Ele colocou a chupeta na boca de Clarisse, que quase acordou.

-Não se preocupa, não vai sobre pra mim. – Alice deu um beijo rápido em Pedro. Ela foi para o apartamento de Carla, no andar de baixo.

Alice tocou a campainha e esperou, ninguém atendeu. Ela tocou de novo e esperou. Angellina abriu e a primeira coisa que Alice reparou foi o rostinho triste da menina.

-Oi boneca. – Alice se abaixou e pegou ela no colo. Ela encostou o rostinho no ombro da “tia”.

-Cadê sua mamãe? E o Thiago? – Alice perguntou enquanto acariciava os cabelos de Angellina.

-Mamãe tá no quarto, a porta tá fechada. O Thiago tá no nosso quarto. Ele tá triste, não quer falar comigo.

-Eu sei. Eu vou falar com sua mãe e depois a gente fala com ele tá bom? – Alice deu um beijinho nela e Angellina foi para seu quarto.

Alice bateu na porta do quarto de Carla e esperou ela abrir.

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