Cerejas Roubadas escrita por gi_wentz


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *O*
E comentem...
*O*
Pretendo responder os comentários o mais rápido possível ^^
Boa leitura (:



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A sopa estava realmente boa, não que eu queira me gabar ou coisa assim, mas ficou ótima. Pude perceber que ficou boa pela quantidade que o loirinho devorou, parecia que não comia nada há dias.

Mas logo ele foi embora, me deixando com a louça suja.

Bem esperto ele, na verdade.

Suspirei, e comecei a lavar os talheres, pratos, copos e panelas que jaziam sujos na pia. Terminando isso, peguei uma vassoura e tirei o pó desde o meu quarto lá em cima, até a escadinha da porta da frente da minha casa, e a escadinha de trás também.

Bati as almofadas do sofá e das poltronas lá fora, e os meus travesseiros também. Chacoalhei a colcha que enfeitava o sofá e arrumei toda a sala, colocando cada objeto em seu lugar. Fiz isso também com a cozinha, o único quarto da casa (o meu) e o banheiro, ascendi as velas, já que estava escurecendo, deixando a casa iluminada por um amarelo gentil.

Fui a parte de fora da casa, alimentei as galinhas e peguei algumas cerejas, no escuro mesmo, e voltei para dentro da casa. Tirei as sementes delas, e coloquei em um caldeirão com um pouco de suco de limão e açúcar para fazer geléia. Fui a mesa da cozinha cortei algumas cerejas, para colocar na geléia. Na minha opinião, os pedacinhos são os melhores.

Peguei três potes de vidro e distribui a geléia já pronta junto com os pedacinhos de cereja, e logo tampei. Lavei a panela e guardei. Fui a sala e sentei no sofá.

Por não trabalhar a tarde, e em vez disso dormir, estava com energia de sobra para gastar. Mas todas as tarefas de casa estavam feitas, e não havia mais nada que pudesse fazer. Claro, poderia passar a noite fazendo geléia para vender, mas não consigo achar as cerejas boas nas arvores porque está escuro, e seria um desperdício jogar as cerejas em fase de crescimento fora, já que depois de retiradas não da pra colar de novo na arvore.

Suspirei e relaxei no sofá. Olhei a mesa de centro. A carta ainda estava lá, junto ao saquinho, agora me encarando de um modo bizarro, esperando para serem abertos.

Peguei o envelope e abri. Desdobrei o primeiro papel grosso e comecei a ler.

“Eric Moore,

Devido aos recentes acontecimentos em sua residência, estamos enviando um pedido de desculpas. Esperamos que o roubo e a cena de destruição não se repitam.

Hemingway Russeau, Chefe da guarda real”

A escrita era bonita, feita em tinta preta no papel grosso e pesado, mas aquilo não me interessava muito.

Peguei o outro papel que estava dentro do envelope.

“Querido Eric,

Escrevo essa carta com o meu coração na mão e a consciencia pesada por deixá-lo tão desprotegido. Quero que me perdoe por isso e saiba que vou mandar alguns guardas ficarem de vigia 24 horas por dia ao redor da sua casa. Como desculpa pela falta de segurança, peço que venha para um café da manha, amanha no meu palácio.

Sei que deve estar muito bravo comigo em relação ao seu trabalho, mas quero que saiba que mãos lindas como as suas não devem trabalhar. Não se preocupe com o dinheiro, vou lhe dar tudo o que precisar, mas como sei o quão teimoso é, não vou ficar o forçando.

Com amor, Brendon DeLuise”

Já esse papel possuía o perfume doce do rei, com a caligrafia meio tosca dele. O que eu achei meio meigo, para minha própria surpresa...

Suspirei e deixei as duas cartas e o envelope sobre a mesinha e peguei o saquinho pardo pesado.

Abri o nozinho, e despejei o conteúdo no meu colo, ficando bem chocado.

Deviam ter quase 100 moedas de ouro ali, e acredite 100 moedas de ouro é muita coisa.

Coloquei tudo dentro do saquinho. Ninguém recebia tudo aquilo, só porque alguém invadiu a casa e arranhou umas arvores. Não mesmo. Com certeza vou devolver isso. Não preciso de alguém me sustentando como se fosse uma madame. Com certeza não.

Deixei tudo aquilo em cima da mesa, tranquei as portas, apaguei as velas e fui ao meu quarto.

Não sei como, mas aquele rei mimado deu um jeito de trocar toda a roupa de cama antiga, por uma nova, de veludo com detalhes dourados, até as fronhas das almofadas eram novas.

Havia novos candelabros também, lustrosos e dourados reluzentes. A lenha da lareira havia sido trocada, e alguns objetos foram acrescentados no quarto, como alguns livros grossos em cima da lareira, misturados aos livros que eram meus, duas pequenas estatuetas segurando os livros em pé, um tapete felpudo azul petróleo ao lado da cama e um vaso de flores no criado mudo. As cortinas da janela em cima da cama foram trocadas também, assim como o protetor de ferro da lareira, onde às vezes deixava minhas roupas em dias frios para esquentar.

Tudo isso fez minha cabeça girar. Troquei de roupa e fui dormir.

Porque eu sempre acordo com alguém me chamando?

- Senhor Moore? Está acordado? – a voz grossa falou, tocando meu ombro de leve.

- Não... – falei em um gemido.

- O Senhor tem um compromisso, precisa se apressar. – a voz continuou.

- Qual? – quase rosnei, e puxei o cobertor até a minha cabeça.

- O café da manha com o Rei Brendon DeLuise. – ele falou.

Bufei e me sentei na cama, vendo o guarda se afastar.

- A carruagem o espera. – e com isso o armário saiu do meu quarto.

Que ótimo, mal acordei e já tenho isso.

Sério, como eles entram na minha casa?

Me vesti de qualquer jeito, escovei os dentes, fui ao banheiro e sai de casa. Queria parecer desleixado, mas parecia um rebelde com os cabelos bagunçados, a roupa amassada e a cara de sono.

Entrei na carruagem, e ela rumou ao castelo, de La fui novamente guiado ao quarto do rei, que me esperava na varanda, sorrindo, com uma mesa posta para dois, cheia de frutas, bolos, sucos, e outras coisas de café da manhã.

- Ainda bem que mandei alguém lá, se não teria esquecido. – Brendon sorriu e se levantou para puxar a cadeira para mim.

Droga, esqueci o ouro...

- Foi proposital, na realidade, não queria vir. – falei e sorri de lado.

- Bom, então teria que transportar tudo isso a sua casa, e mandar um dos cozinheiros ficar lá. – ele sorriu malicioso, cruzando os dedos sobre a mesa.

Tudo bem, ele me pegou nessa.

- Não sei por que faz isso. – reclamei.

- Bom, antes de continuar com o seu discurso de “eu odeio o rei”, vamos comer? – ele sorriu e chacoalhou um guardanapo de pano e o colocou sobre as pernas. Fiz o mesmo. – Pode ficar a vontade. – ele continuou sorrindo e se serviu, do que deveria ser café.

- Não é o meu discurso de eu odeio o rei. – reclamei novamente. – Apenas acho errado e desnecessário o que faz. – peguei um pouco da salada de frutas.

- Errado? Porque? – ele me questionou.

- Não é obvio para você? – franzi o cenho e levei um pequeno kiwi com groselha e chantilly a boca.

- Não... – ele falou baixo, e mordeu sua torrada com geléia vermelha.

- Você é um rei, um rei poderoso, que governa uma das cidades mais prosperas, e fica se engraçando com um plebeu como eu! Devia se engraçar com princesas de feudos vizinhos e aumentar o reino, ou não sei, algo desse gênero. – falei meio irritado, espetando uma manga.

- Bom, na minha visão isso é errado. – ele bebeu da xícara de porcelana.

- Não vejo como isso pode ser possível. – falei superior.

- Princesas são fúteis, elas só se importam com a sua aparência, e a de seu amante. Não lêem, não estudam, as vezes nem falam direito, por isso são tão caladas. São tão submissas que me dá nos nervos. Alem do mais não conseguem dar continuação a uma conversa por não terem conhecimento algum, ao contrario de você.  – ele sorriu, pela primeira vez, de forma gentil.

- De qualquer forma, na sua posição, um romance não serve para diversão e amor. – falei, jogando a realidade em cima da sua cabeça.

- Então estamos tendo um romance, na sua opinião? – seu sorriso se alargou.

- O que? Não! – falei tentando não engasgar com o pedaço de morango.

- Acha sim! – ele sorriu.

- Não foi o que quis dizer. – falei cutucando as frutas do meu prato.

- Disse que na minha posição, não posso ter um romance, por isso não estou com princesas e sim com você! – ele sorria tão gentil, que tinha medo de olhar em seus olhos.

- Não foi isso... – mas mal terminei de falar ele me interrompeu.

- Não precisa ficar com vergonha, foi muito meigo. – ele sorriu e continuou a comer a torrada.

Não havia nada para responder depois daquilo. Nem eu sabia se estávamos tendo um romance. Estava tudo tão confuso.


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Notas finais do capítulo

bjs
G Wentz



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