"Fecho a porta de entrada e quando me viro vejo Brenda me encarando séria."

– O que foi? – Pergunto.

– Eu não acredito que você fez aquilo comigo! – Disse; logo saquei do que ela estava falando.

– Brenda eu posso explicar...

– Explicar?! – Fala alto incredulamente soltando uma risada sínica. – Você sabe muito bem que eu gosto do Georg; gosto não, eu amo ele; você sabe muito bem! – Repetiu.

– Mas, eu...

– Kirsten – me interrompe - porque você sempre faz isso? – Chora. - Não é a primeira vez que você faz isso, não é a primeira vez que você trai a nossa amizade...

– Eu não queria... Eu nem me lembro de como é o beijo dele... Eu estava bêbada... - Argumentei.

– Novamente, você com essa desculpa esfarrapada para o meu lado, mas dessa vez, eu não vou te perdoar... Primeiro você ficou com o Ryan, eu era completamente apaixonada por ele, e agora com o Georg...

– Mas a verdade é que eu estava bêbada nas duas vezes... Você acha mesmo que se eu estivesse sóbria, eu teria ficado com eles?

– Eu não sei; eu sinceramente, não sei...

– Então, tire as suas próprias conclusões... Porque eu estou falando a verdade! Eu amo o Bill, é um amor platônico, eu sei, mas eu amo ele caramba!

– Ama?! Então por que diabos você não estava com ele?

– Porque ele foi embora, embora; ele mal olhou para a minha cara lá... Ai eu acabei tomando de mais, e aconteceu... E porque você não estava com o Georg?!

– Eu me fiz de difícil, ai ele se afastou de mim...

– Você sempre faz isso!

– Foda-se ta; você é uma traidora... – Se aproximou de mim e me deu um tapa estalado na minha bochecha.

Rebati o tapa.

– Quem você pensa que é para me bater assim? – Ela não me respondeu e me deu as costas chorando.

Eu não estou acreditando que ela brigou comigo por causa de homem, ta certo, eu faria o mesmo se estivesse no lugar dela, mas, como fica a nossa amizade de anos?!

Me tranquei em meu quarto e comecei a chorar...

É sempre assim: eu fico me fingindo de forte na frente de quem estou brigando, só que depois, quando eu estou sozinha eu choro, choro muito.

(...)

DUAS HORAS DEPOIS...

Ouvi uma movimentação do lado de fora do quarto e fui ver o que era.

– O que você está fazendo? – Pergunto á Brenda que estava descendo as escadas com uma mala.

– Não fico mais nem um dia dentro dessa sua casa...

– Eu não acredito que vai me deixar!

Ignorou-me saindo pela porta de entrada.

(...)

Corri até a janela e vi Brenda colocando a mala dentro do porta-malas do carro dela; entrou no carro e partiu.

(...)

É impressionante como as coisas mudam de um dia para o outro; ontem nós estávamos felizes juntas, e hoje...

Maldita hora que eu fui “encher a cara”...

Deitei no sofá e continuei a chorar.

Agora estou completamente sozinha, nessa casa, nessa cidade...

Uma traidora completamente sozinha, SOZINHA!

(...)