Enquanto esperava a porta da garagem se abrir, alguém bate no vidro do carro me fazendo pular de susto.

Olhei assustada e vi Bill.

– O que você quer? – Falo estupidamente ao abaixar o vidro.

– Kate... Precisamos conversar... Me desculpe por...

– Olha Bill, não temos nada para conversar...

– Temos sim...

– Não, não temos... E me deixe em paz ok?!

Ergui o vidro e estacionei o carro na garagem;

(...)

A campainha começou a ser tocada freneticamente.

– Kate, abra a porta, por favor... – Ouço ele dizer do outro lado da porta.

– Eu não vou abrir... – Gritei do lado de dentro.

Os toques na campainha continuaram.

Subi para o meu quarto e se joguei na cama chorando; tapei a cabeça com o travesseiro.

– SUMA DAQUI! – Meu grito foi abafado pelo travesseiro.

(...)

MAIS OU MENOS VINTE MINUTOS DEPOIS...

Os toques na campainha não cessaram.

– Eu não aguento mais... – Tirei o travesseiro da cabeça; limpei o meu rosto.

(...)

Abri a porta sentindo Bill passar por mim.

– O que você quer?

– Eu quero me desculpar por aquilo...

– Aquilo o que Bill? Do que você está falando? – Se fiz de desentendida.

– Eu não queria beijar ela; eu não queria; ela me beijou!

– E o que isso importa? Você beija quem você quiser... Eu não tenho nada, NA-DA, a ver com isso... Eu não quero suas explicações Bill; a vida é sua, e você faz o que quiser com ela; não precisa ficar se explicando para mim, eu não sou nada sua...

– Mas, eu só achei que... Você deveria saber disso... Eu não queria te magoar...

Mais lágrimas caíram sobre o meu rosto.

Ele me abraçou; fiquei estática...

– Me desculpe... – Pede ele.

Dei três passos para trás saindo do abraço dele com a cabeça baixa. Não é que eu não acredito nele, é que aquele beijo me machucou muito.

Ouvi Bill bater forte a porta, assim que saiu por ela.

Corri e tranquei a porta...

Entrei em meu quarto e me joguei na cama em lágrimas; abracei o meu travesseiro e depositei nele, ou tentei depositar nele, toda a minha dor.

Aquele beijo entre o Bill e a Ingrid foi um “troco” dado na mesma moeda á mim.

(...)

POV Kate / off

POV Bill

Sai da casa da Kate batendo a porta forte.

– Eu não acredito que a magoei... – Chutei o pneu do meu carro. – Ai... – Reclamo de dor; dei a volta mancando e entrei no carro. – Como eu fui deixar aquela mulher me beijar na frente dela?! – Batia as mãos no volante com raiva. Arranquei com o carro.

Entrei na nossa casa ainda muito movimentada por causa da festa a procura do Tom.

O encontrei minutos depois, aos beijos com uma garota a imprensando contra a parede.

– Tom... – O cutuquei. Ele pareceu não perceber a minha presença. - Tom... – O cutuquei novamente e nada. - TOM! – O puxei pelo braço com força separando ele dos lábios da garota.

– O que você quer Bill? – Pergunta nervoso.

– Quero conversar com você...

– Ok... Hey, já volto linda... Me espere... – Tom disse para a garota.

Subi ao andar de cima acompanhado por Tom.

(...)

– Tom eu fiquei com a Ingrid! – Falei assim que ele fechou a porta do quarto.

– Com a Ingrid?! – Perguntou confuso. – Mas, você disse para mim esses dias que tinha uma atração pela Kate, não pela Ingrid...

– Pois é; eu não queria ficar com a Ingrid, foi ela quem me beijou... O problema é que...

– Ela beija mal? – Perguntou me interrompendo.

– Não, ela...

– Estava com mau hálito? – Me interrompeu novamente com outra suposição idiota.

– Não Tom, seu burro... Deixe-me falar... O problema é que a Kate viu...

– E...

– Ain Tom, como você é lento meu... E, que eu a magoei... Ela disse que me ama, esqueceu?!

– Bill, todas as fãs que te ver beijando uma garota vão ficar magoadas...

– Mas, magoar ela é diferente...

– Por quê?

– É que eu gosto dela de verdade!

– Será que você não está apaixonado por ela?!

– Eu não sei sabe, estou um pouco confuso em relação á isso... Só sei que não queria magoar ela... Eu fui atrás dela só que ela não quis me desculpar...

– Se eu fosse você eu ia atrás dela novamente, e não desistiria até ela aceitar o pedido de desculpas...

– Será?!

– Se eu fosse você, eu faria isso...

– Então, é isso que eu vou fazer... Obrigado Tom... – Sai do quarto e desci as escadas correndo.

(...)

POV Bill / off

POV Kate

Estava quase pegando no sono quando ouço a porcaria da campainha ser tocada novamente.

– Kate, Kate... – Ouço Bill gritando.

(...)

– O que você quer agora? – Abro a porta fingindo estar incomodada com a presença dele. Apesar de tudo eu fiquei feliz por ele ter voltado.

– Kate, me desculpe... Me desculpe...

– Eu não acredito que você veio aqui novamente só para me pedir desculpas... – Sentei no sofá.

– Pois é, eu só vim aqui para isso... – Sentou do meu lado. – E ae?! Você me desculpa?! – Não respondi. – Vamos lá Kate, me desculpe; não foi culpa minha... Se fosse culpa minha, eu teria vergonha e não iria vir aqui... – Silêncio. – Kate... – Tocou em meu braço. O encarei. – Eu não quero te ver com esse olhar... – Voltei a olhar para a minha mão. – Eu quero um sorriso... – Sorri de lado. – Bem melhor... – Riu. O encarei novamente. – Agora quero que aceite as minhas desculpas...

– Você é muito insistente, sabia?!

– É, eu sei... – Sorriu.

– Apesar de tudo, eu vou aceitar... – Sorri fraco.

– Ai, que bom... - Me abraçou de lado. - Que bom.

– Bill, eu quero saber, por que você disse aquele dia que eu poderia estar engana em relação...

– Ah sim... – Me interrompeu. – É que... Bem, aquilo que você falou pra mim naquele dia, de alguma forma mexeu comigo... Apesar da pouca convivência com você, eu sinto um carinho enorme por ti... Eu não queria uma amiga minha magoada comigo; por isso, estou aqui... – Só amiga ainda.

– Hum... – Sorri. Encostei a minha cabeça no ombro do Bill; fechei os olhos e fiquei sentindo o cheiro maravilhoso de seu perfume.

(...)

POV Kate / off

POV Bill

Eu poderia muito bem ter falado para a Kate que eu talvez pudesse estar apaixonado por ela, mas preferi não dar esperanças á ela. Tenho que organizar os meus sentimentos antes de falar alguma coisa para ela.

Kate encostou a cabeça em meu ombro e o silêncio tomou conta de nós.

– Kate... – Chamei. Ela não respondeu. – Kate... – Percebi que ela dormia.

Sai de vagarinho pegando a cabeça dela, e deitando-a no sofá.

Observei-a por alguns segundos com um sorriso bobo no rosto, ela é tão linda – pensei; decidi não acordá-la...

Estava indo em direção á porta.

– Peraê! – Disse a mim mesmo. – Não posso deixá-la dormir no sofá!

Voltei para perto do sofá e me curvei. Coloquei meus braços em baixo do corpo de Kate e a peguei no colo.

Andei alguns passos até a escada.

Com um pouco de dificuldade fui subindo os degraus. Não é que ela é pesada, é que eu não sou tão forte assim...

Entrei em uma das portas abertas, que aparentemente era o quarto dela, e a coloquei na cama, a cobrindo com o edredom.

POV Bill / off